PLANO BRASIL MAIOR - ABDI

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Transcrição:

PLANO BRASIL MAIOR - ABDI 2011-2014 1

República Federativa do Brasil Dilma Rousseff Presidenta Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior Mauro Borges Lemos Ministro (interino) Ministério da Fazenda Guido Mantega Ministro Casa Civil da Presidência da República Aloizio Mercadante Ministro-Chefe Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão Míriam Belchior Ministra Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação Clelio Campolina Diniz Ministro Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social Luciano Coutinho Presidente SBN Quadra 1 - Bloco B - Ed. CNC - 14º andar - Brasília/DF - Brasil - CEP: 70041-902 Contato: Tel: +55 61 3962.8700 Fax: +55 61 3962.8715 E-mail: abdi@abdi.com.br

Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial Mauro Borges Lemos Presidente Maria Luisa Campos Machado Leal Diretora Otávio Silva Camargo Diretor Cândida Beatriz de Paula Oliveira Chefe de Gabinete

SUMÁRIO 1. Introdução 2. Plano Brasil Maior: ação transformadora e anticíclica num importante momento de transição 3. Redução dos Custos dos Fatores de Produção e Oferta de Crédito para Investimentos 3.1 Redução dos Custos do Trabalho: Desoneração da Folha de Pagamento 3.2 Redução dos Custos do Capital: incentivos a MPEs e desoneração dos investimentos 3.3. Crédito em volume e condições de favorecer a expansão da capacidade produtiva 4. Desenvolvimento das cadeias produtivas, indução do desenvolvimento tecnológico e qualificação profissional 4.1 Regimes Especiais Setoriais: apoio desenvolvimento produtivo e tecnológico 4.2 Planos de Estímulo à Inovação, Programas de Qualificação Profissional e Modernização do Marco Legal da Inovação 4.3 Uso do Poder de Compras Público 5. Promoção das exportações e defesa do mercado interno 5.1 Regime Especial de Reintegração de Valores Tributários para as Empresas Exportadoras (Reintegra) 5.2 Agência Brasileira Gestora de Fundos 5.3 Portal Único de Comércio Exterior 5.4 Ex-Tarifário para bens de capital, de informática e de telecomunicações 5.5 Antidumping 6. O Sistema de Gestão do Plano Brasil Maior 7. Considerações Finais 09 11 15 17 19 22 25 27 35 42 45 47 48 49 50 53 55 61 PLANO BRASIL MAIOR - ABDI 2011-2014 7

INTRODUÇÃO Amplamente anunciado em 02 de agosto de 2011, o Plano Brasil Maior (PBM), política de industrial, tecnológica e de comércio exterior do governo federal, reúne um conjunto articulado de medidas de apoio à competitividade do setor produtivo brasileiro. Transcorridos pouco mais de três anos de seu lançamento, este documento apresenta um balanço das principais ações implementadas. Com esse intuito, expõe, de maneira sintética, as principais iniciativas do PBM e os resultados alcançados ao longo período. O conjunto de medidas pode ser organizado em três grandes blocos, que enfatizam os seguintes propósitos: (i) redução dos custos dos fatores de produção e oferta de crédito para investimentos; (ii) desenvolvimento das cadeias produtivas, indução do desenvolvimento tecnológico e qualificação profissional; (iii) promoção das exportações e defesa do mercado interno. Visando tornar este relatório um informe executivo de fácil leitura, optou-se por selecionar algumas das iniciativas adotadas, explicando os seus objetivos e as implicações de sua implementação. Informações detalhadas sobre todas as medidas gestadas ao longo dos últimos anos estão acessíveis nos relatórios sistêmicos e setoriais bimensais disponibilizados no site do Plano Brasil Maior (www.brasilmaior.gov.br). PLANO BRASIL MAIOR - ABDI 2011-2014 9

