MARIA DA PENHA: AÇÃO PÚBLICA CONDICIONADA OU INCONDICIONADA?

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1 MARIA DA PENHA: AÇÃO PÚBLICA CONDICIONADA OU INCONDICIONADA? Michele Pires Viana 1.2 Luiz Eduardo Cleto Righetto 3 Sumário: 1. Introdução; 2. Violência Doméstica; 3. Crimes abrangidos pela Lei n /06; 4. Ação Penal na Lei n /006; 5. A decisão do STF; 6. Decisões do STJ, antes e depois da decisão proferida pelo STF; Considerações Finais; Referências Resumo: A pesquisa em tela tem por objetivo demonstrar as alterações sofridas na Lei Maria da Penha. Os tipos de crimes que a lei abrange e suas previsões legais e aplicabilidade. A lacuna que existe na referida em relação ao tipo de ação. Decisão da ADIn no mês de fevereiro de 2012, onde o STF proferiu por maioria dos votos que o crime de lesão corporal de natureza leve, no âmbito da violência domestica e familiar passou a ser de ação pública incondicionada a representação da vítima e também explana algumas decisões do Superior Tribunal de Justiça, antes e depois da decisão da ADIn Palavras chave: Maria da Penha - Lesão Corporal - Ação Penal Pública Incondicionada. 1. Introdução 1 michi_viana@msn.com 2 Acadêmica do Curso de Direito da Universidade do Vale do Itajaí, Campus Balneário Camboriú, estagiária da Delegacia de Proteção à Mulher da Comarca de Balneário Camboriú/SC 3 a) Advogado Criminalista; b) Graduado em Direito pela Universidade do Vale do Itajaí; c) Especialista em Direito Público pela Escola Superior da Magistratura Federal do Estado de Santa Catarina; d) Mestre em Ciência Jurídica pela UNIVALI; e) Professor das cadeiras de Direito Penal e Processo Penal; Estágio de Prática Jurídica Penal e Profissionalizante (Processo Penal); f) Advogado Criminalista do Escritório Modelo de Advocacia da UNIVALI (Campus Bal. Camboriú); g) Professor de Deontologia Jurídica, Prática Penal e Leis Penais e Processuais Especiais do Morgado Concursos (Itajaí, Joinville, Blumenau, Rio do Sul e Bal. Camboriú - SC); h) Professor convidado em diversas Pós-Graduações; i) Orientador de Monografias da Escola do Ministério Público do Estado de Santa Catarina e; j) Membro da Comissão de Assuntos Prisionais da Subseção da OAB/SC (Itajaí); k) Autor dos Livros: Leis Penais Especiais Comentadas, Coleção Direito Penal Parte Geral I e II, Direito Penal Parte Especial I e II e Direito Processual Penal I, II, III e IV e, co-autor do Livro: Dosimetria da Pena: teoria e prática; l) Secretário Geral da OAB/Itajaí no triênio 2010/2012; m) Autor de diversos artigos científicos; n) Advogado Sócio dos Escritórios Cleto & Righetto Advogados Associados; o) Sócio Coordenador Pedagógico do Righetto Cursos e Concursos e; p) Palestrante na área de Direito Penal e Processo Penal.

2 O presente trabalho tratará da Lei Maria da Penha, de seu objetivo, que é de erradicar e punir a violência doméstica contra a mulher e como este fato vinha sendo tratado até fevereiro de Delineará os crimes previstos na Lei Maria da Penha e como os mesmos são aplicados, onde há previsão legal dos crimes e penas e os tipos de ações. A forma como algumas vítimas passaram a utilizar a lei e o próprio Estado, este que ao promulgar a lei, tinha por objetivo erradicar e punir a violência doméstica, porém devido a forma em que algumas vítimas a utilizaram, restaram prejudicando tanto as próprias quanto ao objetivo estatal. Posteriormente a representação do Procurado Geral da República, gerando a ADIn 4424, que tratou dos crimes de lesão corporal, independente da sua natureza e extensão, tornando o crime de lesão corporal de natureza leve na violência doméstica contra a mulher à ação pública incondicionada. Demonstra ainda, através de algumas decisões do STJ, a aplicabilidade da ação de lesões corporais leves, antes e depois da decisão do STF. 2. Violência doméstica A violência doméstica é a pratica de qualquer crime que configure prejuízo à mulher no âmbito da estrutura familiar. Foi promulgada, no ano de2006, a Lei n , denominada de Maria da Penha. Esta é uma lei de gênero, que protege a mulher vítima. Ocorre que historicamente o homem é tratado como o sexo forte e a mulher o sexo frágil, tendo muitos daqueles utilizado de força física e também psicológica para com suas companheiras. O gênero se tornou algo tão habitual no comportamento humano, que é considerado normal e até permitido a homens serem fortes, violentadores e as mulheres fracas e violentadas. A cultura oferece assim os limites para a construção do gênero. 4 4 QUINTANILHA, Katia Corrêa. Artigo: Gênero: Violência Doméstica contra a Mulher.

