TÍTULO: PERCEPÇÃO DE MÃES EM RELAÇÃO À INCLUSÃO ESCOLAR DE SEUS FILHOS DIAGNOSTICADOS COM AUTISMO EM ESCOLA REGULAR



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Transcrição:

TÍTULO: PERCEPÇÃO DE MÃES EM RELAÇÃO À INCLUSÃO ESCOLAR DE SEUS FILHOS DIAGNOSTICADOS COM AUTISMO EM ESCOLA REGULAR CATEGORIA: CONCLUÍDO ÁREA: CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS SUBÁREA: PSICOLOGIA INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE DE RIBEIRÃO PRETO AUTOR(ES): NÁGILA GUEDES GERALDINE ORIENTADOR(ES): TERESINHA PAVANELLO GODOY COSTA

1) RESUMO O processo inclusivo é frágil e falta aceitação do que é ser diferente, além do que, ainda existem fragilidades no processo de formação profissional e das atividades pedagógicas diferencias das escolas regulares, pois ainda não há um compromisso coletivo da comunidade escolar com um eficiente processo inclusivo. O transtorno autista (ou autismo infantil) faz parte de um grupo de transtornos do neurodesenvolvimento. Esse grupo de transtornos compartilha sintomas centrais no comprometimento em três áreas especificas do desenvolvimento: déficits de habilidades sociais, déficits de habilidades comunicativas e presença de comportamentos, interesses e/ou atividades restritivos, repetitivos e estereotipados. Em relação à inclusão da criança no ambiente familiar, tem-se que a família é o primeiro universo das relações sociais, e através da comunicação verbal e não verbal, exerce influência estruturante no desenvolvimento da criança. Sendo assim, o estudo buscou compreender a percepção de mães a respeito da inclusão de seus filhos diagnosticadas com autismo, pesquisar e compreender como se desenvolve o autismo desde a infância; investigar as reais possibilidades de inclusão de uma criança portadora de autismo na escola. Palavras-chave: Autismo. Inclusão. Família.

2) INTRODUÇÃO Antigamente, crianças com o diagnóstico de autismo tinham restrições e eram acompanhadas por estigmas, mas que, através de estudos como o que está sendo realizado nesta pesquisa, essa temática passa a ser vista de outra forma. A cada dia que se passa, o assunto se torna mais instigante e envolvente. Toda criança é uma caixinha de surpresas, e diante disso, a criança autista desperta curiosidade, motivação e dedicação para compreender esta forma diferencial e especial de se viver. Conforme Camargo (2009), o autismo se caracteriza pela presença de um desenvolvimento atípico na interação social e comunicação, há um repertório marcadamente restrito de atividades e interesses. Estas características podem levar a um isolamento contínuo da criança e sua família. O autismo é uma patologia que ocorre em todo lugar do mundo e é independente de raça, etnia, classe social e classe cultural (ARAUJO, 2000, p.6). Sabe-se que a inclusão é um tema complexo, porém, segundo Camargo (2009), a inclusão proporciona às crianças com autismo oportunidades de conviver com outras da mesma faixa etária, como possibilita também o estímulo às suas capacidades interativas impedindo o isolamento contínuo. Buscou ainda, entender que conhecimentos as mães possuem sobre a questão da inclusão dos seus filhos na escola, e as reais possibilidades de inclusão dos mesmos na atual circunstância em que se encontram as escolas no país.

3) OBJETIVOS -Pesquisar e compreender como se desenvolve o autismo desde a infância; -Investigar as reais possibilidades de inclusão de uma criança portadora de autismo na escola; -Entender que conhecimento(s) as mães possuem em relação à inclusão escolar desta clientela

4) METODOLOGIA Esta pesquisa foi realizada baseada no método qualitativo, que para Martins (2004), diferentemente da pesquisa quantitativa, a qualitativa busca uma compreensão particular daquilo que estuda; não se preocupam com generalizações populacionais, princípios e leis. O foco de sua atenção é centralizado no específico, no peculiar, buscando mais a compreensão do que a explicação dos fenômenos estudados. A pesquisa é do tipo exploratório. Uma das características da pesquisa exploratória, tal como é geralmente concebida, refere-se à especificidade das perguntas, o que é feito desde o começo da pesquisa, como única maneira de abordagem (PIOVESAN, 1995, p.319). Nesse caso, o planejamento é flexível e possibilita vários aspectos relacionados ao tema estudado. Esse tipo de pesquisa envolve o levantamento bibliográfico, entrevistas com pessoas que tiveram experiências praticas com o problema pesquisado e análise de exemplos que estimulem a compreensão.

