Métricas e Indicadores para Auxiliar na Distribuição das Etapas do Processo de Desenvolvimento Distribuído de Software: Uma Revisão Sistemática

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Métricas e Indicadores para Auxiliar na Distribuição das Etapas do Processo de Desenvolvimento Distribuído de Software: Uma Revisão Sistemática Euclides Alfredo Matusse Programa de Pós-Graduação em Ciência da Computação Universidade Estadual de Maringá - UEM Maringá, Brasil ematusse27@gmail.com Elisa H. M. Huzita,Tania F. C. Tait Programa de Pós-Graduação em Ciência da Computação Universidade Estadual de Maringá - UEM Maringá, Brasil {emhuzita, tait}@din.uem.br Abstract The use of indicators provides several benefits among which the effective evaluation of process optimization in Software Development and also supporting the project manager in making strategic decisions. Despite the importance of using metrics in the distribution of the process steps in Distributed Software Development (DSD) given the diversity of existing business model, organizations have neglected their practice. Reasons for this include: (i) processes are poorly defined and controlled and are not mature enough to make use of measurements and (ii) there are no standards for metrics and therefore support is limited to tools for data collection and analysis data. In this context, this paper aims to conduct a systematic review to gather evidence about the existence of metrics and indicators that are specific to development software distributed. Keywords-Distributed Software Development; indicators; metrics; process; systematic review. Resumo O uso de indicadores proporciona diversos benefícios dentre os quais a eficaz da otimização de processos no Desenvolvimento de Software e, também, o apoio ao gerente de projeto na tomada de decisões estratégicas. Apesar da relevância da utilização de métricas na distribuição das etapas do processos no Desenvolvimento Distribuído de Software (DDS) dada à diversidade de modelo de negócios existentes, as organizações têm negligenciado a sua prática. Razões para esse fato incluem: (i) processos são precariamente definidos e controlados e não são suficientemente maduros para fazer uso de medições e (ii) não existem padrões para métricas e, por isso, um apoio é limitado a ferramentas para coleta e análise de dados. Nesse contexto, este artigo tem como objetivo realizar uma revisão sistemática para coletar evidências sobre a existência de métricas e indicadores que são específicos de desenvolvimento distribuído de software. Palavras-chave Desenvolvimento Distribuído de Software; indicadores; métricas; processo; revisão sistemática. I. INTRODUÇÃO O Desenvolvimento Distribuído de Software (DDS) tem tido um impacto significativo no desenvolvimento de software, e grandes empresas tem adotado o DDS [1] [2] distribuindo os seus processos ao redor do mundo [3]. No DDS, as equipes estão geralmente separadas por fusos horários diferentes [4], e os recursos dispersos em várias localidade geográficas [5]. Esta estratégia possibilita vários benefícios tais como proximidade de mercados e acesso ao conhecimento local sobre os clientes [6], flexibilidade para responder às oportunidades locais [7] e maior disponibilidade de recursos humanos a um custo menor [8] [9]. Porém, para atingir tais benefícios, é necessário a execução de um planejamento rigoroso, pois os riscos advindos dessa estratégia podem afetar a comunicação, coordenação e controle de projetos [10]. No entanto, a natureza dinâmica do DDS, impõe uma série de desafios causados pela distância temporal, a distância geográfica e sócio cultural. Esses desafios foram classificados como técnicos, não técnicos, e híbridos [10]. Fatores técnicos estão relacionados com o conhecimento técnico de desenvolvimento de software [11]; desafios nãotécnicos estão relacionados com fatores sociais e culturais [12] [11] a comunicação [13] e, diferença de fusos horários [13] e fatores híbridos são desafios que se relacionam com uma combinação de desafios técnicos e não técnicos. Apesar de os termos métricas e indicadores serem frequentemente usadas alternadamente, é importante notar as diferenças sutis entre eles, pois existe uma sequencia lógica na forma que os indicadores são obtidos [45]: métrica é a correlação de medidas individuais com o objetivo de se ter uma idéia da eficácia da entidade que está a ser medida e, indicador é a combinação de métricas que podem ser utilizadas para se ter uma compreensão da entidade a ser medida. No planejamento, a distribuição de processos em DDS se configura como uma importante decisão e, dependendo da estratégia de negócio adotada [14], pode otimizar ganhos de eficiência das equipes de desenvolvimento em várias localidades geográficas com a redução de esforços e aumento de produtividade [6]. Nesse sentido, é importante oferecer às organizações apoio que permitam uma análise de critérios que possam guiá-los por meio de indicadores que apoiem no entendimento da distribuição sistemática das etapas do processo de software a equipes geograficamente dispersas, considerando-se as características da dispersão geográfica e temporal [15]. Diante desses desafios visando dar suporte à distribuição das etapas do processos de software a equipes em várias

