Comissão de Controlo de Infeção NORMA. Descontaminação de materiais e equipamentos

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FRENTE. Direção Geral de Alimentação e Veterinária DSMDS Última revisão do texto 17 de abril de 2014 Página 1 de 6

Transcrição:

Comissão de Controlo de Infeção NORMA Descontaminação de materiais e equipamentos Elaborado em: Abril 2014 Revisão: 2017 Aprovado em: 09.04.2014 1. INTRODUÇÃO Os materiais e equipamentos podem ser veículos de transmissão de microrganismos, por isso a sua descontaminação é essencial. A descontaminação é um processo de tratamento do material e equipamento, que remove ou destrói os microrganismos e/ou substâncias indesejáveis impedindo que atinjam um local suscetível, em quantidade suficiente para iniciar uma infeção ou uma reação nociva. A descontaminação do material pode ser de vários tipos, conforme a sua compatibilidade com o método preconizado (respeitar as indicações do fabricante), o grau de contaminação e a situação em que o material vai ser utilizado (Ver Anexo I - Mapa de orientação para descontaminação de materiais e equipamentos). A utilização de dispositivos médicos de uso único (DMUU) reprocessados obedece a requisitos específicos e condições da respetiva validação e avaliação - consultar Despacho nº 7021/2013 (D.R. nº 104, II Série de 30 de Maio). 2. PRINCIPIOS GERAIS De acordo com a especificidade de cada material e equipamento, devem existir em todas as unidades onde se prestam cuidados, instruções claras afixadas em local estratégico sobre a manutenção e descontaminação dos equipamentos assim como a quem cabe a execução destes procedimentos. Todos os dispositivos médicos (DM) devem ser rigorosamente lavados antes de qualquer processo de desinfeção ou esterilização. A presença de matéria orgânica inibe o contacto do desinfetante ou agente esterilizante e pode interferir com o funcionamento do DM. CCI - CHLN Descontaminação de materiais e equipamentos Pág. 1 de 7

O material, dependendo do nível de risco: pode ser lavado e desinfetado ou lavado e esterilizado, mas não lavado, submetido a desinfeção química e esterilizado. Spaulding (1968), propôs uma classificação dos materiais em três níveis de risco e o necessário tipo de descontaminação: Nível de risco Tipo de descontaminação Exemplos Material crítico Todo o material que penetra nas cavidades estéreis ou no organismo do doente por rutura das camadas da pele e mucosas Esterilização Implantes, instrumentos cirúrgicos Material semi-crítico Todo o material que entra em contacto com mucosas ou pele não íntegra Desinfeção de alto nível ou esterilização Lâminas de laringoscópio, endoscópios Material não crítico Todo o material que entra em contacto com a pele íntegra ou que não entra em contacto com o doente Limpeza Desinfeção de baixo nível * Braçadeiras, marquesas, mesas de apoio, chão * Devem ser desinfetadas as superfícies de toque frequente, se entrarem em contacto com a pele do doente ou estiverem conspurcadas com fluidos orgânicos. CCI - CHLN Descontaminação de materiais e equipamentos Pág. 2 de 7

3. MÉTODOS DE DESCONTAMINAÇÃO 3.1. Limpeza A limpeza é a remoção da sujidade por ação mecânica, geralmente com a ajuda de um detergente. Reduz em mais de 80% os microrganismos existentes nos materiais e superfícies. As etapas da limpeza são: lavagem, enxaguamento e secagem. A limpeza do material/equipamento deve ser efetuada de acordo com o grau de contaminação e tipo de material. A lavagem pode ser manual ou mecânica. Deve dar-se preferência à lavagem mecânica, porque além de ser um método que permite a monitorização e validação, envolve menos riscos para o pessoal. Além disso, a maioria das máquinas tem a capacidade de associar a desinfeção térmica à lavagem. As tinas ultrassónicas devem ser utilizadas como adjuvantes da lavagem para materiais complexos e de difícil limpeza (ex. alguns dispositivos médicos cirúrgicos de ortopedia, neurocirurgia, estomatologia, oftalmologia). A tina deve estar sempre tapada durante o processo. O detergente é um produto utilizado para a limpeza, contendo tensioativos destinados a favorecer a eliminação e desagregação da sujidade visível. Os produtos utilizados para a higienização das mãos ou dos doentes, não são adequados para lavar o material. Os produtos a utilizar devem ser sempre os indicados para o tipo de lavagem (manual ou mecânica), o tipo de material a lavar, o grau e tipo de contaminação presente. No CHLN os detergentes disponíveis são: Detergente enzimático (ex: Aniozyme DLT ) Materiais de fibra ótica, dispositivos médicos cirúrgicos (especialmente indicado para dispositivos com canais ou muito complexos e materiais sensíveis) Detergente (ex: Gex Lava Loiça ) desengordurante Lavagem manual de loiça; CCI - CHLN Descontaminação de materiais e equipamentos Pág. 3 de 7

