XIX SIMPÓSIO BRASILEIRO DE RECURSOS HIDRÍCOS



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Transcrição:

XIX SIMPÓSIO BRASILEIRO DE RECURSOS HIDRÍCOS OS DESAFIOS E REALIDADES DA IMPLANTAÇÃO DOS PLANOS MUNICIPAIS E DA REGULAÇÃO DO SANEAMENTO - AS EXPERIÊNCIAS NAS BACIAS PCJ - SÃO PAULO Dalto Favero Brochi 1 ; Alexandre Vilella 2 ; Francisco Lahóz 3 ; Carlos Roberto de Oliveira 4 ; Jussara Cordeiro Santos 5 Resumo - As bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí possuem aproximadamente 5,2 milhões de habitantes, 7% do PIB Nacional. No entanto, a escassez dos recursos hídricos e os desafios para a universalização do saneamento ameaçam toda essa prosperidade. Os usos da água têm gerado conflitos em razão de sua multiplicidade e finalidades diversas, as quais demandam quantidades e qualidades diferentes, explicitando a necessidade da integração das políticas setoriais de recursos hídricos e saneamento. Com a promulgação da Política Nacional de Saneamento e decreto regulamentador, diversos instrumentos buscam a efetivação de política públicas com participação social, com destaque aos planos municipais de saneamento básico e a obrigatoriedade da regulação do setor de saneamento. Diante desse quadro, diversas ações vêm sendo promovidas por diferentes setores visando o atendimento da legislação em questão e suas novidades, dentre essas ações estão às promovidas pelo Consórcio PCJ, associação de usuários de recursos hídricos, que tem fornecido apoio técnico e de viabilização a implantação desses importantes instrumentos. Esse trabalho pretende apresentar as experiências com foco no estudo de caso das bacias PCJ, localizada no interior de São Paulo, quanto aos desafios e realidades para a efetiva implantação dos planos municipais e o processo de regulação do setor. Abstract - The basins of the Piracicaba, Capivari and Jundiaí have approximately 5.2 million inhabitants, 7% of national GDP. However, the scarcity of water resources and the challenges to universal sanitation threaten all this prosperity. The uses of water have led to conflicts because of its multiple and diverse purposes, which require different quantities and qualities, explaining the need for integration of sectoral policies on water and sanitation. With the enactment of the National Sanitation Policy and its regulatory decree, various instruments seek effective public policy with social participation, with emphasis on municipal sanitation plans and mandatory regulation in the sanitation sector. Given this situation, several initiatives have been promoted by different sectors in order to care of the relevant legislation and its new features, among these are the actions promoted by the PCJ Consortium, an association of water users, which has provided technical support and deployment feasibility these important instruments. This paper intends to present the experiences with a focus on case study basins PCJ, located in São Paulo, on the challenges and realities for the effective implementation of municipal plans and the process of regulating the sector. Palavras-Chave - Bacias PCJ, Regulação do Saneamento, Planos de Saneamento 1 Secretário Executivo - Consórcio PCJ: Av. São Jerônimo, 3100 - Americana - SP - CEP: 13470-310 - (19) 3475-9400 - dalto.favero@agua.org.br 2 Coordenador de Projetos - Consórcio PCJ: Av. São Jerônimo, 3100 - Americana - SP - CEP: 13470-310 - (19) 3475-9400 - alexandre@agua.org.br 3 Assessor da Presidência - Consórcio PCJ: Av. São Jerônimo, 3100 - Americana - SP - CEP: 13470-310 - (19) 3475-9400 - francisco@agua.org.br 4 Assessor Jurídico - Consórcio PCJ: Av. São Jerônimo, 3100 - Americana - SP - CEP: 13470-310 - (19) 3475-9400 - juridico@agua.org.br 5 Subsecretária Executiva - Consórcio PCJ: Av. São Jerônimo, 3100 - Americana - SP - CEP: 13470-310 - (19) 3475-9400 - jussara.cordeiro@agua.org.br XIX Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos 1

