FACULDADE DE PARÁ DE MINAS FAPAM Curso de Enfermagem Diva Costa de Castro ESTRESSE DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM EM SEU PROCESSO DE TRABALHO Pará de Minas 2014
2 Diva Costa de Castro ESTRESSE DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM EM SEU PROCESSO DE TRABALHO Monografia apresentada à Coordenação de Enfermagem da Faculdade de Pará de Minas como requisito parcial para a conclusão do curso de Enfermagem. Orientador: Prof. Dr. Humberto Ferreira de Oliveira Quites Pará de Minas 2014
3 Dedico esse trabalho a todos que de alguma forma me ajudaram para a concretização do mesmo e em especial ao João Bosco Magela Mendonça (in memoriam)
4 AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus, aos meus pais pelo incentivo, aos meus colegas, aos professores e preceptores, ao meu orientador pela paciência e incentivo na realização deste trabalho.
5 Eu não quero a rotina desleixada do estresse, dia-a-dia comum. Quero disciplina, luz, foco, tempo e espaço. O aqui e o agora repetidos em diferentes aquis e agoras. Verônica H.
6 RESUMO Este trabalho tem como objetivo descrever os fatores que geram o estresse em profissionais da equipe de enfermagem em seu processo de trabalho.a pesquisa é do tipo revisão bibliográfica integrativa, a qual tem finalidade de reunir e sintetizar resultados do tema por meio da literatura científica.o estudo foi realizado por meio de busca online das produções cientificas nacionais sobre o estresse dos profissionais de enfermagemno período de 2004 a 2014, sendo utilizada as bases de dados: Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde(LILACS), Scientific Eletronic Library Online (SciELO), Bases de Dados em Enfermagem (BDENF).O estresse é considerado uma doença psicossomática, cujos fatores que alteram o estado emocional fazem com que interfira diretamente no estado físico. Pode-se afirmar ainda que os enfermeiros apresentam maior índice de estresse em relação a outros profissionais, relacionada á administração de pessoal, condições de trabalho, redução de profissionais.os profissionais da área da enfermagem estão mais expostos a condições de trabalho inadequadas somadas as suas condições de vida queaumentam a possibilidade de adoecimento desencadeado pelo estresse. O profissional sabendo identificar esses fatores poderá prevenir o agravamento dos mesmos evitando suas devidas complicações, gerando então um trabalho mais satisfatório. Descritores: Estresse. Enfermagem. Saúde.
7 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO...08 2 OBJETIVO... 10 2.1 Objetivo Geral...10 3 JUSTIFICATIVA...11 4 METODOLOGIA...12 5 REFERENCIAL TEÓRICO...13 5.1 Estresse na Perspectiva de Saúde...13 5.2 Síndrome de Burnout...14 5.3 Aspectos que Interferem na Produtividade...15 5.4 Sobrecarga de Trabalho, Questões Salariais, Carga Horária e Cobranças...16 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS...19 7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...20
8 1 INTRODUÇÃO Nos últimos anos o estresse é tratado com grande preocupação. O estresse está presente desde os tempos mais primitivos da civilização, sendo que este se manifesta quando o indivíduo é exposto a situações que podem colocar em perigo a sua sobrevivência (CALIL, PARANHOS, 2007). Nos dias atuais o estresse não é associado à sobrevivência, mais sim, uma forma de lidar com suas responsabilidades junto à sociedade, que quando desacreditados de sua importância gera o estresse (SILVA, 2009). Cada indivíduo possui uma forma particular de reagir aos estímulos, portanto tem também formas de reagir ao esgotamento por estresse; de acordo com o ponto de vida que cada um tem da realidade, sendo que, se a pessoa visualizar de forma positiva poderá amenizar seus efeitos (XAVIER, 2010). A enfermagem foi classificada pela Health EducationAuthority como a quarta profissão mais estressante, sendo que também há vários outros fatores que levam ao estresse dos enfermeiros, um dos fatores citados é o econômico, devido aos baixos salários e grandes responsabilidades que ocasionam em desgaste, muitos tendo até que optar por outras fontes de renda (HOLRT apud SOUZA, 2009). Para Rocha e Martino (2009), o trabalho do enfermeiro demanda muita atenção e alto grau de dificuldade, constituindo fatores psicossociais que condiciona a manifestação do estresse.outro trabalho relata que a enfermagem foi considerada como uma das profissões mais estressantes, devido ao seu cotidiano e em sua rotina de trabalho, podendo desencadear o estresse com exaustivas jornadas de trabalho e ritmos acelerados (HANZELMAN, PASSOS, 2009). A equipe de saúde desde o seu surgimento até os dias atuais lida diariamente com o processo de dor, doença e morte; tornando o profissional convivente com a ansiedade, sentimento de perda e fragilidade, advindos de procedimentos assistenciais desconfortáveis, caracterizando sintomas expressos por tais profissionais, desencadeados pelo estresse (FARIAS et al 2010). Guido e colaboradores (2011 destacam que o enfermeiro por ser responsável por pessoas demanda maior tempo de trabalho à interação o que aumenta as chances de ocorrência de estresse por conflitos interpessoais.
