Práticas de promoção à saúde e desenvolvimento sustentável



Documentos relacionados
CARTA DE OTTAWA. PRIMEIRA CONFERÊNCIA INTERNACIONAL SOBRE PROMOÇÃO DA SAÚDE Ottawa, novembro de 1986

Promover um ambiente de trabalho inclusivo que ofereça igualdade de oportunidades;

POLÍTICAS DE GESTÃO PROCESSO DE SUSTENTABILIDADE

ATUAÇÃO DA FAO NA ALIMENTAÇÃO ESCOLAR

EDUCAÇÃO EM SAÚDE AMBIENTAL:

VIGILÂNCIA E PROMOÇÃO À SAÚDE

Escola de Políticas Públicas

Política de Sustentabilidade das empresas Eletrobras

49 o CONSELHO DIRETOR 61 a SESSÃO DO COMITÊ REGIONAL

5.1 Nome da iniciativa ou Projeto. Academia Popular da Pessoa idosa. 5.2 Caracterização da Situação Anterior

DIÁLOGOS SOBRE O DIREITO HUMANO À ALIMENTAÇÃO NO BRASIL. (Pesquisa qualitativa -- RESUMO)

O Projeto Casa Brasil de inclusão digital e social

Política de Sustentabilidade das Empresas Eletrobras

PORTARIA Nº 1.944, DE 27 DE AGOSTO DE 2009

Promoção da Saúde: da prevenção de doenças à defesa da vida

A CARTA DE BANGKOK PARA A PROMOÇÃO DA SAÚDE EM UM MUNDO GLOBALIZADO

Proposta de Programa- Quadro de Ciência, Tecnologia e Inovação L RECyT,

POLÍTICA DE LOGÍSTICA DE SUPRIMENTO DO SISTEMA ELETROBRÁS. Sistema. Eletrobrás

SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE SES/GO

Universidade de Brasília Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Ciência da Informação e Documentação Departamento de Ciência da

Prof. MS. Ellen H. Magedanz

Incidência em políticas públicas: ampliando as possibilidades. Rafael Gioielli Instituto Votorantim / Brasil

A AÇÃO COMUNITÁRIA NO PROJOVEM. Síntese da proposta de Ação Comunitária de seus desafios 2007

GUIA DE ARGUMENTOS DE VENDAS

Trabalho em Equipe e Educação Permanente para o SUS: A Experiência do CDG-SUS-MT. Fátima Ticianel CDG-SUS/UFMT/ISC-NDS

Política de Logística de Suprimento

Conjunto de pessoas que formam a força de trabalho das empresas.

Programa Pernambuco: Trabalho e Empreendedorismo da Mulher. Termo de Referência. Assessoria à Supervisão Geral Assessor Técnico

Desenvolve Minas. Modelo de Excelência da Gestão

F n i a n n a c n i c a i m a en e t n o Foco: Objetivo:

PLANO ESTADUAL DE CONVIVÊNCIA FAMILIAR E COMUNITÁRIA

GRUPO HOSPITALAR CONCEIÇÃO SERVIÇO DE SAÚDE COMUNITÁRIA APOIO TÉCNICO EM MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO

TERMO DE REFERENCIA. Programa Pernambuco: Trabalho e Empreendedorismo da Mulher

Tema: Educação do Campo

Projeto Pedagógico Institucional PPI FESPSP FUNDAÇÃO ESCOLA DE SOCIOLOGIA E POLÍTICA DE SÃO PAULO PROJETO PEDAGÓGICO INSTITUCIONAL PPI

ANS Longevidade - Custo ou Oportunidade. Modelos de Cuidados à Saúde do Idoso Rio de Janeiro/RJ 25/09/2014

Declaração de Odense. O ABC para a Equidade Educação e Saúde. 4.ª Conferência Europeia das Escolas Promotoras de Saúde:

154 a SESSÃO DO COMITÊ EXECUTIVO

PÚBLICO-ALVO Assistentes sociais que trabalham na área da educação e estudantes do curso de Serviço Social.


