Reunião ANEEL Separação de Lastro e Energia Contratação de Capacidade Julho de 2017
Contexto Mundial Em geral, no mercado de energia, o preço do mercado - Spot - não é suficiente para atrair novos investimentos em expansão da geração, comprometendo o nível desejado de Segurança de Suprimento. Cenário de Missing Money no Mundo Cenário de Missing Money no Brasil Nos anos de 2001 e 2002 o Brasil viveu uma crise energética que afetou especialmente as regiões Sudeste e Centro-Oeste. O termo Apagão" foi adotado como referência às interrupções ou falta de energia elétrica frequentes, como "blecautes" de maior duração. Fonte: SPEES, et al. (2013) A crise ocorreu por falta de planejamento e ausência de investimentos em geração e distribuição de energia, e foi agravada pelas poucas chuvas. Com a escassez de chuva, o nível de água dos reservatórios das hidrelétricas abaixou e os brasileiros foram obrigados a racionar energia.
Segurança de Suprimento Existem algumas maneiras de se lidar com o problema de segurança de suprimento. No mundo, foram criados os mercado de capacidade e no Brasil foi instituído o modelo de expansão por meio de contratação em leilões regulados. Mercados de Capacidade Explícitos Modelo Brasileiro Fonte: CCEE, IEA (2016), VIANA (2017) Países que possuem modelos de formação de preços críveis utilizam os mercados de capacidade para viabilizar os projetos. Comercialização de um pacote de capacidade/lastro e energia, que obriga tanto o consumo quanto a comercialização estejam 100% cobertos por lastro.
Expansão da Geração 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020* No modelo atual, a contratação por meio de leilões no ACR permitiu a expansão da geração com sucesso. Desde 2004, foram contratados mais de 30 GWmédios de Energia (dois quais, 11 GW de energia eólica já foram instalados). 20.000 18.000 Evolução da Capacidade Instalada (MW) 17.986,7 16.000 15.153,0 15.837,2 14.000 13.272,7 12.000 10.747,3 10.000 8.733,4 8.000 6.000 5.979,6 4.000 2.000 0 27,1 235,4 245,6 341,4 600,8 932,4 1.535,1 2.529,0 3.484,1 Nova (MW) Acumulada (MW)
Financiamento de Infraestrutura no Brasil O sucesso da expansão da matriz elétrica brasileira está pautado no modelo de contratação no ACR, cujos contratos de longo prazo (PPAs) são utilizados como garantia para o financiamento dos projetos.
Motivação para Mudança Uma das principais virtudes do modelo de contratação atual foi a garantia da segurança de suprimento e a expansão do sistema. Todavia, o modelo apresenta algumas distorções. Distorções relacionadas ao modelo: Expansão dependente do ambiente de contratação regulado (ACR); Dificuldades para expansão no ACL (fornecimento de recebíveis como garantia para o BNDES); Problema de desequilíbrio estrutural devido a migração de agentes para mercado livre, que contribuiu para uma sobrecontratação involuntária das distribuidoras; Ausência de mercado para contratação de serviços ancilares e ausência de remuneração para os serviços prestados; Falha na qualificação de investidores de alguns certames e definição inadequada de preço-teto de leilões; Sobrecustos aos consumidores que não possuem a liberdade de migração para o mercado livre; entre outros.
Separação de Lastro e Energia Por meio da Consulta Pública nº 33/2017, o MME trouxe uma proposta de medidas legais que viabilizem o futuro do setor elétrico com sustentabilidade a longo prazo. Dentre as proposta, foi aberta a discussão acerca da Separação de Lastro e Energia. Produto Energia: O produto energia é definido como uma commodity (geração em MWh). Podemos definir o Produto Lastro de diversas maneiras: Equivalente à Garantia Física; Contribuição Energética para Segurança dado um Critério de Suprimento; Conjunto de atributos que contribuem para segurança energética. O que é lastro? Um maior detalhamento acerca da definição de lastro no mercado brasileiro é absolutamente necessário para evolução da questão regulatória.
