Ensino Médio em Questão. José Fernandes de Lima Conselho Nacional de Educação

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Transcrição:

Ensino Médio em Questão José Fernandes de Lima Conselho Nacional de Educação

Introdução O ensino médio tem sido debatido em todos os países Trata com adolescente e jovens que estão decidindo seus destinos. Torna visível a violência do estado, da educação e dos educadores sobre os adolescentes e jovens O volume de conhecimentos gerados pressiona por novos assuntos e novas metodologias. Em geral, o público alvo são as pessoas de 15 a 17 anos. No Brasil, o caso é agravado pelo baixo atendimento.

Avaliação do Ensino Médio No Brasil, o prestígio do ensino médio está em baixa

Explicações que circulam sobre a fraqueza do ensino médio 1 O ensino médio é ruim porque falta uma norma que estimule a melhoria 2 - O ensino médio é ruim porque tem muitas disciplinas que são cursadas todo ano. Há quem defenda que deve ser apenas português, matemática e inglês e mais 3 optativas. 3 - O ensino médio é ruim porque não apresenta itinerários alternativos. Todos os estudantes seguem um único caminho. 4 - O ensino médio é ruim porque não trabalha com as áreas de conhecimento. 5 - O ensino médio é ruim porque o número de horas semanais é pequeno. 6 O ensino médio é ruim porque os alunos saem sem saber matemática 7 O ensino médio é ruim porque a formação profissional técnica prescinde do ensino médio. Poderia ser paralela.

Conclusões apressadas

Itinerário Dados Histórico Novas sugestões Normas atuais

Atendimento geral à população de 15 a 17 anos(dados de 2012) Em 2012 % População de 15 a 17 anos 10.417.970 Matriculados no ensino fundamental 23,6% Matriculados no ensino médio 54,4% Matriculados na alfabetização de jovens e adultos 0,1% Matriculados na EJA ensino fundamental 1,4% Matriculados na EJA ensino médio 0,2% Matriculados no ensino superior 1,4% Matriculados em pré-vestibulares 0,2% Não estudam e não concluíram o ensino médio Não estudam mas concluíram o ensino médio 15,2% 3,5%

Números do ensino médio 1 Ano de 2012 Ensino médio regular 8.376.852... Matrícula na rede estadual 7.111.741 84,9% Matrícula na rede federal 126.723 1,5% Matrícula na rede municipal 72.225 0,9% Matrícula na rede privada 1.066.163 12,7% Matrícula no ensino médio diurno 5.802.736 69,3% Matrícula no ensino médio noturno 2.574.116 30,7% Taxa líquida de matrícula no ensino médio 54,4% Era de 23,5% em 2001 Número de matriculados no ensino médio dividido pela população de 15 a 17 anos (Taxa bruta de matrícula) 80,4% Era 78,4% em 2001

Números do ensino médio 2 Ensino médio - EJA 1.345.864 Em 2008-1.635.245 EJA presencial 1.026.658 EJA semipresencial 283.213 EJA integrada à educação profissional 35.993 2,7% da EJA Educação Profissional Técnica de nível médio Concomitante + subsequente (240.226 + 823.429) 1.063.655 Integrada 298.545 Total de matrículas na educação profissional 1.345.200 16,3% do EM regular Percentual de matrículas da EP oferecidas pela escola pública 53,6%

Números do ensino médio 3 Jovens de 15 a 17 anos que não terminaram o ensino médio e estão fora da escola Percentual de jovens de 19 anos que concluíram o ensino médio Ano de 2012 1,57 milhão 51,8% Era 32% em 2001 Percentual de aprovação do ensino médio 78,7% (12,2% e 9,1%) Percentual de aprovação Norte 74,9% (11,3% e 13,8%) Taxa de distorção idade/série 31,1% Percentual de aprovação turno Noturno IDEB do ensino médio em 2012 e 2013 3,7 Era 3,4 em 2011 e 3,1 em 2005 Matriculas em tempo integral escolas públicas 268.431 3,7% Concluintes do ensino médio em 2012 1.887.960 Em 2010, foram 1.793.167

