UNIP-Universidade Paulista - Campus Ribeirão Preto - SP Direitos Fundamentais Geraldo Domingos Cossalter Ribeirão Preto - SP Outubro 2012...
1 Geraldo Domingos Cossalter RA B35759-2 Direitos Fundamentais Trabalho apresentado a Professora MS Tríssia Maria Fortunato Paes de Barros, da disciplina Direitos Fundamentais, da turma DR2B18, série 02, turno manhã, do curso de Direito. Unip - Universidade Paulista - Campus Ribeirão Preto - SP Ribeirão Preto, 01de outubro de 2012.
2 SUMÁRIO: 1) Introdução...pg 3 2) Qual o significado dos Direitos Fundamentais?...pg 4 3) O que vem a ser os Direitos de Defesa e os Direitos Prestacionais?...pg 4/5 4) Quais as garantias processuais dos Direitos Fundamentais?...pg 6/7/8 5) O que são cláusulas Pétreas? Identifique na CF/88...pg 9 6) Relacione legalidade e legitimidade...pg9/10 7) Considerações finais...pg 10 8) Bibliografia...pg 11 "A Moral é terrena e a Ética é divina, a falta delas leva o homem ao descrédito, como se não tivesse corpo e nem alma." Geraldo Domingos Cossalter abril 2012
3 1 ) INTRODUÇÃO: Neste estudo, novamente objetivei compreender os conceitos requisitados, conceitos complexos e de importância vital para o exercício do Direito, em virtude da abrangência e sofisticação dos temas, porém, sem o uso de palavras em latim, ou termos desconhecidos pela minha inexperiência, pois este é apenas o meu primeiro ano, e ainda muito tenho a aprender, mas, o mais importante é estar atendo aos preceitos, e as orientações de nossos mestres, pois a quantidade de informações é extremamente vasta, mas, além desta gama enorme de informações, o mais importante, é a correta interpretação e a compreensão do conteúdo, pois apenas decorar o texto não basta, mas a compreensão sim, esta fará a diferença, como se a primeira fosse escrita na areia e a segunda gravada em pedra.
4 2) QUAL O SIGNIFICADO DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS? Os direitos fundamentais ou os direitos dos homens são ao mesmo tempo duas formas de dizer e praticar um mesmo significado de maneiras diferentes, formando um conjunto de direitos e garantias essenciais à preservação da dignidade da pessoa humana, com a distinção de que a primeira é positivada nas constituições, e tem, portanto as garantias da lei e a segunda, são direitos naturais, são universais, são direitos intrínsecos ao ser humano, válidos a todos os povos e em todos os tempos, são oriundos da natureza humana, são invioláveis, intemporais, são direitos que nascem com o homem, e, portanto não podem ser tirados da natureza humana. Em resumo, são duas vertentes que tem uma mesma finalidade, porém uma é da natureza humana e a outra é uma criação humana, baseada na sua própria natureza, com caráter absoluto, que receberam da Constituição Federal um grau mais elevado de garantia e de segurança. O principal objetivo dos Direitos Fundamentais é o da proteção humana acima de qualquer outra coisa, é algo que é devido a todo ser humano, por ele ser humano. Os Direitos Fundamentais tem caráter histórico, pois são conquistas do homem, tem universalidade, pois são destinados á todos os homens, são indisponíveis, são irrenunciáveis, são inegociáveis, não podem ser cedidos e não se perdem no tempo, enfim, são o fundamento da vida humana em sociedade. 3) O QUE VEM A SER OS DIREITOS DE DEFESA E OS DIREITOS PRESTACIONAIS? A) São os direitos que todo cidadão que for acusado ou reclamado, tem de produzir provas em seu favor, fazer alegações e utilizar ferramentas e recursos legais em seu favor, como meio de defender-se da acusação ou reclamação que foi efetuada
5 contra ele. Com isto, o cidadão tem a liberdade de exercer a sua ampla defesa perante a Justiça Brasileira. B) Os Direitos Prestacionais, estão positivados na Constituição Federal, com isto, o cidadão obtêm garantias constitucionais, para que possa exercer toda a sua liberdade jurídica, influenciar e participar efetivamente do exercício do poder estatal. Logo, o Estado Democrático de Direito representa, concomitantemente, uma revalorização da lei e do Direito, para que se garanta o cumprimento da vontade popular influenciadora de toda a criação estatal, em detrimento da vontade de uma ampla liberdade dos poderes constituídos. Dessa forma, como a nossa Constituição adota o modelo democrático de Estado de Direito (art. 1º), cumpre observar em seu texto as normas que imputam ao Poder Público o dever de oferecer prestações positivas, atribuindo aos cidadãos o direito subjetivo de exigir a atuação, de forma a garantir o pleno exercício das liberdades e faculdades jurídicas. São elas: art. 6º (que abarca amplamente os direitos sociais); art. 144 (segurança pública); art. 196 (saúde); art. 205 (educação); art. 225 (meio ambiente ecologicamente equilibrado); art. 230 (amparo ao idoso); art. 226, 7º (direito a recursos educacionais e tecnológicos necessários ao planejamento familiar); art. 227 (amparo à criança e ao adolescente). Os referidos dispositivos, ao estabelecerem o vínculo jurídico entre o cidadão e o Estado, investindo o primeiro em direito subjetivo, não fazem menção à lei ou regulamentação posterior, ou seja, reafirma-se que o poder constituído não pode dispor de tais direitos, senão agir para dar-lhes ainda mais efetividade. As funções legislativas e administrativas têm aqui a finalidade de propiciar a efetiva implementação de tais direitos, e não de outorgá-los, o que já foi feito pelo constituinte. Os poderes constituídos não podem, por inércia, revogar direitos definidos na Constituição.