Declaração de Pequim adotada pela Quarta Conferência Mundial sobre as Mulheres: Ação para Igualdade, Desenvolvimento e Paz (1995)

Plano Nacional de Promoção, Proteção e Defesa do Direito de Crianças e Adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária

Plano Decenal SUAS e o Plano Decenal : Como fazer a análise do SUAS que temos como projetar o SUAS que queremos

(Publicada no D.O.U em 30/07/2009)

PLANO DE GOVERNO EXPEDITO JÚNIOR....o futuro pode ser melhorado por uma intervenção ativa no presente. Russel Ackoff

VAMOS CUIDAR DO BRASIL COM AS ESCOLAS FORMANDO COM-VIDA CONSTRUINDO AGENDA 21AMBIENTAL NA ESCOLA

O SISTEMA DE PARCERIAS COM O TERCEIRO SETOR NA CIDADE DE SÃO PAULO

Necessidade e construção de uma Base Nacional Comum

TRANSVERSALIDADE. 1 Educação Ambiental

A PROMOÇÃO DA SAÚDE A CARTA DE OTTAWA

POLÍTICA DE SUSTENTABILIDADE

Resumo. O caminho da sustentabilidade

Protocolo de Gestão Integrada de Serviços, Benefícios e Transferências de Renda no âmbito do Sistema Único de Assistência Social

Carta de Campinas 1) QUANTO AO PROBLEMA DO MANEJO DAS CRISES E REGULAÇÃO DA PORTA DE INTERNAÇÃO E URGÊNCIA E EMERGÊNCIA,

Plataforma dos Centros Urbanos

Experiência: VIGILÂNCIA À SAÚDE DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

RELATÓRIO DAS ATIVIDADES 2004

III- DADOS DO PRESIDENTE

Tabela 1 Total da população 2010 Total de homens Total de mulheres Homens % Mulheres % Distrito Federal

PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE O NASF

Uma Leitura da concepção do Saneamento Integrado do Recife

Secretaria Municipal da Educação e Cultura - SMEC SALVADOR MAIO/2003

Problematização. Processo

Revisão da Política Nacional de Promoção da Saúde

Os Princípios do IDFC para Promover um Desenvolvimento Sustentável 1

PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Política Nacional de Participação Social

O Pacto de Gestão do SUS e os Municípios

Contextos da Educação Ambiental frente aos desafios impostos. Núcleo de Educação Ambiental Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro

MINISTÉRIO DA SAÚDE GRUPO HOSPITALAR CONCEIÇÃO

Rogério Medeiros

DECLARAÇÃO FINAL Quebec, 21 de setembro de 1997

O Programa de Educação em Saúde e Mobilização Social em Guarulhos-SP: desenvolvimento e contribuições

ECS -ASSESSORIA E CONSULTORIA TÉCNICA. ISO 14001:2015 Tendências da nova revisão

Proposta de Pacto Federativo pela Alimentação Adequada e Saudável: uma agenda para os próximos anos

Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos

a Resolução CONAMA nº 422/2010 de 23 de março de 2010, que estabelece diretrizes para as campanhas, ações e projetos de educação ambiental;

QUALIDADE DE VIDA 1. FINALIDADE DO PROJETO ESTRATÉGICO 2. JUSTIFICATIVA. Promover a saúde e a segurança dos servidores e magistrados.

Desigualdades em saúde - Mortalidade infantil. Palavras-chave: mortalidade infantil; qualidade de vida; desigualdade.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: CAPÍTULO I DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Plano de Ação de Vigilância Sanitária

Segurança Alimentar e Nutricional

NÚCLEO TÉCNICO FEDERAL

SISTEMÁTICA DE ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO

CONSULTA PÚBLICA Planos Setoriais de Mitigação e Adaptação à Mudança do Clima Plano Setorial da Saúde - PSMC-Saúde. Rio de Janeiro 06/07/2012

Declaração sobre meio ambiente e desenvolvimento (Rio de Janeiro, 1992)

QUANDO TODO MUNDO JOGA JUNTO, TODO MUNDO GANHA!

