Relatório sobre a Indústria de Cartões de Pagamento. CARDS 28 de abril de 2009

Documentos relacionados
Relatório sobre a Indústria de Cartões de Pagamento

Brasil Visão das Autoridades. José Antonio Marciano

Novas Tendências na Regulamentação dos Cartões de Crédito. Limitação de Taxa de Juros

Mercado de Cartões de Crédito: Análise PLS 213/2007 e PLS 677/2007

A Indústria de Cartões de Pagamento no Brasil

Daniel Zanela. Redecard

Audiência Pública sobre Cartões de Pagamento. Câmara dos Deputados 08 de outubro de 2009

Deve-se proibir a diferenciação de preços entre compras à vista e com cartão de crédito? Paulo Springer de Freitas 1

Meios de Pagamento. IBRAC 18 de setembro de 2015

Relatório sobre a Indústria de Cartões de Pagamentos Adendo Estatístico 2008/2009

CARTÃO DE CRÉDITO CARTÃO DE DÉBITO

PARECER Nº, DE RELATOR: Senador FLEXA RIBEIRO

Cartões de Crédito e Concorrência. César Mattos Conselheiro do CADE

Audiência Pública sobre Cartões de Pagamento. Senado Federal 23.jun.2009

Relatório sobre a Indústria de Cartões de Pagamentos

Relatório sobre a Indústria de Cartões de Pagamentos

Relatório sobre a Indústria de Cartões de Pagamentos

Impactos da nova regulação de meios de pagamento para o setor supermercadista Em 3 aspectos principais: aceitação, emissor e empregador

Informações da empresa e do mercado de meios de pagamento eletrônicos

Cartões de Crédito A Visão do Comércio Varejista. Fecomercio

Manutenção de Domicílio Bancário no Mercado de Cartões

A INDÚSTRIA DE CARTÕES NO BRASIL

Manutenção de Domicílio Bancário no Mercado de Cartões. Cartilha.

Financiamento de Veículos Posicionamento

Análise de Concentrações no Sistema Financeiro Nacional

Informações da empresa e do mercado de meios de pagamento eletrônicos

O crescimento da indústria de cartões e os desafios da inovação. 15 de abril de 2008

6º Congresso de Meios Eletrônicos de Pagamento (CMEP) Relações com o Consumidor: O que já foi feito e o que precisa ser feito

São Paulo, 17 de outubro de 2012.

Arranjos de Pagamento SEMARC Brasília, 4 de agosto de 2014

Dinâmica Competitiva na Indústria de Cartões de Pagamento no Brasil

EMV ESSENCIAL PARA NEGÓCIOS

Estudo sobre a Indústria de Cartões 1/7/2010 1

Cartão Ourocard Agronegócio

Spinelli Análise VisaNet

"DEBATENDO A NOVA REGULAMENTAÇÃO SOBRE CARTÕES DE CRÉDITO, DÉBITO E DEMAIS INSTRUMENTOS DE PAGAMENTO"

Cartões Private Label

opções de crédito para sua empresa

PRODUTOS E SERVIÇOS CARTÕES BRADESCO

A Regulamentação dos Cartões de Crédito

Projeto Cartão BNDES Sicoob PROJETO Cartão BNDES Sicoob

Relatório sobre a Indústria de Cartões de Pagamentos Adendo Estatístico 2011

ale MANUAL DO CANDIDATO Ingresso Agosto 2012 ESPM-SUL Rua Guilherme Schell, 350 Santo Antônio Porto Alegre/RS. Informações:

1.8. Cartões emitidos para pagamento de benefícios ou repasse de programas sociais devem ser considerados?

Consultoria Legislativa do Senado Federal

Estudo: Crédito e Taxas de Juros no Cartão de Crédito

Produtos e Serviços Financeiros no Varejo

Teleconferência sobre a Oferta Pública de Ações da Redecard

Diretoria de Cartões CARTÃO DE PAGAMENTO DEFESA CIVIL

O Novo Mercado Brasileiro de Cartões de Pagamento

O mercado de pagamentos eletrônicos e o TEF

ANOREG/BR ASSOCIAÇÃO DOS NOTÁRIOS E REGISTRADORES DO BRASIL

Revisando... Segmentos antes da porteira: Insumos agropecuários Serviços agropecuários