localidades geográficas, realizou-se a condução da revisão sistemática de soluções existentes na literatura, que permitiu identificar as abordagens e modelos de alocação das etapas do processo às equipes em várias localidades geográficas em projetos de DDS e analisar as suas particularidades. Assim, o presente artigo objetiva apresentar e analisar os resultados desta revisão, considerando os aspectos técnicos, não-técnicos, e híbridos de cada abordagem. O trabalho está organizado da seguinte forma: a Seção 2 apresenta uma caracterização da distribuição das etapas do processo de software em projetos de DDS; na Seção 3 é descrita a metodologia da revisão e sua utilização no presente estudo; na Seção 4 são apresentados os resultados do estudo: os mapas das questões e as soluções identificadas a partir desta literatura; a Seção 5 analisa as abordagens identificadas, comparando suas características; na Seção 6 apresentam-se as conclusões, e, por fim discorre sobre as oportunidades de trabalhos futuros e as referências bibliograficas. II. DISTRIBUIÇÃO DAS ETAPAS DO PROCESSOS DE SOFTWARE EM PROJETOS DE DDS A distribuição das etapas do processo de software em projetos de DDS consiste em alocar as etapas do processo às equipes em várias localidades geográficas para execução das atividades, tarefas e recursos inerentes ao processo de um determinado projeto. O objetivo é prever e avaliar como os aspectos do comportamento humano, comunicação, e fatores não técnicos afetam a qualidade na distribuição das etapas do processo a membros da equipe em projetos geograficamente distribuídos. Esta definição deve basear-se nos objetivos de negócio das organizações respondendo à seguinte questão: Quem deve fazer isso? [16]. O estudo da distribuição de processo em ambiente distribuído (físico e temporal) continua sendo um desafio à comunidade de engenharia de software, por influenciar significativamente na qualidade de software determinado pelo modelo de negócio no DDS [17]. A arquitetura de software diminui o esforço de alocação de processos à equipes em várias localidades geográficas por se basear no princípio de modularidade e possuir os critérios fundamentais de um software que são: o acoplamento e coesão (organização modular) [18]. Acoplamento é a medida da interconexão entre os módulos em uma estrutura de software; e coesão está relacionada com a medida pela qual um módulo realiza uma tarefa funcional bem definida [19]. Buscando-se uma representação que define o nível da distribuição das etapas do processo de software, a Figura ilustra o cenário (distribuição das etapas do processo de software às equipes distribuídas) e a relação entre eles, considerando a distância geográfica das equipes, atores (stakeholders) genéricos. A representação das equipes completas são compostas por membros localizados em três lugares diferentes (ressalve a equipe III e IV localizados no mesmo pais, embora em espaço físico diferente) para produzir software em configurações globais. Assim, cada equipe é responsável por uma etapa do processo e/ou atividades, tarefas que compõe um subsistema: a equipe I é responsável pela etapa do processo I e parte das atividades das etapas II e III do processo; a equipe II é responsável pela etapa do processo III e parte das atividades das etapas do processo II; a equipe III é responsável pela etapa do processo II e parte das atividades das etapas do processo I e, por fim, a equipe IV, gerente global tem uma visão geral das regras do negócio do subsistema do projeto a ser implementado e a competência de reatribuir as etapas do processo, atividades e tarefas do subsistema. Os gerentes de projeto estão preocupados com as etapas inicias do projeto por envolver as regras de negócio aliado à descrição funcional do sistema, que são: especificação de requisitos, que se refere à extração dos requisitos de um desejado produto de software e projeto de sistema (especificação), envolve a tradução destes requisitos em uma descrição de todos os componentes necessários para codificar o sistema. Figure 1. Visão do nível de distribuição/ processo no DDS Dessa forma, observa-se que identificar e distribuir as etapas do processo de software às equipes geograficamente dispersas com critério adequado não é uma solução trivial. È necessário, levar em consideração algumas particularidades que vão além das questões técnicas, que não podem ser ignoradas, tais como a confiança [20] [32], distância geográfica [21], a gestão da diversidade cultural [22], diferentes fusos horários [4] e sócio-cultural [23]. Em projetos de DDS, características especificas da socialização devem ser medidas e avaliadas, servindo como um filtro para encontrar boas soluções [24]. III. PROCESSO DA REVISÃO SISTEMÁTICA Revisão sistemática da literatura surge como um meio de avaliar e interpretar todas as pesquisas disponíveis relevantes para uma questão de pesquisa particular, área temática, ou fenômeno de interesse com certo valor científico [25]. A revisão sistemática pretende apresentar uma justa de um tópico de investigação, usando uma metodologia confiável, rigorosa e auditável [25]. Assim, o objetivo dessa revisão é identificar as soluções existentes para apoiar os gerentes de projetos e portfólio na distribuição das etapas do processo de software às equipes geograficamente distribuídas em projetos de DDS. A da qualidade dos estudos foi classificada de acordo com a proposta em Dyba e Dingsoyr [27].