9 A enfermagem moldada pela lógica do cuidado, ainda mantém-se subordinada à lógica da cura dos médicos, sendo o profissional de enfermagem que mantém maior ligação entre equipe de enfermagem, a equipe médica e os pacientes, podendo sofrer tensões decorrentes de atritos entre as equipes, portanto o estresse não é só advindo de conflitos de sua própria equipe como decorrenteda interação com a equipe multiprofissional (MONTANHOLI, TAVARES, OLIVEIRA, 2006). Quanto maior o número de estímulos novos, mais estressante a situação, o trabalho rotineiro, pouca variedade de tarefas associadas a ansiedade diminuem a flexibilidade dos profissionais (SILVEIRA, STUMM, KIRCHNER, 2009).
10 2 OBJETIVO 2.1-Objetivo Geral Descrever os fatores que geram o estresse em profissionais da equipe de enfermagem em seu processo de trabalho.
11 3 JUSTIFICATIVA Foi observado em vivências no decorrer das atividades em campo de estágio que os profissionais da área da enfermagem são profissionais propensos a situações de estresse e desmotivação. Em vários estágios foi possível vivenciar, dentro das práticas de enfermagem, o grande número de situações que podem influenciar no dia a dia desse profissional, gerando desgastes desnecessários. Nesse contexto, surgiu o interesse em buscar informações que pudessem direcionar a respeito do melhor caminho a seguir, para prevenir problemas relacionados ao estresse desta área. Com a proposta do trabalho de conclusão de curso tencionou-se desenvolver um pouco mais sobre esta temática. Assim sendo, este trabalho se justifica na importância de conhecer fatores estressores para o profissional de enfermagem para contribuir no apontamento de caminhos para diminuir o impacto de tal problema nestes profissionais.
12 4 METODOLOGIA A pesquisa é do tipo revisão bibliográfica integrativa, a qual tem finalidade de reunir e sintetizar resultado de pesquisas sobre delimitado tema, de maneira sistemática e ordenada, sendo um instrumento para o aprofundamento do conhecimento a respeito do tema investigado, permitindo a síntese de múltiplos estudos publicados e conclusões gerais a respeito de uma particular área de estudo (MARTINARO et al, 2010). Para operacionalizá-la foram utilizadas as seguintes etapas: estabelecimento do objetivo da revisão integrativa, estabelecimento dos critérios para a seleção da amostra, definição das informações a serem extraídas dos artigos selecionados, analise dos resultados, apresentação e discussão dos resultados (MARTINARO et al, 2010). O estudo foi realizado por meio de busca online das produções científicas nacionais sobre o estresse dos profissionais de enfermagem no período de 2004 a 2014. A captura dessas produções foi processada por meio da Biblioteca virtual em Saúde (BVS), sendo utilizada as bases de dados: Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde(LILACS), Scientific Eletronic Library Online (SciELO), Bases de Dados em Enfermagem (BDENF). Estabeleceram-se critérios para a seleção da amostra: artigos publicados no Brasil, em língua portuguesa, disponíveis na íntegra,no período de 2004 a 2014. Os descritores utilizados na busca nos Descritores em Ciência da Saúde (DeCS) foram enfermagem, estresse e saúde. Limitou-se a esses, pois, ao associar um quarto descritor a busca por artigos era escassa, impossibilitando uma pesquisa aprofundada. Na busca inicial foram encontrados 427 artigos, sendo que 27 foram lidos. Desses, 24 artigos foram selecionados para o estudo. Artigos que abordam a temática do estresse na equipe de enfermagem.