CONSTRUIR DIFERENCIAL COMPETITIVO

O Novo Mercado Brasileiro de Cartões de Pagamento

DINHEIRO DE PLÁSTICO- CARTÕES DE DÉBITO E CRÉDITO

Iniciantes Home Broker

PRODUTOS BANCÁRIOS POUPANÇA

Análise de Conjuntura

BB Crédito Material Construção. Solução em Financiamento para sua Empresa

Novos Negócios Farma

Cartões private label: modelo de negócio e cadeia de valor

Cartão BNDES. Volta Redonda RJ. 06 de abril de 2011

MANUAL DO CANDIDATO. Ingresso janeiro ESPM - Campus Rodolfo Lima Martensen. Rua Joaquim Távora, 1240 Vila Mariana São Paulo/SP.

BB Crediário. Cartilha para sua Empresa

Público Alvo. Faculdades; Universidades; Escolas de Ensino Fundamental e Médio; Cursos Especializados; Escolas de Idiomas;

Nome do Boletim (Pagamento de Extrato Eletrônico via Cartão)

Empréstimo. Pagamento em até 30 meses; Sem taxa de abertura de crédito; Parcelas debitadas em conta; Limites analisados pela renda.

Audiência Pública na Comissão do Trabalho, Administração e de Serviço Público. junho de 2007

Painel II: Marco regulatório para inclusão financeira Mesa 3: Adequação de serviços financeiros e dos canais de acesso às necessidades da população

Parte V Financiamento do Desenvolvimento

Teleconferência de Resultados 2T de julho de Magazine Luiza

VERO Especificação de Interface Retorno Cancelamento Conveniado

A INDÚSTRIA DOS CARTÕES DE PAGAMENTO

Ingresso Março 2015 Informações: (51)

Reflexões sobre o modelo de cartões no Brasil e comparativos com outros países

Cartão de Crédito Consignado. Um excelente benefício para o Servidor

POLÍTICA DE NEGOCIAÇÃO FINANCEIRA VICE-DIRETORIA ADMINISTRATIVA

CONTRATOS DERIVATIVOS. Futuro de IGP-M

A Lei de Diretrizes da Política

GUIA DE SERVIÇOS E BENEFÍCIOS

MoneyCard Dólar, Euro e Libra Conceito

A Gestão dos Riscos de Crédito no apoio à internacionalização das empresas. 3 de Abril de 2013 São Paulo

RESOLUÇÃO Nº 4.263, DE 05 DE SETEMBRO DE 2013 Dispõe sobre as condições de emissão de Certificado de Operações Estruturadas (COE) pelas instituições

Realizando Vendas no site do Cartão BNDES

CONTEÚDO O NEGÓCIO DE PAGAMENTOS E A IMPORTÂNCIA DA

Cartão BNDES Peças, Partes e Componentes. São Paulo, 23 de setembro de 2010

Pág. 3 de 7 EMV PARA EMISSORES

Cartilha de Câmbio. Envio e recebimento de pequenos valores

Diagnóstico do Sistema de Pagamentos de Varejo do Brasil Adendo estatístico 2009

PROCEDIMENTOS PARA AFILIÇÃO DOS MEIOS DE PAGAMENTO PAGADOR

Transações Monetárias na Internet

Unidade II. Mercado Financeiro e de. Prof. Maurício Felippe Manzalli

Conceito de Plano de Negócios

Orbitall. Autora: Carolina Fernandes Corrêa Leite. Orientadora: Profa. Ms. Ana Maria Santiago Jorge de Melo. Universidade Presbiteriana Mackenzie

Enquadramento da atividade bancária

Transcrição:

