II MOSTRA NACIONAL DE PRODUÇÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA

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Transcrição:

II MOSTRA NACIONAL DE PRODUÇÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA A ESTRATÉGIA DO PROGRAMA SAÚDE DA FAMÍLIA: DESAFIOS E PERSPECTIVAS PARA A GESTÃO DO SUS Brasília-DF, 1 a 3 de junho de 2004 Jurandi Frutuoso Silva Secretário de Estado da Saúde - Ceará A ESTRATÉGIA DO PROGRAMA SAÚDE DA FAMÍLIA: DESAFIOS E PERSPECTIVAS PARA A GESTÃO DO SUS A AP é a principal porta de entrada da rede de serviços integrados, e eixo fundamental para a mudança do modelo assistencial. Cabe à esfera estadual as macrofunções de: formulação da políticas planejamento co-financiamento formação, capacitação e desenvolvimento de recursos humanos cooperação técnica e de avaliação, no âmbito do seu território (Carta de Sergipe, 12 de julho de 2003)

A ESTRATÉGIA DO PROGRAMA SAÚDE DA FAMÍLIA: DESAFIOS E PERSPECTIVAS PARA A GESTÃO DO SUS Situação atual: No Brasil No. de equipes implantadas: 19.503 Cobertura: 36,4% No Ceará No. de equipes implantadas: 1.269 Cobertura: 55,8% Fonte: MS/SIAB, març. 2004. O QUE AVANÇOU Compromisso com a pessoa, família e comunidade e não com uma parte do corpo (especializações), doença ou alguma técnica de seu domínio. Busca por compreender o contexto da doença, identificando as causas. Estabelece vínculo com a comunidade, o que é favorável à ação transformadora e às mudanças de comportamentos. A cada contato com o usuário a ESF tem uma oportunidade de prevenção e educação em saúde. Gerando um contexto favorável à promoção da saúde e melhoria da qualidade de vida.

MUDANÇAS NOS INDICADORES As regiões que apresentam reduções significativas da Mortalidade Infantil são, normalmente, aquelas que investem na atenção básica. Incremento do aleitamento materno Cobertura vacinal Reidratação oral Tratamento das IRAs Cuidados no pré-natal DESAFAIOS ESF SEM MÉDICO: POR QUÊ? Insuficiência de médicos; Formação inadequada para o exercício da medicina comunitária; Precarização dos contratos de trabalho; Criação de 4 Cursos de Medicina no Ceará: UFC Barbalha e Sobral UECE - Fortaleza FMJ - Juazeiro Não acreditam na proposta do PSF; Impossibilidade de Educação Continuada; Baixa remuneração e irregularidades no pagamento;

DESAFIOS UBS com infra-estrutura inaquadas e recursos materiais insuficientes para o exercício da boa prática da medicina; Moradia, transporte e alimentação inadequada para as ESF; Dificuldades para se estabelecer ações produtivas, resultantes de um trabalho em equipe. Migração das ESF, comprometendo o estabelecimento de vínculo com a comunidade DESAFIOS Romper com uma cultura centrada na consulta, no atendimento individual, na doença e na terapêutica medicamentosa, arraigada tanto na classe profissional quanto na comunidade. Romper com as matrizes curriculares da maioria dos cursos de Medicina, Enfermagem, Odontologia e Auxiliar de Enfermagem, ainda centradas na formação especializada e de cunho curativo. Romper com a representação profissional e comunitária de que o status dos profissionais de saúde se assegura em procedimentos de alta complexidade (cirurgias, cuidados em UTI, uso de tecnologias de última geração, etc.); Ser profissional do PSF parece ser reservado àqueles que têm baixa qualificação

APONTANDO CAMINHOS Não desanimar: os desafios identificados são também comuns a outros países. Portugal, por exemplo: Baixa remuneração; Difícil acesso à especialização em SF; Demanda de problemas que estão além do alcance de resolução problemas para referência secundária. Como anda a reforma curricular do ensino dos profissionais de saúde? Criação dos Pólos de Educação Permanente em Saúde (PEPS). Ampliar o acesso a Residência em SF APONTANDO CAMINHOS Concurso nacional / estadual, porém levando-se em conta as especificidades municipais; Investimento na melhoria das condições de trabalho PROESF; Manter avaliação sistemática para que as causas dos problemas sejam melhor enfrentadas; O Ceará elaborou a Metodologia de Melhoria da Qualidade em Atenção Primária à Saúde (MMQ) e está implementando por meio das 21 CERES. Re - definir a dinâmica do trabalho das ESF com base nas competências de cada categoria profissional envolvida.

Ao término de um período de decadência sobrevem o ponto de mutação. A luz poderosa que fora banida ressurge. Há movimento, mas este não é gerado pela força... O movimento é natural, surge espontaneamente. Po r essa razão, a transformação do antigo torna-se fácil. O velho é descartado, e o novo é introduzido. Ambas as medidas se harmonizam com o tempo, não resultando daí, portanto, nenhum dano. I. Ching