3 A Lei Maria da Penha entrou em vigor e denominada pelo nome da vítima que foi marco na história, visto ter sido vítima por duas vezes de homicídio tentado, fora as demais violências que sofria por parte de seu marido. O processo de Maria da Penha tramitou por 15 anos no Poder Judiciário, onde seu agressor só restou punido meses antes da prescrição do crime e por exigência da Comissão Interamericana dos Direitos Humanos, que advertiu o Brasil em relação a demora injustificada e diante de sua omissão inclusive diante daquela advertência, restou então pela condenação do Estado Brasileiro frente àquela comissão que tomou a seguinte providência: Cabe frisar que o Estado Brasileiro não se manifestou sobre a denúncia feita pela Comissão, resultando em 2001, no informe n 54, que a Comissão Interamericana de Direitos Humanos responsabilizou o Estado Brasileiro por negligência, omissão e tolerância à violência doméstica contra as mulheres, recomendando, entre outras medidas: a finalização do processo penal do responsável pelas agressões, investigar as irregularidades e atrasos do processo e determinar as responsabilidades; e adotar políticas públicas voltadas a prevenção, punição e erradicação da violência contra a mulher. 5 Diante desta determinação, o agressor de Maria da Penha restou corretamente condenado e o Brasil passou a analisar as normas que culminaram na promulgação da lei que protege as mulheres vitimas de violências domésticas. 3. Crimes abrangidos pela Lei n /06 A lei Maria da Penha protege a mulher das formas mais variadas, tratando em seu artigo 7 das formas de violência doméstica, que possui a seguinte redação: I a violência física, entendida como qualquer conduta que ofenda sua integridade ou saúde corporal; II a violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano emocional e diminuição da auto estima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem, ridicularização, 5 QUINTANILHA, Katia Corrêa. Artigo: Gênero: Violência Doméstica contra a Mulher.

4 exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo saúde psicológica e à autodeterminação; III a violência sexual, entendida como qualquer conduta que a constranja a presenciar, a manter ou a participar de relação sexual não desejada, mediante intimidação, ameaça, coação ou uso de força, que a induza a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade, que a impeça de usar qualquer método contraceptivo ou que a force ao matrimonio, à gravidez, ao aborto ou à prostituição, mediante coação, chantagem, suborno ou manipulação, ou que limite ou anule o exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos; IV a violência patrimonial, entendida como qualquer conduta que configure retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os destinatários a satisfazer suas necessidades; V violência moral, entendida como qualquer conduta que configure calunia, difamação ou injuria. 6 Percebe-se que a lei é ampla e resguarda as mulheres em qualquer tipo de violência, inclusive elenca crimes não previstos no Código Penal Brasileiro ou qualquer outra lei, como por exemplo a agressão psicológica. Neste sentido, passa-se a análise de cada inciso: I a violência física, entendida como qualquer conduta que ofenda sua integridade ou saúde corporal; 7 No inciso I, do art. 7 da Lei n /06, quando enquadrado, restará cominado com o art. 129, 9 do CP, que possui a seguinte redação: Art Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: 9 o Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou companheiro, ou com quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o agente das relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade. 8 redação: No inciso II do art.. 7 da Lei n /06, possui a seguinte II a violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano emocional e diminuição da auto estima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância 6 Art. 7, da Lei n / Art. 7, inc. I, da Lei n / Art. 129, parágrafo 9 do Código Penal Brasileiro

