Semana da Mulher
Dados da Violência contra a mulher no Brasil
Sobre o Estupro
Uma mulher é vítima de estupro a cada: 9 minutos Fonte: 12º Anuário Brasileiro de Segurança Pública (FBSP, 2018)
O que é considerado estupro? Segundo o Artigo 213, do Código Penal: Estupro consiste em constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso.
Casos registrados de estupro: 2006: 54.968 2007: 60.018 Fonte: 12º Anuário Brasileiro de Segurança Pública (FBSP, 2018)
Subnotificação de casos de estupro As estimativas variam, mas em geral calcula-se que estes números sejam de 10% a 15% do total dos casos que realmente acontecem. Logo, estaríamos falando de 400 mil a 600 mil de estupros a cada ano.
Segundo o Atlas da Violência de 2018 (Ipea/FBSP), as crianças são as maiores vítimas de estupro no Brasil. 50,9% das notificações de estupro ocorreram com crianças de até 13 anos e 17%, com adolescentes. Fonte: Atlas da Violência de 2018.
Segundo o Atlas da Violência de 2018, as mulheres negras (pretas e pardas) são as maiores vítimas de estupro, em 2017 foram 54% das vítimas. Fonte: Atlas da Violência de 2018.
Em 2016, a maioria dos casos de estupro contra crianças foi cometido por amigos, conhecidos e por familiares próximos, como pais, irmãos e padrastos: 42% dos casos. Fonte: Atlas da Violência de 2018.
Sobre a Violência Doméstica
Uma mulher registra agressão sob a Lei Maria da Penha a cada 2 minutos Fonte: 12º Anuário Brasileiro de Segurança Pública (FBSP, 2018).
Segundo a Lei Maria a Penha: Violência doméstica e familiar contra a mulher configura qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial, no âmbito da unidade doméstica, no âmbito da família e em qualquer relação íntima de afeto, independentemente de orientação sexual.
Violência física: qualquer conduta que ofenda sua integridade ou saúde corpora. Violência sexual: qualquer conduta que a constranja a presenciar, a manter ou a participar de relação sexual não desejada; que a induza a comercializar ou a utilizar a sua sexualidade; que a impeça de usar qualquer método contraceptivo ou que a force ao matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à prostituição; ou que limite ou anule o exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos. Violência patrimonial: destruição de objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, vestuário, bens; impedimento de acessar recursos econômicos.
Violência psicológica: qualquer conduta que lhe cause dano emocional e diminuição da autoestima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem, violação de sua intimidade, ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação. Violência moral: qualquer conduta que configure calúnia, difamação ou injúria. Fonte: Lei Maria da Penha - Lei 11340/06.
606 por dia casos de lesão corporal dolosa em contexto de violência doméstica e familiar Fonte: 12º Anuário Brasileiro de Segurança Pública (FBSP, 2018).
Em 2017, tivemos um total de 221.238 casos de violência Doméstica registrados. Fonte: 12º Anuário Brasileiro de Segurança Pública (FBSP, 2018).
Somente em 2015, a Central de Atendimento a Mulher Ligue 180, realizou 749.024 atendimentos, ou seja, 1 atendimento a cada 42 segundos. Fonte: Dados divulgados pelo Ligue 180.
Sobreo Feminicídio
3 mulheres são vítimas de feminicídio a cada dia Fonte: 12º Anuário Brasileiro de Segurança Pública (FBSP, 2018).
Segundo o Código Penal, Feminicídio é o assassinato de uma mulher cometido por razões da condição de sexo feminino, isto é, quando o crime envolve: violência doméstica e familiar e/ou menosprezo ou discriminação à condição de mulher.
Em 2017, 1.133 homicídios foram registradas como sendo vítimas de feminicídio. Fonte: 12º Anuário Brasileiro de Segurança Pública (FBSP, 2018).
Tipos de feminicídio Feminicídio doméstico Feminicídio sexual.
No Brasil, a taxa de homicídios contra mulheres negras é 71% maior do que contra mulheres não-negras. Fonte: Atlas da Violência 2018.
Nos últimos 10 anos, a taxa de assassinatos de mulheres não negras diminuiu em 8% enquanto a de mulheres negras aumentou em 15,4%. Fonte: Mapa da Violência 2018.
No Amazonas e Rio Grande do Norte, o aumento da taxa de homicídios de mulheres negras foi de 100%. Em Roraima, o aumento de assassinatos de mulheres negras em 10 anos foi de 214%. Fonte: Mapa da Violência 2018.
ALERTA: É importante compreender que quando o feminicídio acontece é porque diversas outras violências já ocorreram: violência psicológica, patrimonial, física ou sexual. Há relações desiguais de poder que são construídas cultural e socialmente e que resultam repetidamente em violências.
Sobre a Violência Obstétrica
1 em cada 4 mulheres no Brasil sofre violência obstétrica Fonte: Estudo Mulheres brasileiras e gênero nos espaços público e privado, realizado pela Fundação Perseu Abramo em parceria com SESC, em 2010.
A violência obstétrica é aquela que acontece no momento da gestação, parto, nascimento e/ou pós-parto, inclusive no atendimento ao abortamento. Pode ser física, psicológica, verbal, simbólica e/ou sexual, além de negligência, discriminação e/ou condutas excessivas ou desnecessárias ou desaconselhadas, muitas vezes prejudiciais e sem embasamento em evidências científicas. Essas práticas submetem mulheres a normas e rotinas rígidas e muitas vezes desnecessárias, que não respeitam os seus corpos e os seus ritmos naturais e as impedem de exercer seu protagonismo.
Exemplos: - Lavagem intestinal e restrição de dieta. - Ameaças, gritos, chacotas, piadas, etc. - Omissão de informações, desconsideração dos padrões e valores culturais das gestantes e parturientes e divulgação pública de informações que possam insultar a mulher - Não permitir acompanhante que a gestante escolher. - Não receber alívio da dor. - Realização de intervenções e procedimentos médicos não necessários.
A pesquisa Nascer no Brasil: Inquérito Nacional sobre o parto e nascimento com coordenação da Escola Nacional de Saúde Pública e Fiocruz indicou que: 66% das mulheres preferiram o parto normal no inicio da gravidez; apenas 59% tiveram o seu direito previsto por Lei e foram orientadas sobre a maternidade de referência para internação do parto; e uma parcela significativa das maternidades não apresentou o conjunto completo de medicamentos e equipamento mínimos necessários ao atendimento da mãe e do bebê.
Organização Mundial da Saúde (OMS) são recomendados que no máximo 15% dos partos sejam cesarianas. No Brasil, líder do ranking na América Latina, este número chega a aproximadamente 56% em sua totalidade.