Lógica Computacional. Métodos de Inferência. Passos de Inferência. Raciocínio por Casos. Raciocínio por Absurdo. 1 Outubro 2015 Lógica Computacional 1

Documentos relacionados
Introdução ao Curso. Área de Teoria DCC/UFMG 2019/01. Introdução à Lógica Computacional Introdução ao Curso Área de Teoria DCC/UFMG /01 1 / 22

Bases Matemáticas. Como o Conhecimento Matemático é Construído. Aula 2 Métodos de Demonstração. Rodrigo Hausen. Definições Axiomas.

Lógica Computacional. Argumentos válidos e sólidos. Métodos de demonstração. Demonstrações formais. Regras de Inferência Igualdade

Lógica Proposicional Parte 2

Análise I Solução da 1ª Lista de Exercícios

Lógica Computacional DCC/FCUP 2017/18

INE5403 FUNDAMENTOS DE MATEMÁTICA DISCRETA

Gabarito da lista de Exercícios sobre Técnicas de Demonstração

Lógica Computacional

No. Try not. Do... or do not. There is no try. - Master Yoda, The Empire Strikes Back (1980)

Lógica. Fernando Fontes. Universidade do Minho. Fernando Fontes (Universidade do Minho) Lógica 1 / 65

n. 18 ALGUNS TERMOS...

Apresentação do curso

Lógica Proposicional Parte 3

Referências e materiais complementares desse tópico

Capítulo O objeto deste livro

Fundamentos de Lógica Matemática

1 Conjuntos, Números e Demonstrações

Introdu c ao ` a L ogica Matem atica Ricardo Bianconi

Matemática Discreta. Lógica Proposicional. Profa. Sheila Morais de Almeida. agosto DAINF-UTFPR-PG

3.3 Cálculo proposicional clássico

Nome do aluno: N.º: Turma:

Aula 1: Introdução ao curso

19 AULA. Princípio da Boa Ordem LIVRO. META Introduzir o princípio da boa ordem nos números naturais e algumas de suas conseqüências.

1 Congruências e aritmética modular

ESCOLA ONLINE DE CIÊNCIAS FORMAIS CURSO DE INTRODUÇÃO À LÓGICA MATEMÁTICA (2) METALÓGICA DO CÁLCULO PROPOSICIONAL

Lógica Proposicional Parte II. Raquel de Souza Francisco Bravo 25 de outubro de 2016

Lógica Computacional

Um pouco de história. Ariane Piovezan Entringer. Geometria Euclidiana Plana - Introdução

FICHA de AVALIAÇÃO de MATEMÁTICA A 10.º Ano Versão 4

Lógica Computacional

Métodos de Verificação

Lógica Computacional

Tema I Introdução à lógica bivalente e à teoria de conjuntos

Lógica Texto 11. Texto 11. Tautologias. 1 Comportamento de um enunciado 2. 2 Classificação dos enunciados Exercícios...

Semana 3 MCTB J Donadelli. 1 Técnicas de provas. Demonstração indireta de implicação. indireta de. Demonstração por vacuidade e trivial

Apresentação do curso

Uma curiosa propriedade com inteiros positivos

Vimos que a todo o argumento corresponde uma estrutura. Por exemplo ao argumento. Se a Lua é cúbica, então os humanos voam.

Lógica Computacional. Indução Matemática. Definições Indutivas. Demonstrações por Indução. Exemplos. 12 Dezembro 2016 Lógica Computacional 1

