TÍTULO: AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA POTÁVEL NA ZONA RURAL DE PASSOS - MG



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TÍTULO: AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA POTÁVEL NA ZONA RURAL DE PASSOS - MG CATEGORIA: CONCLUÍDO ÁREA: ENGENHARIAS E ARQUITETURA SUBÁREA: ENGENHARIAS INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE DE RIBEIRÃO PRETO AUTOR(ES): JULIANA NIKAIDO WAKAYAMA, FERNANDA MARIA DA ROCHA ORIENTADOR(ES): CRISTINA FILOMENA P. ROSA PASCHOALATTO COLABORADOR(ES): MARIANA SANTOS SILVA, MATEUS ANCHESCHI ROVEDA GUIMARÃES, RENAN HENRIQUE ROCHA, RUI RODRIGUES MAIA

1 1. RESUMO Estudos envolvendo a qualidade da água para o consumo humano nas zonas rurais são escassos, sabendo-se ainda que essa realidade possa ser muito mais heterogênea do que se imagina, apenas um estudo localizado poderá verificar a condição real de uma população rural quanto ao uso de uma água de qualidade. É somente após essa verificação que se torna possível apresentar aos consumidores rurais medidas de saneamento, ações mitigadoras e implantação de tecnologias básicas que venham a garantir a oferta de uma água de melhor qualidade. Neste sentido este trabalho objetiva realizar um diagnóstico da qualidade bacteriológica da água de consumo na zona rural do município de Passos-MG. Tendo como base os Setores da Zona Rural do Município de Passos (MG), foi realizada uma amostragem aleatória simples (AAS), onde o numero amostral deve ser igual ou maior que 28 (vinte e oito) elementos. Considerando os resultados obtidos das analises de laboratório, fica evidente que deverá ser proposta uma tecnologia adequada para tratamento da água de consumo na zona rural do município de Passos. 2. INTRODUÇÃO Muito embora a Organização das Nações Unidas (ONU) tenha apresentado recomendações para que até meados de 2015 as populações sem acesso permanente e sustentável à água potável sejam atendidas (UNDP, 2000), muitas dessas comunidades ainda não viram cumprido esse objetivo. Qualquer política que vise garantir a sustentabilidade do ambiente e da saúde humana e a melhoria das condições de vida dos povos deve, entre outras ações, promover de forma direta e/ou indireta estudos e investimentos que possibilitem a ampliação do conhecimento e a distribuição de tecnologias que auxiliem no alcance de conteúdos básicos a promoção da saúde pública, tais como o uso de uma água potável e um esgotamento sanitário eficiente. Muitas pesquisas têm sido realizadas buscando investigar a relação entre as condições de saneamento e a saúde pública (ONU, 2006). No entanto, estudos envolvendo a qualidade da água para o consumo humano nas zonas rurais são escassos, assim como, por exemplo, nas regiões de produção agropecuária do interior do estado de Minas Gerais. Sabendo-se ainda que essa realidade possa ser muito mais heterogênea do que se imagina, apenas um estudo localizado poderá verificara condição real de

