Caderno MEL 46 PLANO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL José Martín Montoya Durá, fsc. Apresentação



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Transcrição:

1 Caderno MEL 46 PLANO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL José Martín Montoya Durá, fsc Apresentação Este novo Caderno MEL nos põe em contato com um dos temas que mais preocupa a humanidade: a sustentabilidade ambiental. Como Lassalistas, a esta altura temos de estar entrosados nesta já mundial realidade, sabendo que nas nossas escolas, mediante a educação, podemos fazer muito, para não dizer tudo. A preocupação pela sustentabilidade ambiental deve ser um dos eixos que dinamizem nossos projetos educacionais. O 44º Capítulo Geral já nos incitou à incrementação de ações de formação para o respeito à vida e à conservação da natureza. Por sua vez, a Assembleia Internacional de 2006, nos forneceu orientações para intensificar os programas educativos para a justiça e a paz, ali onde o meio ambiente exerce uma função primordial. E o Irmão José Martín Montoya Durá alude à educação e à formação como instrumentos fundamentais para criar uma nova cultura planetária. A UNESCO, mediante variadas e numerosas conferências em âmbito mundial, versando o tema meio ambiente, fez esforços muito valiosos para motivar o trabalho exigido para a melhora das condições de vida de toda a humanidade. O Decênio da Educação para o Desenvolvimento Sustentável (2005-2014) tem sido um desses esforços. Mercê desse esforço houve avanços muito significativos de sensibilização para a importância da educação para o desenvolvimento sustentável. Para concluir esta apresentação, apraz-me citar um excerto de uma das últimas publicações sobre a educação da UNESCO, que ressalta a importância da educação para a sustentabilidade ambiental: A educação importa sim, porque ajuda a garantir a sustentabilidade ambiental. A educação ajuda as pessoas a tomar decisões para satisfazer as necessidades das gerações vindouras. A educação para o desenvolvimento sustentável é fundamental para a mudança de valores, atitudes e modos de agir (UNESCO 2010). Esperamos que este Caderno MEL venha a ser uma motivação a mais para que as contribuições lassalistas significativas ao cuidado do meio ambiente prossigam. Irmão Jorge Enrique Fonseca Sánchez Introdução As incessantes informações sobre os problemas ambientais fizeram com que o conjunto da sociedade os veja como algo indesejável. Levaram a evidenciar e questionar a agressividade da conduta humana sobre o meio ambiente natural, e tornaram manifesta a necessidade de mudar os sistemas de conhecimentos e valores sociais. Esta necessidade de mudança social fez com que a educação e a formação, isto é, a moldagem do caráter e da personalidade, sejam exigidas como instrumentos fundamentais para criar uma nova cultura de conscientização planetária. Nos dias de hoje, o objetivo obrigatório que propõe atingir a educação e a formação, para solucionar o comportamento humano agressivo em face do meio social e ambiental, é a socialização e assimilação de novos roteiros culturais: solidariedade entre as nações Norte/Sul; ética na exploração de recursos; boas práticas ambientais na vida cotidiana; necessidade premente de verdadeiras políticas ambientais; tecnologia limpa... Esta concepção do mundo, voltada ao desenvolvimento sustentável (Satisfazer as necessidades das gerações presentes sem comprometer as possibilidades das gerações vindouras para