5 constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem, ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo saúde psicológica e à autodeterminação; 9 Neste caso, não há nada sequer similar no CP, logo, se não se tratasse de violência doméstica contra a mulher, seria fato atípico, por falta de previsão legal. No inciso III, trata de violência sexual conforme segue: III a violência sexual, entendida como qualquer conduta que a constranja a presenciar, a manter ou a participar de relação sexual não desejada, mediante intimidação, ameaça, coação ou uso de força, que a induza a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade, que a impeça de usar qualquer método contraceptivo ou que a force ao matrimonio, à gravidez, ao aborto ou à prostituição, mediante coação, chantagem, suborno ou manipulação, ou que limite ou anule o exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos; 10 Em análise ao caso concreto, poderá este se enquadrar em uma importunação ofensiva ao pudor, prevista como uma contravenção penal no art. 61 do Decreto Lei n 3688/41 que diz: Importunar alguém, em lugar público ou acessível ao público, de modo ofensivo ao pudor. 11 Salientando, que mesmo previsto como uma contravenção, não caberá transação penal ou pena pecuniária, conforme previsto no art. 41 da Lei n /06 que segue com a seguinte redação: Aos crimes praticados com violência doméstica e familiar contra a mulher, independentemente da pena prevista, não se aplica a Lei n o 9.099, de 26 de setembro de Ou ainda, o inciso III do art. 7 da Lei n /06 poderá ser tipificado no CP como estupro ou ainda estupro de vulnerável dependendo da idade da vítima, visto que a Lei Maria da Penha ampara a mulher vítima de violência doméstica, não necessariamente a mulher ou esposa do agressor. 9 Art. 7, inc. II, da Lei n / Art. 7, inc. III, da Lei n / Art. 61 do Decreto Lei n 3688/41 12 Art. 41, da Lei n /06

6 No inciso IV, protege o patrimônio da vítima, com finalidade de resguardá-lo, não podendo assim o agressor vir a delapidá-lo e possui a seguinte redação: IV a violência patrimonial, entendida como qualquer conduta que configure retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os destinatários a satisfazer suas necessidades; 13 Logo, neste ponto, a vítima pode inclusive requerer junto as medidas protetivas de urgência que o magistrado proíba algumas condutas do agressor, entre elas, com finalidade de resguardar não apenas a integridade física e psicológica da ofendida, mas também o patrimônio. E, nesta parte, responsabilizará o agressor as condutas por ele praticadas que atinjam o patrimônio da ofendida, estando estes amparados e previstos nos Título II do C.P., a partir do art. 155 que trata do furto. moral, com a seguinte redação: No que trata no inciso V, da Lei Maria da Penha, de violência V violência moral, entendida como qualquer conduta que configure calunia, difamação ou injuria. 14 No CP estará prevista nos crimes contra a honra, previstos nos arts e 140 conforme segue: Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime. 15 Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação. 16 Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro. 17 Salienta-se que a Lei Maria da Penha, até o mês de abril do ano de 2012 possuía lacuna em seu art. 41, que prevê que à referida lei veda 13 Art. 7, inc. IV, da Lei n / Art. 7, inc. V, da Lei n / Art. 138 do Código Penal Brasileiro 16 Art. 139 do Código Penal Brasileiro 17 Art. 140 do Código Penal Brasileiro

7 qualquer aplicabilidade da Lei n 9.099/95. Ocorre que não especifica claramente se em relação a vedação de penas pecuniárias ou à representação criminal, pois a única parte que se refere a representação e nem sequer é tão específica, trata do art. 16 da lei que diz: Nas ações penais públicas condicionadas à representação da ofendida de que trata esta Lei, só será admitida a renúncia à representação perante o juiz, em audiência especialmente designada com tal finalidade, antes do recebimento da denúncia e ouvido o Ministério Público. 18 Neste sentido, Nucci delineia sobre o conflito entre Juizado de Violência Doméstica X JECRIM conforme segue: Cabe ao Tribunal de Justiça dirimir, conforme dispuser seu Regimento Interno. Tanto um, quanto outro, constituem órgãos da Justiça Ordinária, logo, vinculados ao Tribunal de Justiça do Estado ou do Distrito Federal. Confere STJ: compete ao Tribunal de Justiça e não à Turma Recursal, dirimir conflito de competência entre juizado especial criminal e juizado de violência doméstica e familiar contra a mulher. (CC RJ, 3.S, rel. Maria Thereza de Assis Moura, v.u.) Diante da falta de especificação dos crimes que necessitam de representação criminal, os magistrados passaram a aplicar os mesmos ritos já previstos no C.P. 4. Ação Penal na Lei n /006 ser aplicada por analogia. A lei Maria da Penha é por falta de previsão expressa passou a Ocorre que mesmo que tenha previsão legal dos crimes que configuram violência doméstica, em seu artigo 7, e incisos, descreve os crimes, porém não impões suas penas. Logo, em seu art. 16, que possui a seguinte redação: Nas ações penais públicas condicionadas à representação da ofendida de que trata esta Lei, só será admitida a renúncia à representação perante o juiz, em audiência especialmente designada com tal finalidade, antes do recebimento da denúncia e ouvido o Ministério Público Art. 16 da Lei n / Art. 16 da Lei n /2006.

