DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

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Transcrição:

DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE Direitos Fundamentais Direito à vida e à saúde Profª. Liz Rodrigues

- A partir do art. 7º, a Lei n. 8.069/90 indica um rol de direitos que devem ser assegurados à criança e ao adolescente: vida, saúde, liberdade, respeito, dignidade, convivência familiar e comunitária, dentre outros. - Atenção: muitos artigos foram alterados pela recente Lei n. 13.257/16, que estabelece princípios e diretrizes para a formulação e implementação de políticas para a primeira infância.

- Art. 7º, ECA: A criança e o adolescente têm direito a proteção à vida e à saúde, mediante a efetivação de políticas sociais públicas que permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, em condições dignas de existência. - Direito à vida: em parâmetros condizentes com a ideia de dignidade humana inclui o acesso às condições materiais minimamente necessárias.

- Saúde: estado de completo bem-estar físico, mental e social, não se limitando à ausência de doenças (OMS). - Observe que a proteção é assegurada também ao nascituro. - Art. 8º, ECA: É assegurado a todas as mulheres o acesso aos programas e às políticas de saúde da mulher e de planejamento reprodutivo e, às gestantes, nutrição adequada, atenção humanizada à gravidez, ao parto e ao puerpério e atendimento pré-natal, perinatal e pós-natal integral no âmbito do SUS.

- Direitos assegurados à gestante: atendimento pré e perinatal, pelo SUS, a vinculação, no último trimestre, ao estabelecimento onde será realizado o parto, assistência psicológica antes e depois do parto, apoio à amamentação, assistência em caso de desejo de entrega para adoção e em caso de mães privadas de liberdade, direito a um acompanhante durante o pré-natal, parto e pós-parto, orientação sobre aleitamento, alimentação e desenvolvimento infantil, dentre outros.

- Note que a mãe privada de liberdade não perde (necessariamente) o poder familiar: o Poder Público tem o dever de garantir ambiente adequado para o acolhimento do filho, visando o desenvolvimento integral da criança (ar. 8º, 10). - Nos termos do art. 92 do CP, a incapacidade para o exercício do poder familiar (e tutela e curatela) é um efeito da condenação quando se tratar de crime doloso, sujeito à pena de reclusão, cometido contra filho, tutelado ou curatelado (este efeito deve ser declarado na sentença não é um efeito automático).

- Aleitamento: Poder Público, empregadores e instituições devem propiciar condições adequadas ao aleitamento materno, inclusive para filhos de mães privadas de liberdade. - Hospitais e estabelecimentos de atenção à saúde da gestante devem (art. 10): I - manter registro das atividades desenvolvidas, através de prontuários individuais, pelo prazo de dezoito anos;

II - identificar o recém-nascido mediante o registro de sua impressão plantar e digital e da impressão digital da mãe, sem prejuízo de outras formas normatizadas pela autoridade administrativa competente; III - proceder a exames visando ao diagnóstico e terapêutica de anormalidades no metabolismo do recém-nascido, bem como prestar orientação aos pais;

IV - fornecer declaração de nascimento onde constem necessariamente as intercorrências do parto e do desenvolvimento do neonato; V - manter alojamento conjunto, possibilitando ao neonato a permanência junto à mãe; VI - acompanhar a prática do processo de amamentação, prestando orientações quanto à técnica adequada, enquanto a mãe permanecer na unidade hospitalar, utilizando o corpo técnico já existente.

- Crianças e adolescentes com deficiência devem ser atendidos sem discriminação ou segregação. - Quem necessitar, tem direito ao fornecimento de medicamentos, próteses, órteses e outras tecnologias assistivas. - O SUS é responsável pelo atendimento, observado o princípio da equidade no acesso a ações e serviços para promoção, proteção e recuperação da saúde.

- Direito à saúde: os estabelecimentos, inclusive unidades neonatais e de terapia intensiva ou de cuidados intermediários devem proporcionar condições para a permanência integral de um dos pais ou responsável. - Maus-tratos: casos de suspeita ou confirmação de castigo físico, tratamento cruel ou degradante ou de maus tratos serão obrigatoriamente comunicados ao Conselho Tutelar, sem prejuízo de outras providências legais.

- Entrega para adoção: se a gestante ou a mãe manifestar interesse em entregar seus filhos para adoção, devem ser obrigatoriamente encaminhadas à Justiça da Infância e Juventude. - A gestante/mãe tem direito de receber assistência psicológica e não deve ser submetida a nenhuma forma de constrangimento. - Observe o art. 19-A, inserido pela Lei n. 13.509/17.

- O SUS promoverá programas de assistência médica e odontológicas, bem como campanhas de educação sanitária para pais, educadores e alunos. - A vacinação é obrigatória, nos casos recomendados pelas autoridades sanitárias. - Atenção odontológica: está prevista no art. 14 e deve ser promovida pelo SUS.

- Art. 14, 2º, ECA: O Sistema Único de Saúde promoverá a atenção à saúde bucal das crianças e das gestantes, de forma transversal, integral e intersetorial com as demais linhas de cuidado direcionadas à mulher e à criança. - A atenção odontológica à criança terá função educativa protetiva e será prestada, inicialmente, antes de o bebê nascer, por meio de aconselhamento pré-natal.

- Também serão prestados cuidados de atenção odontológica às crianças no sexto e no décimo segundo anos de vida, com orientações sobre saúde bucal. - A criança com necessidade de cuidados odontológicos especiais será atendida pelo Sistema Único de Saúde.