52 vol. 11 nº. 2 INTRODUÇÃO



Documentos relacionados
TÉCNICAS DE PROMOÇÃO E PREVENÇÃO DA CÁRIE DENTÁRIA EM CRIANÇAS

ÁREA TEMÁTICA: Saúde. Resumo

Câmpus de Araçatuba. Plano de Ensino. Docente(s) Suzely Adas Saliba Moimaz, Ronald Jefferson Martins, Renato Moreira Arcieri, Tânia Adas Saliba Rovida

Recomendada. A coleção apresenta eficiência e adequação. Ciências adequados a cada faixa etária, além de

Linha 1: Resposta biológica nas terapias em Odontologia.

ISSN ÁREA TEMÁTICA: (marque uma das opções)

Monitoria como instrumento para a melhoria da qualidade do ensino em Farmacotécnica

TÍTULO: AUTORES INSTITUIÇÃO:

Prefeitura Municipal de Santos

Tecnologia sociais entrevista com Larissa Barros (RTS)

A EMPREGABILIDADE DOS PORTADORES DE NECESSIDADES ESPECIAIS E SUAS IMPLICAÇÕES NA CIDADE DE LINS

DESAFIOS DE UMA PRÁTICA INOVADORA DE EDUCAÇÃO DO CAMPO: REFLEXÃO SOBRE O CURSO TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA COM ÊNFASE EM DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

PLANO DE ENSINO. Departamento. Carga horária ODONTOPEDIATRIA - ODT Odontologia

A INCLUSÃO DOS PORTADORES DE NECESSIDADES ESPECIAIS EDUCATIVAS NAS SÉRIES INICIAIS SOB A VISÃO DO PROFESSOR.

Aula 4 Conceitos Básicos de Estatística. Aula 4 Conceitos básicos de estatística

300 QUESTÕES DE CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS PARA TÉCNICO EM SAÚDE BUCAL

INTERPRETANDO A GEOMETRIA DE RODAS DE UM CARRO: UMA EXPERIÊNCIA COM MODELAGEM MATEMÁTICA

POR QUE FAZER ENGENHARIA FÍSICA NO BRASIL? QUEM ESTÁ CURSANDO ENGENHARIA FÍSICA NA UFSCAR?

Como a palavra mesmo sugere, osteointegração é fazer parte de, ou harmônico com os tecidos biológicos.

DESCRIÇÃO DAS PRÁTICAS DE GESTÃO DA INICIATIVA

SIGNIFICADOS ATRIBUÍDOS ÀS AÇÕES DE FORMAÇÃO CONTINUADA DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DO RECIFE/PE

A Sustentabilidade e a Inovação na formação dos Engenheiros Brasileiros. Prof.Dr. Marco Antônio Dias CEETEPS

AS CONTRIBUIÇÕES DAS VÍDEO AULAS NA FORMAÇÃO DO EDUCANDO.

INTRODUÇÃO. Entendemos por risco a probabilidade de ocorrer um dano como resultado à exposição de um agente químico, físico o biológico.

PROMOVENDO A REEDUCAÇÃO ALIMENTAR EM ESCOLAS NOS MUNICÍPIOS DE UBÁ E TOCANTINS-MG RESUMO

MANUAL PARA PREENCHIMENTO DAS FICHAS

X Encontro Nacional de Educação Matemática Educação Matemática, Cultura e Diversidade Salvador BA, 7 a 9 de Julho de 2010

PEDAGOGO E A PROFISSÃO DO MOMENTO

"UMA BOCA SAUDÁVEL NA IDADE ADULTA DEPENDE DOS CUIDADOS QUE FOREM MANTIDOS DESDE O BERÇO".O que é a Odontopediatria?

Desigualdade Entre Escolas Públicas no Brasil: Um Olhar Inicial

Tema: evasão escolar no ensino superior brasileiro

Organização Curricular e o ensino do currículo: um processo consensuado

PERFIL DA INICIAÇÃO CIENTÍFICA JÚNIOR (ICJ) NAS INSTITUIÇÕES PARTICULARES DE ENSINO DE CAMBORIÚ

COMISSÃO DE TRABALHO, DE ADMINISTRAÇÃO E SERVIÇO PÚBLICO

LISTA DE VERIFICAÇAO DO SISTEMA DE GESTAO DA QUALIDADE

TÍTULO: COMO, PORQUE E PARA QUE FAZER UM PROGRAMA COMUNITÁRIO DE SAÚDE BUCAL: UMA EXPERIÊNCIA EM VÍDEO-ARTESANAL.

IMPLANTAÇÃO DOS PILARES DA MPT NO DESEMPENHO OPERACIONAL EM UM CENTRO DE DISTRIBUIÇÃO DE COSMÉTICOS. XV INIC / XI EPG - UNIVAP 2011

A Organização da Atenção Nutricional: enfrentando a obesidade

Universidade do Estado do Rio de Janeiro Vice-Reitoria Curso de Abordagem da Violência na Atenção Domiciliar Unidade 1 Introdução

A IMPORTÂNCIA DA UTILIZAÇÃO DE JOGOS E MATERIAIS MANIPULATIVOS NO PROCESSO ENSINO/APRENDIZAGEM DE MATEMÁTICA PARA O ENSINO FUNDAMENTAL

Artigo publicado. na edição Assine a revista através do nosso site. maio e junho de 2013