Detergente de uso comum (ex: Gex Lava Tudo ) Lavagem de superfícies (chão, paredes, bancadas, mobiliário etc.); Detergente/desinfetante Surfa Safe ) (ex. Para superfícies em que se queira associar a desinfeção à limpeza. Nunca misturar produtos, nomeadamente desinfetantes e detergentes, havendo o risco de provocar reações químicas tóxicas e/ou de anular o efeito do desinfetante. Ter em atenção que detergentes e desinfetantes podem contaminar-se. Pelo que devem manter-se na embalagem original, serem imediatamente fechados após utilização, ao abrigo da exposição solar e acondicionados em armário fechado. 3.2. Desinfeção É um processo que elimina quase todos os microrganismos patogénicos, (mas não todos os esporos bacterianos), dos materiais (objetos inanimados), mediante a aplicação de meios físicos (desinfeção térmica) ou químicos (através de desinfetantes). Um desinfetante é um agente (germicida químico), que destrói os microrganismos particularmente patogénicos, o qual está formulado para uso exclusivo em dispositivos médicos, materiais ou superfícies. 3.2.1. Tipos de desinfeção A desinfeção do material pode ser de 2 tipos, térmica ou química: a) Desinfeção térmica É efetuada por meio de temperaturas elevadas (geralmente através de máquinas de lavar/desinfetar). b) Desinfeção química Utilização de desinfetantes através de métodos manuais ou mecânicos. A eficácia da desinfeção depende do desinfetante utilizado, da sua concentração e do tempo de contacto com o material. 3.2.2. Níveis de desinfeção Existem três níveis de desinfeção, de acordo com o risco que o material representa e com o tipo de contaminação presente: a) Desinfeção de alto nível Destrói todas as bactérias vegetativas, todos os vírus, mas não necessariamente todos os esporos. CCI - CHLN Descontaminação de materiais e equipamentos Pág. 4 de 7

A desinfeção térmica de alto nível pode ser conseguida através da utilização de máquinas de lavar/desinfetar. Esta desinfeção pode ser atingida com temperaturas de 90º durante 10 minutos ou de 75º durante 30 minutos. As que se destinam a dispositivos médicos, geralmente estão programadas para ciclo de 93º durante 10 minutos. A desinfeção química de alto nível pode ser conseguida através da utilização de máquinas (p.ex. máquina de endoscópios) ou manualmente com a utilização de desinfetantes de alto nível. No CHLN os desinfetantes de alto nível que estão disponíveis para utilização, são: Orto-ftalaldeído (ex: Opaster ) Glutaraldeído e Ácido peracético (ex: Anioxyde 1000 ) Os desinfetantes à base de cloro p.ex: Dicloroisocianorato de sódio - Na DCC (ex: Presept ) Pode ser usado manualmente ou em máquinas (ver Recomendação para a descontaminação de endoscópios da CCI). A desinfeção de alto nível é atingida aos 5 minutos de contacto. Após a desinfeção, o material deve ser abundantemente enxaguado com água estéril ou filtrada, ou com água comum, desde que possa ser submetido a uma passagem com álcool a 70% no final da secagem. Após a secagem o material deve ficar protegido do contacto com o meio ambiente até à próxima utilização; Utilizados em máquinas para descontaminação de endoscópios. Devido à toxicidade para o pessoal o uso manual de Glutaraldeído deve ser evitado; Utilizado em concentrações de 1000 partes por milhão (ppm - 4 pastilhas 2,5g por cada 5 litros água) e 10000 ppm (7 pastilhas 2,5g por cada 10 litros de água), durante 20 e 5 minutos respetivamente, atingem um alto nível de desinfeção, no entanto têm como desvantagem ser corrosivo para alguns materiais nas concentrações referidas. b) Desinfeção de nível intermédio Destrói todas as bactérias vegetativas, incluindo Mycobacterium tuberculosis, fungos, mas não necessariamente todos os vírus ou esporos. CCI - CHLN Descontaminação de materiais e equipamentos Pág. 5 de 7

