Imposto Predial e Territorial Urbano - IPTU RUBENS KINDLMANN
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Evolução Histórica Constituição de 1891 O IPTU era de competência dos Estados e incidia sobre imóveis edificados ou não, urbanos ou rurais Constituição de 1934 foram criados dois impostos urbanos diferentes. Um Territorial e outro Predial, de competência municipal e o Territorial Rural, de competência da União
Evolução Histórica Constituição de 1937 Seguiu a mesma divisão, mas a propriedade territorial era dos Estados e a predial, dos Municípios Constituição de 1946 Um único imposto (predial e territorial) de competência dos Municípios
Previsão Constitucional Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre: (...) I - propriedade predial e territorial urbana; **Competência Cumulativa, como prevê o art. 147, CF**
Previsão Constitucional 1º Sem prejuízo da progressividade no tempo a que se refere o art. 182, 4º, inciso II, o imposto previsto no inciso I poderá: I - ser progressivo em razão do valor do imóvel; e II - ter alíquotas diferentes de acordo com a localização e o uso do imóvel.
Previsão no CTN Art. 32. O imposto, de competência dos Municípios, sobre a propriedade predial e territorial urbana tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel por natureza ou por acessão física, como definido na lei civil, localizado na zona urbana do Município.
Características Natureza Fiscal, admitindo-se a extrafiscalidade quando usado para coibir o descumprimento da função social da propriedade Direto, recaindo-se diretamente sobre o proprietário (contribuinte)
Características Real, sendo cobrado em razão da prática do FG, sendo irrelevante a capacidade econômica do contribuinte ou características pessoais do contribuinte. Se considera a coisa objeto da tributação As sumulas do STF comprovam esse lógica
Súmula 539. É constitucional a lei do município que reduz o imposto predial urbano sobre imóvel ocupado pela residência do proprietário que não possua outro; Súmula 589. É inconstitucional a fixação de adicional progressivo do imposto predial e territorial urbano em função do número de imóveis do contribuinte; Súmula 668. É inconstitucional a lei municipal que tenha estabelecido, antes da Emenda Constitucional n. 29/2000, alíquotas progressivas para o IPTU, salvo se destinada a assegurar o cumprimento da função social da propriedade urbana.
Lançamento O IPTU tem lançamento direto ou de ofício O município já possui em seu cadastro os imóveis que estão em sua área Com base no cadastro, já sabe quem são os proprietários/responsáveis Já possui dimensão da área (construída ou não) e o valor do imóvel = BC Súmula 397, STJ O contribuinte do IPTU é notificado do lançamento pelo envio do carnê ao seu endereço.
Fato Gerador Propriedade Predial e Territorial URBANA FG: Propriedade, domínio útil ou posse de bem imóvel Por Natureza ou Acessão física Art. 79, CC - São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou artificialmente. Localizado na zona Urbana do Município
Fato Gerador Art. 1.228, CC. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha.
Zona Urbana Art. 32, CTN 1º Para os efeitos deste imposto, entende-se como zona urbana a definida em lei municipal; observado o requisito mínimo da existência de melhoramentos indicados em pelo menos 2 (dois) dos incisos seguintes, construídos ou mantidos pelo Poder Público: I - meio-fio ou calçamento, com canalização de águas pluviais; II - abastecimento de água; III - sistema de esgotos sanitários; IV - rede de iluminação pública, com ou sem posteamento para distribuição domiciliar; V - escola primária ou posto de saúde a uma distância máxima de 3 (três) quilômetros do imóvel considerado.
Zona Urbana Art. 32, CTN 2º A lei municipal pode considerar urbanas as áreas urbanizáveis, ou de expansão urbana, constantes de loteamentos aprovados pelos órgãos competentes, destinados à habitação, à indústria ou ao comércio, mesmo que localizados fora das zonas definidas nos termos do parágrafo anterior.
Imóvel urbano destinado à atividade rural DL 57/66 Art. 15. O disposto no art. 32 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966, não abrange o imóvel de que, comprovadamente, seja utilizado em exploração extrativa vegetal, agrícola, pecuária ou agroindustrial, incidindo assim, sôbre o mesmo, o ITR e demais tributos com o mesmo cobrados.