A. Definição das questões de pesquisa A formulação das questões e strings de pesquisa apresentada é adaptada de Santos [28] inclui os elementos definidos a seguir: População (population): qual conjunto de elementos será alvo da revisão. Trabalhos que discutem a combinação de técnicas para distribuir as etapas do processo de software em DDS; e recomendações da utilizando métricas e indicadores; Intervenção (intervention): o que será avaliado neste conjunto de elementos da população. Trata-se das abordagens técnicas e métodos de da distribuição das etapas do processo de software em projetos de DDS; Comparação (comparison): elementos que servirão como base de comparação, considerando as similaridades de objetivos, apresentada na Seção 5; Resultado (outcomes): informações de saída esperadas com a pesquisa. Estudo comparativo das abordagens e análise dos métodos utilizados na distribuição das etapas do processo de software direcionado à investigação das limitações e potencialidade das abordagens de existentes. Buscando direcionar esforços durante a execução e compreensão do estado das pesquisas sobre questões relacionadas com métricas e indicadores para apoio no entendimento da distribuição das etapas do processo de software à equipes em várias localidades geográficas em projetos de DDS, as seguintes questões de investigação conduziram este estudo: Q1: Baseado nas evidências encontradas, que informação é utilizada para medir a distribuição das etapas do processo de software às equipes geograficamente distribuidas? Q2: Que métodos de pesquisa empírica são usados? Q3: Quais os tipos de contribuição para a investigação são encontrados? B. Descrição das estratégias de busca A pesquisa bibliográfica consistiu em duas etapas. No estágio 1, foram pesquisadas bases de dados eletrônicas com as palavras-chave que norteiam a pesquisa para responder às questões. As strings de busca foram geradas a partir da combinação dos termos chave e sinônimos usando OR (ou) e AND (e), e possíveis peculiaridades das bibliotecas digitais e adaptações a serem registradas. Portanto, a busca foi feita no idioma inglês, através da combinação dos sinônimos definidos na Tabela I. Assim os estudos foram obtidos a partir das seguintes fontes: IEEE Xplore (http://ieeexplore.ieee.org/) ACM Digital Library (http://portal.acm.org) Elsevier ScienceDirect (www.sciencedirect.com) Google Scholar (http://scholar.google.com) CITESEERX (http://citeseer.ist.psu.edu/index) Compendex EI (http://www.engineeringvillage2.org) No segundo estágio, realizou-se uma condução manual em workshop de WDDS, SBQS (Simpósio Brasileiro de Qualidade de Software). SBES (Simpósio Brasileiro de Engenharia de Software) e Evento ICEIS (International Conference on Enterprise Information Systems) com a finalidade de encontrar artigos relevantes às pesquisas publicadas entre 2004 e 2011. É importante destacar a busca por artigos no workshop WDDS, SBQS, SBES para saber o estágio da evolução e suas abordagens. Estes são eventos importantes da área no Brasil. Os eventos têm mantido um bom número de artigos submetidos e apresentados, o que tem acentuado significativamente a presença de pesquisadores estrangeiros, por artigos serem recentemente indexados nas bibliotecas digitais da área [46]. Nesses casos específicos, a busca dos artigos será conduzida em português e inglês de forma a cobrir o maior número de artigos relevantes a responder às questões de pesquisa. Os tipos de documentos selecionados com base em consultas com especialistas estão representados na Tabela II. TABELA I. PALAVRAS-CHAVES UTILIZADAS NO ESTUDO População Intervenção Resultados String distributed software development OR global software development OR geographically distributed software development OR globally distributed development OR collaborative software engineering OR collaborative software development OR globally distributed work OR global Software engineering OR distributed team OR global software teams OR offshore software development OR offshoring OR offshore OR offshore outsourcing OR dispersed team process OR process distribution "metric" OR "indicator" Estratégia de Busca: População AND Intervenção AND Resultado TABELA II. WORKSHOP, SIMPÓSIOS E EVENTOS Tipo Fonte Sigla Workshop Workshop Desesvolvimento Distribuído de Softwre WDDS Simpósio Eventos SimpósioBrasileiro