8 Diante desta redação, fica claro, que apesar dos crimes não possuírem penas, alguns serão de Ação Pública condicionada a representação e outros incondicionadas. Como no ordenamento jurídico brasileiro há o Código Penal, passou a se aplicar o art. 7 da Lei n /06, cominado com os crimes e penas daquele código e consequentemente seguiu-se os ritos do Código Penal, tratando deste as necessidades de representação criminal ou não e até de queixa crime nos casos de crimes contra a honra. 5. A decisão do STF. A Lei Maria da Penha, tem por objetivo, conforme seu art. 1, criar mecanismos para coibir e erradicar a violência doméstica contra a mulher conforme segue sua transcrição: Esta Lei cria mecanismos para coibir e prevenir a violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos do 8 o do art. 226 da Constituição Federal, da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Violência contra a Mulher, da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher e de outros tratados internacionais ratificados pela República Federativa do Brasil; dispõe sobre a criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; e estabelece medidas de assistência e proteção às mulheres em situação de violência doméstica e familiar. No entanto, muitas vítimas, por de não saberem utilizar a referida lei, prestavam a queixa, e posteriormente renunciavam a representação criminal, onde então, o Estado despendia valores nas causas que acabavam não surtindo seus efeitos. Devido a este fato, na Comarca de Balneário Camboriú, foi realizado um estudo para a produção de um artigo científico, em que demonstrou que muitas vítimas requeriam as medidas protetivas previstas na Lei n /06 e posteriormente renunciavam a todo processo, inclusive àquela proteção legal conforme pode-se conferir: Tudo bem que o processo serve para solucionar um litígio e quando este litígio foi apaziguado, entra em ação o princípio da intervenção mínima do

9 Estado, porém, muitas mulheres acreditam que seus maridos e companheiros mudaram, como realmente deveria acontecer, e com o passar do tempo são novamente agredidas, solicitando mais uma vez o amparo que por sua vez desistiram, como se a máquina judiciária não tivesse pilhas e pilhas de casos aguardando uma definição. 20 Percebe-se que com as atitudes que as vítimas estavam tendo, seria impossível que a lei cumprisse realmente seu papel de punir e erradicar a violência doméstica, visto que para tanto, o Estado também necessita da cooperação das mesmas ou teria que intervir com mais veemência. No entanto, de outro norte, ainda havia um outro problema já discutido no STJ, pois por força do art.16 da Lei n /06, a ofendida representava criminalmente contra seu agressor na fase policial e também era obrigada a reafirmar ou não sua representação em juízo, quando o STJ proferiu a seguinte decisão: A vítima de violência doméstica não pode ser constrangida a ratificar perante o juízo, na presença de seu agressor, a representação para que tenha seguimento a ação penal. Com esse entendimento, a Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) concedeu mandado de segurança ao Ministério Público do Mato Grosso do Sul (MPMS) para que a audiência prevista no artigo 16 da Lei Maria da Penha só ocorra quando a vítima manifeste, antecipada, espontânea e livremente, o interesse de se retratar. A decisão é unânime. DJe 15/09/2011 STJ 21 Desde setembro de 2011 então, o Poder Judiciário passou a designar as audiências de representação, no caso da vítima ter renunciado a representação criminal, com intenção de buscar a certeza do que aquela realmente pretendia. Entendendo o Procurador Roberto Monteiro Gurgel, Procurador Geral da República, que o Brasil deveria deixar de praticar a intervenção mínima do Estado, ao menos nos casos de lesão corporal, independente da extensão da lesão sofrida, representou uma Ação Direta de Inconstitucionalidade junto ao STF que restou julgada no início do mês de abril do ano em curso. 20 QUINTANILHA, Katia Corrêa. Artigo: O que estão fazendo com a Lei Maria da Penha: a má utilização da medida protetiva de urgência 21 STJ.