5) DESENVOLVIMENTO Inicialmente foi feito o contato com uma instituição especializada a fim de indicar quatro mães. Foi explicado o intuito da pesquisa. Na sequência, foi feito o contato com as mães para serem esclarecidos os objetivos desta pesquisa e a participação das participantes. Logo em seguida, foi agendado o horário para a realização das entrevistas de acordo com a disponibilidade das mesmas. Sendo assim, as mães foram selecionadas através dos requisitos da pesquisa, e foi apresentado o tema do trabalho. Utilizou-se o TCLE para o consentimento das participantes. Feito isso, deuse início a entrevista, utilizando um gravador, papéis e caneta para anotações. O tempo de duração estipulado para a entrevista foi de 30 minutos. Participaram desta pesquisa quatro mães da comunidade que residem na cidade de Ribeirão Preto / SP e que possuem filho diagnosticado com autismo e que estão inseridos em escolas da rede publica. A pesquisa foi realizada na clínica de Psicologia da UNAERP em uma sala reservada de acordo com a disponibilidade das mães. Utilizou-se como instrumentos: TCLE, roteiro de entrevista semi estruturado, gravador e papeis para anotações. O estudo piloto mostra-se como um instrumento valioso, já que permite ao pesquisador chegar ao contexto de sua pesquisa mais experiente e com escolhas metodológicas mais afinadas.

6) RESULTADOS Para a elaboração do roteiro para a entrevista, primeiramente foi realizada uma entrevista inicial com uma mãe. Esta entrevista serviu- como estudo piloto, ou seja, um guia para a elaboração da entrevista semi- estruturada. Neste momento, foi questionado para a mãe, duas perguntas chaves, onde foram levantados dois pontos: a questão da percepção da mãe em relação à inclusão escolar de seu filho e quais seriam os aspectos positivos e as dificuldades encontradas neste processo. Diante das respostas obtidas, a análise ocorreu de maneira qualitativa e quantitativa. Ao realizar uma leitura minuciosa de cada entrevista, pode-se verificar que alguns temas foram mencionados, como a socialização, visto na temática um, os aspectos pedagógicos encontrados na temática dois, a capacitação docente na temática três, os déficits na temática quatro e as expectativas futuras evidenciadas na temática cinco. A partir desta divisão, pode-se destacar as seguintes palavras chaves para cada temática e sua respectiva questão. Na questão número um correspondente à temática de socialização, obteve-se a resposta referente ao início do processo de inclusão como sendo tranquila em todas as respostas. Verificou-se então, que a resposta foi 100% igual para todas as mães. Na questão número dois, sobre a percepção das mães sobre a interação com as outras crianças, o resultado de igualdade entre as quatro mães foi destacado. A última questão referente à temática de socialização sobre a interação com os profissionais da escola, houve também igualdade nas respostas, pois todas afirmaram que têm uma boa interação. A segunda temática que descreve sobre os aspectos pedagógicos referente às atividades escolares, quatro mães responderam da mesma forma, ou seja, todas as tarefas oferecidas aos seus filhos são iguais ao restante dos alunos em sala de aula, mas acrescentaram que as professoras e/ou escola oferecem atividades extras a eles. Em relação à segunda temática,a questão cinco referente à estimulação, duas mães responderam que há a estimulação juntamente com a mediadora e outras duas mães disseram não haver essa mediadora, porém, a estimulação vem dos professores. A seguir, na temática número três, há uma questão referente à capacitação docente onde é afirmado por uma mãe que a coordenadora da escola buscou