1) INTRODUÇÃO O cenário brasileiro tem mostrado que o atual panorama na busca da universalização do saneamento está distante de seu pleno alcance. Analisando essa situação, é possível identificar que elevada parcela da precariedade dos serviços de saneamento tem como causas principais a falta de planejamento, regulação dos serviços e de recursos para execução de projetos e obras, especialmente de esgotamento sanitário por sua importância para a saúde pública e, ao mesmo tempo, demandarem grandes montantes de recursos. Na realidade da região objeto deste estudo de caso, ou seja, nas bacias hidrográficas dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí, que englobam 62 municípios (58 paulistas e 04 mineiros), 15.304 km², 7% do PIB nacional, 5,2 milhões de habitantes e, principalmente, possuem um elevado nível de conflito quanto aos usos múltiplos de recursos hídricos, tendo no período de estiagem disponibilidade hídrica em torno de 408 m³/habitante/ano, existe a premência da evolução dos índices de saneamento e integração das políticas setoriais de recursos hídricos e saneamento. Com foco no saneamento, o diagnóstico regional aponta grandes desafios a serem superados e, portanto, constituem-se em soluções no que tange o tratamento dos efluentes domésticos, abastecimento de água, gerenciamento dos resíduos sólidos e a drenagem urbana. Nesse contexto, a Lei federal nº. 11.445/07, regulamentada pelo Decreto nº 7.217, de 21 de junho de 2010, que instituiu a Política Nacional de Saneamento Básico, trouxe inovações e, principalmente, um marco legal para ser utilizado como diretriz nacional. A Política Nacional do Saneamento inova quando entende o saneamento como direito subjetivo público, um direito não apenas dos atuais usuários, mas de todos os cidadãos. A salubridade é entendida como direito de todos, cuja promoção e proteção são dever do estado e também da coletividade. Os serviços de saneamento são considerados de natureza essencial. Portanto, é preciso que haja planejamento que garanta o acesso da população a esses serviços. O instrumento fundamental para tal finalidade, de forma participativa e com controle social, é o Plano Municipal de Saneamento Básico, que permite e estimula o debate e o planejamento dos serviços de saneamento a partir de uma visão integrada de seus componentes, propiciando, ao cidadão e à sociedade, uma posição clara na definição, formulação e gestão das políticas públicas para o saneamento básico municipais, ou quando for o caso, em caráter regional. Com relação à regulação do setor do saneamento, apesar de prevista na Constituição de 1988, somente a partir do marco legal de 2007 foi regulamentada. Não havendo regulamentação anterior para o tema, o fato criou um vazio regulatório que prejudicou a prestação dos serviços e os XIX Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos 2

investimentos. A idéia contida nesse ordenamento legal objetiva preencher esse vazio, apesar da resistência de diversos setores que, habituados a atuar sem nenhuma espécie de controle, resistem a qualquer proposta de regulação efetiva dos serviços. Figura 1 - Mapa de localização das bacias PCJ - Fonte: CONSÓRCIO PCJ, 2005. 2) OBJETIVO Este trabalho objetiva apresentar as experiências com foco no estudo de caso das bacias PCJ, localizada no interior de São Paulo, quanto aos desafios e realidades para a efetiva implantação dos planos municipais e o processo de regulação do setor. 3) METODOLOGIAS E DISCUSSÕES 3.1) PLANOS MUNICIPAIS DE SANEAMENTO BÁSICO O Consórcio Intermunicipal das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí - Consórcio PCJ, é uma associação de usuários de recursos hídricos, fundado em 1989, composto por 43 municípios e 28 empresas. A atuação da entidade está focada na integração regional, mobilização e apoio aos consorciados públicos e privados. XIX Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos 3