PLANO BRASIL MAIOR AÇÃO TRANSFORMADORA E ANTICÍCLICA NUM IMPORTANTE MOMENTO DE TRANSIÇÃO O Plano Brasil Maior definiu como foco de atenção o fortalecimento da capacidade competitiva nacional. Estimulando a criação de novas competências e a consolidação de um ambiente propício aos negócios, voltou-se para a promoção de um aumento sustentado da produtividade da indústria brasileira, por meio do apoio à inovação e ao desenvolvimento tecnológico. Considerando o ambiente internacional, desempenhou um importante papel no enfrentamento dos efeitos da crise, exercendo uma função anticíclica essencial para a manutenção de postos de trabalho e para a criação de condições sistêmicas de competitividade associadas ao custo da produção industrial. Adicionalmente, pela sua abrangência setorial, pela escala geográfica de influência e pelo volume de recursos alocados, tem contribuído para um projeto de desenvolvimento nacional que incorpora objetivos de inclusão produtiva, qualificação profissional, sustentabilidade ambiental e fortalecimento regional. Por isso mesmo, o PBM opera de maneira articulada com outras iniciativas governamentais, como a Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (ENCTI), o Programa de Aceleração do Crescimento, o Programa de Investimento em Logística, o Minha Casa Minha Vida, o Brasil Sem Miséria, a Estratégia Nacional de Defesa e os programas setoriais de saúde, educação, meio ambiente e desenvolvimento regional e agrário. Suas ações procuram também se alinhar com as diretrizes de política macroeconômica, com foco na estabilidade da moeda e no equilíbrio das contas públicas. 12 INOVAR PARA COMPETIR. COMPETIR PARA CRESCER.

As iniciativas de curto prazo destinadas a reduzir entraves conjunturais ao desenvolvimento produtivo estão integradas a medidas estruturantes de maior prazo de maturação, capazes de elevar de maneira sustentável os patamares de competitividade da indústria brasileira. Por um lado, as incertezas internacionais e a acirrada competição externa nos mercados domésticos de manufaturados ainda são questões a serem enfrentadas. Por outro, são muitos os desafios associados às externalidades negativas da economia brasileira, especialmente relacionados à infraestrutura de capital físico e humano e aos custos sistêmicos de tributação e regulação cumulativos sobre as cadeias produtivas, além de significativas defasagens tecnológicas em diversos setores industriais. Na vertente do capital humano, os impactos mais imediatos recaem sobre a qualificação da força de trabalho e sobre a capacidade de inovação tecnológica, gerencial e empreendedora. O déficit de capital fixo, por sua vez, reflete-se no estoque de capital disponível, no elevado tempo de uso de máquinas e equipamentos - com idade média de 17 anos - e no reduzido acúmulo de conhecimento tecnológico. Trata-se de desafios estruturais que estão sendo enfrentados pelo governo, mas requerem um longo tempo de maturação. Entretanto, não há dúvidas de que é preciso superá-los para que a indústria brasileira consiga vencer distâncias e aproximarse das melhores práticas produtivas e tecnológicas mundiais. Além de ter contribuído para minorar os impactos negativos da crise financeira internacional, a política industrial do governo federal procurou, assim, exercer um efeito transformador sobre a estrutura produtiva brasileira, com impactos de médio e longo prazo fundamentais para a competitividade do país. O ambiente econômico que marca o período de vigência do PBM bem evidencia essa dupla função. De um lado, o movimento de queda de preços das commodities e o reordenamento dos termos de troca decorrentes das oscilações cambiais incitaram a adoção de medidas de curto prazo destinadas a minorar os efeitos nocivos imediatos sobre a economia brasileira. De outro, as possibilidades que se abrem para a indústria apontam para novas oportunidades de investimentos produtivos, que induzem a inovação tecnológica e, consequentemente, são capazes de ampliar o patamar de produtividade em setores estratégicos. O Plano Brasil Maior, portanto, é um balizador de ações e expectativas em uma importante fase de transição para um padrão de crescimento liderado pelos investimentos. PLANO BRASIL MAIOR - ABDI 2011-2014 13