Base de Cálculo Art. 33. A base do cálculo do imposto é o valor venal do imóvel. Parágrafo único. Na determinação da base de cálculo, não se considera o valor dos bens móveis mantidos, em caráter permanente ou temporário, no imóvel, para efeito de sua utilização, exploração, aformoseamento ou comodidade.
Planta Genérica de Valores Impossível aferir imóvel a imóvel o valor de venda, por isso se admite a aplicação de Plantas Genéricas... O valor venal dos imóveis de uma cidade por ser atualizada por lei, mas não por decreto do prefeito. O prefeito só pode corrigir monetariamente os valores já fixados de acordo com a lei anterior (...) (STF, RE 92.355/SP)
Sumula 160, STJ É defeso, ao Município, atualizar o IPTU, mediante decreto, em percentual superior ao índice oficial de correção monetária
Art. 97, CTN 2º Não constitui majoração de tributo, para os fins do disposto no inciso II deste artigo, a atualização do valor monetário da respectiva base de cálculo. Correção da PGV por decreto é possível, desde que as correções não sejam superiores ao percentual de inflação.
Sujeição Passiva Art. 34, CTN. Contribuinte do imposto é o proprietário do imóvel, o titular do seu domínio útil, ou o seu possuidor a qualquer título. Súmula 399, STJ. Cabe à legislação municipal estabelecer o sujeito passivo do IPTU.
Sujeição Passiva Art. 1.196, CC. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade. Art. 1.198, CC. Considera-se detentor aquele que, achando-se em relação de dependência para com outro, conserva a posse em nome deste e em cumprimento de ordens ou instruções suas. No IPTU não basta a mera posse, mas a existência do animus domini
Sujeição Passiva TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. IPTU. CONTRATO DE PROMESSA DE COMPRA E VENDA DE IMÓVEL. LEGITIMIDADE PASSIVA DO POSSUIDOR (PROMITENTE COMPRADOR) E DO PROPRIETÁRIO (PROMITENTE VENDEDOR). 1. Segundo o art. 34 do CTN, consideram-se contribuintes do IPTU o proprietário do imóvel, o titular do seu domínio útil ou o seu possuidor a qualquer título. 2. A jurisprudência desta Corte Superior é no sentido de que tanto o promitente comprador (possuidor a qualquer título) do imóvel quanto seu proprietário/promitente vendedor (aquele que tem a propriedade registrada no Registro de Imóveis) são contribuintes responsáveis pelo pagamento do IPTU. (...) 3. "Ao legislador municipal cabe eleger o sujeito passivo do tributo, contemplando qualquer das situações previstas no CTN. Definindo a lei como contribuinte o proprietário, o titular do domínio útil, ou o possuidor a qualquer título, pode a autoridade administrativa optar por um ou por outro visando a facilitar o procedimento de arrecadação" (REsp 475.078/SP, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, DJ 27.9.2004). (...) (REsp 1110551/SP, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 10/06/2009, DJe 18/06/2009)
Progressividade Art. 156, CF 1º Sem prejuízo da progressividade no tempo a que se refere o art. 182, 4º, inciso II, o imposto previsto no inciso I poderá: I - ser progressivo em razão do valor do imóvel; e II - ter alíquotas diferentes de acordo com a localização e o uso do imóvel.
Progressividade Progressividade no tempo = Progressividade extrafiscal 182, 4º, CF. É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de: I - parcelamento ou edificação compulsórios; II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo; III - desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais.
Progressividade Em razão do valor do imóvel = Progressividade Fiscal Criada por meio da EC 29/2000 Súmula 668, STF. É inconstitucional a lei municipal que tenha estabelecido, antes da Emenda Constitucional 29/2000, alíquotas progressivas para o IPTU, salvo se destinada a assegurar o cumprimento da função social da propriedade urbana.
Progressividade A distinção de alíquotas em função da localização do imóvel não encontra uma justificativa plausível, podendo gerar distorções na política tributária municipal. Diminuir a carga tributária de imóveis situados nas periferias poderá atrair grandes especuladores e contribuir para empurrar os pobres para regiões ainda mais distantes. Outrossim, imóveis situados em zonas nobres já tem o valor venal (base de cálculo do IPTU) mais elevado podendo sobre eles incidir a tributação progressiva na forma do caput (Kiyoshi Harada, IPTU: doutrina e prática)
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