POLÍTICA DE SUSTENTABILIDADE E RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL

Sistema Único de Assistência Social

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE CIDADANIA REDAÇÃO FINAL PROJETO DE LEI Nº D, DE O CONGRESSO NACIONAL decreta:

PROJETO Educação de Qualidade: direito de todo maranhense

CONSULTORIA DE DESENVOLVIMENTO ORGANIZACIONAL

PLANO DE EDUCAÇÃO DA CIDADE DE SÃO PAULO: processo, participação e desafios. Seminário dos/as Trabalhadores/as da Educação Sindsep 24/09/2015

AGENDA 21 escolar. Pensar Global, agir Local. Centro de Educação Ambiental. Parque Verde da Várzea Torres Vedras 39º05'08.89" N 9º15'50.

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE: Por um MP mais eficiente

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Orientações para a elaboração do projeto escolar

PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS

RELATÓRIO DA OFICINA DE PAÍSES FEDERATIVOS E DA AMÉRICA DO NORTE. (Apresentado pelo Brasil)

Transcrição:

I SimPósio Internacional de Epidemiologia e Saúde AmbientAl. i Worksshop internacional de saneamento AmbientAl Práticas de promoção à saúde e desenvolvimento sustentável

CONTEXTO MUNDIAL DAS DCNT As DCNT são as principais causas de morte no mundo, correspondendo a 63% dos óbitos em 2008. Aproximadamente 80% das mortes por DCNT ocorrem em países de baixa e média renda. Um terço das mortes ocorre em pessoas com idade inferior a 60 anos.

ONU e OMS Considerando a grande magnitude das doenças não transmissíveis na morbimortalidade, incapacidade, sofrimento para famílias, sociedade, custo social e econômico A Assembléia Mundial da Saúde (OMS) tem reafirmado a estratégia global para a prevenção e controle direcionada à redução da mortalidade prematura DCNT e melhoria da qualidade de vida Convocatória da Reunião da Assembléia Geral das Nações Unidas de Alto Nível sobre a prevenção e controle das doenças não transmissíveis - setembro 2011 Necessidade dos países membros priorizarem esta agenda

Presidente Dilma apresentando o plano na reunião de cúpula em setembro de 2011

SIM O que o plano abrange DCNT NÃO DCNT 1- Cardiovasculares (Cerebrovasculares, e isquêmicas e outras vasculares ) 2- Neoplasias 3 Diabetes Mellitus 4- DRC (Asma, D P O C) FR 1- Tabaco 2 - Inatividade Física 3- Alimentação 4 - Álcool Condições crônicas/ 1- Desordens mentais e neurológicas 2- Doenças bucais, ósseas e articulares 3- Osteoporose 4- Desordens genéticas 5- Patologias oculares e auditivas Outro conjunto de FR e determinantes OMS, 2011

O Plano Tabagismo Inatividade Física DCNT Alimentação inadequada Uso nocivo do álcool OMS, 2011

DCNT e fatores de risco em comum DCNT Fatores de risco Tabagismo Alimentação inadequada Inatividade física Consumo abusivo de álcool Doenças cardiovasculares Câncer Diabetes Doenças respiratórias crônicas

OBJETIVO DO PLANO DNCT PROMOVER O DESENVOLVIMENTO E A IMPLEMENTAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS EFETIVAS, INTEGRADAS, SUSTENTÁVEIS E BASEADAS EM EVIDÊNCIAS PARA A PREVENÇÃO E O CONTROLE DAS DCNT E SEUS FATORES DE RISCO E FORTALECER OS SERVIÇOS DE SAÚDE VOLTADOS PARA CUIDADOS CRÔNICOS. Janela de oportunidades capaz de sensibilizar a população local e demais setores

Plano de enfrentamento DCNT 2012-2022 EIXOS Vigilância, monitoramento e avaliação Prevenção e Promoção da Saúde Estratégia 6. Estimular a construção de espaços urbanos ambientalmente sustentáveis e saudáveis. Cuidado Integral

Fundamentação Determinantes Socioambientais da Saúde: O debate sobre os DSS iniciou-se nos anos 1970/1980 a partir do entendimento de que as intervenções curativas e orientadas para o risco de adoecer eram insuficientes para a produção da saúde e da qualidade de vida de uma sociedade, tendo-se em vista que muitos fatores sociais também influenciam na saúde dos indivíduos, como as condições em que as pessoas nascem, vivem, trabalham e envelhecem.