Qualidade Software SBQS SimpósioBrasileiro Engenharia de Software SBES International Conference on Enterprise Information ICEIS Systems C. Critério de seleção de estudos A busca inicial de artigos retorna uma grande quantidade de estudos que não são relevantes [25]. Assim, critérios de inclusão [I] e exclusão [E] devem ser baseados na pesquisa tendo relação com o tópico tratado. Por conseguinte, estudos totalmente irrelevantes são descartados no início. A inclusão do documento é determinada pela relevância em relação às questões de investigação pela análise do título, resumo, palavras chave, introdução e conclusão. Artigos classificados como [I] são candidatos a tornar-se em estudo primário e artigos classificados

como [E] indicam artigos irrelevantes e descartados, baseado na análise do título, resumo não relacionados com métricas e indicadores para distribuição das etapas do processo de software no DDS. Segundo a classificação abaixo: [I1]. Os trabalhos publicados devem se relacionar diretamente com métricas e indicadores para distribuição das etapas do processo de software e os estudos devem ter algum foco no contexto de DDS. [I2]. Artigos que consistem em opiniões, recomendações da utilizando métricas e indicadores para apoio no entendimento da distribuição das etapas do processo no contexto de DDS. [E1]. Estudos repetidos. Se o mesmo estiver disponível em diferentes fontes de busca, a primeira é considerada. IV. RESULTADOS DO ESTUDO A. Visão geral dos estudos A revisão foi conduzida no período de Fevereiro à Abril 2012, de acordo com o plano apresentado na Seção 3. A Figura 2 ilustra o percurso efetuado para os estudos encontrados no conjunto com a string de busca nas fontes utilizadas e pesquisa manual. publicações em 2012 é provável que seja discreto, uma vez que os dados foram coletados em abril de 2012. A Tabela III mostra a frequência de publicação dos trabalhos selecionados a partir de 2004 até 2012. TABELA III. TENDÊNCIA DE PUBLICAÇÃO (POR ANO) Ano Porcentagem (%) Frequência 2004 0 0 2005 8 1 2006 17 2 2007 8 1 2008 8 1 2009 8 1 2010 8 1 2011 42 5 2012 0 0 A Figura 3 mapeia a fonte das publicações, a maioria dos estudos são de workshops (50%). A distribuição está da seguinte forma: Journal (21%), conferências (21%), e Simpósios (7%). Figure 3. Publicação por tipo de fonte Figure 2. Filtro de pesquisa e escolha dos estudos primários O procedimento de busca produziu 279 estudos iniciais. Destes 266 não foram repetidos, 45 destes foram selecionados por serem relevantes, e 12 foram selecionados como estudos primários (a lista completa de estudos primários selecionados para análise é mostrada no apêndice A). Após o filtro inicial (seleção preliminar), 45 artigos foram pré-selecionados para identificar os potenciais estudos primários mediante a leitura do título, resumo e conclusão. A partir da seleção, obteve-se um novo subconjunto pelo critério de leitura em profundidade mediante a leitura total do artigo. Permaneceram aqueles que apresentavam informações consistentes acerca de métricas e indicadores para distribuição das etapas do processo de software à equipes em várias localidades geográficas em DDS. Neste segundo passo (seleção final) 12 artigos foram selecionados para uma análise comparativa detalhada (Tabela X). Estudos sobre métricas em projetos de DDS tem aumentado nos últimos anos, particularmente a partir de 2006. O número de B. Classificação de estudos O processo de extração de informações realizou-se à partir do foco de estudos apresentados na Tabela IV. Assim, foi estabelecida uma categorização entre objetivo e subjetividade dos resultados. Os artigos revelaram problemas ou soluções, onde 25% tratam sobre alocação de tarefas e 8% aborda sobre configuração das etapas do processo de DDS, o foco de 42% sobre estratégias para resolver problemas de alocação de equipes geograficamente distribuídas, 8% práticas para orientar a definição do processo de software global e questões de destaque 8% sobre evidências para propor soluções da utilização de métricas para as questões da pesquisa. Dessa forma, seguiu-se a classificação de cada publicação de acordo com a configuração do estudo: industrial, acadêmico ou misto conforme apresentada na Tabela V, quase 58% dos estudos são industriais, 25% são acadêmicas, e 17% estão no cenários do estudo misto.