6 4)QUAIS AS GARANTIAS PROCESSUAIS DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS? Rudolf Von Ihering sustenta que: todos os direitos foram conquistados na luta; todas as regras importantes do direito devem ter sido, na sua origem, arrancadas àquelas que a elas se opunham, e todo o direito, direito de um povo ou direito de um particular, faz presumir que se esteja decidido a mantê-lo com firmeza. O autor alemão classifica o Direito como sendo uma palavra com dois sentidos: objetivo e subjetivo. O primeiro é o conjunto de princípios jurídicos aplicados pelo Estado, já o segundo é a regra abstrata, no Direito concreto do cidadão interessado. Portanto, o primeiro é a positivação, as normas, enquanto o segundo se refere à aplicação da norma no caso concreto, com a finalidade de promover a justiça protegendo ou punindo. Geralmente o estado tende a ser arbitrário, tende a abusar do poder que lhe foi concedido, quando isto ocorre, a garantia aos direitos fundamentais expressa no artigo 5, XXXV, da CF, que diz que nenhuma lesão ou ameaça ao direito será excluída da apreciação do Poder Judiciário. Com esta expressão, para mostrar os mecanismos jurídicos que irão garantir o cumprimento com eficácia das normas da CF, encontramos no Direito Brasileiro, as Garantias Processuais dos Direitos Fundamentais, na Constituição Federal de 1988. As Garantias Processuais dos Direitos Fundamentais são direitos reconhecidos e assegurados, que em defesa do Direito, limitam o poder, e, pertencem á categoria ampla dos Direitos individuais. Tais garantias, não resguardam bens da vida propriamente ditos, tais como a liberdade, a propriedade, a segurança, mas asseguram direitos individuais.
7 O primeiro instrumento que efetivamente estabeleceu garantias foi a Declaração de Direitos do Bom Povo de Virgínia1 de 12/1/1776, firmada antes da Declaração de Independência dos Estados Unidos da América. Necessário, ainda, citar que, no século XVIII, as Revoluções Americana e Francesa foram instrumentos fundamentais da luta política da burguesia contra o Estado absolutista. A seguir, relaciono as Garantias fundamentais na Constituição de 1988: A) HABEAS CORPUS Dispõe o artigo 5º, LXVIII, da Constituição de 1988: conceder-se-á habeas-corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder. B) MANDADO DE SEGURANÇA INDIVIDUAL Dispõe o artigo 5º, LXIX, da Constituição: Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas-corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público. C) MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO Dispõe o artigo 5º, LXX da Constituição: O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por: a) partido político com representação no Congresso Nacional; b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados.
8 D) MANDADO DE INJUNÇÃO Dispõe a Constituição, no artigo 5º, LXXI: Conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania. E) MANDADO DE INJUNÇÃO COLETIVO Os sindicatos na luta por defender as categorias de trabalhadores, quando a falta de norma regulamentadora inviabilize o exercício de algum direito. Atualmente, o STF tem reconhecido o instituto, entendendo por sua admissibilidade. Deve seguir o procedimento do mandado de injunção individual. F) HABEAS DATA Dispõe o artigo 5º, LXXII, da Constituição Conceder-se-á habeas-data : a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público; b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo. Todas estas garantias são uma conquista da democracia, porém, não basta estarem positivadas em nossa Constituição Federal, o certo é que elas sejam aplicadas de forma correta e justa, com conhecimento amplo, inclusive por muitos operadores do Direito que não conseguem compreender a sua complexidade e abrangência e eficiência.