2 uma população rural quanto ao uso de uma água de qualidade. É somente após essa verificação que se torna possível apresentar aos consumidores rurais medidas de saneamento, ações mitigadoras e implantação de tecnologias básicas que venham a garantir a oferta de uma água de melhor qualidade. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o saneamento é um conjunto de medidas que visam à preservação ou alteração das condições do meio ambiente com a finalidade de prevenir doenças e promover a saúde. Neste sentido, a Lei Federal nº 11.445 de 2007 estabeleceu diretrizes nacionais para a promoção do saneamento básico no Brasil, o que envolveu o abastecimento de água potável, o manejo dos resíduos sólidos, o esgotamento sanitário, a drenagem, a gestão associada, a universalização do saneamento e o controle social (BRASIL, 2007). Observa-se que mesmo com os planos nacionais de universalização do saneamento básico, as áreas rurais ainda estão distantes de terem um sistema de saneamento sistemicamente eficiente, mesmo em um futuro mais longo (CARLOS, 2014). O Ministério da Saúde institui também a Portaria nº 2.914, a qual dispõe estabelecer o padrão de potabilidade da água para o uso humano, apresentando os limites dentro dos quais, múltiplos parâmetros físicos, químicos e biológicos da água devem atender para que a mesma possa ser enquadrada como potável (BRASIL, 2011). 2.1. ÁGUA POTÁVEL NA ZONA RURAL No âmbito rural, a questão do fornecimento de água se difere de regiões com população mais concentrada. Utilizam-se soluções alternativas de abastecimento de água para consumo humano, distintas do sistema de abastecimento de água encontrado nos grandes centros, no meio rural é comum a utilização de poços, fontes, distribuição por veiculo transportador, entre outras, chamadas soluções individuais, geralmente aplicadas em áreas de população mais dispersa, referindose exclusivamente ao domicílio tanto a tecnologia como o custo, levando em conta as características de cada local (FUNASA, 2006). 2.2. CONTROLE DE QUALIDADE DA ÁGUA Para ser destinada ao consumo humano, é necessário que a água se apresente livre de organismos capazes de alterar sua potabilidade e/ou que possam

3 causar enfermidades ao consumidor (HELLER, 2006).Os parâmetros e limites estabelecidos pela Portaria nº 2.914 do Ministério da Saúde para a potabilidade da água estão apresentados nas Tabelas 1: Tabela 1 - Tipos de água, parâmetros microbiológicos e seus valores máximos permissíveis de potabilidade segundo a Portaria MS nº 2.914 de 2011. Tipo de água Parâmetro VMP 1 Água para consumo humano Escherichia coli 2 Ausência em 100 ml Água tratada Na saída do tratamento Coliformes totais 3 Ausência em 100 ml No sistema de distribuição Escherichia coli Ausência em 100 ml Coliformes totais 4 Sistemas ou soluções Apenas uma amostra, alternativas coletivas que abastecem menos de 20.000 habitantes Sistemas ou soluções alternativas coletivas que abastecem a partir de 20.000 habitantes entre as amostras examinadas no mês, poderá apresentar resultado positivo. Ausência em 100 ml em 95% das amostras examinadas no mês 1 Valor máximo permitido. 2 Indicador de contaminação fecal. 3 Indicador de eficiência de tratamento. 4 Indicador de integridade do sistema de distribuição (reservatório e rede). Fonte: BRASIL (2011). Diferentes procedimentos são utilizados para indicar a presença efetiva de algumas substâncias ou microrganismos que possam comprometer a qualidade da água. Em termos de saúde pública, os aspectos sanitários deve-se estudar o comportamento dos indicadores de poluição de origem fecal, sendo mais comumente utilizados os coliformes, principalmente o grupo Termotolerantes, e a E. Coli, patógeno pertencente a este grupo (APHA, 1998).

4 2.3. DOENÇAS DE VEICULAÇÃO HÍDRICA Eventualmente, as doenças podem atingir um maior número de pessoas causando surtos e em proporções ainda maiores as epidemias. Nesses casos, as análises de microrganismos patogênicos são particularmente úteis para comprovar a associação da doença à água (HELLER, 2006). Para este fim, a amostra suspeita (água da rede de distribuição, praias, poços, etc.) deve ser coletada o mais rapidamente possível após a detecção do surto e analisada quanto à presença do microrganismo causador da doença, identificado pelos sintomas clínicos ou por exames laboratoriais nas pessoas afetadas. 2.4. PARÂMETROS DE QUALIDADE DA ÁGUA. Os parâmetros de qualidade da água investigados neste projeto de pesquisa foram: ph; cor aparente; turbidez; cloro residual livre e bactérias do grupo coliformes. 2.4.1. Potencial Hidrogeniônico (ph) O ph representa a concentração de íons hidrogênio H + (em escala antilogarítmica), dando uma indicação sobre a condição de acidez, neutralidade ou alcalinidade da água. A faixa de ph é de 0 a 14, e o intervalo recomendado pela Portaria 2914 (2011) é de 6,0 a 9,5. 2.4.2. Cor Aparente A cor é um dado que indica a presença substâncias dissolvidas na água. Assim como a turbidez, a cor é um parâmetro de aspecto estético de aceitação ou rejeição do produto. De acordo com a Portaria 2914 (2011), o valor máximo permissível de cor aparente na água potável é de 15,0 uh. 2.4.3. Turbidez A Turbidez é a medida da resistência da água à passagem de luz. É provocada pela presença de partículas suspensas na água. A turbidez é um parâmetro de aspecto estético de aceitação ou rejeição do produto, e o valor máximo permitido de turbidez na água distribuída é de 5,0 NTU.

