Docência de música em escolas de educação básica: um diálogo com a literatura. Comunicação

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Transcrição:

Docência de música em escolas de educação básica: um diálogo com a literatura Comunicação Arthur de Souza Figueirôa Universidade de Brasília UnB arthur_figueiroa@hotmail.com Delmary Vasconcelos de Abreu Universidade de Brasília delmaryabreu@gmail.com Resumo: Esta comunicação diz respeito à análise da revisão de literatura de uma pesquisa de mestrado em andamento cujo tema consiste em Histórias de Vida de professores de música de educação básica. O foco está centrado na temporalidade da experiência profissional no contexto escolar de professores de música com mais de 20 anos de atuação em escolas de educação básica. O objetivo geral da pesquisa é compreender como esses professores constroem laços com escola de educação básica. Foi tomado como pressuposto teóricometodológico o método da Pesquisa (Auto) Biográfica, cuja fonte para análise incide das entrevistas narrativas (auto)biográficas. Trago para este trabalho o diálogo com a literatura da área de Educação Musical que tem sustentado a construção do objeto da pesquisa em andamento, cujas Histórias de Vida de professores de música podem se tornar objeto de reflexão para a área, contribuindo para um ponto de vista histórico trazendo os laços construídos com a escola; e de um ponto de vista epistemológico o reconhecimento da tomada de consciência histórica que se realiza com as narrativas. Portanto, é possível que ao responder aos objetivos da pesquisa, traga-se dimensões da docência de música de profissionais que estão ligados histórico-socialmente numa rede que tecem e são tecidos pela sua história de vida com a escola. Palavras chave: Docência de música de educação básica. Análise crítica. Estado do Conhecimento. INTRODUÇÃO Esta comunicação diz respeito à análise da revisão de literatura de uma pesquisa de mestrado em andamento cujo tema consiste em Histórias de Vida de professores de música de educação básica. O foco na temporalidade da experiência profissional no contexto escolar de professores de música com mais de 20 anos de atuação em escolas de educação básica. O objetivo geral da pesquisa é compreender como esses professores constroem laços com escola

de educação básica. Foi tomado como pressupostos teórico-metodológicos o método da Pesquisa (Auto) Biográfica, cuja fonte para análise incide das entrevistas narrativas (auto)biográficas. Trago para este trabalho o diálogo com a literatura da área de Educação Musical que tem sustentado a construção do objeto da pesquisa em andamento. Acredito que ao fazer uma análise do que a literatura da área tem abordado sobre o tema da pesquisa e quais as lacunas que ainda precisam ser investigadas será possível avançar no estado do conhecimento sobre a educação musical escolar, especificamente no trabalho docente de música no contexto das escolas de educação básica. A DOCÊNCIA DE MÚSICA COMO FOCO A educação musical escolar tem sido investigada por diferentes enfoques como políticas educacionais; formação de professores; concepções e práticas de ensino e sobre o trabalho docente de música, essa última foco do meu interesse de pesquisa, (ABREU, 2015; ABREU, 2011; BEINEKE, 2000; DEL-BEN, 2001; GAULKE, 2013; GONÇALVES, 2009; MACHADO, 2014, 2003). São várias as pesquisas que tratam das práticas e concepções pedagógicas de professores de música que atuam em escolas de educação básica. Na discussão trazida por Beineke (2000), o conhecimento prático pessoal, que é o conhecimento imbuído com todas as experiências que formam a pessoa, é guiado por três orientações principais, sendo elas a situacional, a pessoal e a social. Para a autora, as práticas musicais são guiadas por um conhecimento musical articulado com orientações que envolvem aspectos situacionais, pessoais e sociais. Em cada professor participante de sua pesquisa foi possível perceber diferenças nas orientações, contudo as orientações pessoais parecem ser as mais presentes nos professores, e que mais facilmente podem ser tomadas como verdades incontestes pelo educador musical (p. 169), principalmente em relação às suas concepções sobre música e conhecimento musical. Parece-me que essas concepções estão fortemente relacionadas às vivências musicais do professor, de como ele se relaciona com música. Quando essas