Unidade I. Estrutura e Organização. Infantil. Profa. Ana Lúcia M. Gasbarro

A REGULAMENTAÇÃO DA EAD E O REFLEXO NA OFERTA DE CURSOS PARA FORMAÇÃO DE PROFESSORES

MANUAL DO DENTISTA VOLUNTÁRIO E TERMO DE COMPROMISSO DO DENTISTA DO BEM

A aula de leitura através do olhar do futuro professor de língua portuguesa

AFETA A SAÚDE DAS PESSOAS

TÍTULO: PROJETO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA FACULDADE ANHANGUERA DE ANÁPOLIS

PERFIL EMPREENDEDOR DOS APICULTORES DO MUNICIPIO DE PRUDENTÓPOLIS

EDUCAÇÃO AMBIENTAL & SAÚDE: ABORDANDO O TEMA RECICLAGEM NO CONTEXTO ESCOLAR

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO: ELABORAÇÃO E UTILIZAÇÃO DE PROJETOS PEDAGÓGICOS NO PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM

PROJETO DE LEI N.º 3.466, DE 2012 (Do Sr. Raimundo Gomes de Matos)

FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES 1

PSICOLOGIA E EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: COMPROMISSOS E DESAFIOS

PLANO DE TRABALHO 2011 PROGRAMA DE ATENÇÃO À SAÚDE BUCAL

Informações do Questionário. Programa Autoavaliação Institucional - UFSM Questionário Segmento Egresso

A APRENDIZAGEM DO ALUNO NO PROCESSO DE INCLUSÃO DIGITAL: UM ESTUDO DE CASO

PALAVRAS CHAVE: Promoção de saúde, paciente infantil, extensão

Balanço social: diversidade, participação e segurança do trabalho

A escola para todos: uma reflexão necessária

Autor(es) PAULA CRISTINA MARSON. Co-Autor(es) FERNANDA TORQUETTI WINGETER LIMA THAIS MELEGA TOMÉ. Orientador(es) LEDA R.

FORMAÇÃO DE JOGADORES NO FUTEBOL BRASILEIRO PRECISAMOS MELHORAR O PROCESSO? OUTUBRO / 2013

Projeto Bem-Estar Ambiente, educação e saúde: sustentabilidade local. Tema 9 - Elaboração de projetos de intervenção nas escolas

RELATÓRIO DO TRABALHO DE CAMPO

UTILIZANDO BLOG PARA DIVULGAÇÃO DO PROJETO MAPEAMENTO DE PLANTAS MEDICINAIS RESUMO

Gestão de Instalações Desportivas

Iniciando nossa conversa

O ensino de Ciências e Biologia nas turmas de eja: experiências no município de Sorriso-MT 1

Curso de Formação de Conselheiros em Direitos Humanos Abril Julho/2006

Administração de Pessoas

Pesquisa ação: Um Instrumento utilizado por uma equipe multiprofissional em saúde para capacitação de professores na educação infantil.

PROMOVENDO ATIVIDADES RELACIONADAS À HIGIENE PESSOAL NO ENSINO FUNDAMENTAL

DIAGNÓSTICO SOBRE SAÚDE, SEGURANÇA E EDUCAÇÃO AMBIENTAL EM UMA EMPRESA DE MINERAIS NÃO METÁLICOS DA PARAÍBA

Panorama de 25 anos da mortalidade por Aids no Estado de São Paulo

O que é Programa Rio: Trabalho e Empreendedorismo da Mulher? Quais suas estratégias e ações? Quantas instituições participam da iniciativa?

Estudo do perfil docente nos cursos de odontologia da região Sul

Santarém-Pará 05/2009. Hermes Corrêa Bessa. Universidade Luterana do Brasil Pesquisa e Avaliação

SAÍDA DO MERCADO DE TRABALHO: QUAL É A IDADE?

A FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE MATEMÁTICA À DISTÂNCIA SILVA, Diva Souza UNIVALE GT-19: Educação Matemática

SIMULADO DO TESTE DE RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS

ANÁLISE DOS PROFESSORES DE MATEMÁTICA DE XINGUARA, PARÁ SOBRE O ENSINO DE FRAÇÕES

O COORDENADOR PEDAGÓGICO COMO FORMADOR: TRÊS ASPECTOS PARA CONSIDERAR

BOLSA FAMÍLIA Relatório-SÍNTESE. 53

PROJETO DE LEI N o, DE 2008

Marketing Educacional como manter e captar novos alunos

A HOTELARIA NA CIDADE DE PONTA GROSSA PR: UMA ANÁLISE DO PERFIL DO HÓSPEDE E DA OCUPAÇÃO HOTELEIRA ATRAVÉS DE PROJETO DE EXTENSÃO

Segurança e Saúde dos Trabalhadores

A Aplicação das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) no Ambiente Escolar

A PRESERVAÇÃO DOS ARQUIVOS NO MUNICÍPIO DE PALMITAL (SP)

Denise Fernandes CARETTA Prefeitura Municipal de Taubaté Denise RAMOS Colégio COTET

12 DE JUNHO, DIA DE COMBATE A EXPLORAÇÃO DO TRABALHO INFANTIL: RELATO DE EXPERIÊNCIA NO PIBID DE GEOGRAFIA

Gráfico 1 Jovens matriculados no ProJovem Urbano - Edição Fatia 3;

Satisfação dos consumidores: estudo de caso em um supermercado de Bambuí/MG

Eixo Temático ET Gestão Ambiental PROJETO DE MINIMIZAÇÃO DO IMPACTO AMBIENTAL EM UMA INDÚSTRIA DO ALTO SERTÃO DA PARAÍBA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ SETOR DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS Departamento de Patologia Básica Pós-Graduação em Microbiologia, Parasitologia e Patologia

A GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA

PEDAGOGIA EM AÇÃO: O USO DE PRÁTICAS PEDAGÓGICAS COMO ELEMENTO INDISPENSÁVEL PARA A TRANSFORMAÇÃO DA CONSCIÊNCIA AMBIENTAL