13 5 REFERENCIAL TEÓRICO 5.1 Estresse na Perspectiva da Saúde e a Enfermagem O estresse é considerado uma doença psicossomática, cujos fatores que alteram o estado emocional fazem com que interfira diretamente no estado físico, as causas do estresse variam de indivíduo a indivíduo, sendo que pode surgir quando o indivíduo não consegue suprir suas necessidades primárias. A enfermagem é definida como uma ciência voltada para a promoção da saúde e bem-estar do ser humano, sendo o cuidado a sua essência, cuidado no qual o próprio enfermeiro deveria estar suprido, afinal, cuidar e proporcionar assistência ao enfermo são tarefas que geram o desgaste físico e psicológico (CARNEIRO, 2010). Quando o estresse está constantemente presente no indivíduo, em sua maneira de viver e ver a vida pode desencadear uma série de doenças. Se nada é feito para aliviar a tensão a pessoa sente-se exausta, desmotivada e depressiva (CAMELO, ANGERAMI, 2004). Segundo Batista e Bianchi (2006), o estresse no trabalho ocorre quando o ambiente de trabalho é percebido como uma ameaça ao indivíduo, repercutindo no plano pessoal e profissional, surgindo demandas maiores do que a sua capacidade de enfrentamento. Um novo campo de estudo vem enfatizando o estudo do aparecimento de doenças ao estresse no trabalho, doenças como hipertensão, úlcera e outras. (HOLT apud SOUZA, 2009). Para Stacciarini e Tróccoli citados por Fernandes, Medeiro e Ribeiro (2008), recursos inadequados, atendimento a paciente, carga emocional e relações interpessoais são identificados como os principais estressores dos enfermeiros assistenciais. Para os administrativos foram: cobranças, sobrecarga de trabalho, relação interpessoal e poder de decisão. Pode-se afirmar ainda que os enfermeiros apresentam maior índice de estresse em relação a outros profissionais, relacionada á administração de pessoal, condições de trabalho, redução de profissionais com mais de 40 anos devido a possibilidade dos mesmos estarem em cargos administrativos ou áreas de ensino devido á experiência profissional (GUERRER e BIANCHI 2008).
14 Alguns estudos apontam o crescimento do número de trabalhadores da área da saúde acometidos pelo adoecimento no trabalho, o que gera a necessidade de investimentos para identificar as causas destes danos e de ações que contribuam para redução destas taxas e, em consequência, preservem a saúde do trabalhador (AZAMBUJA; KERBER; KIRCHHOF, 2007). Entre os diferentes fatores que podem comprometer a saúde do trabalhador, o ambiente de trabalho é apontado como gerador de conflito quando o indivíduo percebe a importância existente entre o compromisso com a profissão e o sistema em que estão inseridos (LAUTERT apud MUROFUSE, et al 2005). 5.2 Síndrome de Burnout Síndrome de Burnout conceituada como um esgotamento, esvaziamento e exaustão, presente nos profissionais que trabalham com prestação de cuidados, na grande maioria médicos, enfermeiros e profissionais da área da educação (SELIGMANN,SILVA, 2003). A descoberta da síndrome foi devido ao estudo do estresse, surgiu nos Estados Unidos em meados dos anos 70, os pesquisadores buscavam respostas para o desgaste profissional; foi descoberto também que o presente estudo estava inteiramente ligado ao estresse emocional e a interação interpessoal do trabalho. A primeira descrição sistemática da síndrome de Burnout foi realizada pelo psiquiatra Herbert J. Freudenberg em 1974 (BORGES, et al., 2002). Caracterizada como uma patologia silenciosa com desenvolvimento lento e que pode surgir de forma repentina, ligado a diminuição de autoestima, sobrecarga de trabalho, tédio, frustração, iniciando a partir da depressão; sendo que acomete com grande frequência a classe dos profissionais de saúde e é ainda é de pouco conhecimento dos mesmos (GOMES, JESUS, 2012). Segundo Ballone, et al.(2008), o termo Burnout é uma composição de burn= queima e Out= exterior, sendo então determinado como um estado de estresse físico e emocional, no qual a pessoa afetada demonstra irritação e comportamento agressivo com tudo que a cerca principalmente em seu local de trabalho. Segundo Silva e colaboradores (2008) são inúmeros fatores que podem levar ao surgimento da Síndrome de Burnout em profissionais de enfermagem, sendo os