concepções não são conscientes, os processos reflexivos não são acionados, podendo levar à reprodução de padrões e a uma automatização das práticas. Tomando esse conjunto de orientações que norteiam as práticas de professores de música suscita em mim certa curiosidade de saber até que ponto esse conhecimento prático pessoal, isto é, cada professor com suas singularidades está implicado com esses contextos escolares de modo que essas orientações que guiam as práticas emergem de algo construído no e pelo contexto escolar. Acredito que só o professor que se constrói com esse espaço é que pode se deixar guiar por orientações situacionais emergidas do contexto. Mas, essa minha percepção está sendo investigada na pesquisa, entendendo que há de se ter clareza por parte dos professores que esse tipo de práticas é exclusiva de quem é docente de música de escola. Nesse contexto, Del-Ben (2001) buscou compreender como as concepções e ações configuram a prática pedagógico-musical de professoras de música em escolas de ensino fundamental de Porto Alegre/RS. Para a compreensão dessas concepções e ações a autora identificou certos construtos subjacentes às suas concepções e ações. Esses construtos consistem em abstrações referentes à natureza da música, a processos de ensino e/ou aprendizagem de música, e a partir deles que as concepções e ações de cada professora adquirem significado. Essas concepções e ações são sustentadas por um conjunto de construtos, chamados pela autora por quadro de referência ou teoria subjetiva de educação musical. Para a autora, é uma teoria subjetiva, uma vez que percebe nas professoras de música investigadas a presença de teorias da educação musical pressupostas no seu trabalho musical e em suas concepções e ações, ainda que de forma inconsciente ou não reconhecida por parte dessas professoras. Isso não se traduz na falta de reflexão de seu trabalho por parte dessas professoras, pelo contrário, elas se mostraram na pesquisa bastante reflexivas sobre o que pensam e fazem. Os respectivos quadros de referência e as concepções e ações por elas sustentadas têm como função fundamentar e orientar seu trabalho em sala de aula. É a partir deles que as professoras planejam suas aulas, selecionam o repertório a ser trabalhado, definem as atividades a serem desenvolvidas com os alunos, estabelecem objetivos para essas atividades, observam e interpretam as ações e o discurso de seus alunos, avaliam seu próprio trabalho,

apontam problemas quanto à forma como a escola se relaciona com a aula de música, mencionam dificuldades a serem trabalhadas, levantam problemas e necessidades a serem superados. Os construtos identificados pela pesquisadora, no discurso das professoras entrevistadas, apresentam um caráter prático voltado para a experiência e interpretação da vida cotidiana, e a partir dessa experiência e interpretação que esses construtos vão sendo elaborados, validados, abandonados e/ou transformados. Constituem, assim, um corpo de conhecimento que, numa relação dialética, ao mesmo tempo que se dirige à prática, dela se alimenta, à medida que é construído ao longo das experiências vividas pelas professoras. Nessa direção, penso que as concepções e ações de professores são construtos que se sustentam quando ligados às experiências ressignificadas no interior da escola. E, de acordo com a pesquisa de Del-Ben (2001), as professoras se mostram dispostas a confrontar suas concepções e ações, na partilha de experiências com outros profissionais, sejam eles professores de música ou das demais disciplinas curriculares, professores regentes de séries iniciais, coordenadores pedagógicos, diretores das escolas ou pesquisadores da educação musical. Isso parece ser a lógica do que é ser professor de música em escolas de educação básica, construir-se profissionalmente no e com o coletivo, a comunidade escolar. O que me instiga a pensar na pesquisa que venho desenvolvendo, a partir deste trabalho de Del-Ben (2001), é a curiosidade epistemológica de conhecer os pressupostos implícitos nas concepções e ações de professores, de como chegaram a ser o que são pelos princípios que orientam suas práticas pedagógico-musicais, pois na pesquisa realizada por Del- Ben (2001), essas concepções e ações que parecem conformar, desenhar, esculpir práticas ainda soam como algo, como bem afirma a autora, que as professoras parecem não ter muita consciência das influências teórico-práticas que sustentam o seu modo de pensar e agir, bem como as concepções e ações orientadoras das práticas pedagógico-musicais. Esses resultados, apontados pela autora, foram obtidos atendendo ao foco de sua pesquisa no que se refere ao modo como os professores configuram suas práticas pedagógico-musicais e quais são os construtos construídos por ele que influenciam essa organização.