LÓGICA EM COMPUTAÇÃO

1. O que podemos dizer sobre a imagem da função. f : Z Z, f(x) = x 2 + x + 1?

Funções potência da forma f (x) =x n, com n N

LÓGICA I ANDRÉ PONTES

PROVA COM CONETIVAS BOOLEANAS. Introdução-31

UNIP Ciência da Computação Prof. Gerson Pastre de Oliveira

Lógica Computacional

NÚCLEO EDUCAFRO KALUNGA DISCIPLINA DE MATEMÁTICA PROFESSOR DEREK PAIVA

Tópicos de Matemática. Teoria elementar de conjuntos

A LINGUAGEM DO DISCURSO MATEMÁTICO E SUA LÓGICA

Unidade 1 - Elementos de Lógica e Linguagem Matemáticas. Exemplo. O significado das palavras. Matemática Básica linguagem do cotidiano

2016 / Nome do aluno: N.º: Turma:

Lista 1 - Bases Matemáticas

Análise de Algoritmos

Lógica Proposicional

n. 6 Equivalências Lógicas logicamente equivalente a uma proposição Q (p, q, r, ), se as tabelas-verdade destas duas proposições são idênticas.

Matemática Discreta - 04

FICHA de AVALIAÇÃO de MATEMÁTICA A 10.º Ano Versão 3

Definição 1.1 : Uma árvore é um grafo simples conexo e sem ciclos.

Dado um inteiro positivo n, definimos U(n) como sendo o conjunto dos inteiros positivos menores que n e primos com n. Não é difícil ver que a

Lista 2 - Bases Matemáticas

Lógica Computacional. Indução Matemática. Definições Indutivas. Demonstrações por Indução. Exemplos. 25 Novembro 2013 Lógica Computacional 1

1. Métodos de prova: Construção; Contradição.

Produtos de potências racionais. números primos.

Demonstrações Matemáticas Parte 2

INE5403 FUNDAMENTOS DE MATEMÁTICA DISCRETA

Análise I. Notas de Aula 1. Alex Farah Pereira de Agosto de 2017

Álgebra Linear e Geometria Analítica

7. O teorema de Hurwitz-Markov

Matemática - Geometria Caderno 1: Ângulos triédricos

Indiscernibilidade de Idênticos. Atitudes Proposicionais e indiscernibilidade de idênticos

PC Polícia Civil do Estado de São Paulo PAPILOSCOPISTA

Lógica Proposicional e Dedução Natural 1/48. Douglas O. Cardoso docardoso.github.io

Aula 6: Dedução Natural

Universidade Aberta do Brasil - UFPB Virtual Curso de Licenciatura em Matemática

Enumerabilidade. Capítulo 6

Expoente 10 Dossiê do Professor 2

Fundamentos de Lógica Matemática

MAT Laboratório de Matemática I - Diurno Profa. Martha Salerno Monteiro

Aula 1 Aula 2. Ana Carolina Boero. Página:

TEMA 2 PROPRIEDADES DE ORDEM NO CONJUNTO DOS NÚMEROS REAIS

Técnicas de Demonstração. Raquel de Souza Francisco Bravo 17 de novembro de 2016

LÓGICA EM COMPUTAÇÃO

IME, UFF 10 de dezembro de 2013

FICHA de AVALIAÇÃO de MATEMÁTICA A 10.º Ano Versão 2

Introdução ao pensamento matemático

Departamento de Engenharia Informática da Universidade de Coimbra

Lógica Proposicional. LEIC - Tagus Park 2 o Semestre, Ano Lectivo 2007/08. c Inês Lynce c Luísa Coheur

Portal da OBMEP. Material Teórico - Módulo de Divisibilidade. MDC e MMC - Parte 1. Sexto Ano

Lógica Computacional

Lógica Matemática UNIDADE II. Professora: M. Sc. Juciara do Nascimento César

Notas de Aula 2: Métodos de Prova

ax + by 347 = 0 k = text UNIDADE CURRICULAR: Matemática Finita CÓDIGO: DOCENTES: Gilda Ferreira e Ana Nunes

Lógica Proposicional Métodos de Validação de Fórmulas. José Gustavo de Souza Paiva. Introdução

Números Primos, MDC e MMC. O próximo teorema nos diz que os primos são as peças fundamentais dos números inteiros:

Já falamos que, na Matemática, tudo se baseia em axiomas. Já estudamos os números inteiros partindo dos seus axiomas.

