USO DE DISPOSITIVOS MÓVEIS NA DISCIPLINA DE GUARANI PARA ESTUDANTES DE UMA ESCOLA MULTISSERIADA INDÍGENA

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Transcrição:

USO DE DISPOSITIVOS MÓVEIS NA DISCIPLINA DE GUARANI PARA ESTUDANTES DE UMA ESCOLA MULTISSERIADA INDÍGENA Isabela Nardi da Silva - isabela.ns@posgrad.ufsc.br - PPGTIC/UFSC Jaqueline Steffens da Rocha - jaqueline.steffens@ifsc.edu.br - PPGTIC/UFSC Juarez Bento da Silva - juarez.b.silva@ieee.org - UFSC Simone Meister Sommer Bilessimo - simone.bilessimo@ufsc.br - UFSC Resumo. Este artigo possui como objetivo analisar o impacto do uso de tecnologia aplicada para uma atividade da disciplina de Guarani para estudantes do quarto e quinto ano da Escola Indígena Nhu Porã, uma escola multisseriada pertencente à Comunidade Indígena Nhu Porã, localizada no município de Torres/RS. Para realizar esta análise, foi adotado o modelo SAMR (Substituição, Ampliação, Modificação e Redefinição), desenvolvido por Puentedura (2015) e utilizado para avaliar quanto significativamente certo uso de tecnologia modifica a aprendizagem. A partir do modelo, foi possível caracterizar a aplicação de tecnologia apresentada nesta pesquisa como uma ampliação - um aprimoramento da aula, provendo uma alternativa para outras ferramentas ou elementos educacionais trazendo melhoras funcionais. O professor ministrante da disciplina apresentou-se satisfeito com o uso de tecnologia em aula, bem como os estudantes envolvidos. Palavras-chaves: Educação Indígena; Tecnologias Educacionais; Dispositivos Móveis. USE OF MOBILE DEVICES IN THE GUARANI SUBJECT FOR STUDENTS OF AN INDIGENOUS MULTI-SERIES SCHOOL Abstract. This article aims to analyze the impact of the use of technology applied to an activity of Guarani subject for students of fourth and fifth grade of Nhu Porã Indigenous School, a school belonging to the Nhu Porã Indigenous Community, located in Torres, Brazil. In order to carry out this analysis, we adopted the SAMR (Replacement, Expansion, Modification and Redefinition) model, developed by Puentedura (2015) and used to evaluate how much a certain use of technology modifies learning. From the model, it was possible to characterize the technology application presented in this research as an amplification - an improvement of the class, providing an alternative to other tools or educational elements bringing functional improvements. The teacher was satisfied with the use of technology in class, as well as the students involved. Keywords: Indigenous Education; Educational Technologies; Mobile Devices. 1. Introdução Há alguns anos diversos autores ameríndios têm publicado livros que falam sobre a história e cultura de seus povos, tendo como objetivo retratar a realidade indígena. É indiscutível a necessidade de levar esse conhecimento para fora das aldeias e deixar claro para a população que índio não é bicho do mato, que é gente como a gente, que tem sentimentos e que faz parte da história do Brasil (BERGAMASCHI e MEDEIROS, 2010). Outra ressalva é a importância de os alunos das escolas indígenas também ter acesso e conhecimento a respeito de outras culturas. Nesse caso, essas possibilidades esbarram em várias dificuldades: infraestrutura das escolas indígenas; acesso à