9 5) O QUE SÃO CLÁUSULAS PÉTREAS? IDENTIFIQUE NA CF/88. De uma enorme importância para a cidadania, elas vieram para assegurar direitos legítimos para o povo brasileiro, pois garantem dispositivos legais relacionados á vida de todo cidadão, garantindo valores incomensuráveis para a democracia. As Cláusulas Pétreas são as cláusulas imutáveis, que não podem ser alteradas nem mesmo por emendas constitucionais na Constituição Federal. Elas impedem o legislador de reformar, remover ou abolir determinadas matérias. Entende-se o dispositivo que impõe a impossibilidade de qualquer tipo de modificação de determinados preceitos. Abaixo, vemos: Art. 60 CF. 4º - Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: I - a forma federativa de Estado; art. 1 II - o voto direto, secreto, universal e periódico; art. 14, 81 III - a separação dos Poderes; art. 2 IV - os direitos e garantias individuais. art. 5 O sentido de Pétrea, á partir dos signos linguísticos, obtém-se o significado resistente, de pedra. 6) RELACIONE LEGALIDADE E LEGITIMIDADE. A legalidade são as nossas leis, são a força e amparo das nossas leis, são as leis oficializadas, positivadas com o intuito maior em regular o interesse do Estado. Se considerarmos que existem possibilidades de leis serem aprovadas por um
10 pequeno grupo interessado em tal lei, o princípio da moralidade e da impessoalidade expressos no caput do artigo 37, Inciso IV da nossa Constituição e também na lei de improbidade administrativa (lei 9784/99), serão o caminho para tornar tal lei ilegal, portanto ilegítima. A Legitimidade está relacionada à moral, como deixou escrito Maquiavel em sua obra O Príncipe, tudo o que é legítimo, ou legitimado de forma democrática, pela maioria, onde são criadas leis para a maioria, onde o poder maior é do Estado, acima dos poderosos, formado pela maioria, pois a maioria absoluta legitima o poder, legitima as leis, pois não é possível criar leis sem legitimidade, pois o objetivo é o interesse coletivo, então teremos a legitimidade, então a legitimidade estará presente. Em resumo, a legalidade é a força da lei, é o amparo da lei, é o conjunto de normas constituído por uma nação. A legitimidade é a aplicação, é a confirmação moral destas mesmas leis positivadas, por esta mesma nação. 7) CONSIDERAÇÕES FINAIS A Constituição Federal Brasileira nos remete á uma reflexão concreta, intensa e profunda, relacionada aos verdadeiros direitos de nossa sociedade, direitos estes, que muitas vezes são colocados em segundo plano, em detrimento de interesses maiores, em detrimento de interesses de uma minoria que se denominam representantes do povo. Obviamente que existem muitos homens honrados em nosso país, que como a grande maioria, sofrem sequelas abruptas por lutarem em defesa de nossa Constituição. A nossa Constituição Federal, nossa Carta Magna, deve estar acima de todos os poderes, acima de todos os tribunais, acima de todos os interesses, pois ela representa o interesse da maioria, e, portanto ela é o maior patrimônio de nosso povo, porém, cabe ao Estado, cabe ao povo como Estado, exercer a Constituição Federal, praticando-a, participando da vida social, política e federativa de nosso país, pois a cidadania se faz com a participação, não apenas
11 dos parlamentares, não apenas dos legisladores, não apenas dos governantes, mas principalmente do Estado, do povo como Estado, como Nação. É NA LUTA QUE ENCONTRARÁS O TEU DIREITO Rudolf Von Ihering 8) BIBLIOGRAFIA 1) Vade Mecum Acadêmico de Direito Rideel/Anne Joyce Angher,14edição,São Paulo, Rideel, 2012. 2) Direito Constitucional Esquematizado, Lenza Pedro, 16 edição,são Paulo, Saraiva 2012. 3) Machiavelli, Nicolló, 1449-1527, O Príncipe,2 edição, São Paulo,Edipro, 2001. 4) Ihering,Rudolf Von, A luta pelo Direito, 15 Edição, São Paulo, Rideel, 2012.