Desde 1989, a entidade vem desempenhando um importante papel no avanço dos índices de abastecimento, com destaque ao combate as perdas hídricas, na coleta e tratamento dos efluentes domésticos através de seu Programa de Racionalização, Combate às Perdas e Saneamento. De 1991 a 1993 o Consórcio PCJ, em parceria com o DAEE, viabilizou a realização de 17 Planos Diretores de Coleta, Afastamento e Tratamento de Esgotos Domésticos. Construiu o primeiro Banco de Projetos PCJ, criando massa crítica sobre o tema e estimulando ações contínuas no setor de saneamento regional. Os avanços já poderiam ter sido ainda maiores em tratamento de esgotos na região, se tivesse sido implementado o programa no valor de US$ 550 milhões apresentado pelo Consórcio PCJ ao Banco Mundial, em dezembro de 1992, em Washington (Estados Unidos). O programa, com várias obras de tratamento de esgotos, entre outras, nas bacias PCJ, foi inviabilizado pela incapacidade de endividamento do governo paulista na ocasião, mas a iniciativa de qualquer modo possibilitou a destinação de US$ 1,6 milhão do Banco Mundial para o Programa de Qualidade da Água (PQA), que gerou várias ações na região. Destaca-se o conceito que a Lei 11.445/2007 trouxe em suas definições quanto ao saneamento básico sendo o conjunto de serviços, infra-estruturas e instalações operacionais de abastecimento de água potável, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos e drenagem e manejo das águas pluviais urbanas. As bacias PCJ possuem, atualmente, de acordo com o diagnóstico apresentado no Plano de Bacias PCJ 2010-2035, 80% de coleta de efluentes domésticos, sendo que 50% passam por tratamento, o que reforça a necessidade de avanços. No quesito abastecimento de água, constam 95% dos habitantes com acesso a água potável, porém com escassez quanto a disponibilidade dos mananciais. Com enfoque nos resíduos sólidos urbanos, ainda carecem novas alternativas de gestão e melhorias de eficiência, mas uma grande parte dos municípios realiza disposição em local adequado, assim como o tema drenagem urbana, que urge de aprofundamento, estudo, conhecimento e, principalmente, incorporação do conceito de planejamento em seu manejo. 3.1.1) Atividades e Etapas - Pós Lei de Saneamento - 2007 Diante das resoluções do Conselho das Cidades, Lei Estadual Paulista de Saneamento, decretos, e própria Lei de Saneamento Nacional que em seu Parágrafo 10, do artigo 19, disciplina que a edição dos planos de saneamento será feita pelos titulares dos serviços, podendo ser elaborados com base em estudos fornecidos pelos prestadores de cada serviço. Observe-se que a compatibilização dos planos específicos de cada serviço também deverá ser efetuada pelos respectivos titulares do XIX Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos 4

serviço, o que se demonstrou uma primeira dificuldade, devido a falta de integração de informações, comunicação e ação conjunta das secretarias, departamentos ou outras instituições envolvidas. O Consórcio PCJ, como entidade técnica de apoio, realizou estudos técnicos e jurídicos no sentido da compreensão dos conteúdos mínimos, princípios, exigências, metas e objetivos e outros itens, visando orientar os municípios quanto a elaborar e implantar um instrumento que efetivamente cumprisse o seu papel. Surgiram diversas reflexões, como por exemplo: quais as fontes de financiamento para a elaboração dos planos, já que grande parte dos municípios não possui equipes técnicas próprias para a tarefa, como propiciar a efetiva participação e controle social, como integrar o plano municipal de saneamento com os planos setoriais das bacias hidrográficas e em nível local. Foram diversos momentos de troca de experiências em encontros com municípios e operadores do sistema de saneamento visando sanear dúvidas, inseguranças jurídicas e, principalmente, garantir os conteúdos dos planos através de política pública e não programa de governo. Nesse sentido, o Consórcio PCJ, em parceria com a Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental do Ministério das Cidades e a ASSEMAE, realizou OFICINAS DE FORMAÇÃO - POLÍTICA E PLANOS DE SANEAMENTO BÁSICO, nos dias 13 e 14 de abril de 2010, que capacitou técnicos e especialistas com experiência no setor, para a condução de atividades de sensibilização, capacitação e orientação técnica dos municípios, dos prestadores de serviços e da sociedade para o planejamento e a condução dos processos de formulação da Política e a elaboração de Planos Municipais de Saneamento Básico. As oficinas também objetivaram ampliar e potencializar o processo articulação, mobilização e orientação dos atores estaduais e municipais para a coordenação da cooperação técnica e participação nas atividades de apoio à elaboração dos planos de saneamento básico. Cerca de 80 representantes de diversos municípios das bacias PCJ e de outras regiões estiveram presentes para discutir estratégias para a elaboração e implantação dos planos de saneamento básico participativos, marcando a importância do tema. XIX Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos 5