Objetivos das Famílias e os Fundos de Investimento

difusão de idéias A formação do professor como ponto

Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar 2012

Transcrição:

RESUMO Motivados pelo impulso que os métodos preventivos tem tomado nestes últimos anos na prática odontológica, os autores analisaram alguns procedimentos e atitudes preventivas referentes à cárie dentária e à doença periodontal que os dentistas dos serviços público e privado realizam em Natal-RN. Para tanto, utilizou-se um questionário-entrevista apresentado aos 120 profissionais constantes da amostra (50 do serviço público e 70 do privado), por ocasião da visita do pesquisador aos locais de trabalho desses profissionais. Entre os resultados obtidos, alguns devem ser destacados: sobre os selantes, 22% e 71%, respectivamente do serviço público e privado, utilizam-se desse método para prevenir cáries oclusais. Perguntados se usam instrumentos educativos para motivação da clientela, 42% da rede pública contra 61% da rede privada o fazem. Para o tratamento da hipersensibilidade dentinária de colo, diversos materiais foram citados: entre eles o flúor gel e o flúor a 4% (usado em ambos os serviços), o verniz fluoretado, usado por 26% dos profissionais da rede privada, além de outros, como profilaxia com CaOH 2 e otosporin foram também utilizados. Concluiu-se que as cirurgiãsdentistas demonstraram maior valorização dos procedimentos preventivos; que a motivação e estratégias educativas em saúde bucal não são mais exclusividades do serviço privado; e que os entrevistados se mostraram atualizados e capacitados no uso de métodos e técnicas de prevenção, o que redundará certamente em benefícios para a população a médio e longo prazos. Unitermos: prevenção primária atitude comportamento procedimentos clínicos. 52 vol. 11 nº. 2 1999 PREVENÇÃO EM ODONTOLOGIA, UMA QUESTÃO DE ATITUDE: UM PARALELO ENTRE OS SERVIÇOS PÚBLICO E PRIVADO DE NATAL-RN PREVENTION IN DENTISTRY, AN MATTER OF ATTITUDE: A parallel between private and public services in Natal-RN INTRODUÇÃO IRIS DO CÉU CLARA COSTA Professora do Departamento de Odontologia da UFRN, doutoranda da Pós graduação em Odontologia Preventiva e Social, FOAraçatuba-Unesp LECY DE MARIA ARAÚJO GADELHA FERNANDES Professora do Departamento de Odontologia da UFRN ALEXANDRE LEOCÁDIO DA SILVA Bolsista do Pibic-CNPq, Base de Pesquisa Grupo de estudos em saúde bucal, CMOS-UFRN HENRIQUE FARLEY DE ANDRADE NEVES Aluno do curso de graduação em Odontologia, UFRN e colaborador voluntário da pesquisa A cárie dentária é uma doença multifatorial, sacarose dependente, infecciosa, transmissível entre humanos, que ocorre nos tecidos calcificados dos dentes. Caracteriza-se pela desmineralização da parte orgânica do dente, sendo a mais prevalente das doenças crônicas que afetam a raça humana. Por sua vez, a doença periodontal, conhecida desde a Antiguidade, inicia-se como uma pequena alteração inflamatória localizada, que, se não for tratada adequadamente, pode progredir gradualmente até o osso alveolar ser reabsorvido e o dente esfoliado. 18;20;29 Constituindo, pois, os dois maiores problemas de saúde pública em Odontologia, a cárie dentária e a doença periodontal atingem praticamente toda a população, tendo, portanto, uma magnitude bastante significativa. Ambas são responsáveis pela extração de aproximadamente igual número de dentes, sendo a cárie e a doença periodontal as importantes causadoras de perdas dentárias, antes e depois dos 30 anos de idade respectivamente. A Odontologia moderna por sua vez, fundamentada nas inúmeras pesquisas com relatos de conhecimentos e técnicas que proporcionam a prevenção das doenças que causam perda dentária, deveria estar voltada efetivamente para a prevenção dessas doenças, visto que já está devidamente comprovado na literatura científica que a cárie e a doença periodontal podem ser controladas e prevenidas. 25 A Odontologia como um todo, salvo pequenas exceções, ainda utiliza dois terços do tempo de formação de um cirurgião-dentista ensinando-lhe a tratar as conseqüências, e não as causas da doença cárie. É mister e urgente que haja uma reformulação nos currículos odontológicos, o que redundará na formação de profissionais mais conscientes e preparados para enfrentar uma população cada vez mais ativa e reinvidicadora dos seus direitos, além de mudanças no perfil, diagnóstico e tratamento da doença cárie, as quais não poderão ser ignoradas na construção dessa nova grade curricular. O novo profissional da Odontologia deverá estar preparado para inovar e criar situações que despertem o interesse das pessoas, no sentido de melhor proteger e preservar a sua própria saúde.