bibliografias sejam elas impressas ou digitais; língua na qual os materiais didáticos são impressos, pois em várias tribos as crianças são alfabetizadas primeiro na língua materna e depois na língua portuguesa. Dessa forma, diante dessas mazelas, buscam-se alternativas para facilitar o processo de ensino-aprendizagem dos alunos indígenas, como por exemplo o uso das tecnologias, que pode contribuir para uma educação mais dinâmica, colaborativa e inovadora. O projeto Promovendo inclusão digital em escolas públicas de educação básica através da integração de tecnologias inovadoras de baixo custo no ensino de ciências naturais e exatas foi criado em 2008 pelo Grupo Temático em Experimentação Remota Móvel (GT-MRE), do Laboratório de Experimentação Remota (RExLab), pertencente à Universidade Federal de Santa Catarina, com o objetivo de favorecer a integração de tecnologias na educação em escolas públicas mediante ações de capacitação docente e apoio a integração de tecnologia em planos de aula e práticas de sala. Isto posto, após contato inicial da equipe do projeto com a Escola Indígena Nhu Porã, uma escola multisseriada da tribo Mbyá-Guarani, de Torres-RS, percebeu-se a carência de acesso a recursos de Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) que podem auxiliar na melhoria da qualidade do ensino da escola. Conforme relata o professor indígena Francisco Moreira Alves, O índio precisa ser incluído, precisamos saber ler, escrever e usar as tecnologias para lutar por melhores condições de vida. Desta forma, esta pesquisa faz parte das ações do projeto, que passa a ter como parceira a Escola Indígena Nhu Porã e o Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC). O objetivo deste artigo é analisar o impacto do uso de tecnologia aplicada para uma atividade da disciplina de Guarani para estudantes do quarto e quinto ano da Escola Indígena Nhu Porã, uma escola multisseriada pertencente à Comunidade Indígena Nhu Porã, localizada no município de Torres/RS 2. Referencial Teórico 2.1. Educação Escolar Indígena e o acesso às TIC Na era do conhecimento, é inegável a importância que a educação possui quando se trata da evolução e desenvolvimento da sociedade e, certamente, as novas TIC favorecem a criação de novos ambientes de ensino-aprendizagem. Conforme Arguedas-Matarrita et al (2017), para que os educadores façam uso dessas novas ferramentas de ensino, é necessário uma infraestrutura mínima capaz de propiciar o uso desses aparatos tecnológicos. De acordo com o censo escolar de 2017, muitas escolas brasileiras ainda não possuem acesso às tecnologias, sendo que apenas 46,8% das escolas de ensino fundamental dispõem de laboratório de informática; 65,6% das escolas possuem acesso à internet; Em 53,5% das escolas a internet é do tipo banda larga. (INEP, 2017). Assim quando se trata do uso das TICs, se o ensino básico para alunos que não são índios passa por inúmeras dificuldades, a educação indígena por sua vez encontra ainda mais obstáculos, resultando muitas vezes em uma educação precária e sem um futuro previsível (LUCIANO, 2015). Por se tratar de uma forma diferenciada de educação, a Resolução CNE/CEB nº3/1999, que fixa diretrizes para o funcionamento das escolas indígenas, prevê que essas possuam normas e ordenamento jurídico próprios, fixando as diretrizes curriculares do ensino intercultural e bilíngüe, visando à valorização plena das culturas dos povos indígenas e à afirmação e manutenção de sua diversidade étnica. Assim, os alunos têm acesso a disciplinas diferenciadas da escola tradicional, como as aulas de

