CEDHAP CENTRO DE DESENVOLVIMENTO HUMANO APLICADO O SIGNIFICADO DE NECESSIDADES EDUCACIONAIS NO CONTEXTO DA ESCOLA E DA SALA DE AULA - 2

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Transcrição:

O SIGNIFICADO DE NECESSIDADES EDUCACIONAIS NO CONTEXTO DA ESCOLA E DA SALA DE AULA - 2 Publicado em Direcional Educador. Ano 9, no. 100, mai./2013, p 51 53. Heloísa Lück CEDHAP - Centro de Desenvolvimento Humano Aplicado cedhap@cedhap.com.br www.cedhap.com.br Todo ser humano é fadado ao desenvolvimento, à auto expressão e inserção no contexto social como condição para expressão e desenvolvimento de sua personalidade. Quanto mais plenamente essas condições se efetivam, mais realizadas e felizes serão as pessoas. As deficiências a esse atendimento resultam em frustrações, inadequações e prejuízos sociais e pessoais e, portanto, em desperdício de seu talento e seu potencial, além de grande sofrimento, com repercussões as mais diversas. No âmbito das escolas, essas condições se expressam por necessidades educacionais que, apesar de sua importância no processo de aprendizagem e formação dos educandos, são muito comumente esquecidas em prol de uma aprendizagem meramente centrada nos elementos cognitivos e aprendizagens formais simplificadas, reduzidas e descontextualizadas. Cabe pois, destacar esta questão, de modo a resgatar no processo educacional uma faceta importantíssima de sua contribuição. Necessidades educacionais correspondem à diferença entre as condições observadas e as condições mais avançadas de desenvolvimento humano decorrentes de aprendizagem e formação. Isso é, correspondem a condições em perspectiva de desenvolvimento e realização face à natureza humana dos alunos, constituída de forma intimamente entrelaçada de processos cognitivos, afetivos e psicomotores e de dimensões psicológicas, socais e biológicas. A observação dessas dimensões, dessas características e dessa diferença corresponde ao âmbito e desafio da ação educacional promotora da formação e aprendizagem dos alunos. O desconhecimento e a desconsideração dessas desses aspectos no trabalho educacional resultam em se trabalhar de modo aleatório em relação àquilo para que a educação se deva voltar: a formação do aluno. Consequentemente, é imprescindível que em todas as dimensões e áreas do trabalho escolar e do sistema de ensino se tenha clareza sobre essas necessidades, a fim de nortear a definição de políticas educacionais, do projeto político pedagógico da escola e as ações da sala de aula. Pensar em necessidades educacionais representa pensar sob a perspectiva de desenvolvimento humano, assim como em ter como foco principal no processo

educacional, o aluno e não o programa de ensino, que é um meio e não um fim. Este deve ser construído e implementado tendo em vista as necessidades de desenvolvimento dos alunos, em vez de as áreas de conhecimento, os programas de ensino, as normas e regulamentos educacionais aos quais os alunos sejam ajustados. O que se pretende em educação não é simplesmente o cumprimento destes aspectos, mas sim, por meio deles, atender as necessidades de desenvolvimento dos alunos. A atenção pelo professor aos alunos como pessoa Toda criança, jovem ou adulto tem necessidades educacionais correspondentes ao estágio de desenvolvimento em que se encontre, bem como aos desafios culturais do seu contexto sócio-econômico-cultural e produtivo, tanto próximo como remoto. Essas necessidades variam, portanto, em decorrência da alteração dos desafios da vivência dessas pessoas, sua história pessoal e familiar e suas expectativas e perspectivas de vida. Em decorrência de condições culturais, contextuais e até mesmo pessoais, essas necessidades variam de pessoa para pessoa, não se podendo, em decorrência o seu atendimento apenas por programas formais produzidos para todos. Não cabe, pois ao professor, ao preparar uma aula, julgar que todos os alunos serão influenciados da mesma forma, que todos reagirão com o mesmo ímpeto. Ao professor compete, pois estar atento a todos e a cada aluno, durante o desenvolvimento de sua aula, a fim de observar suas reações ou possível inércia, de modo a ajustar sua maneira de interagir com os mesmos e indicar a eles a sua importância pessoal e procurar mantê-los atentos e ligados ao processo de aprendizagem. Mediante a compreensão de suas necessidades educacionais básicas e atenção a elas essa atuação será efetiva. A natureza das necessidades educacionais Todos os alunos tem necessidades educacionais básicas, que podem variar em sua expressão e intensidade, mas que no fundo tem características comuns. É possível observar que todos apresentam necessidades básicas comuns, naturais de todos os seres humanos, e que são identificadas em inúmeros estudos da psicologia humana e social, como contribuintes do processo educacional. Por conseguinte, os processos educacionais dependem, para sua qualidade, que seus profissionais conheçam e entendam as características das necessidades educacionais de seus alunos. Por seu caráter desenvolvimentista, essas necessidades devem ser compreendidas de forma dinâmica, na perspectiva de um continuum e em sentido de avanços subseqüentes que se promove a partir da devida orientação baseada nessa compreensão.quer dizer: as necessidades estão presentes em todos os alunos, desde a criança na creche e na educação infantil, até o adulto, seja em programas de educação de jovens e adultos, seja em programas de pós graduação.