Mais do que conhecimento científico e proficiência técnica, ele terá de passar de curador de doenças a educador. 27 Ainda para Saba-Chujfi, 27 esse profissional deverá estar preparado para, enquanto educador, motivar seu paciente, seja este do serviço público ou do privado, pois isso é mais importante do que qualquer escova, técnica ou orientação fornecida. Diversos autores, como Botelho et al., 5 Couto et al., 11 Gomes et al., 15 Gonçalves et al., 16 Pereira 23 e Todescan et al., 30 relatam que, embora a escovação seja o meio mais difundido e universalmente recomendado para a remoção mecânica da placa, não se conhecem técnicas e nem escovas ideais que, por si só, promova uma higienização perfeita. Todo esse aparato técnico tem de estar associado à motivação consciente do paciente. Assim, quanto mais se esclarecer, orientar, informar, mais perto estaremos do controle consciente das doenças placogênicas. Para Pereira et al., 24 o controle mecânico da placa bacteriana constitui-se num método de eleição universal, integrante e indispensável em qualquer tratamento odontológico que se pratica nos dias de hoje. É inconcebível que o paciente não seja orientado a respeito da limpeza de sua própria boca. Felizmente, a exemplo dos países do primeiro mundo e recentemente aqui no Brasil, uma forte onda preventiva envolvendo a saúde bucal está surgindo nos consultórios privados, no serviço público, passando pelas residências, escolas e mídia, nos quais a Odontologia preventiva começa a ocupar o seu espaço. Partindo do impulso que a prevenção vem tomando nestes últimos anos, esta pesquisa propôs-se a analisar alguns procedimentos e atitudes preventivas referentes à cárie dentária e à doença periodontal, que os dentistas dos serviços público e privado da cidade do Natal- RN realizam no seu dia-a-dia, observando ao mesmo tempo a influência que a prevenção exerce nas tomadas de decisões da sua prática clínica. MATERIAL E MÉTODOS Dos cirurgiões-dentistas cadastrados no Conselho Regional de Odontologia- RN, foi selecionada, através da tabela de números aleatórios, uma amostra composta de 120 profissionais, distribuída da seguinte forma: 70 profissionais do serviço privado e 50 do serviço público. Tevese o cuidado de, tanto quanto possível, ter elementos amostrais dos quatro distritos sanitários que integram a estrutura da Secretaria Municipal de Saúde de Natal, segundo listagem da Coordenadoria de Vigilância Sanitária, procurando-se obter, assim, uma maior representatividade. Usou-se como instrumento de coleta de dados um questionário-entrevista contendo perguntas abertas e fechadas, que era preenchido pelos dentistas durante visitas pessoais dos pesquisadores aos consultórios. Concluída a coleta de dados, foi feita a análise estatística, através do Programa Epi Info 6.0, cujos resultados encontramse apresentados sob forma de gráficos e tabelas constantes da discussão. RESULTADOS E DISCUSSÃO A análise das respostas obtidas a partir dos questionários nos forneceu os seguintes resultados: TABELA 1. Tempo de formado dos Cirurgiões Dentistas nos serviços público e privado em Natal-RN,1997. SERVIÇO TEMPO DE FORMADO Até 5 anos De 5 a 10 anos Mais de 10 anos Público 2% 24% 74% Privado 18,50% 21,50% 60% Observa-se na tabela 1 que a maioria dos dentistas do serviço público (74%) e privado (60%) tem acima de 10 anos de formado. No serviço público, apenas 2% estão formados há 5 anos, enquanto no serviço privado o grupo que formou-se entre 5 e 10 anos se equipara ao do público, tendo em ambos cerca de 20% de profissionais com essa característica. Dos 120 dentistas pesquisados, os formados entre 5 e 10 anos e os com mais de Quanto mais se esclarecer, orientar, informar, mais perto estaremos do controle consciente das doenças placogênicas. vol. 11 nº. 2 1999 53

Será que a maturidade profissional consolida valores atitudinais despertados ainda na graduação? TABELA 2. Influência do tempo de formado na realização de atividades preventivas por dentistas de Natal-RN, 1997. TEMPO DE FORMADO ATIVIDADE Revela placa Técnica de escovação Selantes Educação para a saúde Até 5 anos 11 14 10 11 De 5 a 10 anos 18 24 13 17 Mais de 10 anos 43 75 37 36 10 anos de profissão mostraram performance bem interessante no que se refere às atividades preventivas por eles realizadas. Perguntados sobre os procedimentos de prevenção que mais desenvolviam na rotina clínica, quatro foram os mais enumerados: revelam placa, ensinam técnica correta de escovação, utilizam selantes e fazem educação para a saúde. A tabela 2 traz esses resultados, apresentados com números absolutos, pois em certos momentos as atividades se superpõem, ou seja, alguns profissionais executam mais de uma das atividades preventivas mencionadas e, por vezes, realizam todas elas no dia a dia. Surpreendeu o fato dos formados acima de 10 anos apresentarem interesse tão significativo por atividades preventivas. Será que a maturidade profissional consolida valores atitudinais despertados ainda na graduação? Ou a própria maturidade leva os profissionais a acompanharem as principais tendências da profissão que escolheram? Verificou-se que o sexo feminino é predominante no serviço público (78%) e no privado (67%), com forte participação Gráfico 1. Atividades preventivas realizadas pelos dentistas de Natal-RN, segundo o sexo, 1997. Gráfico 1 Masculino Revela Placa Técnica escovação Selantes Educação para a saúde Feminino deste também na profissão odontológica, acompanhando a crescente tendência de feminilização das profissões do setor saúde encontrada por Cardoso & Sampaio 6 e Costa et al. 7;10 Quando confrontada a influência do sexo com as atividades preventivas realizadas, ficou evidente o maior empenho em sua realização pelas dentistas, conforme mostra o gráfico 1, apontando a valorização da prevenção e educação por essa parcela de profissionais. Sobre a educação e motivação, Bervique & Medeiros 1 dizem que educar do ponto de vista odontológico não é um processo que se reduz pura e simplesmente à utilização de um instrumento educativo. Ao contrário, como processo, exige a construção de atitudes a partir do engajamento da clientela motivada. Por sua vez, Costa & Alburquerque 8 a respeito de motivação da clientela relatam que esta deve ser estimulada em todos os níveis, individual, familiar e comunitário, para que as informações sejam assim reforçadas e multiplicadas o maior número de vezes possível, visto que educação/motivação deve ser um processo contínuo e permanente. Considerando a educação/motivação um forte passo na promoção da saúde, Bittencourt, 4 Botelho et al. 5 e Moreira et al. 20 comentam que, além de uma boa parcela de profissionais estarem atuantes nessa área, já se observa na população a mudança do paradigma de comportamento atitudinal, o que é bom para a profissão e para as pessoas, que ficam mais receptivas às mudanças que possam lhes trazer saúde. Botelho et al. 5 a esse respeito descrevem a motivação como sendo a base da prevenção que, por sua vez, deve estar inserida na filosofia de trabalho, na qual 54 vol. 11 nº. 2 1999