Guarani por exemplo. Essas escolas consideram a importância da participação da comunidade em sua concepção e gestão, devendo priorizar as estruturas sociais; cultura e religião; formas de produção e conhecimento; métodos próprios de ensino; suas atividades econômicas [...] e o uso de materiais didático pedagógicos produzidos de acordo com o contexto sócio - cultural da tribo (BRASIL, 1999). Porém, devido às necessidades de sobrevivência e o convívio mais próximo com o homem branco, é inegável que boa parte da bagagem cultural indígena se perca ou então se mescle com o modos de vida do não índio. Assim, é necessário que as interferências externas, como é o caso das TIC, sejam trabalhadas e inseridas nas comunidades de forma a garantir a inclusão social e digital, servindo como meio de fortalecimento e preservação de sua história e cultura. As TIC s podem proporcionar um ambiente educacional inclusivo, pelas suas possibilidades inesgotáveis de construção de recursos que facilitam o acesso às informações, conteúdos curriculares e conhecimentos em geral [...] (GIROTO, POKER e OMOTE, 2012, p. 7). Para isso, é necessário que os educadores tenham a destreza de escolher quais recursos tecnológicos melhor se adaptam às necessidades de suas turmas e do contexto na qual estão inseridos. Todavia, na maioria das vezes não são os professores que não querem fazer uso das tecnologias ou novas metodologias de ensino, mas sim a precária infraestrutura disponibilizada aos mesmos. Essas dificuldades são inúmeras: falta de professores, ausência de biblioteca e de material didático (tanto na língua portuguesa quanto na língua materna- Guarani), insuficiência de material escolar, classes multisseriadas com alunos de diversas idades ocupando o mesmo espaço, ambientes insalubres (ou muito úmidos ou muito quentes), mobiliário e merenda escolar insuficientes ou quase inexistentes, além é claro de acesso às tecnologias básicas, como televisão, computador ou internet. Nesse aspecto, sabendo que as atividades de ensino que usam as TIC s no ambiente escolar contribuem para o desenvolvimento social e melhoria das condições de vida da população; Estímulo ao desenvolvimento do pensamento autônomo, curiosidade e criatividade. (CARDOSO, 2012, p. 15), é necessário que o poder público e as instituições de ensino desenvolvam ações que possam diminuir os problemas de falta de acesso às novas tecnologias. Projetos e ações que atendam a essas finalidades podem de alguma forma amenizar alguns dos problemas enfrentados pelos educadores das escolas indígenas no país, como acesso a materiais bibliográficos, jogos educativos, entre outros. 2.2. O Projeto Promovendo inclusão digital em escolas públicas de educação básica através da integração de tecnologias inovadoras de baixo custo no ensino de ciências naturais e exatas O projeto Promovendo inclusão digital em escolas públicas de educação básica através da integração de tecnologias inovadoras de baixo custo no ensino de ciências naturais e exatas foi iniciado em 2008 pelo Grupo Temático em Experimentação Remota Móvel (GT-MRE), do Laboratório de Experimentação Remota (RExLab), pertencente à Universidade Federal de Santa Catarina. Este projeto conta com diversas parcerias, entre as mais recentes o Instituto Federal de Santa Catarina, que trouxe a parceria com a Escola Indígena Nhu Porã. O projeto foi criado com o objetivo de oferecer uma iniciativa para integração de tecnologias digitais na educação básica da rede pública brasileira, com vista na carência enfrentada por grande parte das escolas públicas brasileiras não possuírem laboratórios

de ciências ou de informática (SILVA et al, 2017). Com a finalidade de realizar este objetivo, o projeto foi estruturado em dois eixos (SILVA et al, 2017): um eixo formativo, que visa a capacitação docente em relação a tecnologias digitais, para que os professores aprendam como utilizar tecnologias bem como saber aplicá-las em aula, e, após um eixo integrativo, durante o qual professores realizam aplicações de tecnologias digitais em sala de aula, com seus estudantes. Para Silva et al (2017), com o passar dos anos, o projeto tem apresentado resultados positivos, sendo comprovados mediante da satisfação de docentes e estudantes envolvidos em suas ações e por conta da forma como estes expuseram suas opiniões ao longo do projeto mediante questionários, entrevistas e relatos de experiência. 2.3. O Modelo SAMR O modelo SAMR é um framework que pode ser usado para avaliar quanto significativamente determinado uso de tecnologia transforma a aprendizagem (ROMRELL, KIDDER e WOOD, 2014). Desenvolvido por Ruben Puentedura (2015), o modelo possibilita um framework para professores projetarem a aprimoração da integração de tecnologias emergentes em suas atividades de aula diárias (LOBO E JIMENEZ, 2017). Segundo Hilton (2015), o modelo, apresentado visualmente de forma hierárquica, é dividido em quatro seções: Substituição, Ampliação, Modificação e Redefinição. Estas seções são agrupadas em duas áreas diferentes: Aprimoramento e Transformação. As seções Substituição e Ampliação são agrupadas como Aprimoramento, significando que são tecnologias que podem substituir ou melhorar ferramentas existentes no processo de aprendizagem, enquanto as seções Modificação e Redefinição são agrupadas como Transformação, pois provêm novas oportunidades para aprendizado que não eram facilmente possíveis sem o uso de tecnologia (KIRKLAND, 2014). Hilton (2015) traz definições para os conceitos em que o modelo SAMR se baseia: Substituição é o uso de tecnologia para uma atividade que poderia ser realizada sem tecnologia; Ampliação provê uma melhora tecnológica para uma atividade que poderia ser completada sem tecnologia; Modificação permite que uma atividade pré-existente pode ser alterada significativamente de uma maneira que não seria possível sem tecnologia; e Redefinição seria a criação de uma atividade completamente nova, não possível de ser feita sem o uso de tecnologia. A figura abaixo resume as principais características do modelo SAMR: Figura 1 Modelo SAMR Fonte: Puentedura (2015).