5 2.4.4 Coliformes Termotolerantes - E.Coli Os coliformes termotolerantes em especial a E. coli, são bons indicadores de contaminação da água por fezes por ser esta a sua principal rota, além de alimentos contaminados. É transmitido também por contato com animais ou pessoas contaminadas. Podem causar infecções no trato urinário, bacteremia, meningites e doenças diarreicas. Um dos mais recentes surtos de E. coli 0157:H7 ocorreu no suprimento de água de uma comunidade de fazendeiros, no Canadá, em maio de 2000 onde 7 pessoas morreram e 2.300 ficaram doentes (HELLER, 2010). Devido a este fato, outras bactérias têm sido sugeridas para indicar a qualidade de águas, entre elas a E. coli é atualmente utilizada pelas estações de tratamento de água como indicador de maior representatividade da contaminação fecal (SPERLING, 1996). 2.5. MUNICÍPIO DE PASSOS (MG) A cidade apresenta-se como polo regional e suas atividades econômicas estão baseadas, sobretudo, na produção agropecuária, no agronegócio e no setor industrial de confecções e moveleiro, além de um forte setor de serviços (IBGE, 2014). Segundo o último Censo Agropecuário do IBGE (2006), o município pertence à área de abrangência da unidade de planejamento do médio Rio Grande (GD7) e está situado entre as microbacias dos rios São João, Ribeirão Conquista e Ribeirão Bocaina, sendo este ultimo, o principal recurso responsável pelo abastecimento de água da população de Passos (IBGE, 2006). 3. OBJETIVOS Realizar um diagnóstico da qualidade bacteriológica da água de consumo na zona rural do município de Passos-MG. 4. METODOLOGIA Tendo como base os Setores da Zona Rural do Município de Passos (MG), foi realizada uma amostragem aleatória simples (AAS), onde o número amostral deve ser igual ou maior que 28 elementos, de modo que todos os domicílios da região tivessem a mesma probabilidade de serem escolhido se, desta forma, foram selecionados 28 domicílios como população amostral. A Figura 1 abaixo mostra a posição dos domicílios.

6 Figura 1: Área do Município de Passos e posição dos domicílios selecionados. 5. DESENVOLVIMENTO Foram coletadas amostras de água diretamente do ponto de consumo (torneira da pia de cozinha) utilizando-se frascos de polietileno boca larga. Após a coleta, as amostras foram armazenadas em caixas térmicas com gelo, mantidas a temperatura de -4º C e encaminhadas para o laboratório. 5.1. ANÁLISE LABORATORIAL As amostras de água foram coletadas e analisadas de acordo com os procedimentos recomendados pelo Standard Methods for the Examination of Water and Waste Water, APHA, AWWA, WPCF, (2005). Na Tabela 2 estão apresentados os parâmetros, metodologias e limites de quantificação do método (LQM) e valor máximo permissível (VMP) da Portaria 2.914 (BRASIL, 2011). Tabela 2-Parâmetros, metodologia, (LQM) e (VMP) portaria do M.S.nº2.914 Parâmetro Unidade Metodologia LQM VMP Referência APHA, 2005 ph Adimensional Potenciometria 0,5 6,0a9,0 4500-HB,p.4-65 Cor aparente uh Espectrofotometria 1 15 2120C,p.2-3 Turbidez Ut (NTU) Neftelométrico 0,1 5 2130B,p.2-9 Cloro residual livre mg/lcl 2 Espectrofotometria 1 500 2340C,p.180 Coli. Totais UFC/100mL Membrana Filtrante 1 ausente 9221B,p.9-45 Coli. Termotolerantes UFC/100mL Membrana Filtrante 1 ausente 9221B,p.9-51