o profissional fundamenta toda a sua rotina clínica. Com relação à aplicação tópica de flúor, observou-se que esta é uma prática comum para os dentistas da rede pública (90%) e da rede privada (97%). Na pública, o flúor-gel é a única forma utilizada, enquanto na rede privada, dos 97% que fazem aplicação tópica de flúor, 7% prescrevem flúor para uso tópico na forma de bochechos, representados principalmente pelas fórmulas comerciais existentes no mercado. A preferência pela forma gel pode se dar em função de sua maior disponibilidade comercial e, no caso do serviço público, por ser a única forma geralmente existente nas unidades de saúde. A rotina de evidenciação da placa bacteriana é mais comum no serviço privado (74%) quando comparado ao público, no qual 42% afirmam realizá-la. Com isso percebe-se uma maior preocupação, no sentido de educar e motivar o paciente, para a boa higiene oral no serviço privado. Entretanto, mesmo com percentual mais baixo no serviço público, é extremamente interessante ressaltar a utilização dessa prática nele, o que valoriza a demanda e o serviço, uma vez que essa estratégia de motivação durante muitos anos foi exclusiva do consultório particular. Isso mostra, por parte dos profissionais, uma incorporação de atitudes favoráveis à educação em saúde bucal, instrumento básico em qualquer programação da Odontologia preventiva. A esse respeito, alguns autores relatam atitudes similares por parte dos profissionais pesquisados em seus estudos. 5;15;19;20;24 Quanto à orientação de uma técnica correta de escovação, observou-se que 38% dos profissionais do serviço público e 46% da rede privada não seguem uma técnica única, fazendo uso de uma associação delas, de acordo com a necessidade do paciente. Essa atitude vem ao encontro do conhecimento atual do controle mecânico da placa, quanto a se conseguir promover a melhor limpeza nos dentes e gengiva sem causar danos a ambos e a melhor maneira que o paciente possa executá-la. 15;18 Complementando a remoção mecânica da placa, a maior parte dos entrevistados da rede pública (88%) e do serviço privado (97,1%) afirma ensinar o uso correto do fio dental, o que demonstra o interesse na procura de um melhor padrão de higiene oral buscado por esses profissionais para seus pacientes, visto que o uso correto do fio dental é um complemento indispensável na eliminação e/ou controle da placa dos espaços interdentais, já que a escovação sozinha não a remove nesses nichos. Procedimentos similares foram desenvolvidos e/ou encontrados nos trabalhos de outros autores, como Couto et al., 11 Gomes et al. 15 e Moimaz et al. 19 Nesse aspecto, Saba-Chujfi 28 descreve que a motivação deve incluir, além do controle mecânico da placa, o controle químico quando necessário, o controle da dieta se oportuno e uma boa orientação de higiene oral, passos considerados extremamente importantes para controlar a placa e diminuir a incidência das doenças placogênicas. No que se refere à utilização de selantes, sabe-se que o selamento oclusal é um método seguro e eficaz, protetor das áreas mais susceptíveis à cárie, as faces oclusais, porém, que requer controle periódico para a sua manutenção. No serviço público, a maioria dos profissionais não utiliza selantes (78%), até porque nem sempre esses profissionais dispõem deles nas unidades de saúde (gráfico 2), e os que utilizam (22%) têm o fotopolimerizável como o mais usado. Quando inda- Gráfico 2. Uso de selantes por dentistas do serviço de saúde de Natal - RN, 1997. Gráfico 2 Público Sim Não Privado Percebe-se uma maior preocupação, no sentido de educar e motivar o paciente, para a boa higiene oral no serviço privado. vol. 11 nº. 2 1999 55