3. Materiais e Métodos 3.1. Procedimentos Metodológicos Do ponto de vista de sua natureza, este estudo pode ser considerado como uma pesquisa aplicada, pois, de acordo com a definição de Silva e Menezes (2005), uma pesquisa desta natureza objetiva gerar conhecimentos para aplicação prática e dirigida à solução de problemas específicos; envolve verdades e interesses locais.. Quanto a sua abordagem, esta pesquisa caracteriza-se como um estudo qualitativo. Para Pronadov e Freitas (2013), este tipo de estudo considera que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que não pode ser traduzido em números. Em relação ao seu caráter, esta pesquisa é definida como exploratória, que, segundo Gil (2002), poderá permitir ao leitor a construção de hipóteses referentes ao tema em questão a partir da análise de diferentes pontos de vista, estimulando a melhor compreensão de conteúdo. O procedimento técnico adotado para a pesquisa foi estudo de caso, identificado como tal por estudar especificamente um grupo. De acordo com Pronadov e Freitas (2013), o estudo de caso surge para estabelecer uma compreensão acerca de uma situação diferenciada em diversos aspectos, buscando encontrar suas características particulares. Este tipo de estudo apresenta uma perspectiva geral da temática a partir da visão do investigador. Este estudo de caso foi realizado no âmbito das ações do projeto Promovendo inclusão digital em escolas públicas de educação básica através da integração de tecnologias inovadoras de baixo custo no ensino de ciências naturais e exatas, contando com a Escola Indígena Nhu Porã como parceira. A atividade realizada foi a leitura do livro Jereroayu, uma coletânea de pequenas histórias escritas em guarani por professores indígenas, a partir da tradição Guarani-Mbya. As histórias relatam a cultura indígena, tal como a importância do plantio, das tradições ameríndias, entre outros. Os sete alunos que participaram são de uma classe multisseriada de 4º e 5º anos da Escola Indígena Nhu Porã, a qual possui 40 estudantes matriculados. Optou-se por fazer essa aplicação somente para os alunos de 4º e 5º devido às dificuldades de comunicação com os menores, pois estes se comunicam somente na língua guarani. A leitura foi realizada durante a aula de guarani e ministrada por um professor indígena, habitante da comunidade. Durante a atividade, cada aluno recebeu um tablet, onde acessaram o arquivo em formato.pdf. A leitura foi acompanhada pelo professor, que escolheu a história a ser lida pelos estudantes e fez a leitura em voz alta, na língua guarani. A história tratava da importância da prática do plantio para subsistência nas aldeias. Após a leitura da história, o professor pediu que as crianças realizassem uma atividade no tablet: deveriam fazer um desenho e uma frase baseada no texto que leram, comparando a história do livro com seu cotidiano na aldeia. A ferramenta utilizada para esta atividade foi o aplicativo móvel Rascunho, que está disponível gratuitamente para download na PlayStore. Este aplicativo permite a criação de ilustrações digitais mediante o uso de ferramentas de edição como pincéis, canetas, lápis, borracha, balde de tinta, entre outras. O usuário pode elaborar os desenhos usando o dedo ou uma caneta digital. O Modelo SAMR foi selecionado para uso na presente pesquisa com a finalidade de avaliar o impacto do uso de tecnologia na aula de Guarani para estudantes da escola multisseriada indígena.