14 INOVAR PARA COMPETIR. COMPETIR PARA CRESCER.

REDUÇÃO DOS CUSTOS DOS FATORES DE PRODUÇÃO E OFERTA DE CRÉDITO PARA INVESTIMENTOS Um dos eixos fundamentais do PBM foi a redução de custos de produção, buscando a desobstrução de gargalos associados aos fatores trabalho e capital por meio da redução dos encargos previdenciários incidentes sobre a folha de pagamentos devidos pelas empresas, da ampliação das faixas de faturamento do Simples Nacional e do Microempreendedor Individual (MEI), da desoneração de impostos federais sobre bens de investimento e da oferta de crédito em volume e condições capazes de favorecer a expansão de capacidade produtiva. 16 INOVAR PARA COMPETIR. COMPETIR PARA CRESCER.

3.1 Redução dos Custos do Trabalho: Desoneração da Folha de Pagamento Desoneração permanente da folha de pagamento: eliminação da contribuição patronal do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) e compensação parcial de nova alíquota sobre faturamento bruto, com desoneração integral dos bens exportados. Visando reduzir os custos de mão de obra, preservando salários e direitos dos trabalhadores, a Lei n o 12.546/11 instituiu a sistemática de eliminação da contribuição patronal de 20% sobre a folha de pagamentos para 15 setores econômicos intensivos em trabalho, sensíveis ao câmbio e à concorrência internacional. Essa contribuição foi parcialmente compensada pela nova alíquota sobre o faturamento bruto da empresa, excluída a receita bruta de exportações. O número de setores beneficiados foi sucessivamente ampliado pelas Leis n os 12.715/12, 12.794/13 e 12.844/13, alcançando o patamar de 56. A gradual expansão da medida resultou não apenas de estudos e cálculos efetuados pelo governo, mas também do interesse manifesto por diversos segmentos produtivos em aderir à nova sistemática. Por isso mesmo, a MP 651, de 09/07/14, tornou permanente a desoneração desses setores. Em abril de 2014, a Receita Federal do Brasil registrava um total de 76.749 contribuintes que utilizaram a sistemática de desoneração da folha de pagamentos, responsáveis por 13,2 milhões de vínculos empregatícios, que correspondem a cerca de 27% dos vínculos formais de trabalho registrados na economia brasileira. Cálculos do Ministério da Fazenda, por sua vez, indicam o valor da renúncia fiscal associada ao novo modelo, estimando, para o período entre 2011 e 2014, um total de R$ 42 bilhões. ANO RENÚNCIA FISCAL ESTIMADA 2011 R$ 154 milhões 2012 R$ 3,8 bilhões 2013 R$ 16,5 bilhões 2014 R$ 21,6 bilhões 2015 R$ 23,8 bilhões 2016 R$ 27,4 bilhões 2017 R$ 31,7 bilhões Fonte: Ministério da Fazenda PLANO BRASIL MAIOR - ABDI 2011-2014 17