TABELA IV. FOCO DE ESTUDO Resultados do artigo Percentual (%) Frequência Questões 17 2 Misto 25 3 Estratégias 58 7 TABELA V. DISTRIBUIÇÃO DE ESTUDOS Configuraçao do estudo Percentual (%) Frequência Industrial 58 7 Acadêmico 25 3 Misto 17 2 C. Baseado nas evidências encontradas, que informação é utilizada para medir a distribuição das etapas do processo de software às equipes geograficamente distribuídas? (Q1) Nos estudos primários realizados e, também, da literatura corrente foram identificadas algumas métricas, e critérios de alocação de tarefas nas Tabela VI e VII respectivamente.. Por exemplo, no trabalho de Jalote [33] utilizam fatores como período de trabalho e habilidade, tendo como características dependência entre as tarefas e esforço de execução, enquanto modelo de simulação GSD [34] [35] considera as etapas do processo de desenvolvimento, localização, fuso horários e meios de comunicação. Em um outro estudo Gotel [24] monitoram cinco equipes de estudantes, Camboja, EUA (New York City e Pleasantiville (Nova Iorque)), Tailândia e Índia para produção de software e percebem, de forma distinta, que os níveis de estresse dos estudantes, aumentam juntamente com os padrões de comunicação de cada equipe de desenvolvimento devido a falta de habilidades sociais necessárias. Gotel et al [24] concluirão que fatores de socialização das equipes dispersas e comunicação são capazes de influenciar o sucesso de programas de melhoria. No modelo proposto por Y. Lu [36], considera os fatores: pessoas, tarefas e tecnologias a partir da teoria da coordenação e sociotécnica. Na abordagem proposta por Varzin [37], um conjunto de praticas para orientar a definição de processo de software geograficamente distribuído, aborda os fatores de infraestrutura de comunicação, diferença de fusos horários, cultural, confiança e tamanho de equipe através da técnica de algoritmo de mineração tradicional. O estudo experimental de Ramasubbu [38], considera os fatores: dispersão geográfica, produtividade, qualidade e lucro por meio da técnica do modelo econométrico. Foram identificados alguns critérios consoante a classificação proposta por Lamersdorf [42] apresentadas na Tabela VII. TABELA VI. MÉTRICAS IDENTIFICADAS Métricas Autores Esforço para realizar tarefas de DDS [33] Habilidade e recursos de requisitos requerido de DDS [33], [42] Quantidade de mensagens usando tecnologia de coordenação [24] Classificação Outsourcing Desenvolvimento de Software Personalizado Desenvolvimento de Software Padrão TABELA VII. CRITÉRIOS DE ALOCAÇÃO Critérios Custo, confiança, perícia, proximidade a usuários, contatos pessoais, relação estabelecida Perícia, disponibilidade, proximidade ao cliente, custo do trabalho, planejamento estratégico, razões pessoais, decisões políticas Perícia, proximidade ao mercado, custos trabalhistas, diferenças cultural e temporal, taxa de rotatividade, disponibilidade, confiança pessoal, arquitetura do produto, maturidade site Os dados presentes nas tabelas VI e VII mostram que ainda não existem definidos indicadores derivados da correlação entre as métricas. D. Que métodos de pesquisa empírica são usados? (Q2) Os artigos foram classificados de acordo com o método utilizado por Tonella [30], que consiste em cinco métodos de pesquisa: 1) revisão sistemática (meio de avaliar e interpretar pesquisas existentes); 2) experimental (estudos que se aplicam para medir qualquer efeito e controles específicos); 3) estudo observacional; 4) relatos de experiência (registro de lições aprendidas e experiência industrial); e 5) estudo de caso (investigação de situações do mundo real). Embora o método de simulação não faça parte do método utilizado por Tonella [30], foi incluido na Tabela VIII por constar no método utilizado na pesquisa, nesta pesquisa, 42% foram de estudo experimetal; (25%) simulação; (8%) utilizou o método de estudo de caso; (8%) eram revisão sistemática; (8%) não são claros, e (8%) abordou relatos de experiência. TABELA VIII. MÉTODO DE PESQUISA UTILIZADO Método Pesquisa Frequência Porcentagem (%) Experimental 5 42% Simulação 3 25% Estudo de Caso 1 8% Obscuro 1 8% Revisão Sistemática 1 8% Relato de Experiência 1 8% E. Quais os tipos de contribuição para a investigação são encontrados? (Q3) De acordo com a classificação desenvolvido para as necessidades de pesquisa em engenharia de software [29], a Tabela IX ilustra a contribuição para a investigação primária dos estudos. Assim, a distribuição esta da seguinte forma 33% dos artigos tratam sobre proposta de solução; pesquisa de (50%); artigos de opinião (17%), e; não foi encontrado artigo de validação de investigação.