Figura 2 - Oficinas de Formação realizadas em 2010 A partir daquele momento, em somatória às diversas outras ações e apoios, desde 2007, o Consórcio PCJ elaborou termos de referência para 15 municípios, como experiência piloto a ser replicada em toda a região, possibilitando a execução direta por alguns, captação de recursos junto a diversas fontes de financiamento. Tal mobilização técnica e que gerou necessidade de ações políticas por parte de gestores públicos, também incentivou diversos outros municípios a iniciarem os processos de construção do plano de forma planejada e como um efetivo instrumento de gestão e não somente para atendimento a uma obrigatoriedade legal. 3.1.2) Realidades e Desafios quanto aos Planos Municipais de Saneamento Básico Num cenário de diversos contrastes municipais, sejam por características físicas, institucionais, políticas, técnicas, evidenciou a necessidade de processos de condução diferenciados para cada localidade. Pontos a serem destacados: - Em algumas realidades, através de decreto regulamentador foi instituído o grupo executivo (com participação social), previamente a elaboração do plano, visando criar maturidade e mobilização, gerando uma atmosfera positiva para o efetivo inicio e condução dos trabalhos. - Exemplos de participação da comunidade através de consultas públicas tiveram maior participação e sucesso quanto a propostas efetivamente, naqueles locais onde houve campanha de comunicação através de diversas mídias, sensibilizando e conscientizando do papel de cidadão. - Incentivo a aprovação do Plano através de Lei Municipal, que em alguns casos, houve resistências iniciais. XIX Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos 6

- As fontes de recursos disponíveis foram o PAC e o Fundo Estadual de Recursos Hídricos, que apesar de serem fontes firmes, ainda carecem de ajustes quanto a agilidade de desembolsos e facilitação dos trâmites administrativos e documentais. Quanto aos desafios, em 2011, existem cerca de 30 planos municipais de saneamento em diferentes estágios de andamento/concluídos, cabe ressalvar a necessidade de detalhamentos através de planos setoriais específicos, como o Plano de Macrodrenagem Urbana e o Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos de acordo com outro novo importante marco legal, a Lei federal nº 12.305/2010 que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos. 3.2) A REGULAÇÃO DO SETOR DE SANEAMENTO A Constituição Federal de 1988, em seu art. 241, autoriza os municípios promoverem, através de Consórcios Públicos legalmente constituídos, conforme a Lei federal nº 11.107, de 06 de abril de 2005, a gestão associada de serviços públicos, bem como a transferência total ou parcial de encargos, serviços, pessoal e bens essenciais à continuidade dos serviços transferidos. Pela Lei federal nº 11.445, de 05 de janeiro de 2007, Lei Nacional de Saneamento Básico, os municípios respondem pelo planejamento, regulação e fiscalização dos serviços de saneamento básico, sendo que estas são atividades distintas e devem ser exercidas de forma autônoma, por quem não acumula a função de prestador desses serviços, sendo necessária, a criação de órgão distinto, no âmbito da administração direta ou indireta. Vários municípios das bacias PCJ solicitaram apoio ao Consórcio Intermunicipal das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí - Consórcio PCJ para viabilizar a criação de um ente regional com o objetivo de regular e fiscalizar os serviços públicos de saneamento básico desses municípios, em atendimento às exigências da Lei federal nº 11.445/2007, com viabilidade e sustentabilidade econômica, além de custo operacional reduzido. O Consórcio PCJ propôs a criação de uma Agência Reguladora dos Serviços de Saneamento na forma de consórcio público, com independência decisória e autonomia administrativa, orçamentária e financeira, tendo como área de atuação as bacias PCJ. Para dar sustentabilidade econômica, o Protocolo de Intenções prevê que a Assembléia de Constituição da Agência Reguladora PCJ será convocada apenas quando a soma das populações dos municípios, com leis de ratificação aprovada, atingir um milhão de habitantes. 3.2.1) Protocolo de Intenções XIX Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos 7

