TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 19ª REGIÃO VARA DO TRABALHO - SÃO MIGUEL DOS CAMPOS PROCESSO: 0001844-57.2011.5.19.0062 Aos 10 dias do mês de outubro do ano dois mile onze, às 13:47 horas, estando aberta a audiência da VARA DO TRABALHO - SÃO MIGUEL DOS CAMPOS, na sala de audiências da respectiva Vara, sito à AVENIDA PEDRO FERNANDES DA COSTA S/N, PARAÍSO, com a presença do(a) Sr(a) Juiz(a) do Trabalho Titular ALBINO PLÁCIDO NETO JÚNIOR, foram por ordem do(a) Sr(a) Juiz(a) do Trabalho apregoados os litigantes: José Claudino de Souza, RECLAMANTE, Jj Tavares dos Santos Transportes Ltda, RECLAMADO, USINA CANSANCÃO DE SINIMBÚ S/A, LITISCONSORTE e MENDO SAMPAIO S/A - USINA ROÇADINHO, LITISCONSORTE. RELATÓRIO JOSÉ CLAUDINO DE SOUZA, devidamente qualificado na peça vestibular, ajuizou reclamação trabalhista em face de J.J. TAVARES DOS SANTOS TRANSPORTES LTDA, USINA CANSANÇÃO DE SINIMBU S/A e MENDO SAMPAIO S/A - USINA ROÇADINHO, afirmando que trabalhou para a reclamada principal de outubro de 2008 a outubro de 2010. Pretende o reclamante compelir a ré ao pagamento dos títulos laborais mencionados à fl. 04 dos autos, com base nos fatos e fundamentos jurídicos expostos na petição inicial. Devidamente notificadas, as reclamadas compareceram à sessão inaugural de audiência, apresentaram contestação acompanhada de carta de preposição, procuração e documentos e recusaram a proposta de conciliação. O reclamante, por seu patrono, manifestou-se sobre os documentos. Na sessão seguinte, o reclamante e a reclamada principal foram interrogados. Em seguida, encerrou-se a fase da instrução. Razões finais remissivas pelas reclamadas e pelo reclamante. Impossível a conciliação. É o relatório. FUNDAMENTAÇÃO Da preliminar de carência de ação suscitada pelas litisconsortes. Rejeito a preliminar suscitada pelas litisconsortes USINA CANSANÇÃO DE SINIMBU S/A e MENDO SAMPAIO S/A - USINA ROÇADINHO. A presença das condições da ação deve ser aferida abstratamente mediante o exame dos fatos meramente alegados na inicial. Restou incontroverso neste processo o fato de que as litisconsortes firmaram contrato de prestação de serviços com a reclamada J.J. TAVARES DOS 10/10/2011 14:56:53 Sistema de Acompanhamento de Processos em 1ª Instância pág. 1 / 9
SANTOS TRANSPORTES LTDA, de modo que os serviços prestados pelo reclamante teriam sido executados em benefício das litisconsortes, conforme alegado na petição inicial. As litisconsortes, portanto, são partes legítimas para figurar no pólo passivo desta relação processual. O reclamante, portanto, não alegou na petição inicial ter sido empregado das litisconsortes, mas simplesmente requereu fosse reconhecida por este juízo a responsabilidade subsidiária das litisconsortes em razão do inadimplemento pela reclamada principal dos créditos postulados à fl. 04 dos autos, pedido sem dúvida que juridicamente possível, assim como a cumulação de reclamadas no pólo passivo desta reclamação, tendo em vista o entendimento jurisprudencial consubstanciado no item IV da súmula n. 331 do Tribunal Superior do Trabalho. Mérito. Dos créditos rescisórios. Restou incontroverso que o reclamante prestou serviços à reclamada principal no período de 03/10/2008 a 11/10/2010. O reclamante pretende o pagamento de aviso prévio indenizado e da multa fundiária, afirmando que foi dispensado sem justa causa. A reclamada principal, em sua contestação, afirmou que o reclamante abandonou o serviço para trabalhar para a empresa Barbosa Melo, sem dar nenhuma satisfação para a reclamada. Sucede que em seu depoimento o representante da reclamada desmentiu esta alegação. O representante da reclamada, em seu depoimento ao juízo, afirmou que tomou a iniciativa de rescindir o contrato de prestação de serviços firmado com a Mendo Sampaio S/A a fim de alugar um carro para o Consórcio CBM. O representante da reclamada afirmou ainda que esta alugou um caminhão para o Consórcio CBM e fez um acordo com o autor para que este saísse da reclamada, continuando a trabalhar dirigindo o caminhão da reclamada, na condição, porém, de empregado com carteira anotada pelo Consórcio CBM. Segundo o depoimento do representante da reclamada, esta anotou a extinção do contrato de trabalho na carteira do autor e prometeu efetuar o pagamento dos créditos rescisórios ao autor ao final da safra 2010/2011. Diante destas declarações, impõe-se constatar que não partiu do autor a iniciativa do término do contrato de trabalho. Diante do exposto, não houve abandono de emprego por parte do autor. Condeno a reclamada, portanto, ao pagamento do aviso prévio indenizado, o qual se integra ao tempo de serviço do autor para todos os efeitos legais, conforme disposto pelo art. 487, 10/10/2011 14:56:53 Sistema de Acompanhamento de Processos em 1ª Instância pág. 2 / 9