IME, UFF 3 de junho de 2014

Transcrição:

Lógica Computacional Métodos de Inferência Passos de Inferência Raciocínio por Casos Raciocínio por Absurdo 1 Outubro 2015 Lógica Computacional 1

Inferência e Passos de Inferência - A partir de um conjunto de premissas constituídas por proposições arbitrariamente complexas, podem inferir-se conclusões a partir de uma análise da estrutura das componentes dessas premissas (ou das conclusões pretendidas). - Essas inferências podem ser arbitrariamente complexas, quer tendo em conta o número de premissas em que se baseiam, quer por via da complexidade das próprias premissas. - No entanto, com mais ou menos dificuldade, elas podem ser justificadas, por uma sequência de passos de inferência, nos quais se vão estabelecendo conclusões intermédias, i.e. proposições que facilitam obter a conclusão desejada. 1 Outubro 2015 Lógica Computacional 2

Inferência e Passos de Inferência - Cada um desses passos intermédios deverá ser simples. Em particular Os passos de inferência devem ser válidos. Se as proposições usadas forem verdadeiras a conclusão também o deverá ser. As proposições usadas deverão ser em número reduzido Não deverão ser usadas mais de 2 proposições Apenas deverá ser tida em conta a estrutura exterior dessas proposições, não tentando analisar a sua estrutura mais interior. Por exemplo se uma proposição for uma conjunção de disjunções, apenas usaremos o facto de ser uma conjunção! - Vamos analisar através de alguns exemplos passos de inferência que são usados por todos nós, mesmo que inconscientemente, e que constituem os fundamentos da dedução em língua natural. 1 Outubro 2015 Lógica Computacional 3

Passos de Inferência - Conjunção As proposições constituídas por conjunções prestam-se a dois passos de inferência muito simples. Sucintamente 1. Se duas proposições forem verdadeiras a sua conjunção também o é. 1. A Maria é alta 2. O João é baixo 3. A Maria é alta e o João é baixo 2. Inversamente, se uma proposição conjuntiva é verdadeira, cada uma das suas proposições componentes deverá sê-lo igualmente. 1. A Maria é alta e o João é baixo 2. A Maria é alta 3. O João é baixo 1 Outubro 2015 Lógica Computacional 4

Passos de Inferência - Disjunção No caso de proposições constituídas por disjunções os passos de inferência são um pouco diferentes dos da conjunção. 1. Se uma proposição é verdadeira a sua disjunção também o é. 1. A Maria é alta 2. O João é baixo 3. A Maria é alta ou o João é baixo 2. No entanto, a inversa não é válida. Se uma proposição disjuntiva é verdadeira, não é verdade que cada cada uma das suas proposições componentes o seja 1. A Maria é alta ou o João é baixo 2. A Maria é alta??? 3. O João é baixo??? 1 Outubro 2015 Lógica Computacional 5

Passos de Inferência - Disjunção - A disjunção apresenta-se assim com diferenças importantes em relação à conjunção. - Se a regra de composição da disjunção é válida, tal como era no caso da conjunção, ela é aparentemente inútil, já que permite concluir uma conclusão mais fraca que as premissas. - Se se sabe que uma proposição é verdadeira A Maria é alta, que sentido faz inferir uma proposição mais fraca que a original A Maria é alta ou? - De facto esta regra só tem utilidade se considerarmos o conjunto mais completo de regras de inferência, como veremos adiante. - Por outro lado, aparentemente não podemos fazer quaisquer inferências a partir de disjunções, já que não sabemos qual das proposições disjuntas é verdadeira. - E no entanto o próximo exemplo, ilustra uma inferência válida que se pode obter a partir de uma proposição disjuntiva, sem se saber qual dos disjuntos é verdadeiro. 1 Outubro 2015 Lógica Computacional 6