A partir dessa leitura, questiono-me por compreensões sobre as relações constituintes da trajetória de professores que pelas práticas pedagógico-musicais se tornaram chaves de interpretação da experiência que os levaram a se constituir no que são hoje. Isso me faz lembrar das palavras de Ricoeur (1994), que para se ter consciência daquilo que se configura torna-se necessário reconfigurar, e isso se torna possível quando acontecimentos, ou motivos recorrentes, tematizados pelos professores são organizados em suas próprias narrativas na qual ajustam suas ações e concepções. Outra pesquisa realizada na área de Educação Musical e que me ajuda a pensar na construção do meu objeto de estudo foi concebida por Machado (2003). A autora investigou as competências docentes que, na visão dos professores de música atuantes no ensino fundamental e médio, são necessárias para o exercício da prática pedagógico-musical no contexto escolar. Os resultados apontados pela autora são que todos os professores de música entrevistados acreditam ter desenvolvido grande parte de suas competências docentes no decorrer de suas atuações práticas profissionais. Isso mostra que o professor se constrói profissionalmente com o lugar cujas ligações se faz com aquilo que se vive e se pratica. As competências docentes identificadas pela autora, na pesquisa realizada, estão centradas na estruturação de propostas pedagógicas e estratégias organizacionais e de ensino. A autora discorre em sua pesquisa sobre a conquista da valorização da prática pedagógico-musical que no contexto escolar tem exigido grande empenho desses profissionais, sugerindo-se manter em contínuo processo de formação profissional. Que segundo a autora, é uma importante competência necessária ao professor de música atuante no ensino fundamental e médio. Dando continuidade a sua pesquisa com professores de música de escolas de educação básica, Machado (2014) procurou, então, refletir sobre esses achados a respeito dos caminhos que tomaram os professores a fim de conquistar melhorias em sua carreira docente de música. Acredito que ao se perceber na trajetória profissional de professores de música experientes, as escolhas e as relações criadas nesse percurso, poder-se-á evidenciar suas experiências de modos a produzir conhecimento, para si, para os estudantes e para os demais profissionais da área de música e outras áreas do conhecimento.

Machado (2014) investigou indicadores educacionais de desenvolvimento profissional da docência por professores de música do Ensino Fundamental no início e final da carreira. A autora constatou diferentes características entre os seus sujeitos de pesquisa, tomando como referência professores com maior tempo de escola e professores no início da profissão. No que se refere aos indicadores educacionais de desenvolvimento profissional da docência em música, a autora selecionou onze, mas destaco apenas aqueles que fazem menção aos professores mais experientes uma vez que são estes o foco de minha pesquisa. São eles: professores experientes, em situações atípicas de atuação profissional, apresentam dificuldades no domínio de conteúdos da música, na escolha de conteúdos a serem ensinados e no planejamento das atividades das aulas; professores experientes se preocupam em conhecer mais os alunos e seus envolvimentos com a música; professores experientes procuram por informações sobre as músicas do interesse dos alunos, mesmo que o tratamento destas não aconteça com exclusividade nas aulas; professores experientes demonstram maior segurança na definição dos conteúdos de música a serem ensinados; professores experientes se preocupam com o desenvolvimento mais amplo dos alunos e não apenas com as aprendizagens dos conteúdos de música; professores experientes demonstram possuir maior acesso e maiores conhecimentos dos materiais didáticos da música; professores experientes tendem a apresentar maior tranquilidade no enfrentamento de situações que surgem inesperadamente; professores experientes estão sempre aprendendo. A autora conclui que os resultados indicaram que a aprendizagem da docência em música aconteceu em suas atuações práticas na educação básica, embora reconheçam os conhecimentos adquiridos em sua formação acadêmica. Também reconhecem o fato de aprenderem com outros profissionais da área na graduação, com colegas professores das escolas, com docentes que são referências da área etc. Parte dos docentes reconhece que aprendem também com os seus alunos das escolas. Para a autora, esses resultados indicam que em seus processos de desenvolvimento profissional, os professores recebem influências diversas decorrentes de suas experiências pessoais e profissionais ao longo da vida. Acredito que entender profundamente as relações com diferentes professores de música, alunos, espaços escolares ao longo de sua trajetória profissional, buscando