informações referente ao autismo. Em um segundo momento, outra mãe informou a respeito da mediadora, aquela pessoa que tem a função de oferecer suporte, mediar as necessidades e dificuldades do aluno aos professores e que segundo a mãe, buscou capacitação sobre o autismo. Outras duas mães afirmaram que as professoras buscaram informação sobre o autismo por interesse próprio. A temática quatro referente aos déficits, duas mães apontaram que o fato de seus filhos serem não verbais, dificultava muito o processo inclusivo.outra mãe mencionou o fato de que a escola precisa de preparo, e uma outra mãe contempla as duas questões, tendo como déficits a criança ser não verbal e a falta de preparo da escola. Tem-se na última temática três questões referentes às expectativas futuras, onde duas mães se referiram ao tema da socialização e outras duas disseram que esperam da escola a alfabetização. Todas as mães informaram que se sentem satisfeitas com a inclusão de seus filhos, oscilando apenas na forma de responder. Ao final, três mães relataram possuir um pensamento positivo sobre o futuro de seus filhos. Duas se sentem esperançosas, e uma mãe acredita que o filho vai melhorar. Apenas uma mãe apontou a preocupação referente ao futuro de seu filho

7) CONSIDERAÇÕES FINAIS Diante dos resultados obtidos juntamente com a relação das informações disponíveis na literatura, pode-se perceber que deve-se efetivar a maneira de lidar com uma criança autista. Entender, compreender e estudar o autismo, torna-se cada vez mais importante, pois há todo momento, novos casos são descobertos, precisando assim, de todo o manejo possível dos profissionais. Conduzir esta pesquisa foi um caminhar trabalhoso, porém compensatório, pois poder ouvir pessoas que se dedicam de maneira integral aos cuidados destas crianças, é plenamente gratificante. Esta patologia nos intriga, nos questiona, nos surpreende e nos encanta, pois há uma criança cheia de capacidades, habilidades, curiosidades, buscando seu lugar ao mundo, e a escola possibilita esta entrada. O medo e a insegurança dos professores e responsáveis de uma instituição de ensino é algo esperado, pois somos humanos, cheios de incertezas e despreparo, porém, quando se busca a capacitação, todos têm ganhos. O estudo realizado de maneira qualitativa, refletiu o quanto as mães estão preocupadas e interessadas com o desenvolvimento de seus filhos, além de esperarem sempre pelo melhor deles, acreditando em seus potenciais e habilidades a serem estimuladas. As escolas de forma geral se mostraram abertas a receberem essas crianças, apesar de toda a dificuldade encontrada neste processo, a atenção e afetividade estavam presentes em todos os momentos. A amostra deste estudo evidenciou que as crianças estão em escolas integradoras, buscando em seu tempo, as técnicas, manejos e a forma de trabalhar com as crianças autistas, proporcionando sempre essa relação de escola e família, possibilitando que os pais se envolvam na questão e se aproximem da realidade de seus filhos. Após compreender que ainda há muito para ser aprimorado faz-se necessário a busca em melhores recursos internos e externos para integrar tais crianças.

8) FONTES CONSULTADAS ARAUJO, C. O processo de individualização no autismo. São Paulo: Memno Edições Cientificas, 2000. CAMARGO, S. P. H.; BOSA, C. A. Competência social, inclusão escolar e autismo: revisão crítica da literatura, vol.21, n.1, pp. 65-74. Rev. Psicol. Social. [online]. Florianópolis, v. 21, n.1, abr. 2009. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=s0102-71822009000100008&script=sci_arttext MARTINS, C. P. Face a face com o autismo: será a Inclusão um mito ou uma realidade?. Lisboa, 2012, p. 255. Dissertação (Mestrado em Educação). Escola Superior de Educação João de Deus. Lisboa, 2012. Disponível em: http://comum.rcaap.pt/bitstream/123456789/2562/1/claudiamartins.pdf PIOVESAN, A.; TEMPORINI, E. R. Pesquisa exploratória: procedimento metodológico para o estudo de fatores humanos no campo da saúde pública. Rev. Saúde Publica. São Paulo, v. 29, n. 4, ago. 1995. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rsp/v29n4/10