Passos de Inferência - Disjunção Exemplo: Existe um número racional r, que se pode escrever na forma de potência r = a b, em que quer a base a, quer o expoente b são números irracionais. - À partida este resultado parece impossível de satisfazer. Por exemplo, se um número racional é aquele que é possível colocar na forma m/n em que m e n são números inteiros, é difícil de conceber que um número como e π possa ser racional. - De facto, se nem e nem π se podem colocar na forma de fracção, o que dizer do número e π? - E no entanto... existe um tal número! - Normalmente a forma mais simples de demonstrarmos a existência de um número (ou objecto) com um conjunto de propriedades é indicarmos um exemplo! - Curiosamente, o que faremos neste caso é provar que tal número existe, embora não possamos indicar qual seja esse número (pelo menos sem recorrer a matemática avançada). 1 Outubro 2015 Lógica Computacional 7

Disjunção Raciocínio por casos Exemplo: Existe um número racional r, que se pode escrever na forma de potência r = a b, em que quer a base a, quer o expoente b são números irracionais. - Consideremos o número r = 2 2. Como é sabido (e provaremos de seguida) o número 2 é um número irracional, e portanto r é claramente um número na forma a b em que a e b são números irracionais. - Embora não possamos concluir imediatamente que r seja um número racional ou irracional, podemos certamente dizer que r, tal como qualquer número real, é racional ou não é racional (isto é irracional). - Estamos assim perante uma disjunção em que não podemos concluir nada sobre os disjuntos, isto é não podemos concluir que r seja racional ou que r seja irracional. - Mas analisemos cada um dos casos separadamente. 1 Outubro 2015 Lógica Computacional 8

Disjunção Raciocínio por casos Exemplo: Existe um número racional r, que se pode escrever na forma de potência r = a b, em que quer a base a, quer o expoente b são números irracionais. Caso 1. 2 2 é racional - Neste caso, concluímos obviamente que existe um número racional r = a b, em a e b irracionais. De facto podemos dizer que esse número r é 2 2. Caso 2. 2 2 é irracional - Neste caso, consideremos o número r = ( 2 2 ) 2. Esse número é claramente racional, já que r = 2 2 * 2 = 2 2 = 2. Mas esse número tem base a = 2 2 irracional (por hipótese), e o expoente b = 2 é garantidamente irracional. Assim, podemos concluir que existe um número racional r = a b, em a e b são irracionais. Neste caso, o número é r = ( 2 2 ) 2 = 2. - Assim sendo, em ambos os casos concluímos que existe um número racional r = a b, em a e b irracionais, embora não saibamos se esse número é r = 2 2 (caso 1) ou se é r = 2 = ( 2 2 ) 2 (como no caso 2). 1 Outubro 2015 Lógica Computacional 9

Disjunção Raciocínio por casos - A estrutura da argumentação pode ser apresentada da forma abaixo 1. 2 2 é racional ou 2 2 é irracional m1. 2 2 é racional... m2. Existe um r que é racional... n1. 2 2 é irracional... n2. Existe um r que é racional... k. Existe um r que é racional - A disjunção 1 origina dois sub-argumentos, baseados em cada um dos disjuntos dessa proposição, ambos chegando à mesma conclusão. - Apesar de não sabermos qual dos disjuntos é verdadeiro, um deles sê-lo-á, pelo que a conclusão comum é necessariamente válida. 1 Outubro 2015 Lógica Computacional 10

Passos de Inferência - Negação - No caso da negação já analisamos o caso da dupla negação que consideramos, a menos de graduações não consideradas na lógica de 1ª ordem como inferências válidas (de facto são equivalências) 1. A Maria é alta 2. Não é verdade que a Maria não seja alta 2 Não é verdade que a Maria seja baixa 1. Não é verdade que a Maria não seja alta 2. A Maria é alta - Mas estas regras não captam um tipo de raciocínio desenvolvido desde a antiguidade e utilizado frequentemente pelos gregos na sua sistematização dos sistemas de demonstração que desenvolveram, e de que o expoente máximo é o trabalho de Euclides na sistematização da geometria através dos seus Elementos. - Mais concretamente, o raciocínio por absurdo. 1 Outubro 2015 Lógica Computacional 11