A desinfeção térmica de nível intermédio pode ser atingida através da utilização de máquinas de lavar/desinfetar, com temperaturas que variam entre 90º durante 1 segundo ou 65º durante 10 minutos. A desinfeção química pode ser conseguida através de máquinas ou manualmente com a utilização de desinfetantes. No CHLN, a desinfeção de nível intermédio é utilizada nalgumas situações em que o material entra em contacto apenas com mucosas íntegras com flora microbiana indígena. A indicação para este nível de desinfeção deve ser avaliada em conjunto com a CCI. Os desinfetantes de nível intermédio que estão disponíveis para utilização são: Álcool etílico a 70% NaDCC na concentração de 1000 ppm (ex: Presept ) Imersão do material seco durante 10 minutos. Imersão do material durante 10 minutos. c) Desinfeção de baixo nível - Destrói a maior parte das bactérias patogénicas (não necessariamente Mycobacterium tuberculosis) e alguns vírus. No CHLN, a desinfeção de baixo nível pode ser conseguida através da utilização destes desinfetantes químicos: Álcool etílico a 70 % Aplicação na superfície limpa e seca com toalhete embebido, deixando secar naturalmente; NaDCC 100 a 150ppm 1pastilha 2,5g por cada 10 litros (ex: Presept ) Desinfetantes á base de compostos de amónio quaternário em toalhetes ou em pulverizador (ex: Anios ) Aplicação na superfície limpa e seca com toalhete ou pano embebido na solução e deixar secar. Em superfícies delicadas, no final da secagem enxaguar com água limpa; Este tipo de desinfetantes têm ação detergente associada, pelo que a superfície não tem que ser previamente lavada Limpar/desinfetar a superfície com o toalhete impregnado e deixar secar sem forçar a secagem, ou pulverizar a superfície com o desinfetante, espalhar com um toalhete e deixar secar (seguir as indicações do fabricante). No caso de haver grande contaminação ou contaminação com fluidos orgânicos, deve proceder-se á sua remoção podendo optar-se pela utilização do mesmo produto ou por água e detergente de uso comum e de seguida CCI - CHLN Descontaminação de materiais e equipamentos Pág. 6 de 7

fazer uma segunda aplicação do modo já descrito (o fabricante deste produto disponibiliza cartazes com os protocolos de utilização e que estão disponíveis na CCI). 3.3. ESTERILIZAÇÃO Conceito que não se define em termos absolutos mas sim em termos probabilísticos (SAL**10-6 ), pressupõe a destruição dos microrganismos existentes nos dispositivos médicos, incluindo os esporos bacterianos. ** (SAL) Sterility assurance level É um valor que descreve a probabilidade de um determinado processo de esterilização destruir todos os microrganismos. O material que vai ser esterilizado tem de ser previamente lavado, bem seco e nunca desinfetado por métodos químicos (apenas pode sofrer a desinfeção térmica associada à lavagem em máquina). Desde que o material seja compatível, deve dar-se preferência à esterilização por calor húmido, dado que é um método barato, rápido, não poluente e não tóxico. Se o material for termo-sensível deve optar-se pela esterilização a baixa temperatura com plasma de peróxido de hidrogénio. Para conhecer as normas de embalagem, a validade e manutenção do material esterilizado contactar o Serviço Central de Esterilização que fornece esta documentação. Nota: A lista dos detergentes e desinfetantes em vigor no CHLN, bem como as respetivas fichas, técnica e de segurança, estão disponíveis aqui. O cartaz dos detergentes e desinfetantes pode ser solicitado á CCI (ver anexo II). Para qualquer esclarecimento adicional, contactar a CCI pelos telefones 55401/31064 CCI - CHLN Descontaminação de materiais e equipamentos Pág. 7 de 7