15 principais: baixa remuneração, longas jornadas de trabalho, contato direto com morte, jornadas múltiplas, insatisfação com a atividade desenvolvida entre outros. No tratamento farmacológico geralmente são prescritos antidepressivos e ansiolíticos para controle dos sintomas, dependendo da fase e da gravidade em que se encontra a síndrome, sendo que a síndrome possui quatro fases e o seu tratamento muda de acordo com cada uma destas fases diagnosticadas. (FREITAS, et al, 2006). 5.3 Aspectos que Interferem na Produtividade do Enfermeiro O baixo reconhecimento é um dos aspectos que interferem na produtividade do trabalho, possui relação com a representação que o trabalhador percebe do seu trabalho, as respostas que recebe de seus superiores, dos colegas em igual posição e da população assistida, influenciando na autoestima. Quando não há reconhecimento, e o trabalho não mais proporciona realização pessoal, nem confere sentido à vida social dos sujeitos e há outras possibilidades laborais, eles buscam outras atividades. O reconhecimento, a realização pessoal e o valor social representam mediadores entre subjetividade, identidade e sentido que conduzem à realização humana no trabalho (ROSSI, 2005). As inúmeras tarefas constantes das atribuições permitem a identificação de uma contradição entre o trabalho prescrito nos manuais e normas e os seus reais afazeres no cotidiano. A significação que esse trabalhador faz do seu trabalho e a lógica imposta, com características relacionadas à organização de base taylorista, expressam-se na cobrança de produtividade por metas, ritmos excessivos e prazos curtos, somados à execução de tarefas superpostas e sem planejamento cronológico, assim como as interrupções e intervenções constantes. Quando os empregados sentem que há coisas demais para fazer, sem tempo suficiente para realizar as tarefas exigidas e nem recurso para fazer bem seu trabalho, evidencia-se uma situação de sobrecarga de trabalho (ROSSI, 2005). Deve-se ressaltar que a separação entre o elemento psíquico e o elemento físico na prática não ocorre e que os dois aspectos estão em íntima ligação e em mútua interferência. A relação entre fadiga física e psíquica é inegável e sempre
16 está presente nesses casos, sendo que o cotidiano da vida profissional e extraprofissional influencia na somatização dos diferentes sintomas (SOUZA, 2009). A identificação de danos à saúde decorrentes de situações de trabalho pode ser explícita, demonstrando também a incapacidade de implementação de estratégias de controle eficazes, fazendo com que as demandas corpóreas para a manutenção do equilíbrio sejam insuficientes, devido ao constante ataque dos fatores de estresse nesse ambiente. Quando há o acúmulo dessa energia psíquica tornando-se fonte de desprazer, a carga de tensão se eleva ocasionando sofrimento (SANTOS, 2010). Os efeitos físicos e psíquicos relacionados ao estresse podem variar de acordo com cada indivíduo, pois cada um reage aos estímulos estressores de acordo com sua bagagem de vida e a representação do seu cotidiano. Um aspecto importante também observado advém de relatos com sinais de esgotamento, indicativos de possível esgotamento profissional (burnout), que pode ser definido como uma síndrome psicológica que envolve uma reação prolongada aos estressores interpessoais crônicos e que as reações podem ser descritas como uma exaustão avassaladora, sensações de desligamento do trabalho, assim como, sensação de ineficácia e falta de realização (SILVA, 2008). Lima citado por Montanholi, Tavares e Oliveira (2006) afirma que a maiorias dos profissionais do turno noturno apresentam estado mental comprometido, sendo que os mesmos são responsáveis por mais de um setor neste horário e que se irritam muito fácil por pequenas coisas. 5.4 Sobrecarga de Trabalho, Questões Salariais, Carga Horária e Cobranças As duplas jornadas de trabalho e os baixos salários existentes entre os trabalhadores da área de saúde que aumentam a ação de fatores psíquicos e físicos (ELIAS, NAVARRO, 2006). Guimaraes e Grubits citados por Elis, Navarro (2006) afirmam que as tarefas realizadas no ambiente hospitalar são tediosas e desgastantes, devido as prolongadas jornadas de trabalho e limitada quantidade de profissionais.