informações dos fatos que o levaram à profissão e como foram se tornando os professores que são, contribui para uma compreensão mais profunda, ou caminha nessa direção, para entender mais da profissão professor de música em seu contexto e principalmente em aprofundamentos sobre o que se entende por experiência e quais conceitos podem ajudar nessa compreensão. TRAZENDO O FOCO PARA AS HISTÓRIAS DE VIDA Esses laços ocorrem no percurso docente, cujas trajetórias profissionais podem deixar rastros. Assim, busquei na pesquisa de Gonçalves (2009) compreensões sobre como a autora procurou descrever e analisar a trajetória docente e a prática pedagógica de quatro professoras de música que deram aula em escolas do interior de São Paulo, no período de 1952 a 1971, período em que a música era disciplina obrigatória, cujos professores vivenciaram momentos de transição e a adaptação da disciplina, incluindo o momento em que a disciplina deixa de ser obrigatória no currículo escolar. A autora, que trabalhou com a História Oral, apresenta momentos significativos da carreira docente dessas professoras de música, contribuindo para uma reflexão mais profunda sobre o ensino da música, a escola de educação básica e a carreira docente de música. Essas reflexões dizem respeito à: influência recebida de suas famílias na formação do gosto musical; ingresso na profissão docente; valorização profissional do professor de música em relação aos outros profissionais da época; visões do papel da música na escola; alunos que se destacaram e seguiram a carreira musical; relação com os outros colegas professores; melhores momentos da carreira; piores momentos da carreira; momentos de mudança na carreira. Os principais resultados apontados pela autora em relação às categorias supramencionadas revelam que: havia certa facilidade de se encontrar emprego e possibilidade de trabalhar como profissional liberal com aulas em casa; havia prestígio e valorização profissional: equiparação de status e salário do professor de música em relação aos professores das demais disciplinas; não havia muito incentivo e formação continuada nem para a música e nem para nenhuma outra disciplina; as professoras montavam grupos musicais com os alunos

que se apresentavam em festividades diversas; havia uma grande socialização e espírito de grupo entre os envolvidos com a música, alunos e professores; a comunidade valorizava muito as apresentações musicais dos alunos; os alunos se envolviam bastante e mostravam muito interesse nas atividades musicais da escola; o corpo docente era integrado e unido, união não só entre os professores de música, mas também com os professores de outras disciplinas. Os depoimentos coletados, na perspectiva da história oral, traz o ponto de vista histórico dessas professoras de música que atuaram entre as décadas de 1950 e 1970, trazendo os momentos que viveram a Educação Musical nesse contexto e os caminhos percorridos. Capturar fatos históricos para se compreender o ensino de música em contextos escolares é bastante relevante para se entender aspectos relacionados à história da educação musical escolar. A partir desse conhecimento penso em dias atuais as Histórias de Vida de professores de música, contadas por eles mesmos, podem contribuir para além de um ponto de vista histórico, mas de quem são esses professores a partir dos laços construídos com a escola. Acredito que conhecendo as Histórias de Vida de Professores de música pode-se conhecer os diversos contextos do ensino de música pela visão de diferentes autores de sua própria história. As concepções e ações que configuram a prática pedagógico-musical (DEL-BEN, 2001), as competências docentes e o desenvolvimento profissional de professores de música no contexto escolar (MACHADO, 2003, 2014) e as fontes históricas que evidenciam os caminhos da educação musical escolar ajudam a construir problemáticas de como isso vem se configurando na constituição da experiência de professores nos laços que constroem com as escolas de educação básica. É sabido que para tornar-se professor de música na educação básica, como aponta Abreu (2011) a profissionalização se constitui como um processo de ações minúsculas praticadas pelos docentes no interior de seus contextos. Essas ações vão constituindo os professores em profissionais, e são geradas pelas necessidades do contexto. Os professores constroem a sua profissionalização tecendo uma relação singular-plural com o contexto escolar. Isso ocorre, mediante a construção de modos distintos de ensinar música e criação de estratégias de ação que possibilitam para que professores de música continuem o seu processo