1º, da CLT. Condeno a reclamada a pagar ao autor o décimo terceiro salário proporcional de 2010 e a remuneração das férias, acrescida do terço constitucional, referente ao período aquisitivo 2010/2011. Condeno a reclamada também ao pagamento da multa fundiária ao autor, uma vez que este foi dispensado sem justa causa. A reclamada não comprovou o pagamento do décimo terceiro proporcional de 2008. Defiro este pedido. O reclamante confessou que recebeu o décimo terceiro de 2009. Indefiro este pedido. A reclamada confessou que não concedeu férias ao reclamante. Condeno a reclamada ao pagamento da remuneração em dobro das férias referentes ao período aquisitivo de 03/10/2008 a 02/10/2009, acrescida do terço constitucional. Condeno a reclamada ao pagamento da remuneração das férias referente ao período aquisitivo de 03/10/2009 a 02/10/2011, acrescida do terço constitucional. Dos depósitos fundiários e do seguro-desemprego. A reclamada trouxe aos autos, às fls. 19/20, o extrato analítico da conta vinculada do autor. Este documento comprova o recolhimento dos depósitos fundiários incidentes sobre os salários pagos ao autor em vários meses de vigência do contrato. Não foi comprovado, no entanto, o recolhimento do FGTS referente aos meses de outubro de 2008 e de 01/07/2010 a 11/10/2010. Acolho, por conseguinte, o pedido de pagamento dos depósitos fundiários referentes às competências não recolhidas pela reclamada, conforme se apurar na fase de liquidação do julgado, bem como sobre o aviso prévio indenizado e sobre os décimos terceiros salários. O reclamante prestou serviços ao CONSÓRCIO CBM no período de 01/11/2010 a 18/03/2011, conforme anotado em sua CTPS. Não houve prejuízo ao autor pela não entrega das guias do seguro-desemprego, visto que o reclamante obteve um emprego assim que foi dispensado pela reclamada. Indefiro o pedido de pagamento de indenização pelo não recebimento pelo autor do seguro-desemprego. Da indenização por danos morais. O reclamante não experimentou as privações narradas na petição inicial, uma vez que obteve um emprego assim que foi dispensado pela reclamada. Evidenciado que não ocorreram os fatos dramáticos narrados na petição inicial, não há sequer cogitar da 10/10/2011 14:56:53 Sistema de Acompanhamento de Processos em 1ª Instância pág. 3 / 9
ocorrência de dano moral no caso em tela. Indefiro o pedido de pagamento de indenização por danos morais. Das horas extras. O representante da reclamada principal afirmou em seu depoimento que o reclamante iniciava a prestação de serviços das 6:00 e a encerrava às 18:00 horas, de segunda a sábado. De acordo com a contestação, o reclamante tinha uma hora de intervalo intrajornada para repouso e alimentação. O reclamante não apresentou testemunhas, de modo que considero comprovado que o autor cumpria o horário de trabalho confessado pela reclamada. O reclamante, então, trabalhava das 6:00 às 18:00 horas, com uma hora de intervalo, de segunda a sábado, com exceção dos dias feriados. A afirmação do representante da reclamada, em seu depoimento quando da audiência de instrução, de que em alguns dias o reclamante tinha liberdade para se ausentar dos estabelecimentos das litisconsortes no intervalo entre o horário de chegada dos trabalhadores às usinas e o horário de saída destes trabalhadores, além de consistir em inovação à narração fática constante da defesa, não foi comprovada, uma vez que a ré não apresentou testemunhas. Os recibos salariais acostados aos autos não demonstram o pagamento de horas extras aos autos. Face ao exposto, condeno a reclamada