Definição de Lastro A Nota Técnica nº 5/2017 apresentou uma proposta de definição de Lastro alinhada com o conceito de atributos. Todavia, a definição de forma infralegal permite se adaptar de forma mais tempestiva as evoluções tecnológicas e demais questões. Proposta para o Art. 3º-C na Lei 10.848/2004 7º Na contratação de novos empreendimentos para aquisição de lastro geração, na forma deste art., deverão ser considerados, conforme regulamentação, os atributos técnicos, físicos e socioambientais dos empreendimentos habilitados no certame., tais como: I - confiabilidade; II velocidade de respostas às decisões de despacho; III contribuição para redução das perdas de energia elétrica; IV economicidade proporcionada ao sistema de transmissão ou de distribuição necessário ao escoamento da energia elétrica gerada; V capacidade de atendimento à demanda de energia elétrica nos momentos de maior consumo; e VI capacidade de regulação de tensão e de frequência. V capacidade de atendimento à demanda de energia elétrica nos momentos de maior consumo; e VI capacidade de regulação de tensão e de frequência. Definir os atributos de forma infralegal Atributos técnicos, físicos e socioambientais dos empreendimentos habilitados no certame, tais como: I adequabilidade (energética); II - confiabilidade (elétrica); III velocidade de respostas às decisões de despacho; IV contribuição para redução das perdas de energia elétrica; V economicidade proporcionada ao sistema de transmissão ou de distribuição necessário ao escoamento da energia elétrica gerada; VI capacidade de atendimento à demanda de energia elétrica nos momentos de maior consumo; VII capacidade de regulação de tensão e de frequência; VIII aspectos econômicos; IX complementaridade da fonte com a matriz elétrica; e X aspectos socioambientais.
Modelo de Contratação É importante definir uma modelo de contratação por fonte ou método de valoração dos atributos que permita atingir a expansão ótima do sistema, conforme indicativo dado pelo Plano Decenal de Expansão de Energia 2026.
Vantagens e Desvantagens A separação de Lastro e Energia possui vantagens e desvantagens que devem ser avaliadas com parcimônia. Vantagens: Regras mais organizadas para comercialização de energia como commodity; Proporcional maior liquidez para o mercado de energia; Permite maior liberalização do mercado; Redução da indexação dos contratos (lastro é indexado pela inflação e energia é preço de mercado). Desvantagens: Equalização da questão do financiabilidade (salutar dado que não existe um modelo de formação de preços crível); Para garantir a expansão, pode haver um risco de sobrecusto devido a necessidade de proporcionar maior receita aos geradores no mercado de capacidade.
Requisito para Separação de Lastro e Energia Na proposta de Separação de Lastro e Energia, é essencial avaliar o impacto regulatório e as regras de transição. Um modelo de formação de preços crível é um requisito para Separação de Lastro e Energia. Expansão do Sistema Financiabilid ade Segurança de Suprimento O ideal é definir uma proposta robusta de transição, cumprindo fases, para garantir a segurança de suprimento. Formação de Preços
Preocupações A proposta de Separação de Lastro e Energia deve ser avaliada com parcimônia, avaliando o impacto regulatório. O ideal seria propor uma transição cumprindo fases que garantam a segurança de suprimento. Preocupações: A credibilidade do Modelo de Formação de Preços é um requisito necessário para implantação do modelo; Garantia de Segurança de Suprimento depende da financiabilidade da expansão; Necessidade de avaliação do impacto regulatório, mantendo adequada a relação risco x retorno do setor; Precificação do lastro deve ser robusta para viabilizar novos investimentos e não gerar sobrecusto aos consumidores; Discutir o tratamento do período de transição para o modelo: Transição para os contratos legados: garantir a estabilidade regulatória e respeitar os direitos e deveres dos contratos; Transição para o modelo de contratação: contratar lastro e energia juntos no período de transição; Transição no modelo de formação de preços.
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