A política de desoneração da folha de pagamentos não apenas concorre para a redução do custo do trabalho, exercendo impactos positivos sobre a contenção do preço de bens e serviços para o consumidor, mas também para estimular o aumento da competitividade externa dos produtos brasileiro, uma vez que, na nova sistemática instituída, a contribuição previdenciária deixa de incidir sobre as exportações. Além disso, exerce efeitos benéficos sobre a geração de empregos e a formalização de mão de obra. Essas implicações apresentam ainda maior relevância quando associadas às prioridades sociais do governo federal e da sociedade brasileira, que incluem a melhoria das condições de trabalho e vida da população. Nesse sentido, destaca-se que a Lei n o 12.546/11 prevê compensação do Fundo do Regime Geral da Previdência Social em valor correspondente à estimativa de renúncia previdenciária decorrente da desoneração, preservando a apuração do resultado financeiro do Regime Geral de Previdência Social. Desoneração da Folha de Pagamento - Atos Legais Data Ato Legal Vigência Impacto na Arrecadação Setores 02/08/2011 MP 540 Dez/12 Jan/2012 TI e TIC, indústrias moveleiras, de confecções e de artefatos de couro 14/12/2012 Lei 12.456 (Conversão da MP 540) Abr/12 Mai/12 TI e TIC, indústrias moveleiras, de confecções e de artefatos de couro (ampliação das NCMs) 03/04/2012 MP 563 Ago/12 Set/12 Redução das alíquotas, ampliação dos setores industriais (NCMs), setor hoteleiro 17/09/2012 Lei 12.715 (Conversão da MP 563) Jan/13 Fev/13 Transporte rodoviário, transporte aéreo e marítimo Manutenção de aeronaves, ampliação de setores industriais 20/09/2012 MP 582 (Lei 12.794) Jan/13 Fev/13 Ampliação dos setores industriais (NCMs) 28/12/2012 MP 601 (Lei 12.844) Abr/13 Mai/13 04/04/2013 MP 612 (Lei 12.844) Jan/14 Fev/14 Comércio varejista, Manutenção e reparo de embarcações, ampliação dos setores industriais (NCMs) e setor tecnologia Transporte ferroviário ou metroviário de passageiros, transporte rodoviário e ferroviário de carga, carga e descarga em portos, construção de obras de infraestrutura, empresa de jornalismo, ampliação dos setores industriais (NCMs) Fonte: Receita Federal do Brasil 18 INOVAR PARA COMPETIR. COMPETIR PARA CRESCER.

3.2 Redução dos Custos do Capital: incentivos a MPEs e desoneração dos investimentos Ampliação do Simples Nacional e do Microempreendedor Individual (MEI): ampliação do limite de todas as faixas de faturamento. A Lei Complementar nº 123/06, conhecida como Lei Geral da Micro e Pequena Empresa (MPE), inaugurou um novo modelo de incentivo às microempresas e empresas de pequeno porte, que representavam em 2011, de acordo com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), cerca de 27% do Produto Interno Bruto (PIB) e 52% dos empregos com carteira assinada no Brasil. Entre os principais mecanismos de favorecimento instituídos, destaca-se o regime especial de tributos e contribuições denominado Simples Nacional ou Supersimples. Em vigor desde julho de 2007, esse regime determina a unificação do recolhimento de seis tributos federais, um estadual e um municipal, permitindo significativa economia de tempo e despesas para as micro e pequenas empresas. Em novembro de 2011, no âmbito do Plano Brasil Maior, foi promulgada a Lei Complementar nº 139. Com o intuito de estender o Supersimples para um número maior de empresas, essa Lei aumentou em 50% o teto da receita bruta inicialmente estabelecido como limite para usufruto do benefício, fazendo-o passar de R$ 2,4 milhões para R$ 3,6 milhões a partir de janeiro do ano subsequente. A mesma Lei Complementar ampliou o limite anual de faturamento do Microempreendedor Individual, figura jurídica criada pela Lei Complementar nº 128, de 19 de dezembro de 2008. Originalmente definido como o empresário individual optante pelo Simples Nacional com receita bruta anual de até R$ 36 mil, o MEI passou a incluir indivíduos com faturamento de até R$ 60 mil a partir de janeiro de 2012. Estimulando a formalização de trabalhadores que atuam por conta própria e que possuem até um empregado contratado pelo salário mínimo ou pelo piso de sua categoria profissional, a Lei Complementar nº 128 inclui, entre as suas vantagens, isenção de taxas para registro da empresa, simplificação de tributos, facilidades creditícias e redução da burocracia. Desse modo, exerce impactos positivos sobre a ampliação da cobertura previdenciária e de outras vantagens associadas à formalização. A extensão desses benefícios para um maior número de empreendedores, portanto, é uma iniciativa fundamental não apenas para o surgimento de novos negócios, mas também para expandir o acesso a mecanismos de proteção social. Além da ampliação das faixas de faturamento do Simples Nacional e do MEI, a Lei Complementar nº 139 permitiu que as receitas de produtos exportados fossem excluídas para fins de enquadramento. Esse procedimento, em linha com prioridades estabelecidas no Plano Brasil Maior, representa um estímulo às exportações de micro e pequenos negócios. PLANO BRASIL MAIOR - ABDI 2011-2014 19