2 atender às suas próprias necessidades) 1, dá lugar aos indivíduos ser mais conscientes, mais responsáveis e estar funcionalmente melhor preparados. Desta maneira se tenciona fazer face aos desafios de preservação da qualidade ambiental e da vida. Nas Redes La Salle existem centros educacionais que incrementam, como estratégia de conscientização ambiental, atividades multidisciplinares, para reforçar as limitações da legislação em educação ambiental vigente e, desta maneira, originar verdadeiras mudanças nos seus entornos mais próximos. Isto leva a que os centros educacionais lassalistas envolvidos nas ações concernentes ao meio ambiente, fomentem o desenvolvimento de boas práticas ambientais no âmbito de seu entorno escolar, em concordância com os conteúdos ministrados em sala de aula. Contudo, esses centros educacionais lassalistas instituem propostas ou sugerem ações ambientais de acordo somente com suas realidades; não baseiam suas decisões a partir de uma linha comum que seria bom seguir. Este déficit de políticas ambientais na Rede La Salle também reforça a carência de uma conexão ambiental 2 entre outros centros educacionais, o que dificulta o desenvolvimento de uma ética fundamentada na solidariedade entre eles. O objetivo deste Caderno é evidenciar os resultados do último capítulo e das conclusões da tese de doutorado Plano de educação ambiental para o desenvolvimento sustentável dos colégios da Rede La Salle 3. Em seu conjunto, esta pesquisa consta de cinco capítulos, e é no último que se propõe o fomento de linhas comuns que permitam aos Centros Educacionais Lassalistas educar e formar, como um valor cristão, na integridade e salvaguarda da criação. Esta proposição estimuladora sobre a educação ambiental na Rede La Salle ajudará aos alunos, Irmãos, professores, pessoal de apoio da educação...a melhorar os conhecimentos sobre a ética do desenvolvimento humano sustentável. Portanto, corrigir de modo correto as variáveis ambientais, tais como a redução da contaminação, a poluição do ar, da água e do solo, o empobrecimento, as migrações, os enfrentamentos para a exploração dos recursos naturais... Todas estas variáveis impedem o bem-estar da humanidade, que se fundamenta na prática das virtudes e no desenvolvimento dos valores universais de justiça, igualdade e paz entre os povos. PLANO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL Os desequilíbrios sociais e o aumento da pobreza, a poluição do solo, do ar e da água, o enfrentamento entre regiões, os desmatamentos, o surto de epidemias... são alguns dos problemas que vêm surgindo, ou se vão ampliando, devido à crescente degradação do meio ambiente pela atividade humana. Isto fez com que se tomasse consciência da urgente necessidade de incluir a educação ambiental no currículo dos Centros Educacionais de todos os níveis da Rede La Salle, e, de acordo com nosso carisma, determinar seu enfoque mediante um Plano de Educação Ambiental. Antes de apresentar este plano ambiental, iniciamos por mostrar como se planeja e elabora um plano, para depois expor as estratégias e planos ambientais em outras instituições religiosas, e concluir com a sugestão para um centro educacional La Salle. Elaboração e planejamento de planos ambientais 1 Definição do Desenvolvimento Sustentável. Fonte: Informe da Comissão mundial sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento. (Comissão Brundtland: Nuestro Futuro Común (ONU). 2 Estabelecer de maneira conjunta programas e ações educativas ambientais, comunicação ambiental, baseadas nas novas tecnologias de informação e de comunicação TIC - pesquisas ambientais a partir da Ilha de Criatividade,... 3 MONTOYA DURA, José Martín: Plano de educación ambiental para el desarrollo sostenible de los colegios de la Institución La Salle. Tesis de Doctoral. Departamento de Teoría de la Educación. Universidade de Valencia (Espanha), junho de 2010.