Comentários sobre os números do ensino médio 1 O número total de matrículas no ensino médio regular tem permanecido estável nos últimos quatro anos. Depois de atingir o pico de 9,7 milhões, em 2006, estabilizou em torno de 8,4 milhões. Do total de 8.376.852 dos matriculados no ensino médio regular 7.111.741 estão nas redes estaduais e 1.066.163 nas redes privadas. Os restantes ( 2%) nas redes municipais e federal. A matrícula na rede privada vem aumentando desde 2007 Quando analisamos a população total de 15 a 17 anos que soma 10.417.970 pessoas, verificamos que somente 54,4% deles estão matriculados no ensino médio, 23,6% ainda estão cursando o ensino fundamental, 3,5% já concluíram o ensino médio e 15,2% nem concluíram o ensino médio nem estudam. Isso significa dizer que o ensino médio ainda convive com o problema de acesso à educação Os 23,6% dos alunos de 15 a 17 anos que continuam no ensino fundamental contribuem para que o ensino médio apresente problemas referentes à defasagem idade/série Essa retenção explica porque o ensino fundamental tem uma taxa bruta de 117,1%

Comentários sobre os números do ensino médio 2 Quando o foco recai sobre os estudantes matriculados no ensino médio, verificamos que a aprovação é de apenas 78,7%, enquanto 12,2% são reprovados e 9,1% abandonam anualmente. O número de matrículas na primeira série do ensino médio é maior do que os concluintes do ensino fundamental. A matrícula no ensino noturno vem diminuindo mas ainda tem 2,6 milhões de estudantes. Na década de 1990, o noturno era o motor do ensino médio. Os resultados do ensino noturno são inferiores aos do diurno Esse fato é outro gerador de defasagem idade/série e uma das causas de somente 51,8% dos jovens de 19 anos terem concluído o ensino médio Pesquisa mostra que 40,3% dos que abandonam argumentam falta de interesse O número de matrículas na EJA vem diminuindo. Em 2008, tínhamos 1.635.245 estudantes e em 2012, somente 1.345.864 A quantidade de matrículas na EJA integrada a educação profissional é muito pequena. A EJA continua pouco conhecida

Comentários sobre os números do ensino médio 3 A matrícula na educação profissional vem aumentando desde 2007. Em 2012, correspondeu a 16,3% do ensino médio regular. Temos alunos de 15 anos estudando no ensino médio noturno, supostamente por falta de vagas no diurno No longo prazo, o acesso à educação básica vem aumentando. Em 1950, mais de 51% da população brasileira era analfabeta. Em 1960, o ensino médio tinha apenas 1,3 milhão de estudantes. Em 1990, já tinha 4,1 milhões. Em 2006, tinha 9,7 milhões. Depois disso, estabilizou em torno de 8,4 milhões.

Outras informações 1 Os estados construíram orientações curriculares com base nas diretrizes e nos Parâmetros Curriculares e detalharam as atividades na forma de habilidades e conhecimentos que devem ser atingidos pelos estudantes. O Todos pela Educação propõe a diversificação curricular por áreas do conhecimento. Diversificação do ENEM por área do conhecimento. O PNE estabelece as estratégias 3.1, 3.2, 3.3 institucionalizar programa nacional de renovação do ensino médio, proposta de direitos e objetivos de aprendizagem, base nacional comum. O Projeto de Lei 6480 mantém a base nacional comum, determina o aumento da carga horária anual de 800 para 1400 horas e determina a organização por área de conhecimento. Que no terceiro ano o ensino médio seja separado em 4 áreas do conhecimento para que o estudante possa escolher uma. Introduz vários temas transversais. (educação para o trânsito, educação sexual, empreendedorismo, defesa do consumidor, constituição federal, ética na política...) Define que o ENEM seja incluído como componente curricular e que a jornada escolar seja ampliada para 7 horas por dia.

Outras informações 2 A proposta do CONSED coloca as diretrizes do ensino médio como âncora da unidade nacional e defende que os estados devem continuar fazendo o detalhamento. Defende que o ensino médio continue organizado por disciplina e com atividades integradoras. Defende que a formação deve ser integral e que a jornada deve ser ampliada. Que é necessário melhorar a infraestrutura e melhorar a formação dos professores. Que os avanços devem ser graduais e respeitar as iniciativas dos entes federados. O MEC criou o pacto pelo ensino médio e está qualificando MMMMMM professores. O MEC está escrevendo os direitos e objetivos de aprendizagem e desenvolvimento para o ensino médio.

