O USO DE TECNOLOGIAS NAS AULAS DE MATEMÁTICA NO ENSINO MÉDIO NAS ESCOLAS PÚBLICAS DE VARGINHA/MG Gabriel Elias de Souza 1 Giovana Abreu de Oliveira 2 Michele de Carvalho Andrade 3 Paulo César Mappa 4 André Rodrigues Monticeli 5
PALAVRAS-CHAVE: softwares educacionais; recursos didáticos; ensino. 1. INTRODUÇÃO O avanço tecnológico aponta para utilização de ferramentas computacionais no auxilio do processo de ensino aprendizagem. Em 1997, o Ministério da Educação e Desporto criou o Programa Nacional de Informática na Educação (Proinfo) para promover o uso pedagógico de Tecnologias de Informação e Comunicações na rede pública de ensinos Fundamental e Médio. Este programa deu ênfase à implementação de laboratórios de informática nas escolas de Ensino Médio em todo o pais (BRASIL, 1997). Neri (2003), Dwyer et al. (2007) e Biondi e Felício (2007) mostram benefícios na utilização da informática na educação. De acordo com Borges (2001), a utilização de software pelo professor de Matemática, no laboratório de informática, no contexto de suas aulas, pode auxiliar a superação dos obstáculos enfrentados pelos alunos no processo ensino aprendizagem desta disciplina. Quais fatores impedem o uso do computador como recurso didático no ensino de Matemática? Será que as escolas públicas estão todas equipadas com laboratórios de informática acessível e preparados para às aulas de Matemática? Propomos neste trabalho analisar: (i) a infraestrutura dos laboratórios de informática das escolas de ensino médio da rede pública do município de Varginha/MG; (ii) como os professores de matemática destas escolas utilizam este espaço. 369 Com isto, mapear os fatores que dificultam o uso do computador como ferramenta auxiliar no ensino de matemática.
2. METODOLOGIA Para atender os objetivos propostos, foram realizadas visitas às escolas de Ensino Médio da rede pública do município de Varginha/ MG, analisando a infraestrutura e os recursos que estas oferecem aos professores. Em seguida, fizemos entrevistas semiestruturadas com os professores de Matemática destas escolas. 3. DISCUSSÃO E RESULTADOS Podemos destacar que todas as escolas visitadas possuem laboratório de informática implantados com cerca de 20 computadores e sistema operacional Linux. Dos professores entrevistados, nenhum utilizou deste espaço para as aulas de matemática. Na Figura 1, apresentamos o resultado do quanto o professor conhece de informática. Podemos observar que 30% dos entrevistados não conhecem nenhum software ou aplicativo que possa utilizar nas aulas de matemáticas, por outro lado, mais da metade conhece pelo menos um, o que nos leva a questionar do porquê então não o utilizam em suas aulas. Figura 1. Ferramentas tecnológicas conhecidas pelos professores 370 Investigando os possíveis fatores da não utilização, por parte dos professores, dos laboratórios de informática, obtivemos o seguinte resultado:
1- Dificuldade dos professores em utilizar o sistema operacional Linux: os professores relataram a dificuldade que eles têm em trabalhar com este sistema operacional. Além disso, não é ofertado programa de capacitação que possa minimizar esta dificuldade. Por outro lado, poucos professores mostram interesse em buscar novas formas de se aperfeiçoar. 2 - Os laboratórios não possuem infraestrutura para acomodar o número de alunos que cada sala de aula possui: nas escolas visitadas, o número médio de alunos em cada sala de aula é de 35 alunos e os laboratórios de informática são salas pequenas com no máximo 20 computadores. Desta forma, torna-se difícil a utilização adequada dos laboratórios. 3 - Baixo interesse dos alunos pelas aulas de matemática. Este fator apresentado pelos professores foi bem interessante, pois mostra que os professores não estão associando o uso do computador como facilitador do processo de aprendizagem, pois este poderia ser utilizado como ferramenta exatamente para estes alunos de baixo interesse e rendimento. 4. CONCLUSÃO O que pudemos verificar nesta pesquisa é que existe a informatização das escolas; todas as escolas observadas possuíam laboratório de informática. Porém, sem atender à totalidade da demanda de cada sala, que geralmente têm em torno de 40 alunos, o que dificulta a logística das aulas, já que os laboratórios possuem 20 máquinas. Observamos também professores pouco motivados com a educação, o que dificulta o empenho em inovar o processo ensino aprendizagem, por isso a dificuldade com o sistema Operacional Linux e com os aplicativos disponibilizados 371 Como sugestão, cursos de capacitação continuada que propicie aos docentes domínio dos programas específicos devem ser mais
constantes na rede pública de ensino. Além disso, promover formas das turmas se dividirem para que o acesso a essas tecnologias seja mais eficiente e prazeroso o que pode despertar o interesse do aluno pela informática e, principalmente, pela matemática. 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BIONDI, R. L. & FELÍCIO, F. Atributos escolares e o desempenho dos estudantes: uma análise em painel dos dados do Saeb. In: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep)/MEC, Brasília, ISSN: 1414-0640, 2007. BORGES NETO, H. CUNHA, F. G. & LIMA, I. P. A Sequência Fedathi como proposta metodológica no ensino-aprendizagem de Matemática e sua aplicação no ensino de retas paralelas. GT 19: Educação Matemática EPENN, São Luís/MA, 2001. BRASIL. Diretrizes, Programa Nacional de Informática na Educação - PROINFO, Ministério da Educação e do Desporto MEC, 1997. DWYER, T.; WAINE, J.; DUTRA, R. S.; COVOC, A.; MAGALHÃES, V. B.; FERREIRA, L. R.; PIMENTA, V. A. & KLEUCIO, C. Desvendando mitos: os computadores e o desempenho no sistema escolar. Educação e Sociedade, v. 28, n. 101, p. 1303-1328, 2007. NERI, M. C. Mapa da exclusão digital. Rio de Janeiro: FGV/ IBRE, 2003. NOTAS 372 1 Aluno da 1ª Série do curso Técnico em Edificações, CEFET/MG, Varginha, Minas Gerais e Brasil. sirgabrieel9@gmail.com.
2 Aluna da 2ª Série do curso Técnico em Edificações, CEFET/MG, Varginha, Minas Gerais e Brasil. abreu_giovana@hotmail.com. 3 Aluna da 2ª Série do curso Técnico em Edificações, CEFET/MG, Varginha, Minas Gerais e Brasil. michelea225@gmail.com. 4 Engenharia Civil, professor, Departamento de Computação e Engenharia Civil, CEFET/MG, Varginha, Minas Gerais e Brasil. paulomappa@varginha.cefetmg.br. 5 Matemática, professor, Departamento de Formação Geral, CEFET/ MG, Varginha, Minas Gerais e Brasil. andre@varginha.cefetmg.br. 373