3 Orientar uma instituição internacional no atinente à Educação Ambiental é assumir a responsabilidade de estabelecer proposições concretas. É oferecer ao respectivo âmbito de ação social o conhecimento suficiente para atuar responsavelmente no seu meio ambiente, bem como adentrar um equilíbrio natural e global. (Rever quando chegarem os livretos). Por isso, para caracterizar quantitativa e qualificativamente um processo de mudança no âmbito da organização, é necessário racionalizar um processo permanente e sequencial de tomada de decisões que descreva um planejamento na ação de educar em termos globais da cosmovisão e, desta maneira, servir de modelo de desenvolvimento, convivência e atuação em face do meio ambiente natural. (Rever). Este planejamento pode diferenciar-se em três tipos, dependendo de como sejam os fenômenos da ambiência destinatária do planejamento, que é então estruturado como: Planejamento global. Esta é a configuração principal e básica dos diversos níveis de disposição apropriada no planejamento. É focalizado em procedimentos ou variáveis de macro/relações, bem como relações que se estabelecem entre, por exemplo: o nível de pobreza, o índice de causas de poluição, o índice de enfermidades, as leis reguladoras da preservação do meio ambiente, o índice de escolarização, a produtividade e os rendimentos nacionais...este planejamento estabelece as propostas ambientais na globalidade da organização. Por conseguinte, tem um caráter compreensivo abrangente e, em geral, não admite diferenciação interna em sua estrutura organizacional. Planejamento setorial. O alvo é constituído por um subconjunto de atividades, fenômenos ou relações, caracterizado por variáveis com elevado grau de homogeneidade e interrelações recíprocas como, por exemplo: uma rede educativa e as variáveis ambientais se que realizem dentro dela, tais como os programas ambientais, voluntariado ambiental, conscinentização ambiental, gestão ambiental, eficiência ambiental, eco-eficiência dos centros... Este planejamento mantém um caráter mais teórico, visto que implica preferencialmente um caráter mais técnico, uma combinação de recursos para atingir tais objetivos ambientais. Planejamento espacial. Este se concentra em um objetivo constituído por um conjunto de variáveis localizadas em uma área de atritos, superabundância e mudanças em um mesmo espaço, como poderiam ser: os alunos dos centros educacionais de um mesmo município em relação com o emprego de recursos, consumo de água, mobilidade, distribuição, material reciclado... Neste planejamento, as bases metodológicas ambientais mais importantes são a análise geral do sistema e os conceitos de equilíbrio ambiental. Estes três tipos de planejamento podem dar-se de forma integrada em uma mesma organização, e assim englobar todas as variáveis que interatuam em níveis diferentes. Da mesma forma, os três tipos podem interrelacionar-se em termos de distribuição jurídica e geográfica estabelecidos, como podem ser os nacionais, distritais, comunitários, regionais... Por conseguinte, podemos dizer que o processo de planejamento - global, setorial ou espacial para o desenvolvimento da Educação Ambiental consistirá em ter presente as variáveis ambientais que interatuam com o sujeito destinatário. (Seguindo os exemplos dos três tipos de planejamento, seriam: a organização, a rede educativa ou os centros educacionais para estabelecer os pressupostos de ação que originem e controlem os processos de mudança sócio-ambiental no sistema e seu entorno). A racionalização dessas propostas educativas ambientais para a sustentabilidade manterá um processo de tomadas de decisões através de etapas, tanto em sua fase de formulação como de execução, até encontrar um plano congruente para o desenvolvimento da Educação Ambiental. As etapas, na fase de formulação do planejamento, na sequência tradicional, são: diagnóstico de conjectura e objetivos metas. Além disso, no processo de planificação também deve ser definida sua execução, por meio da organização institucional, o controle e a avaliação do processo. A seguir são definidas as etapas para o projeto de um plano, etapas padrões para um planejamento global, setorial ou espacial, bem como para qualquer temática de projeção de um plano. Neste nosso caso, relacionamos estas etapas com a periferia ambiental. Tomamos em consideração que essa relação de