10 Fundamentou sua representação, dentre outras formas, com a dignidade da pessoa humana, que ninguém pode se submeter a qualquer tipo de violência física e que com isso o Estado têm obrigação de intervir de forma mais efetiva. Por muitos anos leis foram alteradas em relação a lesão corporal no âmbito da violência doméstica e familiar, porém, independente da lei, até o julgamento da ADI 4424, a Lesão Corporal leve, em qualquer esfera que fosse, dependia da representação da vítima para que o Estado pudesse punir o agressor conforme citação que segue: Por muitos anos, as leis foram se alterando, especialmente no delito de lesão corporal, com finalidade de erradicar a violência doméstica, de todas as formas, mas principalmente em relação as agressões físicas. Percebe-se que Estado busca a erradicação da violência doméstica, e, ainda durante este ano, com decisão do STF, buscou a titularidade da ação de responsabilização obrigatória dos agressores, imaginando que com isso a violência diminuirá. Porém, não demonstra nenhuma mudança na educação, na sociabilização e no tratamento que tais famílias necessitam. 22 Em abril de 2012 a ADI 4424 entrou em pauta no STF e em votação, por maioria dos votos, os Ministros decidiram que o crime de Lesão Corporal, independente da extensão da lesão, será dali por diante Ação Pública Incondicionada a Representação. 6. Decisões do STJ, antes e depois da decisão proferida pelo STF. Neste capítulo, será demonstrado decisões que o Tribunal Superior de Justiça proferiu antes e depois do crime de lesão corporal leve ter se tornado ação publica incondicionada, demonstrando as mudanças radicais que acabaram ocorrendo. Na primeira decisão, o agressor busca a desclassificação do delito de lesão corporal de natureza grave para leve, visto que esta, na época dependia de representação criminal da ofendida, mesmo nos casos de violência doméstica, conforme segue: 22 LISTA, João J. Trabalho de Conclusão de Pós graduação em Segurança Pública, da Universidade Avantis, de Balneário Camboriú/SC. A omissão referente à representação criminal do art. 41 da Lei Maria da Penha X Lesão Corporal Leve

11 RELATOR: MINISTRO JORGE MUSSI RECORRENTE: CLAUDECI LINS DE OLIVEIRA ADVOGADO: JOSÉ VALDIR BATISTA E SILVA RECORRIDO: TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PIAUÍ EMENTA RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. LESÃO CORPORAL DE NATUREZA GRAVE. LEI MARIA DA PENHA. AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA. CONSTRANGIMENTO ILEGAL NÃO EVIDENCIADO. 1. A Terceira Seção desta Corte Superior de Justiça, ao julgar o Recurso Especial n /DF, alçado à condição de recurso repetitivo representativo da controvérsia, entendeu que a ação penal nos crimes de lesão corporal leve cometidos em detrimento da mulher, no âmbito doméstico e familiar, é pública condicionada à representação da vítima. 2. In casu, o crime de lesão corporal pelo qual denunciado o recorrente tem natureza grave (art. 129, 1º, I, II e III, do CP), não estando, desta forma, sujeito à incidência das normas próprias da Lei 9.099/95, como o crime de lesão corporal de natureza leve. Assim, a ação penal a ser deflagrada é pública incondicionada, não demandando a representação da vítima como condição de procedibilidade. DESCLASSIFICAÇÃO PARA LESÃO CORPORAL DE NATUREZA LEVE. VIA INADEQUADA. REVOLVIMENTO DO CONJUNTO FÁTICO- PROBATÓRIO. RECURSO NÃO PROVIDO. 1. O pleito de desclassificação para o crime de natureza leve não encontra campo na via eleita, dada a imprescindibilidade de revolvimento do conjunto fático-probatório, procedimento vedado no habeas corpus, ação mandamental de rito célere. 2. Recurso não provido. DJe 21/09/ A decisão acima, demonstra claramente que na data em que foi julgada, a lesão corporal de natureza leve, ainda dependia de representação por parte da vítima. Posteriormente, foi julgada a ADIn 4424, que passa a lesão corporal, independente da extensão, ou seja, independente da natureza leve, grave ou gravíssima, o Estado passou a ser o titular das ações penais conforme segue duas decisões: RELATOR : MINISTRO SEBASTIÃO REIS JÚNIOR IMPETRANTE : DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS ADVOGADO : WILIAM RICCALDONE ABREU - DEFENSOR PÚBLICO 23 STJ. Decisão publicada no diário eletrônico em 21 de setembro de 2011.