Ampliação e Melhorias no Simples Nacional Reajuste de 50% em todas as faixas de faturamento:»» De R$ 120 para R$ 180 mil»» De R$ 1,2 para 1,8 milhão»» De R$ 2,4 para 3,6 milhões Limite adicional de R$ 3,6 milhões das exportações para fins de enquadramento Parcelamento do débito em até 60 meses Redução de 36 para 12 meses do prazo da baixa simplificada»» Dispensa da Declaração Anual do Simples Nacional Ampliação e Melhorias no Programa Microempreendedor Individual - Limite: de R$ 36 mil para R$ 60 mil - Alteração e baixa pela internet»» Declaração Única de Informações Sociais: todos os tributos e encargos trabalhistas recolhidos em guia única As adesões registradas nos últimos três anos alcançaram 4 milhões de novos optantes do Simples Nacional e 3,1 milhões de novos microempreendedores individuais. Com esse incremento, o número de optantes do Supersimples e do MEI atingiu, respectivamente, 9,139 milhões e 4,343 milhões em agosto de 2014. Em 07 de agosto de 2014, foi sancionada a Lei Complementar nº 147/2014, que atualiza a Lei Geral da MPE, universalizando o Simples Nacional. A possibilidade de adesão de empresas de prestação de serviços beneficiará, a partir de 01 de janeiro de 2015, cerca de 450 mil empresas com faturamento anual de até R$ 3,6 milhões, que poderão usufruir da redução da carga tributária e do pagamento simplificado de impostos em um único boleto, além de submeterem-se a procedimentos especiais e simplificados para abertura, registro, alteração e baixa. 10.000.000 9.000.000 8.000.000 7.000.000 6.000.000 5.000.000 4.000.000 3.000.000 2.000.000 1.000.000 - ADESÕES AO SIMPLES NACIONAL 9.138.596 5.181.330 4.342.585 1.266.078 Optante do Simples Nacional Total Geral de MEI 01/08/2011 30/08/2014 20 INOVAR PARA COMPETIR. COMPETIR PARA CRESCER.