4 etapas não é a única que se pode introduzir e, por outro lado, a ordem seqüencial que apresentamos pode ser outra. Diagnóstico de conjectura Em qualquer processo de planejamento se faz necessário um diagnóstico com o objetivo de apresentar as variáveis que condicionam a planificação do sujeito, tanto na descrição da situação existente como nas causas que expliquem o estado atual e as tendências de mudança. O desenvolvimento do diagnóstico para o planejamento ambiental não somente deverá fundamentar-se em métodos comparativos, estatísticos e históricos. Junto com o diagnóstico que explica e descreve a ordem atual das coisas, se faz necessário que se efetue uma conjetura baseada na extrapolação futura da situação e estudo. A conexão do diagnóstico atual com o prognóstico fundamentará a projeção de tendências a partir da sugestão de inalterabilidade, para programar os objetivos a atingir e a intensidade com que se deverá atuar. De modo que a maior discrepância entre a situação existente e a situação desejada, trará como consequência um esforço maior de intervenção, e maior será o caráter inovador dessa intervenção. Objetivos e metas Na formulação de um plano é preciso ter em vista alguns objetivos a alcançar. Os instrumentos para atingir esses objetivos são os fatores, como sejam: o diagnóstico da situação técnico socialambiental, o diagnóstico ambiental e o caráter próprio da instituição futura almejada, em face da problemática determinada. Assim pois, os objetivos são os propósitos que se provêem ou se deseja atingir após um estudo prévio em face de uma problemática social e, portanto, deverá ter as seguintes características: 1. Enunciação clara, realista e pertinente. 2. Propósitos do significado (conteúdo real, variável e confrontável). Estrutura teórica com base filosófica. 3. Conhecimento das leis inerentes ao objeto de estudo. 4. Interpretação científica da realidade. 5. Fundamentação do princípio de causalidade. 6. Consecutividade do quê, do como e do por quê. 7. Exposição das propostas necessárias para a consecução de habilidades, aptidões e conhecimentos. 8. Convicção de que o propósito final dos objetivos é perfectível. Especialistas em planejamento, à pergunta O que é um objetivo?, respondem que os conceitos de objetivo e de instrumento não são substantivos, mas adjetivos. Ações ou coisas distintas têm graduações distintas de instrumentalidade, isto é, servem em grau maior ou menor, para conseguir que se produzam certas coisas, ou se concretizem certas ações. Uma ação é um objetivo disciplina, ou é um instrumento somente dentro do contexto de um campo definido de atividade e dentro de um prazo concreto. Há também autores que não especificam os objetivos como ações, mas como resultados esperados das ações. Pelo fato de os objetivos poderem ser numerados (ordinal ou cardinalmente) e, por isso finitos e suscetíveis de um ordenamento. Pelo que se acaba de dizer, os objetivos, em linhas gerais, podem ser classificados em duas grandes categorias: Objetivos gerais e objetivos específicos. Objetivos gerais. São aquelas proposições mais amplas que dão forma ao marco de referência da planificação. Os planos podem admitir várias interpretações sem mencionar um modo de agir passível de ser avaliado diretamente.

5 Objetivos específicos. São resultados ou êxitos mais concretos que os previstos nos objetivos gerais. Identificam de forma precisa e clara aquilo que se pretende atingir com a execução do plano. Além disto, existem especialistas em planejamento que especificam a necessidade de distinção entre enunciação e definição de objetivos. A proposta Vamos debelar a malária representa uma enunciação. A Proposta Vamos reduzir em 10% a malária, no prazo de dois anos, neste Estado de Apure representa uma definição de objetivos. Tudo isto nos move a concluir que os objetivos de um plano são uma harmonização e ordenamento da racionalização das variáveis temporais com aquelas que a organização terá de confrontar-se (diagnóstico), e a pretensão de atingir uma realidade planificada em um tempo futuro (prognóstico). O objetivo nos porá a par do estado em que se encontra uma variável no tempo atual e como se projeta que se encontre no futuro. Por isso, as ações propostas para modificar a variável deverão manter uma percepção temporal. Prosseguindo com o exemplo acima sobre a malária, podemos dizer que um objetivo se define uma vez que se tinha determinado o sujeito da ação bem como quantificado o objetivo (Reduzir a 10% a malária) e se determinou um prazo (no prazo de dois anos). Um 0bjetivo assim definido se denomina meta. Portanto, uma meta é um objetivo quantificado e qualificado. Formular a meta é especificar o quanto queremos alcançar de cada objetivo, e de que qualidade deve ser aquilo que desejamos atingir. Logo, podemos dizer que igual aos objetivos, as metas devem ser realistas. Desta maneira, a sequência de análises do planejamento pode ser hierarquizada em três passos: a) A determinação dos objetivos gerais e dos específicos do plano ambiental e conjunção destes de acordo com sua temática: conscientização, educação, sustentabilidade... b) A determinação das metas chaves como estratégia integral para desenvolver as áreas em que se encontram de acordo com a temática. c) As recomendações para desenvolver a meta a partir da proposta de ação. (Espaço para a ilustração)... Ilustração. Hierarquização piramidal em planta vertical da estratégia de planejamento.