Para constituir uma Agência Reguladora dos Serviços de Saneamento Básico, na forma jurídica de Consórcio Público, conforme preconiza a Lei federal nº 11.107/2005, é necessário, primeiramente, elaborar um Protocolo de Intenções, contendo cláusulas que atendam também a Lei federal nº 11.445/2007. Após várias reuniões e discussões, em torno do conteúdo do Protocolo de Intenções, e de contribuições dos grupos envolvidos (representantes de prefeituras e prestadores de serviços de saneamento), a versão final do Protocolo de Intenções foi disponibilizada na internet, durante um mês, para consulta pública. Através de releases distribuídos junto à imprensa regional, a proposta de constituição da Agência Reguladora dos Serviços de Saneamento foi amplamente divulgada, dando publicidade sobre sua criação, junto à população das bacias PCJ. Em 20 de agosto de 2010, durante a 65ª Reunião Ordinária do Consórcio PCJ, ocorrida em Atibaia - SP, foi lançada a Agência Reguladora dos Serviços de Saneamento das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí -ARES-PCJ, com a apresentação do Protocolo de Intenções. Também foi iniciado o processo de coleta das assinaturas dos prefeitos interessados. Na ocasião também foi disponibilizado um modelo de Projeto de Lei para ser encaminhado às suas respectivas Câmaras de Vereadores, para ratificação do texto do Protocolo de Intenções e autorizar a adesão ao Consórcio Público Agência Reguladora dos Serviços de Saneamento das Bacias PCJ. Figura 3 - Lançamento da Agência Reguladora PCJ. Destaque para Angelo Perugini, Pref. de Hortolândia e Pres. do Consórcio PCJ (E) e José Bernardo Denig, Pref. de Atibaia. (D). XIX Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos 8

Figura 4 - Os primeiros prefeitos que assinaram o Protocolo de Intenções. Fabiane Santiago (Piracaia), João Fattori (Itatiba), Antonio Fernandes (Cosmópolis), Milton Serafim (Vinhedo). 3.2.2) - Constituição e Sustentabilidade A Agência Reguladora dos Serviços de Saneamento somente adquirirá personalidade jurídica mediante a conversão do Protocolo de Intenções em Contrato de Consórcio Público, ou seja, após a aprovação, pelas Câmaras de Vereadores dos municípios participantes. O ingresso de um município no Consórcio Público se dá com a ratificação da lei, sendo que a obrigação de custear a Agência Reguladora PCJ, quer seja através de Contrato de Rateio, ou através de Taxa de Regulação, somente ocorrerá após a efetiva instalação do Consórcio Público Agência Reguladora PCJ, através de Assembléia Geral e com a aferição da população dos Municípios interessados. Pela proposta apresentada pelo Consórcio PCJ, a fim de dar sustentabilidade financeira à Agência Reguladora, a sua Assembléia de Constituição somente seria convocada quando a soma da população dos municípios com leis aprovadas, atingisse, no mínimo, um milhão de habitantes. XIX Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos 9