Fundamentação Determinantes Socioambientais da Saúde: A relação estabelecida entre os seres humanos e o meio ambiente ao longo dos tempos tem sido crucial na determinação do impacto causado pelas doenças sobre a sociedade humana. O crescimento rápido das cidades criou uma grande deterioração ambiental, em termos de condições de vida, saúde e poluição. A má qualidade do ar, por exemplo, é a grande responsável por doenças respiratórias. A maneira como o espaço urbano é organizado pode influenciar tanto positiva quanto negativamente a prática de atividades físicas, de lazer e os meios de locomoção.

Fundamentação Determinantes Socioambientais da Saúde: Entre os fatores determinantes para a prática de atividades físicas estão a criminalidade e a existência e qualidade de calçadas, iluminação pública, segurança no trânsito, transporte público e espaços para a opção de ser ativo. Além disso, a prática de atividade física como meio de locomoção pode contribuir significativamente para a saúde do ambiente com a redução da emissão dos poluentes (WOODCOCK et al, 2007).

Fundamentação Determinantes Socioambientais da Saúde: A poluição e a escassez da água potável, o baixo acesso ao saneamento básico e ao tratamento de resíduos, a contaminação dos solos, a falta de planejamento urbano e os ambientes insalubres de trabalho são, também, determinantes das doenças crônicas (violência, depressão, alcoolismo, doenças respiratórias, câncer). A pobreza, entendida não apenas como falta de acesso a bens materiais, mas também como falta de oportunidades, de opções e de voz perante o Estado e a sociedade é uma grande vulnerabilidade frente a imprevistos e fatores de risco para doenças crônicas.

O Observatório de Promoção de Saúde SP (OPS-SP) da Divisão de Doenças e Agravos Não Transmissíveis da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, visa propiciar amplo acesso a informações e análises sobre promoção de saúde, facilitando a produção de estudos e pesquisas assim como a melhor formulação, acompanhamento e avaliação de políticas e projetos na área. Além disso possibilita a otimização dos diversos dados disponíveis, sistematizando as fontes existentes, disponibilizando-as e promovendo um intercâmbio de informações e experiências, colaborando com os gestores, na tomada de decisões.

Atualmente, são 98 projetos municipais registrados no Observatório. Foi observado que, a maioria dos projetos enfoca a promoção da saúde de forma fragmentada o que dificulta a sua contribuição efetiva para a melhoria das condições de vida e de saúde da população. Como consequência apontou-se a necessidade de qualificar os profissionais de saúde para o fortalecimento das ações regionais e municipais de promoção de saúde, considerando os Determinantes Sociais de Saúde (DSS). Nesse sentido, capacitações e reuniões de trabalho, sistematicamente foram planejadas e realizadas a partir de métodos que visam a incorporação de conceitos e práticas a luz da Política Nacional de Promoção de Saúde bem como da utilização de instrumentos de planejamento da melhoria da qualidade da Gestão Pública.

Projetos encaminhados para o Observatório de Promoção da Saúde SP, 2010. Projetos municipais cadastrados no Observatório de Promoção da Saúde - SP, segundo eixo da PNPS, 2010

conceitos Promoção da saúde é um conceito em construção. Não é fácil a tarefa de definir o conceito, desde que promoção da saúde significa diferentes ações, em várias pessoas, especialmente em diversos segmentos. Prevenção de doenças, educação em saúde, qualidade de vida, controle de fatores de risco são alguns dos termos frequentemente utilizados pela comunidade envolvida.