Negação Raciocínio por absurdo - O raciocínio por absurdo assume uma determinada hipótese e tenta, através de uma argumentação válida, chegar a uma conclusão que se verifica ser falsa. - Como vimos, uma argumentação válida preserva a verdade, isto é, sempre que as premissas sejam verdadeiras a conclusão também o será. - Mas se a conclusão obtida é falsa, então a única forma de justificar esse facto é termos iniciado a argumentação com premissas falsas. 1. Todas as aves voam 2. O Pingu é uma ave 3. Mas... o Pingu não voa! 1. Todas as aves têm penas 2. O Bobby é uma ave 3. Mas... o Bobby não tem penas! - Isto é, pelo menos uma premissa é falsa,... embora possa não ser claro qual delas. - No raciocínio por absurdo, assume-se uma única premissa. Se a argumentação válida levar a uma conclusão falsa, somos levados a inferir que é essa premissa que é falsa!. - Vamos ilustrar esta técnica de inferência com 2 exemplos famosos. 1 Outubro 2015 Lógica Computacional 12

Negação Raciocínio por absurdo Exemplo 1: O conjunto dos números primos é infinito. 1. O conjunto C dos primos é finito 2. C = { 2,3,5,7,... p} 3. p é o maior número primo 4. Seja q = 2*3*5*...*p + 1 5. q não é divisível por 2 (q = 2*q 2 +1) 6. q não é divisível por 3 (q = 3*q 3 +1)... k. q não é divisível por p (q = p*q p +1) k+1. q não é divisível por nenhum primo k+2. q é primo k+3. C = { 2,3,5,7,... p, q} C k+4. O conjunto C dos primos não é finito - Desta forma, ao chegarmos a uma contradição (C C), podemos concluir que a premissa era falsa e portanto O conjunto C dos primos não é finito. 1 Outubro 2015 Lógica Computacional 13

Exemplo 2: O número 2 é irracional. Negação Raciocínio por absurdo 1. O número 2 é racional 2. 2 = m/n, sendo a fracção irredutível 3. 2 = m 2 / n 2 4. m 2 = 2* n 2 5. m 2 é par 6. m é par 7. m = 2*p 8 4p 2 = 2* n 2 9. n 2 = 2*p 2 10. n é par 11. n = 2*q 12. 2 = p/q 13. m/n não é irredutível 14. O número 2 não é racional - Desta forma, ao chegarmos a uma contradição (ao contrário da hipótese, m/n não é irredutível), podemos concluir que o número 2 não é racional. 1 Outubro 2015 Lógica Computacional 14

Negação Raciocínio por absurdo - De notar que o raciocínio por absurdo foi utilizado durante esta última demonstração, nomeadamente para provar que se m 2 é par então m também é par. - Assim poderíamos ter feito a seguinte demonstração para esse resultado... 5. m 2 é par k+1. m não é par k+2. m = 2*r+1 k+3. m 2 = 4*r 2 +4*r + 1 k+4. m 2 = 2*(2*r 2 +2*r) + 1 k+5. m 2 não é par! k+6. é falso que m não seja par 6. m é par... - Neste caso, sabendo-se que m 2 é par, a hipótese adicional de m não ser par conduz a uma contradição (m 2 não ser par!). - Assim, a hipótese adicional é falsa, logo é falso que m não seja par, ou seja, m é par! - Nota: Em rigor, as linhas k+1 a k+6 deveriam ser incluídas na demonstração anterior. 1 Outubro 2015 Lógica Computacional 15