Apesar de ser um Consórcio Público, não está prevista a cobrança de valores financeiros com base em um Contrato de Rateio, mas sim através da cobrança de Taxa de Regulação. A Taxa de Regulação proposta é de 0,5% (zero vírgula cinco por cento) sobre o faturamento anual dos prestadores dos serviços públicos de saneamento, por isso há necessidade de economia de escala, através do número mínimo de habitantes. 3.2.3) Objetivos da Agência Reguladora de Saneamento Os objetivos da Agência Reguladora dos Serviços de Saneamento são voltados para a regulação e a fiscalização dos serviços públicos de saneamento básico, na forma da Lei federal nº 11.445/2007. Para atingir seus objetivos a Agência Reguladora deverá realizar a gestão associada de serviços públicos; verificar e acompanhar o cumprimento dos planos de saneamento básico; fixar, reajustar e revisar os valores das taxas, tarifas dos serviços públicos de saneamento básico; homologar, regular e fiscalizar os contratos de prestação de serviços públicos de saneamento básico; dentre outros. 3.2.4) Organização Administrativa A proposta apresentada pelo Consórcio PCJ para a Agência Reguladora, na forma de Consórcio Público prevê também a inclusão de um agente executivo, com as funções de regulação e fiscalização dos serviços de saneamento e tem a seguinte organização administrativa: a) Assembléia Geral: È a instância deliberativa máxima do Consórcio Público Agência Reguladora dos Serviços de Saneamento. É um o órgão colegiado composto apenas pelos prefeitos dos municípios consorciados. Cada município consorciado terá direito a um voto. b) Presidência: É um órgão deliberativo composto por 1 (um) Presidente, por 1 (um) 1º Presidente e 1 (um) 2º Vice-Presidente, sendo eles, necessariamente, Prefeitos de Municípios consorciados. c) Agência Reguladora: É o órgão executivo responsável por executar atividades relativas à regulação à fiscalização e à contabilidade regulatória dos serviços de saneamento básico nos municípios consorciados. d) Conselhos de Regulação e Controle Social: Órgãos consultivos criados um em cada município consorciado. São compostos por representantes do titular, prestador e usuários dos serviços de saneamento, de entidades técnicas e organizações da sociedade civil relacionadas ao setor de saneamento básico e do Conselho Municipal de Meio Ambiente. XIX Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos 10

3.2.5) - Situação Atual de Implantação O Protocolo de Intenções conta com assinaturas de 29 (vinte e nove) prefeitos de municípios, de um total previsto de 67 (sessenta e sete) municípios, e a maioria deles encaminhou o Projeto de Lei de Ratificação do documento às suas respectivas Câmaras de Vereadores. Desse total 23 (vinte e três) municípios já aprovaram suas leis, conforme a Tabela 1. Tabela 1 - Protocolo de Intenções e Lei de Ratificação - Situação em 30/03/2011 Situação dos Municípios Nº População (IBGE 2009) - Com assinatura no Protocolo de Intenções e com Lei de Ratificação 23 1.206.638 - Com assinatura no Protocolo de Intenções e sem Lei de Ratificação 06 1.517.230 - Sem assinatura no Protocolo de Intenções 38 2.863.026 TOTAL 67 5.586.894 A somatória das populações desses municípios com leis já ultrapassou a meta de 1 milhão de habitantes e com isso possibilitou a convocação da Assembléia de Constituição da Agência Reguladora PCJ, ocorrida no dia 06 de maio de 2011. 3.2.6) - Realidades e Desafios - Agência Reguladora do Saneamento PCJ A Lei federal nº 11.445/2007, também conhecida como marco regulatório do setor de saneamento, preconiza que o titular dos serviços públicos de saneamento básico pode delegar as atividades de regulação e fiscalização desses serviços. Uma das alternativas seria criar um ente municipal, ou aderir a um ente estatal, porém, o Consórcio PCJ, em face de demandas de municípios, apresentou uma alternativa regional. Com a Agência Regional Reguladora dos Serviços de Saneamento, os municípios atendem as exigências da Lei federal nº 11.445/2007, criando novas políticas públicas e desenvolvendo a gestão associada dos serviços públicos de saneamento básico, no que se refere à regulação e à fiscalização desses serviços. XIX Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos 11