3.2. Etapas da Pesquisa Para se alcançar resultados satisfatórios e permitir um bom andamento da pesquisa, foi realizada a divisão das atividades em etapas específicas. A figura abaixo apresenta um fluxograma que mostra o conjunto de ações que foram realizadas durante a execução da pesquisa. Figura 2 - Etapas da Pesquisa Fonte: Elaborado pelos autores (2018). Na primeira fase, o embasamento teórico possibilitou o aprofundamento sobre o tema explorado na pesquisa. A partir deste momento, tornou-se viável a busca por soluções para a problemática apresentada e a definição da ferramenta para análise da ação de integração de tecnologia. A ferramenta selecionada foi o modelo SAMR, explanado na seção de Referencial Teórico. Na segunda fase, Ação de Integração de Tecnologia, foi o momento em que a equipe entrou em contato com a escola para iniciar uma parceria no âmbito do projeto.

A partir deste contato, foi identificado o professor e a disciplina em que seria aplicada a metodologia, bem como as turmas que iriam participar das atividades. Desta forma, durante esta fase também foi realizada a preparação dos tablets para uso em aula, e enfim, as atividades planejadas em conjunto com o professor. Na fase de Procedimentos Metodológicos, foi realizada uma entrevista com o professor responsável pela turma a fim de verificar a sua opinião sobre a ação de integração de tecnologia, bem como esta foi caracterizada de acordo com a ferramenta definida durante a primeira fase. A última fase foi momento de realizar a análise e discussão dos resultados, sendo estes as respostas do professor de acordo com a entrevista, as atividades elaboradas pelos estudantes envolvidos e análise de acordo com o modelo SAMR. 5. Resultados e Discussão De acordo com o professor participante da pesquisa, Francisco Moreira Alves, a experiência foi muito gratificante, pois permitiu a desconstrução da negatividade de considerar que índios são incapazes, e constrói uma visibilidade positiva para o futuro e educação indígena de qualidade. Abaixo são apresentados os desenhos elaborados pelos alunos: Figura 3 - Desenhos elaborados pelos alunos indígenas por meio do aplicativo Rascunho Fonte: Adaptado pelos autores a partir dos desenhos dos alunos participantes (2018). Entre as frases escritas pelos estudantes, foram elencadas três para apresentação neste trabalho: Nhanhoty ja'u va'e rã merõ; takuare'e-avaxi; avaxi;yva'a./ Plantio guarani é para nosso alimento, melancia, melão, cana-doce e milho ; Xanjau nanhoty ja'u haguã./ A melancia plantamos para nosso consumo. ; Avaxi ma ja'u va'e rã nhande jaikoa hagua./ Milho é nosso alimento. As frases foram originalmente escritas em guarani e posteriormente o professor fez a tradução para o português. Figura 4 - Professor realizando a leitura com os estudantes.

Fonte: Elaborado pelos autores (2018). Interpretando de acordo com o modelo SAMR, é possível avaliar o impacto do uso de tecnologia nesta aula para estes estudantes. O uso dos tablets foi um grande benefício, pois havia apenas uma cópia do livro na escola. Com a digitalização do livro, foi possível que todos os estudantes da turma tivessem a possibilidade de realizar a leitura do livro individualmente. Em relação à atividade realizada pelos estudantes para interpretação do livro, o uso de tecnologia permitiu aos estudantes uma variedade maior de opções para elaboração do desenho, que por escassez de materiais escolares na escola, não seria tão rico em detalhes. Além disso, os estudantes tiveram a possibilidade de salvar os desenhos no tablet, possibilitando posterior compartilhamento das artes feitas em aula. A figura abaixo apresenta os graus do modelo SAMR. Figura 5 - Graus do Modelo SAMR Fonte: Puentedura (2018). Desta forma, observa-se que a aplicação da tecnologia apresentada nesta pesquisa caracteriza-se como um aprimoramento da aula, sendo uma ampliação: o uso de tecnologia provê uma alternativa para outras ferramentas ou elementos educacionais trazendo melhoras funcionais isto é, a atividade antes não digital torna-se tecnológica porém não é completamente transformada (LOBO E JIMÉNEZ, 2017). 6. Conclusões O presente artigo apresentou um estudo de caso sobre o uso de tecnologia na disciplina de Guarani para estudantes do quarto e quinto ano da Escola Indígena Nhu

