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PARECER CRM/MS N 12/2013 PROCESSO CONSULTA CRM MS Nº 01/2013. INTERESSADA: Dra. I. K. M. N. PARECERISTA: CARLOS IDELMAR DE CAMPOS BARBOSA. EMENTA: O médico anestesiologista deve ser remunerado pela sedação durante o procedimento de endoscopia. CONSULTA: A Dra. IKMN, solicita parecer sobre questão recente na prática diária da especialidade de anestesiologia: a recusa de alguns convênios em autorizar o pagamento dos nossos honorários na sedação de pacientes para exames endoscópicos, citando a resolução CFM 1670/03. FUNDAMENTAÇÃO DO PARECER: Inicialmente analisemos a citada resolução CFM 1670/03: RESOLUÇÃO CFM 1.670/03 (Publicada no D.O.U. 14 JUL 2003, SECAO I, pg. 78 ) Sedação profunda só pode ser realizada por médicos qualificados e em ambientes que ofereçam condições seguras para sua realização, ficando os cuidados do paciente a cargo do médico que não esteja realizando o procedimento que exige sedação. O Conselho Federal de Medicina, no uso das atribuições que lhe 3.268, de 30 de setembro de 1957, regulamentada pelo Decreto nº 44.045, de 19 de julho de 1958, e, CONSIDERANDO a importância do ambiente e da qualificação do pessoal envolvido para a realização de procedimentos diagnósticos e terapêuticos sob sedação ou analgesia, com uso de medicamentos para o conforto, alívio da dor e abolição de reflexos indesejáveis; CONSIDERANDO o uso de drogas ou combinações de drogas que apresentam efeitos sobre o sistema nervoso, cardiovascular e respiratório; CONSIDERANDO como prioritária a segurança do paciente durante o procedimento e após sua realização; 1

CONSIDERANDO a necessidade de se criar normas que definam os limites de segurança com relação ao ambiente, qualificação do pessoal, responsabilidades por equipamentos e drogas disponíveis para o tratamento de intercorrências e efeitos adversos; CONSIDERANDO o que dispõem as Resoluções CFM nºs. 1.363/93 e 1.409/94; CONSIDERANDO, finalmente, o decidido na Sessão Plenária de 13 de junho de 2003, RESOLVE: Art.1 - Nos ambientes em que se praticam procedimentos sob sedação consciente ou níveis mais profundos de sedação, devem estar disponíveis: I.Equipamentos adequados para a manutenção da via aérea permeável, bem como a administração de oxigênio em concentração superior à da atmosfera; II.Medicamentos para tratamento de intercorrências e eventos adversos sobre os sistemas cardiovascular e respiratório; III.Material para documentação completa do procedimento, devendo ficar registrado o uso das medicações, suas doses e efeitos; IV.Documentação com critérios de alta do paciente. Parágrafo 1 - Deve-se dar ao paciente e ao acompanhante, verbalmente e por escrito, instruções relativas aos cuidados sobre o período pós-procedimento, bem como informações para o atendimento de emergências eventuais. Parágrafo 2 - Todos os documentos devem ser assinados pelo médico responsável. Art. 2º- O médico que realiza o procedimento não pode encarregar-se simultaneamente da administração de sedação profunda/analgesia, devendo isto ficar a cargo de outro médico. (grifo nosso) Art. 3 - Todas as unidades que realizarem procedimentos sob sedação profunda devem garantir os meios de transporte e hospitais que disponham de recursos para atender a intercorrências graves que porventura possam acontecer. Art. 4 - Os anexos I e II fazem parte da presente resolução. Art. 5º - Esta resolução entra em vigor na data de sua publicação. Brasília-DF, 13 de junho de 2003 EDSON DE OLIVEIRA ANDRADE Presidente RUBENS DOS SANTOS SILVA Secretário-Geral ANEXO I DEFINIÇÃO E NÍVEIS DE SEDAÇÃO 2