A proposta inovadora de se criar um ente regional, na forma jurídica de Consórcio Público, para regular e fiscalizar os serviços públicos de saneamento, trouxe a necessidade de se compatibilizar as legislações pertinentes e condensá-las em um Protocolo de Intenções. Por ser novidade, essa proposta suscitou muitos debates e discussões, principalmente no campo jurídico e também no convencimento dos prefeitos de que a Agência Reguladora é quem irá fixar, reajustar e revisar as taxas e tarifas dos serviços de saneamento, em atendimento da legislação federal. Isso pode, a princípio, causar certo sentimento de perda de poder, porém tira do prefeito o desgaste político do reajuste de tarifa de serviço público. O fato dos prefeitos participarem da Assembléia Geral do Consórcio Público é muito positivo, pois eles se envolvem diretamente com as atividades da Agência Reguladora, o que lhes proporciona uma visão regional da aplicação de políticas públicas e da gestão dos serviços de saneamento. 4) CONCLUSÕES Com os instrumentos legais de Saneamento (2007) e de Resíduos Sólidos (2010), o Brasil passou a ter um arcabouço legal que permite diretrizes claras rumo à universalização do saneamento básico. Nas bacias PCJ, a escassez dos recursos hídricos ameaça a prosperidade da região. A produção de água durante a estiagem fica em situação critica para o abastecimento, cuja demanda é de cerca de 40m³/s e a disponibilidade hídrica na estiagem é de cerca de 408 m 3 /habitantes/ano, enquanto a ONU classifica como uma bacia pobre aquelas com valores inferiores a 1500 m3/habitantes/ano. A importância dos Planos Municipais de Saneamento Básico se evidencia, principalmente por na região a situação se agravar com a reversão de 31 m 3 /s de água, pelo Sistema Cantareira, para o abastecimento de aproximadamente 50% da população da Região Metropolitana de São Paulo, cerca de 9 milhões de pessoas. No âmbito do planejamento fica o desafio da integração entre os diversos setores da sociedade e, principalmente entre as políticas setores locais, regionais, da bacia, estadual e nacional. O elevado custo operacional para criar e manter um ente municipal para regular e fiscalizar os serviços de saneamento, além do desinteresse em aderir ao ente estadual existente, fizeram com que prefeitos de municípios localizados nas bacias PCJ solicitassem apoio ao Consórcio PCJ para cumprirem a Lei federal nº 11.445/2007. O Consórcio PCJ apresentou proposta de criação de uma Agência Regional Reguladora dos Serviços de Saneamento, na forma de Consórcio Público, com um quadro de funcionários reduzido, com ampla área de atuação, e baixa taxa de regulação. XIX Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos 12

A convocação de sua Assembleia de Instalação se deu quando a somatória das populações dos municípios com leis de ratificação do Protocolo de Intenções ultrapassou a meta de 1 milhão de habitantes. Dessa forma, em 06 de maio de 2011, foi realizada a Assembleia Geral de Instalação a Agência Reguladora dos Serviços de Saneamento das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí - ARES-PCJ, com a participação de representantes de 20, dos 22 municípios com leis de ratificação. A partir disso foi possível iniciar os trâmites legais para dar personalidade jurídica à Agência Reguladora PCJ, iniciando com a sua inscrição no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas - CNPJ. 5) BIBLIOGRAFIAS LEI FEDERAL Nº 11.107/2005 (Lei dos Consórcios Públicos). Disponível na Internet em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/lei/l11107.htm>. Acesso em: 26 de maio de 2011. LEI FEDERAL Nº 11.445/2007 (Lei do Saneamento Básico). Disponível na Internet em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11445.htm>. Acesso em: 26 de maio de 2011. COBRAPE. Plano das Bacias Hidrográficas dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí, 2008-2020. Disponível em: http://www.comitepcj.sp.gov.br/comitespcj.htm. Acesso em 26 de maio de 2011. CONSÓRCIO PCJ, Revista 20 anos - Consórcio PCJ. Americana, 2009. PROTOCOLO DE INTENÇÕES (Agência Reguladora do Saneamento). Disponível na Internet em: <http://www2.agua.org.br/editor/file/minuta%20do%20protocolo%20de%20inten%c3%a7%c 3%B5es%20-%20Vers%C3%A3o%2015-07-2010.pdf>. Acesso em 26 de maio de 2011. XIX Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos 13