A prescrição do flúor para ingestão também parece ser um fato muito longe da realidade dos profissionais pesquisados. TABELA 3. Indicações do uso de selantes, segundo dentistas dos serviços de saúde de Natal-RN, 1997. SERVIÇO gados quanto às indicações do uso de selante, a tabela 3 mostra as que mais prevaleceram em ambos os serviços. Um aspecto que amplia o uso dos selantes, e não citado por nenhum entrevistado, é a sua utilização como cariostático em cáries incipientes, indicação essa que está sendo bastante incrementado nos dias atuais. 9;26 A raspagem de cálculo e polimento coronário foi, dentre as atividades preventivas analisadas, a que teve maior percentual no serviço privado (95,7%) e grande percentual também no serviço público (84%), demonstrando a preocupação dos profissionais em eliminar os principais fatores etiológicos da cárie dentária e doença periodontal. Um trabalho de natureza semelhante, de autoria de Vertuan 31, reitera os resultados encontrados na nossa pesquisa, no que diz respeito à raspagem de cálculo e polimento, procedimento preventivo bastante corriqueiro na prática odontológica de ambos os serviços. Quando questionados sobre prescrição de dentifrícios, a maior parte dos dentistas não indica preferência por nenhuma marca comercial, alegando que o fato de conter flúor torna as diversas marcas equivalentes. Alguns citaram que o acréscimo de bicarbonato de sódio à composição seria um fator a se levar em conta na escolha. Já em situações especiais, como hipersensibilidade de colo dentário e/ou gengivite, muitos fizeram referências à prescrição de alguns dentifrícios, como Flogoral, Philips, Fluortrat, Sensodyne etc., baseados apenas em informações recebidas em congressos ou por benefícios e resultados observados na prática clínica. Alguns dentistas da rede privada comentaram que a ação mecânica da escova era o mais importante, enquanto outros do INDICAÇÕES DO USO DE SELANTES serviço público alegaram a condição financeira dos pacientes para explicar o fato de não prescrever. Observou que, na verdade, não há prescrição, apesar de estar provado cientificamente que os dentifrícios fluoretados quando usados diariamente produzem um efeito tópico satisfatório, 25 além de serem apontados como principais responsáveis pelo declínio da cárie nos países do primeiro mundo nestes últimos dez anos. 12;14;25 Por tudo isso, uma informação mais consistente sobre dentifrício deveria ser dada aos pacientes de uma maneira geral, fortalecendo seu importante papel como veiculador do íon flúor em pequenas doses e de maneira constante, que é a forma mais indicada do uso desse elemento como participante do processo de desmineralização e remineralização (processo DES/RE). Por outro lado, a prescrição do flúor para ingestão também parece ser um fato muito longe da realidade dos profissionais pesquisados. Quando questionados nesse sentido, 98% daqueles que estão no serviço público e 98,6% no privado responderam não prescrever o flúor para ingestão. Na rede pública, os argumentos para tal fato são em maior destaque: falta de conhecimento do profissional (37,5%), indisponibilidade do flúor no mercado (20,8%) e preferência pelo método tópico, além da dificuldade do controle do uso pelo paciente (14,5%). Já no serviço privado os argumentos que merecem destaque são: falta de conhecimento/informação do profissional (28,9%), preferência pelo tópico (28,9%) e achar desnecessário (17,3%), além da dificuldade do controle por parte do paciente (14,4%). O tratamento médico pré-natal foi também referido como argumento para a não-prescrição. Da pequena minoria que prescreve, o Flúorgot Dente hígido Recém erupcion. Alto risco de cárie Cárie incipiente Até 14 anos Cicatr. e fiss. prof Não definiu critério Público 5 5 1 2 0 1 0 Privado 15 10 4 9 8 4 1 56 vol. 11 nº. 2 1999

e o Natalins com flúor foram os preferidos. As respostas obtidas sobre flúor sistêmico, especialmente os compostos pré-natal, mostram que essa questão deve ser melhor esclarecida junto aos dentistas, quando eles dizem que o médico já prescreve ou que ele mesmo não sabe prescrever com segurança (37,5%), ou ainda que acha desnecessário (17,3%). A esse respeito, já está provado que o flúor pré-natal complexado, como o Natalins com flúor, combina-se com as vitaminas e sais minerais da própria fórmula, formando complexos insolúveis que inviabilizam tanto a absorção do flúor quanto do cálcio, fósforo e outros componentes necessários ao desenvolvimento do feto. Então, se há necessidade de prescrição, que seja feita com flúor puro, sem combinações, tipo Flúornatrium, por exemplo. 13;14 Por isso, é importante que o dentista tenha esse conhecimento atualizado, pois, se ele que é o profissional da área não o tiver, como poderá trocar idéias com o médico que acompanha a gestante? O ensino do controle da dieta, apesar da grande validade para promover uma boa saúde bucal e ser fundamental em programas que visem a promoção da saúde, ainda não recebe a devida atenção dos dentistas pesquisados, pois embora 66,0% e 65,7% da rede pública e privada, respectivamente, orientem os pacientes, esta recomendação é puramente verbal e apenas 6% utilizam instrumentos educativos para tal. Pouca ênfase foi dada aos aspectos freqüência de ingestão e consistência da dieta, embora na literatura existam estudos clássicos, como o de Vipeholm e Hopewod House, sobre a influência como fatores determinantes da doença cárie. 17;21 Foi também observado pouco ou quase nenhum uso de estratégias metodológicas de persuasão, como emprego de tabela dietética, guia de dieta de 24 horas (relógio da dieta), instrumentos tão valiosos e ao mesmo tempo simples no sentido de motivar o paciente, na tentativa de uma programação de dieta adequada, do ponto de vista da cariogenicidade dos alimentos. No que tange à utilização de instrumentos educativos utilizados na motivação do paciente, a tabela 4 mostra os diferentes recursos pedagógicos usados. Não se pode imaginar que a atitude preventiva possa surgir nas pessoas num estalar de dedos. Claro que postura envolve comportamento, e este, por sua vez, redunda em fatores socioeconômicos e culturais, crenças, valores que fazem parte do dia-a-dia das pessoas, ou seja, a mudança ou o surgimento de uma atitude preventiva deve envolver não apenas o indivíduo, mas a escola, a família, a comunidade como um todo, para que de fato essa atitude seja reforçada no dia-a-dia e possa finalmente se transformar em hábito. 2;3;8 TABELA 4. Instrumento educativo utilizado pelos dentistas dos serviços de saúde de Natal-RN,1997na motivação dos pacientes. Serviço INSTRUMENTO EDUCATIVO Slide Vídeo Cartaz Macromod. Outros Não usa Público 3 4 14 8 1 29 Privado 4 8 13 38 7 26 TABELA 5. Tratamento da hipersensibilidade a nível de colo dentário, feito por dentistas da rede pública e privada em Natal-RN, 1997. MATERIAL Público SERVIÇO Privado Verniz 1 18 Flúor 4% 6 32 Flúor gel 29 21 Flúor 10% e 20% 5 7 Prof. c/ CaOH 2 2 2 Dentifrício 3 4 Otosporin 2 0 Restauração 0 4 Finalmente, quando questionados sobre o que utilizam no tratamento da hipersensibilidade dentinária de colo dentário, vejamos na tabela 5 as respostas obtidas. O tratamento para a hipersensibilidade do colo dentário é bastante variado, sendo o mais usado no serviço público o flúor-gel (52,0%), acompanhado do flúor a 4% (12,0%), além de muitas outras formas, como profilaxia com O tratamento para a hipersensibilidade do colo dentário é bastante variado, sendo o mais usado no serviço público o flúor-gel (52,0%). vol. 11 nº. 2 1999 57