História da Promoção da Saúde Início - século XIX - já se reconhecia os governos locais e as associações comunitárias como importantes agentes no equacionamento dos problemas de saúde. 1945 - o termo Promoção de Saúde foi inicialmente utilizado Henry E. Sigerist já colocava a promoção de saúde como uma das quatro áreas essenciais da área da saúde. 1974 - surgiu a primeira declaração teórica geral da promoção de saúde, quando o Ministro da Saúde do Canadá Marc Lalonde publicou o documento intitulado Nova Perspectiva sobre a Saúde dos Canadenses, propondo mudanças na área da saúde. 1978 - URSS Primeira Conferência Internacional sobre Assistência Primária a Saúde denominada Alma Ata, onde surge a meta Saúde para todos no ano 2000.

História da Promoção da Saúde 1986 - I Congresso Internacional sobre Promoção da Saúde, Otawa Canadá principal marco de referência na constituição deste campo Carta de Otawa A promoção da saúde conceituada na Conferência de Otawa como um processo de capacitação da comunidade para atuar na melhoria da sua qualidade de vida e saúde, incluindo uma maior participação no controle deste processo. 1988 - II Congresso Internacional de Promoção de Saúde, Adelaide Austrália discussões centraram-se no tema das Políticas Públicas Saudáveis, reforçando o entendimento da saúde como um direito humano fundamental e um sólido investimento social. 1991 - Sundswal Suécia III Congresso Internacional sobre Promoção da Saúde, papel de colocar o tema ambiente na agenda da saúde, contribuindo para a melhor caracterização do campo de ação relacionado aos ambientes saudáveis.

História da Promoção da Saúde 1992 - Bogotá Colômbia, Conferência Internacional de Promoção da Saúde, com a participação de representantes de vários países do continente latinoamericano, adequação da incorporação dos conceitos do novo paradigma da Promoção da Saúde no contexto desta região. 1997 - Jacarta Indonésia IV Conferência Internacional de Promoção à Saúde, destacando a importância de formular ações concretas para alcançar os propósitos e de estabelecer uma articulação mundial para efetiva-las, dadas as condições desiguais vivenciadas pelos diferentes países. 2000 - V Conferência Internacional de Promoção da Saúde México, necessidade de construir um mundo com mais equidade. 2005 - VI Conferência Internacional de Promoção da Saúde Bangcoc Tailândia, versando sobre o tema políticas e parceria para a saúde: procurando interferir nos determinantes sociais da saúde. 2007 - Conferência Internacional de Promoção à Saúde e Educação para Saúde Vancouver Canadá. 2009 - VII Conferência Internacional de Promoção à Saúde e Educação para Saúde Nairobi.

Campos de ação Em 1986, na Conferência de Ottawa, delineou-se uma nova concepção de Promoção da Saúde, delimitando seus 5 campos de ação: 1- Elaboração e implementação de políticas públicas saudáveis; 2- Criação de ambientes favoráveis à saúde; 3- Reforço a ação comunitária; 4- Desenvolvimento de habilidades pessoais; 5- Reorientação do sistema de saúde.

DIRETRIZES DA PROMOÇÃO DA SAÚDE I Reconhecer na promoção da saúde uma parte fundamental da busca da equidade, da melhoria da qualidade de vida e de saúde; II Estimular as ações intersetoriais, buscando parcerias que propiciem o desenvolvimento integral das ações de promoção da saúde; III Fortalecer a participação social como fundamental na consecução de resultados de promoção da saúde, em especial a equidade e o empoderamento individual e comunitário; IV Promover mudanças na cultura organizacional, com vistas à adoção de práticas horizontais de gestão e estabelecimento de redes de cooperação intersetoriais; V Incentivar a pesquisa em promoção da saúde, avaliando eficiência, eficácia, efetividade e segurança das ações prestadas; VI Divulgar e informar as iniciativas voltadas para a promoção da saúde para profissionais de saúde, gestores e usuários do Sistema de Saúde, considerando metodologias participativas e o saber popular e tradicional.