17 As cobranças são recebidas como pressões para cumprirem seus deveres, que muitas das vezes são considerados como impossíveis por vários fatores (FERNANDES, MEDEIRO, RIBEIRO, 2008)..As duplas jornadas de trabalho dos enfermeiros se tornam necessárias devido a situação econômica da classe; os salários baixos levam tais profissionais a procurar novas fontes de renda para o sustendo da família passando a assumir múltiplas funções gerando cansaço, frustação, desvalorização entre outros (FONTANA, SIQUEIRA, 2009). Alguns dos fatores que prejudicam os profissionais forçando-os a atuar em mais de um local de trabalho, passando a cumprir longas jornadas de trabalho são a diminuição do salário, desemprego e restrição do mercado de trabalho, comprometendo assim, sua qualidade de vida (SILVEIRA, STUMM, KIRCHNER, 2009). Além disso, destaca-se que o gênero feminino está sujeito a mais duplas e triplas jornadas de trabalho já que sua inserção no mercado de trabalho não a desligou da função domestica (FONTANA, SIQUEIRA, 2009). De acordo com Montanholi, Tavares e Oliveira (2006), a maioria dos profissionais por serem mulheres, agrega outras atividades no lar gerando também dessa maneira dupla jornada de trabalho que por sua vez já é estressante. A exigência em excesso também é grande fonte geradora do estresse que leva a diminuição do rendimento de trabalho e do autocuidado e lazer, tornando-se assim uma situação em que o trabalho gera o estresse e o autocuidado pode geram estresse crônico (MONTANHOLI, TAVARES, OLIVEIRA, 2006). Lima citado por Montanholi, Tavares e Oliveira (2006) afirma que a maiorias dos profissionais do turno noturno apresentam estado mental comprometido, sendo que os mesmos são responsáveis por mais de um setor neste horário e que se irritam muito fácil por pequenas coisas. Fontana e Siqueira (2009) afirmam que a enfermagem é a profissão que tem um trabalho muito cansativo e desgastante por estar diretamente ligada a situações de morte, depressão entre outras. Segundo esses estudiosos, os profissionais de enfermagem necessitam de reconhecimento; os mesmos sofrem quando se esforça e não são valorizados e não recebem um elogio positivo.
18 Silveira, Stumm e K irchner (2009), destacam que a grande parte dos profissionais de enfermagem relatam sentirem-se estressados, devido a grande carga horária. Afirmam, ainda, que as pessoas esperam que seu empregos lhe tragam prestígio, dinheiro, recompensas materiais, porém o resultado é insatisfatório, mesmo quando a carga horária é aumentada, repercutindo em seu ambiente de trabalho, reduzindo sua capacidade organizacional. O estresse no trabalho é considerado como um agente de mudanças, sendo que, uma vez desenvolvido estratégias para minimizar seus efeitos, podem tornar o cotidiano do enfermeiro menos desgastante, mais produtivo e valoriza-los como seres humanos e profissionais (GUIDO et al, 2011),.
19 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS Os profissionais da área da enfermagem estão mais expostos a condições de trabalho inadequadas somadas as suas condições de vida que potencializam a possibilidade de adoecimento desencadeado pelo estresse. A falta de condições de trabalho, escassez de recursos materiais e humanos, gera insatisfação que propicia o aparecimento do estresse no indivíduo. Percebe-se que os fatores desencadeadores de estresse estão presentes e são bastante comuns na profissão de enfermagem, é importante destacar que estes profissionais aprendam a identificar estes fatores estressores para poderem impedir o agravamento do mesmo. Sendo assim evitara muitas complicações como ansiedade, sobrecarga da equipe, frustração, desvalorização profissional entre outros, podendo minimizar o efeito do estresse, gerando um trabalho mais satisfatório e produtivo.