Há uma preocupação significativa na importância da orientação quanto ao uso correto do fio dental e à forma de escovação eficiente. hidróxido de cálcio (CaOH 2 ), verniz etc. Apenas uma pequena parcela (20,0%) não utiliza nenhuma terapia nesses casos. Já na rede privada, o tratamento mais usado é o flúor a 4% (45,7%), seguido do flúorgel (30,0%) e do verniz fluorado (25,7%), entre outros. O medicamento Otosporin também foi referido como alternativa de terapia para esse caso, à semelhança da dessensibilização usada na endodontia. Algumas das técnicas terapêuticas para hipersensibilidade e apontadas pelos profissionais pesquisados são usadas por eles de forma associada, tendo sido também relatadas similarmente por Pashley. 22 CONCLUSÕES Através da análise e discussão dos resultados, podemos concluir que a participação de profissionais do sexo feminino foi bastante significativa nos serviços público (78%) e privado (67%). Essas profissionais se mostraram mais sensíveis em dar à prevenção, bem como a todos os métodos e técnicas usados nessa área do conhecimento, o seu devido valor, em prol da promoção da saúde dos seus pacientes. Estratégias de motivação e educação em saúde bucal da clientela já não são mais exclusividade do serviço privado, tomando grande impulso no serviço público, fato este que resultará certamente numa maior preservação e manutenção da saúde de uma parcela da população, antes desassistida de qualquer atenção odontológica. Há uma preocupação significativa na importância da orientação quanto ao uso correto do fio dental e à forma de escovação eficiente, tanto no serviço privado quanto no público, sem a preocupação pura e simplesmente de ensinar técnicas. Um maior tempo de formado não serviu de pretexto para uma consciência não voltada para a prevenção, visto que a maior parcela dos entrevistados faz parte desse grupo (acima de 10 anos) e, mesmo assim, mostraram-se atualizados e capacitados quanto ao uso de conhecimentos e técnicas corretas de prevenção, como uso de selantes, revelação de placa, tratamento de hipersensibilidade de colo dentário e motivação do paciente, entre outros. Nas atitudes dos profissionais pesquisados, a promoção da saúde teve saldo positivo, o que redundará certamente em melhores níveis de saúde bucal a médio e longo prazo, o que aliás já começa a se observar segundo o último levantamento epidemiológico de 1996, realizado nas capitais brasileiras, o qual, apesar de ter tido falhas na seleção da amostra, na calibração etc., indicou que o índice CPO-D aos 12 anos sofreu um declínio considerável no universo populacional pesquisado. Esses resultados provavelmente são reflexos das medidas preventivas implantadas e implementadas nestes últimos dez anos na rede de prestação dos serviços público e privado, bem como das discussões da mudança de paradigma na formação do cirurgião-dentista e das reformas curriculares, iniciadas em várias escolas de Odontologia, inclusive naquela da qual os profissionais pesquisados são oriundos. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. BERVIQUE, J.A. & MEDEIROS, E.P.G. Multimeios para a educação odontológica do paciente, In: Manual Técnico: Prevenção Clínica. p. 4, Porto Alegre: Inodon 1992. 2.. Estágios de desenvolvimento da atitude preventiva, In: Manual Técnico: prevenção clínica. p. 8, Porto Alegre: Inodon. 1992. 3.. Paciente Educado, Cliente Assegurado: uma proposta de educação odontológica do paciente. São Paulo: Santos, 1986, 150p. 4. BITTENCOURT, M. Como montar um centro de Odontologia preventiva. In: Manual técnico: Prevenção Clínica, p. 2, Porto Alegre: INODON, 1992. 5. BOTELHO, E.M.; ISABEL, M.R.S.; COSTA, N.H.Q.P.; SÁ, P.R.P.; DUMANS, S.F. & BRETZ, W.A.G. Motivação em Odontologia Preventiva. OM. v. 3, n. 11/12, pp. 15-23, nov./dez., 1981. 6. CARDOSO, R.C.L. & SAMPAIO, H. Estudantes universitários e o trabalho. Rev. Br. Ci. Sociais. V. 9, n. 26, pp. 30-50, 1994. 58 vol. 11 nº. 2 1999