Relatório sobre a Indústria de Cartões de Pagamento CARDS 28 de abril de 2009

Agenda 2 Introdução Relatório Metodologia e Fonte de Dados Aspectos Abordados

Introdução 3 Projeto de Modernização dos Instrumentos de Varejo Convênio BCB x SDE x SEAE Motivação aumento da eficiência econômica com inovação e promoção do bemestar social Objetivo elaboração de análises e de estudos sobre a concorrência na indústria de cartões de pagamento organização da indústria existência de falhas de mercado implicações de políticas

Relatório Metodologia e fonte dos dados 4 Revisão bibliográfica Experiência internacional Coleta de dados da indústria 1º trim/2001 a 4º trim/2007 emissores 38 conglomerados credenciadores 5 bandeiras 6 estabelecimentos pesquisa amostral DPDC Sindec Tratamento estatístico dos dados Análise descritiva Exercícios econométricos Simulações

Relatório Aspectos Abordados 5 Estrutura da Indústria forma de organização grau de concentração Conduta da Indústria regras de negócio políticas de formação de preços Desempenho da Indústria Resultado financeiro

Estrutura da indústria Forma de organização Modelo de quatro partes 6 Taxa à bandeira Proprietário do Esquema Bandeira de Pagamentos Taxa à bandeira Bancos Emissores Preço - tarifa de intercâmbio Credenciadores Preço + tarifa ao portador Preço taxa de desconto Comprador Vende bem ou serviço pelo Preço Vendedor

Estrutura da indústria Forma de organização Modelo de três partes 7 Proprietário do esquema de pagamentos Emissor e Credenciador Preço + tarifa ao portador Preço taxa de desconto Comprador Vende bem ou serviço pelo Preço Vendedor

Estrutura da indústria Forma de organização Credenciadores 8 Grau de Integração Vertical Atividade Visanet Redecard TecBan Amex Hipercard Credenciamento Sim Sim Sim Sim Sim Fornecimento de POS ou de Conectividade Sim Sim Sim Sim Sim Captura e Processamento de Transações Sim Sim Sim Sim Sim Encaminhamento de pedido de Autorização Sim Sim Sim Sim Sim Compensação e Liquidação Sim Sim Sim Sim Sim Grau de Integração 5 5 5 5 5 Composição do Capital 2007 Redecard Visanet Citibank 17,0% Bradesco 39,5% Itaucard 23,2% Banco do Brasil 32,0% Unibanco 23,2% ABN-Amro 14,4% Free float 36,6% Visa 10,0% Outros 4,1%

Estrutura da indústria Forma de organização Considerações 9 Barreira à entrada estratégica ausência de compartilhamento nos serviços de prestação de rede elevado grau de integração vertical dos credenciadores existência de contrato de exclusividade

Estrutura da indústria Grau de concentração Bandeiras - Cartões ativos e transações 10 Cartões ativos 8% Crédito Transações 11% 41% 51% 38% 51% 5% Débito 1% 41% 42% 53% 58% Visa MasterCard Outros

Estrutura da indústria Grau de concentração Emissores Cartão de crédito Transações 11 100% 95% 90% 85% 80% 75% 70% 65% 60% 55% 50% 100% 95% 90% 85% 80% 75% 70% 65% 60% 55% 50% Visa IHH = 0,15 Quatro maiores = 72,8% MasterCard IHH = 0,11 Quatro maiores = 66,4% 2002/1 2002/3 2003/1 2003/3 2004/1 2004/3 2005/1 2005/3 2006/1 2006/3 2007/1 2007/3 4 maiores emissores Demais emissores

Estrutura da indústria Grau de concentração Emissores Cartão de débito Transações 12 100% 95% 90% 85% 80% 75% 70% 65% 60% 55% 50% 100% 95% 90% 85% 80% 75% 70% 65% 60% 55% 50% 2002/1 2002/3 2003/1 2003/3 2004/1 2004/3 2005/1 2005/3 2006/1 2006/3 2007/1 2007/3 Demais emissores Visa IHH = 0,29 Quatro maiores = 92,7% MasterCard IHH = 0,23 Quatro maiores = 77,1% 4 maiores emissores