20 7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AZAMBUJA EP. KERBER. NPC, KIRCHHO AL. A saúde do trabalhador na concepção de acadêmicos de enfermagem. RevEscEnfermUSP. 2007; 41(3):355-62. CARMELO, SHH. ANGERAMI, ELS. Sintomas de estresse nos trabalhadoresatuantes em cinco núcleos de saúde da família. RevLatAmEnferm.2004;12(1):14-21. ELIAS, MA. Navarro VL. A relação entre trabalho, a saúde e as condições de vida: negatividade e positividade no trabalho das profissionais de enfermagem de um hospital escola. Rev Latino-am Enfermagem. 2006; 14(4): 517-25 FARIAS, SMC...[et al.]. Caracterização dos sintomas físicos de estresse na equipe de pronto atendimento. RevEscEnferm USP. 2011; 45(3): 722-9 FERNANDES, SMBA, MEDEIROS, SM, RIBEIRO, LM. Estresse ocupacional e o mundo do trabalho atual: repercussões na vida cotidiana das enfermeiras. Rev. Eletr. Enf. 2008; 10(2):414-27 FONTANA RT. SIQUEIRA, KI. O trabalho de enfermeiro em saúde coletiva e o estresse: análise de uma realidade. Cogitare Enferm. 2009; 14(3): 491-8 FRANCO, GPF...[et al.]... em residentes de enfermagem. Rev. Esc. Enferm. USP. 2011; 45(1): 12-8 GUIDO, LA...[et al.] Estresse, coping e estado de saúde entre enfermeiros hospitalares. RevEscEnferm USP. 2011; 45(6):1434-9 GOMES, H. JESUS, A.G. Síndrome de burnout em enfermeiros. Revista de Trabalhos Acadêmicos. v.4, n.6, p.41-53, Brasil 2012. GUERRER, F.J.L. BIANCHI, E.R.F. Caracterização do estresse nos enfermeiros de unidades de terapia intensiva. Rev. Escola de Enferm. USP. São Paulo 2008; v.42, n.2, p.355-62. HANZELMANN, RS. PASSOS, JP. Imagens e representações da enfermagem acerca do stress e sua influência na atividade laboral. Rev. Esc. Enferm. USP. 2010; 44(3):694-701 MARTINS, JT. ROBAZZI, MLCC. BOBROFF, MCC. Prazer e sofrimento no trabalho da equipe de enfermagem: reflexão à luz da psicodinâmica Dejouriana. Rev. Esc. Enferm. USP. 2010; 44(4): 1107-11 MONTANHOLI, LL. TAVARES, DMS. OlLIVEIRA, GR. Estresse: fatores de risco no trabalho do enfermeiro hospitalar. RevBrasEnferm. 2006; 59(5): 662-5
21 MUROFUSE, NT. ABRANCHES, SS. NAPOLEÃO, AA. Reflexões sobre estresse e Burnout e a relação com a enfermagem. Rev. Latino-am Enfermagem. 2005; 13(2): 255-61 PAFARO, R.C. MARTINO, M.M.F. Estudo do estresse do enfermeiro com dupla jornada de trabalho em um hospital de oncologia pediátrica de Campinas. Revista Escola de Enfermagem- USP. v.38, n.2, p.152-60, 2004. ROCHA, MCP. MARTINO, MMF. O estresse e qualidade de sono de enfermeiro nos diferentes turnos hospitalares. RevEscEnferm USP. 2010; 44(2): 280-6 ROSSI, AM. PERREWÉ, PL. SAUTER, SL. Stress e qualidade de vida no trabalho: perspectivas atuais da saúde ocupacional. São Paulo: Atlas; 2005 SANTOS, LFB. O Estresse no Trabalho dos Agentes Comunitários de Saúde do Município do Rio de Janeiro -UERJ. 2010 SILVA, ATC. Estudo sobre esgotamento profissional e transtornos mentais em agentes comunitários de saúde no município de São Paulo [dissertação de mestrado]. São Paulo: Universidade de São Paulo; 2008 SILVEIRA, MM. STUMM, EMF. KIRCHER, RM. Estressores e coping: enfermeiros de uma unidade de emergência hospitalar. Rev. Eletr. Enf. 2009; 11(4): 894-903 SILVINO, ZR...[et al.] As estratégias defensivas utilizadas pelo trabalhador de enfermagem: uma revisão integral da literatura. R. Pesq.: Cuid. Fundam. Online. 2010; 2(3): 1121-7 SOUZA, JF. A equipe de enfermagem do centro-cirúrgico frente ao estresse ocupacional, 2009. Disponível em: < http://www.webartigos.com/artigos/a-equipe-de-enfermagem-do-centro-cirurgicofrente-ao-estresse-ocupacional/21146/#ixzz3gdcrp3d8> TAMAYO, M.R. Implicações das Fontes Organizacionais de Desajuste Individuo-Trabalho em Profissionais da Enfermagem. Universidade de Brasília. 2009.