a pagar ao reclamante as horas laboradas após a quadragésima quarta semanal, remuneradas com adicional de cinqüenta por cento. Face à habitualidade do trabalho extraordinário, defiro o pedido de condenação da reclamada ao pagamento da repercussão das horas extras sobre o aviso prévio indenizado, remuneração das férias mais um terço, gratificações natalinas, repouso semanal remunerado, depósitos fundiários e multa fundiária. O reclamante tinha uma hora de intervalo intrajornada, conforme restou definido acima. Indefiro o pedido de pagamento de horas extras decorrentes da não concessão de intervalo intrajornada e de suas repercussões sobre os créditos elencados na inicial. Não há se falar também em pagamento de horas de percurso, uma vez que o reclamante ia a pé até o local de trabalho, conforme o autor admitiu em seu depoimento. Rejeito este pedido. O reclamante não demonstrou que trabalhava em feriados, uma vez que não apresentou testemunhas. Indefiro o pedido de condenação da reclamada a pagar a remuneração em 10/10/2011 14:56:53 Sistema de Acompanhamento de Processos em 1ª Instância pág. 4 / 9
dobro dos feriados. Das multas previstas pelos artigos 467 e 477 da CLT. Demonstrado que não houve o pagamento das verbas rescisórias, defiro o pedido de condenação da reclamada a pagar ao autor a multa prevista pelo art. 477 da CLT, no valor de um salário básico do obreiro. Houve controvérsia acerca dos créditos rescisórios exigidos pelo autor. Indefiro o pedido de pagamento da multa prevista pelo artigo 467 da CLT. Dos pedidos remanescentes. O obreiro não se encontra assistido pelo sindicato de sua categoria profissional, mas sim por mandatário particular, não tendo sido atendidos, portanto, os pressupostos elencados na Lei 5.584/70. Em sendo assim, não faz jus a honorários advocatícios, conforme jurisprudência pacífica do Colendo TST. Indefiro o pedido de pagamento de honorários advocatícios.. Dos critérios observados na liquidação. A sentença é líquida, tendo sido observado o salário contratual no valor de R$ 600,00 (seiscentos reais) mensais. Da Justiça Gratuita. Concedo ao reclamante os benefícios da Justiça Gratuita, conforme requerido na petição inicial, uma vez que o autor declarou ser pobre na forma da lei. Das contribuições previdenciárias. Devidos os recolhimentos do INSS, em relação aos títulos acima deferidos, que forem de natureza salarial, observados os limites de contribuição previstos em lei, cuja execução se fará nestes próprios autos, com o concurso do INSS, nos termos do inciso oitavo do art. 114 da Constituição Federal. Deve ser considerado, quando da fase de liquidação do julgado, que, para fins de incidência da contribuição previdenciária, não integram o salário de contribuição do autor os seguintes créditos deferidos por este juízo: multa fundiária, depósitos fundiários, férias indenizadas mais um terço, multa prevista pelo 10/10/2011 14:56:53 Sistema de Acompanhamento de Processos em 1ª Instância pág. 5 / 9
artigo 477 da CLT. Os demais créditos deferidos nesta reclamação têm natureza salarial e integram o salário de contribuição do reclamante. Da responsabilidade subsidiária. Observo inicialmente que o reclamante não alegou na petição inicial ter sido empregado da USINA CANSANÇÃO DE SINIMBU S/A e da MENDO SAMPAIO S/A - USINA ROÇADINHO, mas simplesmente requereu fosse reconhecida por este juízo a responsabilidade subsidiária das litisconsortes passiva pelo inadimplemento pela reclamada principal J.J. TAVARES DOS SANTOS TRANSPORTES LTDA dos créditos referidos na petição inicial, o que é plenamente admissível, ainda mais em se considerando o entendimento jurisprudencial consubstanciado no item IV da Súmula nº 331 do Tribunal Superior do Trabalho. Em sendo assim, inegável que as litisconsortes devem responder subsidiariamente pelos créditos ora deferidos ao reclamante. Restou demonstrado pelos documentos acostados aos autos que as litisconsortes firmaram contrato de prestação de serviços com a reclamada principal, de modo que os serviços prestados pela reclamante foram executados em benefício das litisconsortes. Sucede que, em ocorrendo o inadimplemento de créditos trabalhistas por parte da