Sedação é um ato médico realizado mediante a utilização de medicamentos com o objetivo de proporcionar conforto ao paciente para a realização de procedimentos médicos ou odontológicos. Sob diferentes aspectos clínicos, pode ser classificada em leve, moderada e profunda, abaixo definidas: Sedação Leve é um estado obtido com o uso de medicamentos em que o paciente responde ao comando verbal. A função cognitiva e a coordenação podem estar comprometidas. As funções cardiovascular e respiratória não apresentam comprometimento. Sedação Moderada/Analgesia ( Sedação Consciente ) é um estado de depressão da consciência, obtido com o uso de medicamentos, no qual o paciente responde ao estímulo verbal isolado ou acompanhado de estímulo tátil. Não são necessárias intervenções para manter a via aérea permeável, a ventilação espontânea é suficiente e a função cardiovascular geralmente é mantida adequada. Sedação Profunda/Analgesia é uma depressão da consciência induzida por medicamentos, e nela o paciente dificilmente é despertado por comandos verbais, mas responde a estímulos dolorosos. A ventilação espontânea pode estar comprometida e ser insuficiente. Pode ocorrer a necessidade de assistência para a manutenção da via aérea permeável. A função cardiovascular geralmente é mantida. As respostas são individuais. Observação importante: As respostas ao uso desses medicamentos são individuais e os níveis são contínuos, ocorrendo, com freqüência, a transição entre eles. O médico que prescreve ou administra a medicação deve ter a habilidade de recuperar o paciente deste nível ou mantê-lo e recuperá-lo de um estado de maior depressão das funções cardiovascular e respiratória. (grifo nosso) ANEXO II EQUIPAMENTOS DE EMERGÊNCIA E REANIMAÇÃO Sistema para 3

Oxigênio Aspirador Manutenção das Vias Aéreas Monitores Equipamentos para Reanimação e Medicamentos fornecimento de oxigênio a 100% Sistema para aspirar secreções Sondas para aspiração Máscaras faciais Máscaras laríngeas Cânulas naso e orofaríngeas Tubos endotraqueais Laringoscópio com lâminas Oxímetro de pulso com alarmes Monitor cárdiaco Aparelho para medir pressão arterial Balão auto-inflável (Ambu) Desfibrilador Drogas para a reanimação Antagonistas: Naloxone, Flumazenil Impressos com protocolos para reanimação (tipo ACLS) Sendo assim, o artigo 2º deixa clara a necessidade de profissional médico, que não aquele que realiza o procedimento, quando é necessária sedação profunda/analgesia, no entanto no anexo I, onde define os graus de sedação e analgesia faz uma observação importante (vide a mesma), demonstrando a, muitas vezes, tênue fronteira entre os estados de sedação e analgesia. Ainda analisando a referência de remuneração, aceita pelo CFM, CBHPM Ed:2010, verificamos no código que trata de procedimento endoscópico a previsão da valoração do ato anestésico. Assim vejamos: Cód: 4.02.02.99-2 OBSERVAÇÕES: 7. Quando houver a necessidade do concurso do anestesiologista nos atos médicos endoscópicos diagnósticos, a valoração do ato anestésico corresponderá ao porte 2, 4

código 3.16.02.23-1; quando se tratar de ato endoscópico intervencionista, a valoração anestésica corresponderá ao porte 3, código 3.16.02.24-0. Esta referência prevê a remuneração do anestesiologista nos procedimentos endoscópicos e o médico auditor está sujeito as resoluções do CFM e o CEM. O médico ao exercer sua profissão estabelece contratos, o principal contrato é para com seus pacientes, pode ao seu arbítrio estabelecer contratos com operadoras de saúde, contratos estes que não podem confrontar as normas emanadas pelo CFM e ou ferir o CEM. Temos ainda, extraído dos princípios fundamentais do CEM, no item III, que para exercer a medicina com honra e dignidade, o médico necessita ter boas condições de trabalho e ser remunerado de forma justa. CONCLUSÃO: Concluo que o médico anestesiologista deve ser remunerado pela sedação durante o procedimento de endoscopia, conforme contrato estabelecido com o paciente e ou com a operadora de saúde. Campo Grande-MS, 17 de junho de 2013 Carlos Idelmar de Campos Barbosa Parecerista Parecer Aprovado na Sessão Plenária do dia 21/06/2013 5