. Histórico

Um pouco de história Estamos convencidos de que pode haver outras explicações além das listadas nos slides anteriores. Para encontrar essas explicações sugerimos revisar a trajetória do ensino médio desde o início do século XX até a aprovação do PNE. A reforma educacional conhecida pelo nome do Ministro Francisco Campos regulamentou e organizou o ensino secundário, além do ensino profissional e comercial. No estado novo, a partir de 1942, foram feitas as reformas Capanema. O decreto 4244 definiu as regras do segundo ciclo do ensino secundário. A Lei 4024, de dezembro de 1961, fixou diretrizes e bases da educação nacional A Lei 5692 definiu que todos os cursos de ensino médio deveriam ser profissionalizantes. A Lei 9394/1996... Continua nos próximos capítulos

. Normas atuais Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio

DCNEM Art. 3º O Ensino Médio é um direito social de cada pessoa, e dever do Estado na sua oferta pública e gratuita a todos. Art. 4º As unidades escolares que ministram esta etapa da Educação Básica devem estruturar seus projetos político-pedagógicos considerando as finalidades previstas na Lei nº 9.394/96 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional): Art. 7º A organização curricular do Ensino Médio tem uma base nacional comum e uma parte diversificada que não devem constituir blocos distintos, mas...

DCNEM Art. 9º A legislação nacional determina componentes obrigatórios, que devem ser tratados em uma ou mais das áreas de conhecimento para compor o currículo: I São definidos pela LDB: a) o estudo da Língua Portuguesa e da Matemática, o conhecimento do mundo físico e natural e da realidade social e política, especialmente do Brasil; o ensino da Arte, especialmente em suas expressões regionais, de forma a promover o desenvolvimento cultural dos estudantes, com a Música como seu conteúdo obrigatório, mas não exclusivo; a Educação Física, integrada à proposta pedagógica da instituição de ensino, sendo sua prática facultativa ao estudante nos casos previstos em Lei; o ensino da História do Brasil, que leva em conta as contribuições das diferentes culturas e etnias para a formação do povo brasileiro, especialmente das matrizes indígena, africana e europeia; o estudo da História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena, no âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de Educação Artística e de Literatura e História brasileiras; a Filosofia e a Sociologia em todos os anos do curso; uma língua estrangeira moderna na parte diversificada, escolhida pela comunidade escolar, e uma segunda, em caráter optativo, dentro das disponibilidades da instituição.

DCNEM Art. 10 Em decorrência de legislação específica, são obrigatórios: I Língua Espanhola, de oferta obrigatória pelas unidades escolares, embora facultativa para o estudante (Lei nº 11.161/2005). II Com tratamento transversal e integradamente, permeando todo o currículo, no âmbito dos demais componentes curriculares: educação alimentar e nutricional (Lei nº 11.947/2009, que dispõe sobre o atendimento da alimentação escolar e do Programa Dinheiro Direto na Escola aos alunos da Educação Básica); processo de envelhecimento, respeito e valorização do idoso, de forma a eliminar o preconceito e a produzir conhecimentos sobre a matéria (Lei nº 10.741/2003, que dispõe sobre o Estatuto do Idoso); Educação Ambiental (Lei nº 9.795/99, que dispõe sobre a Política Nacional de Educação Ambiental); Educação para o Trânsito (Lei nº 9.503/97, que institui o Código de Trânsito Brasileiro). Educação em Direitos humanos (Decreto nº 7.037/2009, que institui o Programa Nacional de Direitos humanos PNDH 3).

De volta às explicações 1 O ensino médio é ruim porque falta uma norma que estimule a melhoria 2 - O ensino médio é ruim porque tem muitas disciplinas que são cursadas todo ano. Há quem defenda que deve ser apenas português, matemática e inglês e mais 3 optativas. 3 - O ensino médio é ruim porque não apresenta itinerários alternativos. Todos os estudantes seguem um único caminho. 4 - O ensino médio é ruim porque não trabalha com as áreas de conhecimento. 5 - O ensino médio é ruim porque o número de horas semanais é pequeno. 6 O ensino médio é ruim porque os alunos saem sem saber matemática 7 O ensino médio é ruim porque a formação profissional técnica prescinde do ensino médio. Poderia ser paralela.

1 O ensino médio é ruim porque falta uma norma que estimule a melhoria As normas do ensino médio estão nas diretrizes e nos parâmetros curriculares nacionais. Vários estados já construíram orientações curriculares com base nas diretrizes As normas deveriam ser divulgadas. O Ministério da Educação tem a tarefa de fazer o que definiram as Diretrizes e o PNE: construir os direitos e objetivos de aprendizagem.