de vir a ser professores de música na escola. Como cita a autora dar visibilidade às práticas músico-educacionais vividas pelos professores no contexto escolar indica dimensões do vir a ser professor de música (ABREU, 2011, p. 07). Porém, me instiga pensar a quem compete dar essa visibilidade senão ao próprio professor, um sujeito que faz ligaduras de si com aquilo que se vive e que se escolhe narrar ao pesquisador, um trabalho colaborativo no qual o verdadeiro entrevistador é o próprio sujeito. Foi pensando no que essas pesquisas realizadas anteriormente poderiam me ajudar a construir caminhos para a pesquisa que ora venho empreendendo, e também nas palavras de Delory-Momberger (2012, p. 528) o que se faz com essa palavra do outro?, que tenho buscado entender claramente a singularidade dos professores e seus modos de existência, compreendendo que o verdadeiro questionador é aquele que está passando pela prova do seu relato. E, assim como Abreu (2011), Gaulke (2013) que trabalhou com Pesquisa (Auto)Biográfica, me instigam a aprofundar conhecimentos sobre esse sujeito (auto)biográfico. Nessa perspectiva, Gaulke (2013) compreendeu com sua pesquisa que, nas dimensões dos fenômenos educativo-musicais escolares, para aprender a docência de música o professor precisa integrar-se à escola e que a construção da docência de música de cada professor aprendente acontece num tempo e num espaço, docência essa que é única em sua singularidade, mas que faz parte da pluralidade de uma categoria profissional. Mesmo nessa perspectiva de Abreu (2011) e Gaulke (2013), as pesquisas parecem se preocupar mais com aspectos da formação, concepções de ensino, atuação, saberes e práticas docentes, estando marginalizadas as questões da docência mais subjetivas de sua experiência, sendo pouco aprofundadas ou estando ausentes nas pesquisas da área de Educação Musical. Essa afirmação vem de uma constatação de Macedo (2015), em que a área parece considerar mais os aspectos voltados para a formação e a construção dos saberes docentes de música, caminhando em direção à definição da formação específica, pautada na prática profissional, e dos espaços de atuação do professor de música. Busca-se ainda, de acordo com a autora, discutir os saberes docentes necessários para a formação e prática docentes enquanto que os aspectos mais subjetivos da docência de