TABELA IX. CONTRIBUIÇÃO TIPOS DE PESQUISA Tipo de Pesquisa Frequência Porcentagem (%) Proposta de solução 4 33% Pesquisa de validação 0 0 Pesquisa de 6 50% Pesquisa de opinião 2 17% V. ANÁLISE DE SOLUÇÕES EXISTENTES PARA O APOIO À DISTRIBUIÇÃO DAS ETAPAS DO PROCESSO ÀS EQUIPES DISPERSAS EM DDS Durante a extração de dados, não foi possível identificar a distribuição das etapas do processo às equipes dispersas a nível global, mas utilizou-se critérios de execução das atividades, tarefas e recursos inerentes ao processo que compõe um determinado projeto. O processo é um arcabouço para as tarefas que são necessárias para construir software de qualidade, facilitando a coordenação e acompanhamento das atividades [31]. Baseado na suposição de que existe uma relação entre a natureza das tarefas que compõe o processo e a natureza da distribuição das equipes de desenvolvimento dispersos geograficamente, foram incluídos no estudo os modelos de alocação de tarefas [39] [40] e análise de desempenho das equipes distribuídas globalmente [38], buscando produtividade de projetos. A classificação do desenvolvimento distribuído interfere na característica da alocação de tarefas, equipes e recursos em projetos de DDS. No entanto, observa-se que no trabalho de Lamersdorf [42], foram identificados e analisados os tipos de classificação que se referem à terceirização, desenvolvimento de software padrão e desenvolvimento de software personalizado [42]. A Tabela X, apresenta as principais características dos modelos identificados. Modelo de distribuição TABELA X. MODELOS PROPOSTOS E IDENTIFICADOS DURANTE A REVISÃO SISTEMÁTICA Artigos relacionados Modelo para o desenvolvimento Jalote e Jain (2006) Simulação 24 horas:o modelo considera um GAD (Grafo Acíclico Direcionado), onde os vértices representam as tarefas e as arestas representam as dependências operacionais existentes (tarefas com restrições de precedência). Este modelo realiza a alocação buscando a redução na duração do projeto. Conjunto de práticas para orientar a definição de processos de software global em ambientes geograficamente distribuídos. O modelo identifica e analisa os aspectos que impactam na sua execução Modelo alocação de equipes de desenvolvimento para módulos de software, detalhando os atributos utilizados na análise não técnica e como eles são obtidos. Este modelo captura os aspectos não-técnicos das equipes distribuídas e as dependências entre módulos de software. Modelo de simulação GSD (Global Software Development): O modelo configura seus processos com diferentes etapas e estratégias de alocação, permitindo identificar a melhor alternativa quanto às estratégias de alocação. Este modelo fornece informações relacionadas à produtividade, recursos Vanzin et al,. (2005) Ribeiro et al.(2011) Santos et al, (2011) Setamanit et al,. (2006) Setamanit et al. (2007) Método de pesquisa Técnicas Características Tipo pesquisa Survey, pesquisa exploratória Estudo teórico, Estudo experimental Método do Caminho Crítico algoritmo tradicional mineração Algoritmos genéticos Lógica Nebulosa Esforço para execução Nível de alocação: de tarefas, dependências membros de uma equipe; entre tarefas, Fatores considerados: habilidades requeridas e habilidades; período de recursos requeridos trabalho Habilidades conhecimentos processo. e Nível de alocação: locais do distribuídos. Fatores considerados: infraestrutura de comunicação, estrutura organizacional, confiança da equipe, diferenças fusos horários, cultural e tamanho da equipe. Habilidades de aspectos Nível de alocação: locais não-técnicos das distribuídos; Fatores equipes distribuídas e considerados: temporal, dependências entre cultural e de afinidade das módulos de software. equipes. Simulação Simulação - Nível de alocação: locais remotos; Fatores considerados: etapas do processo de desenvolvimento; atividades desenvolvidas; estratégia de alocação; fuso horário; localização; meios de comunicação.