2 - O ensino médio é ruim porque tem muitas disciplinas que são cursadas todo ano. Há quem defenda que deve ser apenas português, matemática e inglês e mais 3 optativas. O fato de ter muitas disciplinas não pode ser a causa da ruindade do ensino médio porque o número de disciplinas sempre foi grande. LDB de 1996 - (19 temas) língua portuguesa, língua materna indígena, língua estrangeira moderna, arte, educação física, matemática, biologia, física, química, história, geografia, filosofia, sociologia, língua e espanhola, educação alimentar, processo de envelhecimento, educação ambiental, educação de trânsito, educação em direitos humanos, Em 1942 - (14 disciplinas) Português, latim, grego, francês, inglês, espanhol, matemática, física, química, biologia, história geral, história do Brasil, Geografia Geral, Geografia do Brasil, filosofia, desenho. LDB de 1961 (15 disciplinas) Português, história, geografia, matemática, ciências físicas e biológicas, física, química, biologia, filosofia, língua estrangeira moderna, língua clássica, desenho, optativas 1,2,3. A tendência é que o número de assuntos aumente.

3 - O ensino médio é ruim porque não apresenta itinerários alternativos. Todos os estudantes seguem um único caminho. Trata-se de uma decisão política A decisão de que o ensino médio seja único vem da constituição federal As DCNEM indicam que o ensino médio seja único nos objetivos e flexível na forma de oferta. Cabe lembrar que os estados e as escolas têm criado alternativas e temos muitos exemplos de boas práticas. (Pernambuco, Unesco,...) Além disso, cabe lembrar as diferenças entre o ensino médio regular, o ensino médio noturno, o ensino normal/magistério, a EJA e a educação profissional técnica de nível médio. Na época de Capanema tínhamos o ensino secundário, o ensino técnico agrícola, o ensino técnico comercial, o ensino normal/magistério. Na LDB de 1961, tivemos os cursos científico e clássico. Com a Lei 5692/1971 todos os cursos passarem a ser profissionalizantes. Com a nova LDB (Lei 9394/96), o ensino médio passou a ser único. De acordo com as DCNEM, as escolas podem inovar, flexibilizando a oferta. Pode ser como nos Estados Unidos ou separado, previamente, por área.

4 - O ensino médio é ruim porque não trabalha com as áreas de conhecimento. Qual o significado de trabalhar por área de conhecimento? Há uma dificuldade para o trabalho por áreas do conhecimento porque os professores são formados por disciplinas. A adoção da proposta de áreas do conhecimento, necessitará mais de 20 anos para formar os novos professores. As DCNEM apontam para o usos das disciplinas com a prática da interdisciplinaridade. Para que a interdisciplinaridade aconteça é necessário que os professores interajam, fiquem na escola, tenham tempo.

5 - O ensino médio é ruim porque o número de horas semanais é pequeno. A sugestão de aumento do número de aulas é sempre uma solução a ser considerada. Essa sugestão requer novos investimentos Não se aplica ao ensino médio noturno

6 O ensino médio é ruim porque os alunos saem sem saber matemática A culpa da fraqueza da matemática não é apenas do ensino médio. O ensino de matemática é fraco desde a educação infantil Interfere nesse assunto a formação dos professores de matemática. Interfere também o fato do ensino de matemática não ser levado a sério na educação infantil

7 O ensino médio é ruim porque a formação profissional técnica é precedida do ensino médio. Poderia ser paralela. Quando a LDB definiu que o ensino médio é a última etapa da educação básica, colocou essa etapa como um direito. Há o receio de que voltemos a ter um ensino médio para ricos e outro para pobres. Em sendo um direito, deve ser único. Deve haver um mínimo comum.

Propostas Fazer funcionar Se funcionasse já melhoraria 100% Usar o estímulo à escola de tempo integral para criar vagas na educação profissional técnica concomitante. Fazer com que toda EJA seja EJA profissional Ter coragem de providenciar os professores que faltam para física, inglês, biologia, artes... Estimular que os professores fiquem nas escolas, estudem e discutam com os outros. Identificar o que tem sido feito no Brasil Criar ou recriar programas de incentivo a melhoria do ensino médio

. Obrigado! fernandeslima44@hotmail.com