7 6. RESULTADOS Os resultados de todos os dados apurados, bem como das análises de laboratório das águas coletadas estão descritas na Tabela 3. Tabela 3: Resultados da média aritmética de 5 amostragem para cada domicílio Domicílios ph Cor Turbidez Coli Totais Termotolerantes Unidade Adimensional uh Ut (NTU) UFC/100mL UFC/100mL 1 7,31 25 1,52 ausente ausente 2 7,29 6 1,38 ausente ausente 3 7,64 <1 0,76 ausente ausente 4 6,66 4 1,35 ausente ausente 5 7,47 10 1,38 ausente ausente 6 7,08 <1 1,04 40 ausente 7-A 5,56 4 0,94 ausente ausente 7-B 5,69 3 1,09 ausente ausente 8 7,79 9 1,05 ausente ausente 9 6,61 9 0,55 ausente ausente 10 7,07 436 80,20 ausente ausente 11 6,79 77 9,81 90 20 12 8,24 <1 0,70 3 1 13-A 6,52 <1 0,41 16 ausente 13-B 7,20 <1 0,64 ausente ausente 14 6,93 119 2,99 200 6 15 6,42 3 1,04 ausente ausente 16 6,18 4 1,23 ausente ausente 18 6,53 27 7,02 150 13 19 6,50 <1 0,73 ausente ausente 20 6,17 <1 0,50 ausente ausente 21 7,02 <1 1,53 ausente ausente 22 6,33 <1 0,79 ausente ausente 23 6,28 <1 0,82 ausente ausente 24 7,11 <1 0,77 36 2 25 7,10 <1 1,06 44 10 26 5,90 3 2,89 190 8 27 6,57 <1 1,70 135 15

8 7. CONSIDERAÇÕES FINAIS Considerando os resultados obtidos das analises de laboratório, fica evidente que deverá ser proposta uma tecnologia adequada para tratamento da água de consumo na zona rural do município de Passos. 8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AMERICAN PUBLIC HEALTH ASSOCIATION (APHA). Standard methods for the examination for water and wastewater. 20. ed. Denver: USEPA, 1998. BRASIL. Fundação Nacional de saúde. Manual de Saneamento. 3ª ed. Rev. 1ª Reimpressão. Brasília: FUNASA (2006) 408p BRASIL. Lei nº 11.445 de 5 de janeiro de 2007. Estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico; altera as leis nos 6.766, de 19 de dezembro de 1979, 8.036, de 11 de maio de 1990, 8.666, de 21 de junho de 1993, 8.987, de 13 de fevereiro de 1995; revoga a lei no 6.528, de 11 de maio de 1978; e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 2.914, de 12 de dezembro de 2011. Estabelece os procedimentos e responsabilidades relativos ao controle e vigência da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade, e da outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 14 dez. 2011. Seção 1. Disponível em: <http://www.saude.gov.br>. Acesso em: 12 mar. 2014. CARLOS, É. Saneamento rural um enorme desafio para o Brasil. Revista sustentabilidade 2014. (Disponível em: http://revistasustentabilidade.com.br/saneamento-rural-um-enorme)-desafio-para-obrasil/#sthash.3yppymya.dpuf. Acesso em: 15 out. 2014. HELLER, L; PÁDUA, V. L. de.(org.) Abastecimento de água para consumo humano. 2. Ed. rev. e atual. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2010. v. 1.

9 HELLER, L; PÁDUA, V. L. Abastecimento de água para consumo humano. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2006. MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais. Perfil do Agronegócio 2003 2009. ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU). Relatório da Organização das Nações Unidas sobre a escassez da água. 2006. Disponível em: <http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2006/08/060821_faltaágua relatriofn.shtml>. Acesso em: 10 dez. 2013. SPERLING, M.V. Introdução á qualidade das águas e ao tratamento de esgotos. 2 ed. Belo Horizonte: DESA; UFMG, 1996. UNITED NATIONS DEVELOPMENT POPULATION (UNDP). Drinking water standards and heath advisories. Washington, 2000.