Resulta que estabelecimento de ensino de qualidade é aquele onde se dá atendimento às necessidades educacionais básicas e comuns a todos os seus alunos, assim como às diferenciadas, de diversos grupos de alunos, bem como de alunos de um mesmo grupo, individualmente considerados. Mediante esse atendimento, poderão desenvolver as competências pessoais necessárias ao enfrentamento dos desafios de sua vida, conforme compete à escola promover, enquanto aprendem de forma mais participativa e com maior motivação. Logo, cabe aos estabelecimentos de ensino, para orientar os seus alunos no processo de formação e aprendizagem, manter mapeados, de um lado, as necessidades básicas de desenvolvimento que os alunos devem enfrentar e de outro, as variações pessoais que ocorrem dentre os alunos, no enfrentamento dessas tarefas. Tem-se observado que as privações que o aluno sofre em relação a esse atendimento correspondem à criação de obstáculos para sua aprendizagem e desenvolvimento de competências humanas e sociais importantes. Também se observa que a maioria dos alunos apresentam alguma carência que lhe atrapalha o desenvolvimento, sendo portanto importante e necessário que o professor esteja atento às dificuldades que seus alunos apresentam, de modo a promover os estímulos e orientações necessários para que possam avançar com sucesso em sua empreitada educacional. Aprendizagem é um processo pessoal orientado pelo professor Sabe-se que a aprendizagem é uma experiência pessoal intimamente relacionada com um conjunto muito grande de fatores relacionados à vivência pessoal do aluno, dentre os quais suas características e necessidades pessoais das mais variadas ordens, envolvendo as físicas, emocionais e sociais, de grande repercussão no processo de formação e aprendizagem. Portanto ao se promover essa aprendizagem e formação envolve que o professor considere os alunos como pessoa e adote essa consideração como ponto de partida do trabalho educacional, assim como assuma o seu desenvolvimento como diretriz. Nessa perspectiva, se situam as necessidades educacionais dos alunos, que assumem dois eixos: um envolvendo as condições biológicas, emocionais e sociais dos alunos, e outro, as tarefas desenvolvimentistas que devem enfrentar e que demandam deles competências das mais variadas ordens. Competências do desenvolvimento pessoal dos alunos Faz parte dessas tarefas desenvolvimentistas, que se apresentam em níveis cada vez mais complexos, em cada nível de desenvolvimento e do papel social assumido, um conjunto de competências básicas, dentre as quais se destacam: Resolver problemas com iniciativa e criatividade; Manipular e interpretar informações;

Analisar a realidade de forma crítica; Atuar de forma empreendedora e proativa; Trabalhar cooperativamente, em equipe; Dominar conhecimentos técnicos; Usar de forma produtiva, os bens culturais e tecnológicos apresentados pela sociedade; Atuar de forma autônoma e responsável; Mobilizar diversos recursos cognitivos para enfrentar desafios e situaçõesproblema; Zelar pelo próprio bem estar e integridade física, social e de saúde. Enfrentar desafios com perspectiva de aprendizagem, empreendedorismo e visão de futuro. Cabe destacar que o domínio dessas competências constitui-se em um processo contínuo e demanda muito mais do que a interpretação restrita e formal dos objetos comumente trabalhados em programas de ensino; envolve muito mais do que as práticas meramente operativas de Ler, Escrever, Falar, Ouvir e Calcular em que os professores envolvem seus alunos. Trata-se sim, de envolvê-los nessas atividades em processos abertos em que aprendem a conhecer o mundo e a conhecer-se no mundo, em que desenvolvem competências mentais e as competências básicas anteriormente enumeradas, com as quais as pessoas enfrentam os desafios de vida em seu dia-a-dia, posicionando-se de forma positiva diante das situações vivenciadas. Daí porque a UNESCO ter definido como pilares da educação de qualidade, levar o aluno a saber aprender, saber fazer, saber conviver e saber ser (Delors, 1996). As necessidades educacionais Para o desenvolvimento daquelas competências é importante considerar as necessidades educacionais dos educandos, que se assentam sobre suas necessidades humanas e com elas se mesclam, cujo atendimento é fundamental para sua aprendizagem, formação e seu desenvolvimento pessoal. Essas necessidades se constituem em: i) necessidade fisiológica e de segurança, ii) necessidade de pertencer, iii) necessidade de ser estimado e valorizado, iv) necessidade de ser bem sucedido,

v) necessidade de bem-estar e ordem, vi) necessidade de tomar decisões, vii) viii) necessidade de resolver problemas, necessidades de autorrealização. Todas essas necessidades, embora possam ser observadas, estudadas e comentadas separadamente, são de fato, intimamente relacionadas, de modo que, na realidade, se interpenetram e se complementam, sendo em alguns casos difusas as áreas de interligação entre uma e outra. Por exemplo, a necessidade de segurança, embora na base tenha sido estudada por Maslow (1962) em sua expressão física e material, é analisada em seu componente psicológico e social, como muito forte na atualidade. Haja vista que atualmente a necessidade de segurança psicológica é considerada como fundamental e básica para o atendimento de outras necessidades, o que coloca o bem-estar e ordem como um direito da criança. Os alunos querem ser ouvidos e respeitados como seres humanos com necessidades, desejos, medos e emoções, assim como serem atendidos em seus direitos e devidamente orientados no cumprimento de seus deveres. Atender a essas necessidades demanda dos gestores e educadores atenção específica aos processos educacionais. Ao longo dos anos escolares, os alunos precisam desenvolver um forte sentido de segurança, não apenas como condição para sua aprendizagem e formação, como também para sua saúde e higiene mental. Para tanto, é importante que tenham a oportunidade de desenvolver uma relação de confiança pessoal com professores e colegas. Nos próximos artigos desta série serão descritas e comentadas as necessidades educacionais e seu atendimento pelo professor e pela escola. Referências bibliográficas DELORS, Jacques (Coord.). Educação: um tesouro a descobrir. São Paulo: Cortez, 1996. MASLOW, A. Introdução à psicologia do ser. Rio de Janeiro: Eldorado, 1962.