empresa prestadora de serviços, conforme restou demonstrado no presente processo, não há como deixar de reconhecer a culpa in eligendo e in vigilando quando da execução do contrato por parte dos tomadores de serviços. Por esta razão, o inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do empregador, implica a responsabilidade subsidiária do tomador de serviços quanto àquelas obrigações, desde que haja participado da relação processual e conste também do título executivo judicial, conforme estabelece o item IV da Súmula nº 331 do Colendo TST. Maurício Godinho Delgado, ao dissertar sobre este tema na obra Introdução ao Direito do Trabalho, fundamenta a incidência da conseqüência jurídica acima referida recorrendo à noção de abuso de direito, afirmando que: "É inegável a emergência da figura do abuso de direito em contextos de frustração de créditos trabalhistas por empresas contratadas, na dinâmica empresarial regular destas. O abuso de direito emergiria da circunstância dos contratos laborais terem se firmado em virtude do interesse empresarial do tomador da obra ou serviço - portanto do exercício do direito deste - convolando-se em abuso pela frustração absoluta do pagamento, se não acatada a responsabilidade subsidiária do tomador originário pelas verbas do período de utilização do trabalho." Rejeitam-se, portanto, o argumento das litisconsortes de que a licitude da contrato de terceirização impede a condenação subsidiária da litisconsorte. A Súmula nº 331 do TST não exige a demonstração, quando da fase de instrução do processo, da insuficiência econômica da reclamada principal como condição para a condenação 10/10/2011 14:56:53 Sistema de Acompanhamento de Processos em 1ª Instância pág. 6 / 9
subsidiária da litisconsorte. Observo ainda que responsabilidade subsidiária do tomador de serviços abrange todas as verbas decorrentes da condenação referentes ao período da prestação laboral, conforme estabelece o item VI da Súmula nº 331 do Colendo TST. Aplica-se, assim, ao caso em exame o disposto no item IV da Súmula nº 331 do TST, devendo o litisconsorte passivo responder de forma subsidiária pelos créditos deferidos ao reclamante na presente demanda. Por este motivo, deve a litisconsorte USINA CANSANÇÃO DE SINIMBU S/A responder de forma subsidiária pelos créditos deferidos ao reclamante na presente demanda no período de 03/10/2008 a 09/06/2010, tendo em vista os contratos juntados às fls. 98/102 (entressafra de 2008), 92/97 (safra 2008/2009), 73/77, 80/81 e 87/91 (safra 2009/2010). Do mesmo modo, deve a litisconsorte MENDO SAMPAIO S/A - USINA ROÇADINHO responder de forma subsidiária pelos créditos deferidos ao reclamante na presente demanda no período de 10/06/2010 a 11/10/2011. CONCLUSÃO Face ao exposto, e considerando o mais que dos autos, rejeito a preliminar de carência de ação suscitada pelas litisconsortes, e quanto ao mérito, julgo PROCEDENTES EM PARTE os pedidos formulados na reclamação trabalhista movida por JOSÉ CLAUDINO DE SOUZA em face de J.J. TAVARES DOS SANTOS TRANSPORTES LTDA, USINA CANSANÇÃO DE SINIMBU S/A e MENDO SAMPAIO S/A - USINA ROÇADINHO, para condenar estas, sendo que as litisconsortes de forma subsidiária, a pagar ao reclamante, no prazo de quinze dias após o trânsito em julgado desta decisão, sob pena de pagamento da multa prevista pelo artigo 475-J do CPC, a quantia de R$ 17.132,96 (dezessete mil, cento e trinta e dois reais e noventa e seis centavos), referentes aos seguintes créditos deferidos na fundamentação do julgado: a) aviso prévio indenizado; b) multa fundiária; c) décimo terceiro salário proporcional de 2010 e a remuneração proporcional das férias, acrescida do terço constitucional, referente ao período aquisitivo 2010/2011; d) décimo terceiro proporcional de 2008; e) remuneração em dobro das férias referente ao período aquisitivo de 03/10/2008 a 02/10/2009, acrescida do terço constitucional; f) remuneração das férias referente ao período aquisitivo de 03/10/2009 a 02/10/2011, acrescida do terço constitucional; g) diferenças de depósitos fundiários; h) multa prevista pelo artigo 477 da CLT; i) horas laboradas após a quadragésima quarta semanal, remuneradas com adicional de cinqüenta por cento, com repercussão sobre o aviso prévio indenizado, remuneração das férias mais um terço, gratificações natalinas, repouso semanal remunerado, depósitos fundiários e multa fundiária. Devidos os recolhimentos do INSS, em relação aos títulos acima deferidos, que 10/10/2011 14:56:53 Sistema de Acompanhamento de Processos em 1ª Instância pág. 7 / 9