12 IMPETRADO : TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS GERAIS PACIENTE : ROGÉRIO REGINALDO DA SILVA EMENTA HABEAS CORPUS. PROCESSUAL PENAL E PENAL. LESÃO CORPORAL NO ÂMBITO DOMÉSTICO. AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA. DECISÃO DO STF. EFICÁCIA ERGA OMNESE VINCULANTE. RETRATAÇÃO DA VÍTIMA. REALIZAÇÃO DE AUDIÊNCIA ESPECÍFICA. QUESTÃO SUPERADA. PENA-BASE. MAJORAÇÃO. CULPABILIDADE. UTILIZAÇÃO DE ELEMENTOS DO TIPO PENAL. DESCABIMENTO. ANTECEDENTES. PROCESSOS E INQUÉRITOS ARQUIVADOS. APLICAÇÃO DA SÚMULA 444/STJ. 1. O Supremo Tribunal Federal, no julgamento da ADIn n /DF, deu interpretação conforme aos arts. 12, I, 16 e 41 da Lei n /2006, estabelecendo que, nos casos de lesão corporal no âmbito doméstico, seja leve, grave ou gravíssima, dolosa ou culposa, a ação penal é sempre pública incondicionada. 2. Em razão da eficácia vinculante e erga omnes das decisões proferidas em controle concentrado de constitucionalidade, a questão não mais comporta discussão em outros tribunais (art. 102, 2º, da CF). 3. Diante da posição firmada pelo Pretório Excelso, o disposto no art. 16 da Lei n /2006 não tem aplicação aos delitos de lesão corporal, ficando superado, nesse caso, qualquer debate acerca da necessidade de realização de audiência específica para oportunizar a renúncia da representação oferecida pela vítima. 4. O fato de ter havido violação da integridade física e dignidade da mulher não constitui fundamento válido para considerar negativa a circunstância judicial referente à culpabilidade na aplicação da pena do delito de lesões corporais praticadas no âmbito doméstico (art. 129, 9º, do CP), uma vez que a agressão corporal e a relação marital são elementos integrantes do tipo penal. 5. Ações penais em que houve a extinção da punibilidade bem como inquéritos arquivados não podem ser utilizados como maus antecedentes, segundo a inteligência da Súmula 444/STJ. 6. Ordem parcialmente concedida a fim de, afastado o desvalor atribuído à culpabilidade e aos antecedentes, reduzir a pena para 3 meses e 15 dias de detenção, mantidos o regime inicial aberto e a substituição por duas penas privativas de direitos, conforme decidido pelo Tribunal de origem. DJe 02/04/ HABEAS CORPUS Nº SE (2011/ ) RELATOR : MINISTRO OG FERNANDES IMPETRANTE : DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DE SERGIPE ADVOGADO : EDGAR PATROCINIO DOS SANTOS JUNIOR - DEFENSOR 24 STJ. Decisão publicada no diário eletrônico em 02/04/2012.

