CONTEXTO A insuficiência renal crônica (IRC) é uma patologia de alto índice epidemiológico, responsável pelo comprometimento da qualidade de vida do paciente, podendo levá-lo ao óbito. O paciente portador de IRC necessita realizar diálise sistematicamente até apresentar condições para se submeter a transplante renal². Dos métodos dialíticos existentes, a hemodiálise é mais comum e melhor tolerado 3. Paciente, então, precisa de um acesso vascular, sendo indicado prioritariamente a confecção de Fístulas Arteriovenosas (FAV)¹.
OBJETIVO Relatar uma série de 25 procedimentos de fístulas arteriovenosas não primárias por membros para hemodiálise em Arapiraca. TIPO DE ESTUDO Estudo retrospectivo de uma série de 25 casos. LOCAL Centro Hospitalar Manoel André (CHAMA) em Arapiraca, Alagoas, CNES-2005417, instituição privada de atendimento secundário e terciário.
A escolha do local e do tipo de acesso baseou-se na história clínica, no exame físico e na preferência pelo membro não dominante. Na história clínica averiguou-se: causa da IRC; comorbidades (DM, HAS, arteriopatias, etc.); história vascular prévia (uso de cateteres venosos e realização de fístula arteriovenosa prévia sem sucesso). No exame físico vascular avaliou-se a qualidade da veia (presença de flebites e/ou hematomas e se a veia era visível ou palpável) e da artéria (presença e qualidade do pulso)³.
Incluíram-se pacientes portadores de insuficiência renal crônica que foram submetidos à confecção de fístula arteriovenosa não primária por membro para hemodiálise. Foram excluídos pacientes que realizariam FAV primária por membro, além de gestantes, pacientes psiquiátricos e índios.
Os pacientes possuem idade média de 57,7 (38 ± 72), sendo 18 (72%) do sexo masculino e 7 do feminino (28%). De acordo com a classificação do IMC, 65% deles possuíam peso normal (19,5-24,9). Dentre as causas da IRC, a Diabetes mellitus é a mais frequente (20%). Na história vascular prévia, todos os pacientes usaram cateter venoso duplo lúmen, tendo média de cateteres usados de 3 (DP 1,02). Com relação ao tempo de permanência do último cateter usado, encontrou-se média de 51,3 dias (DP 38,57). Em 61% dos casos, o motivo da retirada do último cateter foi a troca do acesso.
O membro direito foi o escolhido em 17 (54,8%) procedimentos. A fístula braquiocefálica foi realizada em 32% dos procedimentos realizados. Quanto à evolução, ocorreu perda da FAV em 55% e 20%, enquanto o restante aguarda maturação. REFERÊNCIAS 1., Castro AA, Burihan E. Angiologia e cirurgia vascular: guia ilustrado. Maceió: UNCISAL/ECMAL & LAVA; 2003. Disponível em: http://www.lava.med.br/livro4. 2. Frankini AD, Junior FM, Burihan E, Pezzella MV, Mounzer OT. Fístulas arteriovenosas braquiocefálicas e braquiobasilicas para hemodiálise: seguimento imediato. CIR VASC ANGIO 1995, 11: 5-12. 3. Junior MAN, Melo RC, Almeida CC, Allison Roxo, Fernandes AP, Iwasaki MLS, Raboni E. Avaliação da perviedade precoce das fístulas arteriovenosas para hemodiálise. J Vasc Bras 2011, Vol. 10, Nº 2.