forem de natureza salarial, observados os limites de contribuição previstos em lei, cuja execução se fará nestes próprios autos, com o concurso do INSS, nos termos do inciso oitavo do art. 114 da Constituição Federal. A condenação subsidiária das litisconsortes deve observar os períodos delimitados na fundamentação do julgado. Julgo improcedentes os demais pedidos formulados pelo autor em face das reclamadas, nos termos da fundamentação supra. Sentença líquida, consoante diretrizes fixadas na fundamentação, a qual fica fazendo parte do presente dispositivo como se nele estivesse transcrito. Incidem juros de mora e correção monetária, cabendo ao setor de cálculos observar a orientação jurisprudencial expressa na Súmula nº 381 do TST que estabelece que, quando da liquidação do julgado, deve incidir o índice da correção monetária referente ao mês subseqüente ao da prestação de serviços quanto aos créditos de natureza salarial. A incidência dos juros moratórios deve observar o disposto pela Lei 8.177/91. Fica a reclamada desde logo ciente que, após o trânsito em julgado desta decisão, deve adimplir o crédito exeqüendo, no prazo de 15 dias, sob pena de aplicação da multa prevista pelo artigo 475-J do CPC, aplicável subsidiariamente ao processo do trabalho. Foi observado, quando da liquidação do julgado, o salário mensal do autor fixado na fundamentação do julgado. Incidem juros de mora e correção monetária. Tendo em vista a jurisprudência dominante neste Egrégio Regional e no Colendo TST, reformulo meu entendimento a respeito dos critérios referentes à atualização monetária dos créditos trabalhistas e passo a observar a orientação jurisprudencial nº 124 da SDI-I do TST que estabelece que, quando da liquidação do julgado, deve incidir o índice da correção monetária referente ao mês subseqüente ao da prestação de serviços quanto aos créditos de natureza salarial. Quanto aos depósitos fundiários, como o art. 15 da Lei 8.036/90 estabelece que os depósitos fundiários devem ser realizados até o dia sete do mês seguinte ao trabalhado pelo autor, também deve ser observado pelo setor de cálculos o índice de atualização monetária relativo ao mês subseqüente ao da prestação de serviços. Incumbe à reclamada o recolhimento das contribuições previdenciárias, devidas pelo empregado e empregador, referentes aos títulos acima deferidos, que forem de natureza salarial, observados os limites de contribuição previstos em lei, cuja execução se fará nestes próprios autos, com o concurso do INSS, nos termos do inciso oitavo do art. 114 da Constituição Federal. A reclamada poderá reter os valores correspondentes às contribuições devidas pelo reclamante, na forma da Consolidação dos Provimentos da Corregedoria Geral da Justiça do Trabalho. Deve ser observado, portanto, pela ré, no que couber, quanto às contribuições fiscais e previdenciárias, o disposto na Consolidação dos Provimentos da Corregedoria Geral da Justiça do Trabalho. Deste modo, no momento em que o crédito se tornar efetivamente disponível ao obreiro, incumbe à ré observar as 10/10/2011 14:56:53 Sistema de Acompanhamento de Processos em 1ª Instância pág. 8 / 9
disposições contidas na Consolidação dos Provimentos da Corregedoria- Geral da Justiça do Trabalho, a fim de que sejam procedidas as deduções pertinentes aos recolhimentos previdenciários e fiscais. Custas processuais de R$ 342,66 pelas reclamadas, calculadas sobre o valor de R$ 17.132,96, valor da condenação. Partes cientes, nos termos da Súmula nº 197 do TST. Albino Plácido Neto Júnior Juiz do Trabalho E para constar, foi lavrada a presente ata, que vai assinada na forma da lei. ALBINO PLÁCIDO NETO JÚNIOR - Juiz(a) do Trabalho ROBERTO OLIVEIRA FÉLIX- Diretor(a) de Secretaria 10/10/2011 14:56:53 Sistema de Acompanhamento de Processos em 1ª Instância pág. 9 / 9