alocados, comunicação e coordenação durante o projeto. Estudo alocação de tarefas em projetos de Desenvolvimento Distribuído de Software: Análise das Soluções Existentes Marques al.(2011) et Mapeamento sistemático Coleta de evidências - Nível de alocação: híbridos (remoto e distribuído) Estudo para identificar os critérios que são utilizados na prática de atribuição de tarefas a equipes distribuídas. Este modelo é baseado em entrevistas com gerentes selecionado das organizações e critérios atualmente aplicados na indústria são identificados. Modelo para apoiar o processo de gerenciamento de defeitos que inclui a prevenção de defeitos, descoberta, resolução e melhoria de processos no programa de desenvolvimento de software Modelo de práticas para analisar o desempenho das equipes de desenvolvimento a partir da perspectiva da teoria sociotécnica combinada e a teoria de coordenação. Este modelo é baseado no estudo de três aspectos da teoria sociotécnico: pessoas, tecnologia e tarefas. Modelo analítico de desenvolvimento de software com equipes em projetos globalmente distribuídos. Este modelo é baseado em técnicas de modelagem de análise, a fim de prever a como os aspectos de comunicação afetam a produtividade dos membros da equipe em projetos distribuídos geograficamente O modelo configura equipes distribuídas globalmente, buscando produtividade de projetos, qualidade e lucros. Este modelo captura os aspectos dinâmicos e discretos de um ambiente de desenvolvimento distribuído de software e fornece informações relacionadas ao impacto de várias configurações e dimensões da dispersão geográfica Lamersdorf al,(2009) et Korhonen et al, (2008) Survey, Estudo qualitativo, Relato de Experiência Estudo de caso Y. Lu et al, (2010) Estudo quantitativo, Estudo experimental Czekster et al. (2010) Ramasubbu et al (2011) A. Avaliação da qualidade dos estudos Estudo quantitativo, Estudo Experimental A da qualidade dos estudos foi nos critérios estabelecidos para de estudos experimentais em engenharia de software presentes em Dyba [27]. Os critérios da triagem foram relacionados com qualidade da comunicação de Método de comparação constante Método Goal Question Metric Teoria da coordenação e sócio técnico Técnicas de modelagem de análise Habilidades técnica e de aspectos de coordenação Habilidades de aspectos de coordenação Habilidades de aspectos de coordenação e nãotécnicos das equipes distribuídas e dependências entre módulos de software Habilidades técnica e de aspectos de coordenação Nível de alocação: locais híbridos (remoto e distribuído) Nível de alocação: locais distribuídos e Fatores considerados: requisitos técnicos dos módulos de software. Nível de alocação: locais distribuídos; Fatores considerados: pessoas, tarefas e tecnologia. Nível de alocação: locais híbridos (remoto e distribuído) e Fatores considerados: habilidades de gestão e o conhecimento das equipes Estudo Experimental Modelos econométrico - Nível de alocação: locais distribuídos e Fatores considerados: dispersão geográfica, produtividade, qualidade e lucro raciocínio de um estudo, objetivos e contexto avaliados de acordo com a legenda abaixo. Legenda: - Esta questão está dentro desta área de responsabilidade Questões: 1] O estudo relatou a pesquisa empírica ou foi apenas considerado como