7. COSTA, B.; STEGUN, R.C. & TODESCAN, R. Realização profissional: uma avaliação entre os dentistas na grande São Paulo. Rev. Assoc. Paul. Cir. Dent. v. 46, n. 6, pp. 909-913, 1992. 8. COSTA, I.C.C. & ALBUQUERQUE, A.J. Educação para a saúde. In: Odontologia preventiva e social: textos selecionados. Cap. 17., Natal: EDUFRN, 1997. 9. COSTA, I.C.C. & ARAÚJO, O.O.L. Selantes. In: Odontologia preventiva e social: textos selecionados. Cap. 14, Natal: EDUFRN, 1997. 10. COSTA, I.C.C., MARCELINO, G. & SALIBA, N.A. Análise das perspectivas de um grupo de alunos de Odontologia sobre mercado de trabalho e futuro profissional no terceiro milênio. Rev. da Aboprev [no prelo], 1998. 11. COUTO, J.L.; COUTO, R.S. & DUARTE, C.A. Motivação do paciente: avaliação dos recursos didáticos de motivação utilizados para a prevenção da cárie e doença periodontal. RGO, v. 40, n. 2, pp. 143-150, mar./abr., 1992. 12. FEHR, F.V. D. Epidemiologia da cárie. In: THYLSTRUP, A. & FEJERSKOV, O. Tratado de cariologia. Cap. 14. pp. 258-280. Rio de Janeiro: Cultura médica, 1988. 13. FERNANDES, L.M.A.G. & CURY, J.A. Avaliação metabólica do flúor pré-natal. Rev. Br. Med. v. 50, n. 11, pp. 1.546-1.554, 1993. 14. FERNANDES, L.M.A.G. Avaliação metabólica de adição de Flúor a composto pré-natais. Natal, 1989. Dissertação (mestrado). Curso de Mestrado em Odontologia Social-UFRN, 15. GOMES, A.S.; GIANLUPI, EM. & ABREU, C.B. A importância da conscientização e da prática preventiva em Odontologia. Rev. Odonto. Ciência, v. 8, n. 16, pp. 115-125, 1993. 16. GONÇALVES, R.M.G. & SILVA, R.H.H. Experiência de um programa educativopreventivo: instituído na Fundação Catarinense do Bem-estar do menor. RGO, v. 40, n. 2, pp. 97-100, mar/abr., 1992. 17. KRAMER, P.F.; FELDENS, C.A. & ROMA- NO, A.R. Tratamento não invasivo. In: Promoção de saúde bucal em Odontopediatria: diagnóstico, prevenção e tratamento da cárie oclusal. Cap. 6. São Paulo: Artes médicas, 1997. 18. MICHELI, G.S.R. & CARVALHO, J.C.C. Recursos para o controle da placa bacteriana. Rev. Assoc. Paul. Cir. Dent. v. 40, n. 5, set/ out: 346-52, 1986. 19. MOIMAZ, S.A.S.; SALIBA, N.A.; SALIBA, O. & ALMEIDA, J.C.A. Educação para saúde bucal e prevenção: avaliação entre Cirurgiões-Dentistas de serviços público e particular. R.G.O., v. 42, n. 2, pp. 71-74, mar./ abr., 1994. 20. MOREIRA, S.G. & HAHN, M.A. A importância dos hábitos de higiene bucal: em programas que visam a promoção de saúde. R.G.O., v. 42, n. 3, pp. 161-163, mai./ jun., 1994. 21. NEWBRUN, E. Cariologia. pp. 17-49, 291-307, 308-26, São Paulo: Santos.1988. 22. PASHLEY, D.H. Dentinal sensitivity: a new treatment perspective for on age-old problem. J. Clin. Dent., v. 5, pp. 65-101, 1994 (Special Issue). 23. PEREIRA, O.L. Medidas preventivas praticadas nos consultórios particulares. In: Manual Técnico: prevenção clínica. p. 21, Porto Alegre: Inodon., 1992. 24. PEREIRA, O.L.; LOFFREDO, L.C.M.; GON- ÇALVES, J.R. & MOURA, L.J. Educação sobre higiene bucal e índice de placa: avaliação de um programa de motivação em policiais militares de Araraquara/SP. R.G.O., v. 40, n. 6, pp. 421-422, nov./dez., 1992. 25. PINTO, V.G. Saúde Bucal: Odontologia Social e Preventiva. pp. 347-358, 3ª Ed. São Paulo: Santos, 1992. 26. ROSIELLO, A.S. & ROSIELLO, S.L. Selantes Oclusais: ação sobre cáries incipientes. Rev. Paul. Odont., São Paulo, v. 11, n. 1, pp. 4-9, 1990. 27. SABA-CHUJFI, E. Avaliação de diferentes métodos para a educação da higiene bucal. In: Manual Técnico: prevenção clínica. p. 6, Porto Alegre: Inodon. 1992. 28. SABA-CHUJFI, E.; SILVA, E.C.Q.; SABA, M.E.C. & SARIAN, R. Avaliação dos métodos de motivação/educação em higiene bucal: aplicados em adolescentes de 12 a 16 anos de idade. R.G.O., v. 40, n. 2, pp. 87-90, mar./abr., 1992. 29. THYLSTRUP, A. & FEJERSKOV, O. Patologia da cárie. In: Tratado de cariologia. cap. 11, pp. 194-223, Rio de Janeiro: Cultura Médica, 1988. 30. TODESCAN, J.H. & TODESCAN, C.G. Compliance: cooperação consciente. Rev. Assoc. Paul. Cir. Dent., v. 43, n. 3, pp. 125-127, mai./jun., 1989. 31. VERTUAN, V. Prevenção da cárie e doença periodontal no consultório. R.G.O. v. 31, n. 4, pp. 313-315, out./dez., 1983. SUMMARY Due to the widespread use of dental preventive procedures among clinicians, this paper analysis the attitudes and use patterns of preventive methods by public and private dentists in Natal-RN. One hundred and twenty dentists (50 from the public services and 70 from private practice) answered a questionnaire at their place of work. The results showed that pit and fissure sealants are used by 22% of public dentists whereas 71% of the private dentists use it routinely. The use of oral health education to motivate patients into adopting preventive behaviors was claimed by 42% of the public service dentists as opposed to 61% of private dentists. For the treatment of dentine sensitivity the following-products were mentioned: stannous fluoride gel 4%, fluoridated varnish (used by 26% of private dentists), calcium hydroxide (prophylactic use)and otosporin. Female dentists were more prone to use preventive procedures. This study demonstrates that oral health education and motivation of patients can no longer be considered a service offered by private dentists only. Overall, public and private dentists demonstrated to be knowledgeable about preventive procedures. These findings suggest medium and long term improvements in the oral health of the population. Uniterms: primary prevention attitude behavior clinical procedures. vol. 11 nº. 2 1999 59