13 PÚBLICO IMPETRADO : TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SERGIPE PACIENTE : CARLOS ANTÔNIO PEREIRA DOS SANTOS EMENTA HABEAS CORPUS. VIOLÊNCIA DOMÉSTICA. LEI MARIA DA PENHA. NATUREZA DA AÇÃO PENAL. REPRESENTAÇÃO DA VÍTIMA. DESNECESSIDADE. AÇÃO PÚBLICA INCONDICIONADA. 1. O Supremo Tribunal Federal, ao julgar a ADI 4.424/DF, de relatoria do Ministro Marco Aurélio, modificou entendimento majoritário do STJ, reconhecendo a natureza incondicionada da ação penal em caso de crime de lesão corporal, praticado mediante violência doméstica e familiar contra a mulher. 2. Na hipótese, condenado o paciente nas sanções o art. 129, 9º, do Código Penal, defendia-se que a representação da ofendida é condição de procedibilidade para a ação penal. Diante do acolhimento da orientação da Suprema Corte, o pedido não prospera. 3. Ordem denegada. DJe 11/04/ A decisão do STF gerou alteração completa dos entendimentos que vinham ocorrendo junto ao Poder Judiciário. 7. Considerações Finais A referida lei, é lei de gênero, protege a mulher vítima, tem por objetivo erradicar qualquer forma de agressão em desfavor da mulher no âmbito doméstico. Possui uma das punições mais severas do ordenamento jurídico brasileiro, porém, deve ser bem utilizada, pois ao mesmo tempo que protege a mulher, também é força hábil para grandes injustiças quando de sua má utilização. A Lei Maria da Penha, apesar de medida forte, possui algumas lacunas, dentre elas, que os crimes previstos nesta lei não prevêem punições, tendo que os magistrados cumulá-los ao crimes previstos no Código Penal ou outras leis, tais como a Lei do desarmamento, quando restringe o agressor do uso ou porte de armas de fogo. Os tipos de ações na Maria da Penha também não tem tratamento específico, sendo então aplicado os ritos dos crimes conforme o Código Penal, ou leis esparsas. Logo, quando o crime das demais leis exigem 25 STJ. Decisão publicada no diário eletrônico em 11/04/2012.

14 representação criminal ou queixa crime, as mesmas passaram a ser exigidas na Lei Maria da Penha. No art. 16 da Lei n /06, prevê que os crimes de violência doméstica, antes do início da ação penal teriam audiência específica para representação ou renúncia em juízo. Ocorre que neste momento muitas vítimas desistem de tudo o que o Estado já as amparou, algumas vezes inclusive por medo de seus agressores. Logo, o STJ decidiu que a referida audiência só se faz necessária quando anteriormente a vítima tenha demonstrado interesse de renúncia, evitando assim qualquer constrangimento dela diante de seu agressor e também para o Estado não desempenhar seu papel de forma tão desnecessária. A referida lei de violência doméstica, além de não prever punição para seus crimes próprios, veda em seu art. 41 a aplicação da Lei 9.099/95, não podendo as punições ser pagas com penas pecuniárias. Muitas vítimas fizeram má utilização da lei, prejudicando o Estado no seu objetivo de erradicar e punir a violência doméstica no âmbito doméstico e familiar. Com a intenção de real erradicação de violência física, o STF decidiu que o crime de lesão corporal, independente da extensão desta é ação publica incondicionada, não cabendo mais esta decisão a própria vítima e podendo o Estado, de forma mais ampla, cumprir com seu objetivo. 8. Referências BRASIL. Código Penal Brasileiro. BRASIL. Lei de Contravenções Penais. Decreto Lei n 3688/41. BRASIL. Lei n / BRASIL. SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. BRASIL. SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. LISTA, João J. Trabalho de Conclusão de Pós graduação em Segurança Pública, da Universidade Avantis, de Balneário Camboriú/SC. A omissão

15 referente à representação criminal do art. 41 da Lei Maria da Penha X Lesão Corporal Leve. NUCCI, Guilherme de Souza. Leis Penais e Processuais Penais Comentadas. 5ᵃ edição. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, QUINTANILHA, Katia Corrêa. Trabalho de Conclusão do curso de graduação em Direito, da universidade UNIVALI. Artigo - Gênero: Violência Doméstica contra a Mulher. Produção Científica CEJURPS/2009: Artigos da Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Educação de Ciências Jurídicas, Políticas e Sociais. Editora Univali: Itajaí. 2010, QUINTANILHA, Katia Corrêa. Trabalho de Conclusão do curso de graduação em Direito, da universidade UNIVALI. Artigo: O que estão fazendo com a Lei Maria da Penha: a má utilização da medida protetiva de urgência. Informativo Jurídico Consulex. Edição semanal: ano XXV, n⁰ 22.

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