Desenvolvimento Sustentável O conceito "desenvolvimento sustentável acabou tornando-se excessivamente genérico, e tem servido ideologicamente para favorecer os interesses economicistas e obscurecer as contradições na discussão dos problemas socioambientais. E é por isso que muitos movimentos sociais têm preferido outras expressões, como sustentabilidade socioambiental, que enfatiza a idéia de o desenvolvimento ser um processo em construção e que precisa necessariamente integrar dimensões ambientais e sociais.

Promoção da Saúde Desenvolvimento Sustentável /Sustentabilidade Socioambiental Um dos pilares para uma visão ecossocial dos problemas de saúde encontra-se no desenvolvimento da chamada abordagem ecossistêmica em saúde. A questão ecológica e discussões sobre promoção da saúde reforçam a idéia que a saúde é muito mais que a ausência de doenças, e que muitas medidas isoladas de redução de doenças podem gerar efeitos contrários aos esperados. Para tanto, uma abordagem ecossistêmica em saúde passaria pela combinação de vários insights provenientes da ecologia, das teorias sobre sistemas complexos, do desenvolvimento de análises integradas e metodologias participativas, dentre outras perspectivas teórico-metodológicas que vêm assumindo um papel de relevância no campo ambiental. Elas forneceriam as bases intelectuais e metodológicas para a construção de processos sociais e decisórios que possibilitem soluções adaptativas criativas de problemas dentro de uma perspectiva participativa e democrática.

Promoção da Saúde Desenvolvimento Sustentável /Sustentabilidade Socioambiental A definição de desenvolvimento sustentável, como o desenvolvimento que satisfaz as necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades (WCED, 1987), pressupõe um desenvolvimento que considere o equilíbrio entre a economia e os recursos do meio ambiente, num sistema global interdependente. As cidades são elas próprias recursos do meio ambiente construído e necessitam ser protegidas, ao mesmo tempo que incrementam-se cada vez mais as demandas necessárias a sua manutenção e ao seu desenvolvimento. Daí a propriedade do uso do termo desenvolvimento urbano sustentável.

Promoção da Saúde Desenvolvimento Sustentável /Sustentabilidade Socioambiental A agenda resultante da Conferência Habitat II Istambul, 1996, aponta estrategicamente para o desenvolvimento urbano sustentável, a partir da adoção de parcerias entre o poder público e a sociedade civil nas quais o uso dos recursos naturais, a produção e o consumo são pensados com o crescimento das cidades, considerando-se limites para este.

Promoção da Saúde Desenvolvimento Sustentável /Sustentabilidade Socioambiental Buscar a sustentabilidade das cidades brasileiras, não permitindo uma depleção dos estoques de recursos atuais, passa pela administração democrática das cidades, pela função social da propriedade, juntamente com a adoção de mecanismos que incluam a manutenção dos atuais estoques de recursos para as gerações futuras. Passa ainda pela garantia de que os interesses comuns prevaleçam sobre os direitos individuais à propriedade e de que os cidadãos se apropriem de seus territórios, participando nos processos de decisão, de produção e de desenvolvimento do conhecimento, bem como da criação de condições ambientalmente sustentáveis. A participação popular deve ser crescentemente estimulada, assim como o fortalecimento da autonomia dos governos locais deve ser buscada. Um conjunto de medidas visando pôr fim à combinação de fatores que têm levado ao incremento da pobreza e à urbanização excludente deve ser exigido dos tomadores de decisões no Brasil. Concomitantemente, campanhas de esclarecimento sobre problemas e riscos ambientais, associadas a medidas de elevação do nível educacional da população, tornam-se urgentes.

Promoção da Saúde Desenvolvimento Sustentável /Sustentabilidade Socioambiental As questões anteriores realçam uma dimensão fundamental abordada pelo enfoque ecossocial: a do conhecimento, a qual se desdobra na necessidade de superarmos o atual modelo hegemônico de se fazer ciência.

Precisamos resolver a crise climática. Não é um assunto político, é um assunto moral. (Al Gore Ex-vice presidente americano ganhador do Prêmio Nobel)

F I M Muito Obrigado pela atenção Email: dvdcnt@saude.sp.gov.br