música como o reconhecimento da profissão docente de música na educação básica tais como: a busca por garantias legais da presença de música, condições de trabalho, a construção da identidade profissional e reflexão em torno dela, a identificação com a profissão etc., não são tomados como objeto de estudo pela área de Educação Musical. Ou seja, a literatura parece estar mais voltada mais para a formação que para a prática da profissão. (MACEDO, 2015, p. 144) Parto dessa constatação de Macedo (2015) e da revisão bibliográfica apresentada, problematizando a partir disso a docência de música no que tange a singularidade das experiências vividas nos diferentes contextos escolares, questionando como a área tem enxergado essa profissão e como as pesquisas encontradas enfatizam a prática docente e formação como apontado pela autora. Além do que, como bem salienta a autora, a literatura da educação musical enfatiza que esses aspectos (prática docente e formação) poderiam levar a um fortalecimento da docência de música na educação básica como profissão, mas diante do que foi constatado no levantamento feito pela autora, não isso não tem ocorrido. (MACEDO, 2015, p. 143) ALGUMAS REFLEXÕES A PARTIR DO DIÁLOGO COM A LITERAUTRA As discussões aqui apresentadas, em torno da docência de música em escolas de educação básica, têm sido um assunto discorrido há mais de uma década em pesquisas da área e pouco conseguiu-se avançar no sentido que aponta Macedo (2015), concernente às imagens da docência de música, e da própria profissão docente de música. A autora enfatiza a necessidade de viver mais o mundo da escola para fazer emergir compreensões do que é ser docente de música nesses contextos. Há, na perspectiva da autora, uma necessidade de uma imersão mais etnográfica. Dito de outra forma, e na perspectiva de Delory-Momberger (2012), considero que é seguindo nas narrativas (auto)biográficas dos professores de música, que vamos capturando as compreensões das figuras de si ligadas com a escola. Talvez, isso demande pesquisas que tratem de Histórias de Vidas de professores de música na perspectiva (auto)biográfica.

É sabido que a abordagem teórico-metodológica da Pesquisa (Auto)Biográfica tem sido utilizada por diversos pesquisadores da área de educação musical no Brasil. Porém, não encontrei até então pesquisas que tratam da História de Vida de docentes de música no contexto escolar. E isso foi determinante para a escolha do tema da pesquisa: História de Vida de professores de música em escolas de educação básica do Distrito Federal. Em se tratando de escolas de educação básica do DF, mapeei pesquisas que tratam do ensino e aprendizagem da música nas Escolas Parque. Os trabalhos encontrados dão mais destaque a modos de ensino de música, processos de criação, sentidos da música na escola. Sendo assim não encontrei nessas pesquisas trabalhos que se aproximem do tema desta pesquisa. Porém, nessa busca pela literatura que discute a música em Escolas Parque me deparei com duas pesquisas (BEZERRA, 2014; MARQUES, 2016). Ao ler esses trabalhos constatei uma implicação das pesquisadoras com o contexto das Escolas Parque. Essas pesquisadoras são professoras de música dessas escolas há mais de 20 anos. Observei também, nas escritas de si no corpo deste trabalho, que na infância ambas foram alunas da escola e tiveram aulas de música durante o período em que foram estudantes. Ao buscar mais informações a respeito dessas profissionais verifiquei que ambas são graduadas e pós-graduadas em música pela Universidade de Brasília. Por serem professoras de música de Escola Parque, as pesquisadoras desenvolveram suas pesquisas implicadas com este contexto educacional (MACEDO, 2012). Além disso, as pesquisadoras trouxeram na escrita de suas dissertações tópicos que tratam dos aspectos históricos das Escolas Parque e suas interpretações desse processo histórico imbricado com suas historias vividas na escola. A partir disso comecei a pensar se esses elementos reunidos na biografia dessas duas professoras pesquisadoras poderiam ser tomados como objeto de estudo da pesquisa em andamento que tematiza Histórias de Vida de professores de música de educação básica. Assim, justifica-se o desenvolvimento de uma pesquisa que trata das Histórias de Vida de professores de música nesse contexto escolar, pois assim poderão trazer compreensões de docentes de música que estão ligados histórico-socialmente numa rede que tecem e são tecidos neste lugar chamado escola.

As Histórias de Vida de professores de música, contadas por eles mesmos, podem se tornar objeto de reflexão para a área de Educação Musical, contribuindo para um ponto de vista histórico trazendo os laços construídos com a escola; e de um ponto de vista epistemológico o reconhecimento da tomada de consciência histórica que se realiza com as narrativas. Portanto, é possível que ao responder aos objetivos da pesquisa, traga-se dimensões da docência de música de profissionais que estão ligados histórico-socialmente numa rede que tecem e são tecidos pela sua história de vida com a escola.

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