Estrutura da indústria Grau de concentração Credenciadores 13 Modelos de três partes: por construção, existe apenas um credenciador por bandeira Modelos de quatro partes: possibilidade de múltiplos credenciadores por bandeira Caso brasileiro - Falta de concorrência no mercado Visa: Visanet é credenciador único MasterCard: Redecard é credenciador único

Conduta Regras da indústria Considerações 14 Adequadas Honor all cards aceitação de todos os cartões estímulo à concorrência na emissão necessária à credibilidade do esquema Necessidade de ser IF ou controlada para ter acesso ganhos em termos de risco superam eventual restrição à concorrência A serem aperfeiçoadas Determinação da tarifa de intercâmbio Fixação da tarifa, embora única, não considera as características do mercado local Regra do não sobrepreço Proibição à diferenciação de preços por instrumento de pagamento reduz o poder de negociação dos lojistas, causa distorções no mercado e prejuízos ao consumidor

Centenas Conduta Políticas de formação de preços Tarifa de Intercâmbio em % 15 Crédito 1,25% 1,15% 1,05% 0,95% 0,80% Débito 0,75% 0,70% 2002/1 2002/3 2003/1 2003/3 2004/1 2004/3 2005/1 2005/3 2006/1 2006/3 2007/1 2007/3

Conduta Políticas de formação de preços Taxa de Desconto em % 16 1,60% Débito 1,55% 1,50% 1,45% 1,40% 2,95% Crédito 2,85% 2,75% 2,65% 2,55% 2002/1 2002/3 2003/1 2003/3 2004/1 2004/3 2005/1 2005/3 2006/1 2006/3 2007/1 2007/3 Média Parcela única

Conduta Políticas de formação de preços Considerações 17 Emissores lado da demanda mais sensível a preços programas de recompensa cartão de crédito: preço fixo na anuidade não há preço por transação Credenciadores preço fixo no aluguel do POS taxa de desconto: preço por transação taxa de esquema local 50% dos internacionais repasse médio da tarifa de intercâmbio para a taxa de desconto é maior do que um diferenciação significativa de taxa de desconto por segmentos lojistas Fatores mais importantes para os estabelecimentos na escolha das bandeiras O valor da taxa de desconto A possibilidade de oferecer outros serviços O valor das despesas com os terminais usados A renda dos usuários de cartões da bandeira O tempo de crédito de valores para compras com cartão de crédito O número de usuários de cartões da bandeira 5,58 6,01 6,08 7,27 7,28 8,43

Desempenho da Indústria Resultado financeiro Considerações Emissores 18 Principal fonte de receita: financiamento cartão de crédito é superavitário, mesmo sem essa fonte de receita cartão de débito é deficitário, porém, é mais barato para as instituições do que os instrumentos em papel Tarifa de Intercâmbio segunda maior fonte de receita, vem ganhando importância resultado permanece positivo mesmo sem essa receita Atividade é viável mesmo se prazo para pagamento aos estabelecimentos for reduzido

Desempenho da Indústria Resultado financeiro Considerações Credenciadores 19 Fortes indícios de que os credenciadores (4 partes) vêm exercendo poder de mercado rentabilidades acima da ajustada pelo risco durante longo período aluguel de POS é fonte de receita significativa ao longo do tempo eventuais reduções de custos advindos dos ganhos de escala e da evolução tecnológica não estão sendo repassados aos estabelecimentos Processamento versus credenciamento é viável a separação das atividades Compartilhamento na infra-estrutura significativa economia de custos para as empresas, mesmo no mais conservador dos cenários simulados, mostrando que há ganhos suficientes para os investimentos necessários

20 José Antonio Marciano jose.marciano@bcb.gov.br +55 (61) 3414-1340