Porã, pertencentes a tribo da etnia Mbya Guarani, do município de Torres-RS, e que agora fazem parte do projeto Promovendo inclusão digital em escolas públicas de educação básica através da integração de tecnologias inovadoras de baixo custo no ensino de ciências naturais e exatas, desenvolvido pelo RExLab há 9 anos. Os alunos participantes desta pesquisa estudam em uma escola indígena multisseriada e que encontra inúmeras dificuldades quanto a recursos didático pedagógicos e de infraestrutura, tal qual muitas outras escolas brasileiras, porém em um grau mais elevado, dado às peculiaridades da tribo e ao histórico processo de exclusão que os indígenas sofrem há muitos anos. Como intuito de amenizar alguns problemas quanto ao acesso e uso de ferramentas tecnológicas em sala de aula por parte dos professores da escola indígena, foi realizada uma atividade prática com uso de tablets em sala de aula, durante a disciplina de Guarani. Ao longo do trabalho observou-se o entusiasmo dos alunos e de toda equipe envolvida, pois além de as crianças ter contato com os tablets pela primeira vez, tiveram a oportunidade de retratar em forma de desenho a cultura e o cotidiano que eles possuem na aldeia. Isso ressalta a importância de oportunizar que o indígena seja protagonista de sua própria história. Isso pode ser feito por meio de projetos que estimulem a autonomia e o aprendizado, o que possibilita a aquisição de conhecimentos contemporâneos sem ignorar o conjunto de tradições e a sabedoria milenar de seu povo. Outro ponto positivo observado foi a facilidade com que os alunos indígenas aprenderam a manusear a ferramenta, o que pode ser observado na qualidade e detalhes dos desenhos elaborados pelos mesmos. Os professores e direção da escola ficaram empolgados para desenvolver outras atividades que façam a integração da tecnologia em sala de aula, pois puderam verificar na prática os benefícios resultantes dessa metodologia. Dessa forma, ao analisar o trabalho com base no modelo SAMR, verificou-se que a aplicação de tecnologia apresentada nesta pesquisa como uma ampliação - um aprimoramento da aula, provendo uma alternativa para outras ferramentas ou elementos educacionais trazendo melhoras funcionais. Destarte, ao promover a inclusão digital nas escolas indígenas, vislumbra-se a oportunidade de tirar da invisibilidade uma parcela da população que há anos sofre com os mais variados tipos de exclusão, dentre eles a privação do acesso à uma educação básica de qualidade, aliado uma uma escola que tenha uma infraestrutura mínima de recursos humanos e materiais. Agradecimentos Esta pesquisa foi desenvolvida com o apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, do Instituto Federal de Santa Catarina e do edital de Projetos Cultura da Universidade Federal de Santa Catarina. Referências Bibliográficas ARGUEDAS-MATARRITA, C. et al. A teacher training workshop to promote the use of the VISIR remote laboratory for electrical circuits teaching. 2017 4th Experiment@international Conference (exp.at'17), [s.l.], p.1-2, jun. 2017. IEEE. http://dx.doi.org/10.1109/expat.2017.7984351. BERGAMASHI, M. A.; MEDEIROS, Juliana Schneider. História, memória e tradição na educação escolar indígena: o caso de uma escola Kaigang. Revista Brasileira de História. São Paulo, v. 30, nº 60, p. 55-75 - 2010.

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