IMPLEMENTAÇÃO DE PSA NOVAS ABORDAGENS À IMPLEMENTAÇÃO Cláudia GUERREIRO 1 ; Hélio PEREIRA 2 RESUMO O enquadramento legal imposto pelo Decreto-Lei n.º 194/2009 e a vontade da Aquapor em elevar o padrão de confiança dos consumidores na qualidade da água consumida ditou que em 2012 a empresa lançasse um projeto colaborativo, dentro das 10 empresas do grupo, o qual teve como objetivo a implementação de um PSA nas mesmas. A necessidade como força motriz da evolução, ditou a criação, pelo grupo Aquapor Luságua de um software, de cariz intuitivo, possibilitando a cada entidade gestora uma rápida implementação de um Plano de Segurança da Água. O AquaControl integra todo o processo de implementação de um PSA, desde a definição da equipa, ao mapeamento das zonas de abastecimento, assim como inerente gestão de risco associada a cada ZA. A apresentação de um Dashboard, com os principais indicadores do plano sistemas com maior nível de risco, projeção das medidas de controlo a implementar, entre outras fazem do software uma preciosa ferramenta na avaliação regular do risco associado aos sistemas, assim com das perspetivas de investimento e atuação em situações anómalas. A funcionalidade multi-plataforma do software permite aceder online, a partir de qualquer suporte ao mesmo, situação que, em caso de emergência apresenta-se como relevante, na gestão da afetação de meios. Também no que concerne ao suporte à decisão, o mesmo constitui uma ferramenta de priorização de investimentos, permitindo a análise de cada medida de controlo sob o foco dos indicadores de CAPEX/OPEX. Palavras-chave: plano de segurança da água, gestão de risco, abastecimento de água, AquaControl. 1 - Luságua Serviços Ambientais, cguerreiro@aquaporservicos.pt 2 - Aquapor Serviços, hpereira@aquaporservicos.pt 1/6
1. INTRODUÇÃO A implementação de um Plano de Segurança da Água numa entidade gestora traduz-se, em termos práticos na transposição de uma metodologia de avaliação de risco para a gestão diária de um sistema de abastecimento de água, quer em termos operacionais, quer em termos documentais. Em termos de metodologia de implementação, existem em Portugal duas abordagens: a proposta pela OMS e a decorrente da norma HACCP; esta última, por apresentar especificidades relacionadas com o conceito de produto, não tem sido a mais acolhida, sobretudo quando considerada a referência da OMS, a simplicidade metodológica associada assim como a perspetiva de gestão do risco para a saúde, claramente entendível ao nível da autoridade de saúde. A Aquapor Luságua assumiu seguir a metodologia proposta pela OMS e incorporá-la no desenvolvimento dos projetos relacionados com a implementação de Planos de Segurança da Água. No que concerne à transposição da metodologia na vertente operacional, a Aquapor Luságua entendeu ser importante criar uma estrutura de suporte ao desenvolvimento do plano, transpondo, não só os elementos propostos pela OMS, como também, vertendo a experiência operacional decorrente de mais de 20 anos na exploração de sistemas de abastecimento e o que considera ser, elementos relevantes de análise no planeamento da segurança da água. 2. AQUACONTROL WATER SAFETY PLATFORM O AquaControl Water Safety Platform é, mais do que um software, uma plataforma de desenvolvimento de Planos de Segurança da Água. O cariz autónomo, introduzido pelo ambiente multiplataforma, permite aos seus utilizadores uma utilização a partir de PC ou Tablet, suportando uma avaliação de risco e suporte à tomada de decisão em situações normais e de emergência, sempre que necessário. 2.1. Dashboard O Dashboard foi desenvolvido para constituir o primeiro interface com o utilizador/gestor do PSA, apresentando as funcionalidades mais relevantes que sustentam uma visão global do sistema e do nível de risco assumido pela entidade gestora. 2/6
Figura 1 - Dashboard AquaControl Figura 2 - Dashboard Planeamento de medidas e Mapa de ZA e infraestruturas associadas Uma das funcionalidades do AquaControl é incorporação da informação proveniente da ERSAR, nomeadamente do PCQA, apresentando no Dashboard os próximos eventos. A visão global do nível de risco assumido, conjugada com a prioritização dos sistemas de maior risco e eventos em curso, permite à equipa da entidade gestora, uma estreita articulação com o laboratório, na garantia da verificação da qualidade da água abastecida, em situações normais e de emergência. 3/6
O Dashboard do Aquacontrol, assume-se como um centro de comando do PSA ao nível da tomada de decisão em momentos relevantes para a operacionalização e planeamento das atividades inerentes à implementação do mesmo. 2.2. Personalização da análise A avaliação de risco representa o cerne do Plano de Segurança da Água, sendo o seu nível de desagregação definido pela Entidade Gestora; nesse sentido, o AquaControl permite que cada EG ajuste a sua matriz ao nível de análise que pretende refletir, traduzindo o respetivo nível de risco inaceitável. Figura 3 - Matriz de risco 2.3. Visão global da influência do risco A visão global da abrangência do sistema permite à equipa da EG o reconhecimento rápido da área de influência de um dado risco, população afetada e infraestruturas associadas, tendo por objetivo a redução dos tempos de resposta nas situações em que ocorre uma alteração ao usual funcionamento do sistema de abastecimento. 4/6
Figura 4 - Área de influência de uma Zona de Abastecimento (exemplo) 2.4. Análise multidimensional do risco O AquaControl pretende dar ao gestor de PSA uma visão global do risco assumido na gestão dos sistemas de abastecimento, assim como, sempre que necessário uma avaliação criteriosa, no que concerne aos riscos inerentes a cada zona de abastecimento. Nesse sentido, o software foi desenvolvido para permitir uma implementação por zona de abastecimento, agregando, na mesma, toda a metodologia de gestão de risco, desde a primeira avaliação até ao planeamento da implementação de medidas de controlo associadas a cada risco identificado. 5/6
Figura 5 - Gestão de Risco na Zona de Abastecimento 3. CONCLUSÃO Dotar as entidades gestoras de ferramentas que possibilitem a aceleração e consolidação da implementação dos Planos de Segurança da Água é um papel que a Luságua desempenha com todo o orgulho, suportando-se, num enquadramento temporal mais recente, pelo desenvolvimento interno de ferramentas de suporte como, no presente caso, o AquaControl. BIBLIOGRAFIA IWA (2004) The Bonn Charter for safe drinking water, September WHO/IWA (2009) Water Safety Plan Manual. Step-by-step risk management for drinking-water suppliers Decreto-lei n.º 306/2007, de 27 de agosto, relativo ao controlo da qualidade da água destinada ao consumo humano. Decreto-lei n.º 236/98, de 1 de agosto, que estabelece normas, critérios e objetivos de qualidade com a finalidade de proteger o meio aquático e melhorar a qualidade das águas em função dos seus principais usos. Decreto-lei n.º 194/2009, de 20 de agosto, que estabelece o regime jurídico dos serviços municipais de abastecimento público de água, de saneamento de águas residuais urbanas e de gestão de resíduos urbanos. 6/6