Desoneração dos Investimentos: redução sistêmica de tributos incidentes sobre investimentos produtivos Considerando a importância de investir e gerar empregos, o Plano Brasil Maior abraçou o desafio de redução de tributos incidentes sobre investimentos produtivos. Nessa direção, tornou operacionais diversas medidas tributárias, entre as quais se destacam as seguintes: Apropriação imediata dos créditos de PIS-Pasep/Cofins (Programa de Integração Social - Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público/ Contribuição para Financiamento da Seguridade Social) incidentes sobre a aquisição de bens de capital: antes de agosto de 2011, correspondia a 12 meses o intervalo de tempo requerido para que as pessoas jurídicas, nas hipóteses de aquisição no mercado interno ou de importação de máquinas e equipamentos destinados à produção de bens e prestação de serviços, acessassem o desconto dos créditos da contribuição para o PIS/Pasep e Cofins de que tratam as leis nº 10.637/2002, 10.833/2003 e 10.865/2004. A Lei nº 12.546, de 14/12/2011 (conversão da Medida Provisória nº 540, de 2 de agosto de 2011), reduziu gradualmente o prazo de devolução desses créditos, que passaram a ser apropriados de imediato no caso de aquisições ocorridas a partir de julho de 2012. Redução de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre bens de capital, materiais de construção, caminhões e veículos comerciais leves: a Lei nº 12.546/2011 também dispôs sobre a redução das alíquotas de IPI, mediante a publicação de atos do Poder Executivo com o objetivo de estimular a competitividade, a agregação de valor, o investimento, a inovação tecnológica e a produção local. Diversos decretos do Ministério da Fazenda regulamentaram essa redução de impostos, que muito contribuiu para a redução do custo do investimento. Recentemente, o governo federal tornou permanentes essas desonerações. Depreciação acelerada: para efeito de apuração do imposto sobre a renda, as pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real tiveram direito à depreciação acelerada no caso de bens novos, relacionados em regulamento, adquiridos ou objeto de contrato de encomenda entre 16 de setembro e 31 de dezembro de 2012, e destinados ao ativo imobilizado do adquirente. Calculado pela aplicação adicional da taxa de depreciação usualmente admitida, sem prejuízo da depreciação contábil das máquinas, equipamentos, aparelhos e instrumentos, esse benefício foi apurado a partir de 01/01/2013. Embora se trate de uma medida temporária, a depreciação acelerada também contribuiu significativamente para a redução dos custos de produção. A desoneração generalizada dos tributos federais sobre os bens de investimento permitiu, desde julho de 2012, limitar os custos da tributação de máquinas e equipamentos aos decorrentes do prazo de 48 meses referente à devolução do crédito estadual de ICMS (Imposto PLANO BRASIL MAIOR - ABDI 2011-2014 21

sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), no caso das empresas não beneficiárias do Simples Nacional. Dessa maneira, foi possível reduzir o custo do investimento em capital fixo, estimulando novos negócios fundamentais para o desenvolvimento do país. Considerandose os bens de capital produzidos no país, os tributos representavam, em 2003, cerca de 32% do custo médio do investimento de uma empresa na compra de máquinas e equipamentos: 13% de IPI, 5,5% de PIS/Cofins, 1% de CPMF e 12% de ICMS. Com o fim da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação ou Transmissão de Valores e de Créditos e Direitos de Natureza Financeira), a isenção integral do IPI e o ressarcimento automático de crédito do PIS/Cofins, a tributação caiu para 4,3% do custo do investimento, referente à média atual do custo de carregamento de uma alíquota de ICMS estadual de 12% sobre bens de capital. 3.3. Crédito em volume e condições de favorecer a expansão da capacidade produtiva Crédito farto e barato: Novo Programa de Sustentação do Investimento (PSI) e Programas Setoriais do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) O expressivo montante de recursos e as condições excepcionalmente favoráveis apontam para o importante papel do BNDES no financiamento dos investimentos associados às prioridades de política pública e no fomento setorial como estratégia para alavancar o crescimento. O baixo custo relativo dos empréstimos, por sua vez, reafirma os esforços de redução dos custos do capital nos setores prioritários do PBM. Entre janeiro de 2011 e julho de 2014, o BNDES desembolsou pouco mais de R$ 465 bilhões para os setores de agropecuária, indústria, comércio e serviços, que correspondem a cerca de 80% dos desembolsos totais do banco. Desembolsos do BNDES para os Sistemas Produtivos do PBM (R$ milhões) 2011 2012 2013 2014 (jan-jul) Total TOTAL BNDES 138.873 156.049 190.419 97.266 582.608 Subtotal Blocos de Sistemas Produtivos PBM 119.215 121.605 150.192 74.895 465.907 1 - Sistemas de Mecânica, Eletroeletrônica e Saúde* 2 - Sistemas Intensivos em Escala 3 - Sistemas Intensivos em Trabalho 4 - Sistemas do Agronegócio 5 - Comércio, Logística e Serviços Produtivos 77.132 75.872 103.333 53.933 310.269 25.180 27.312 32.276 14.947 99.715 13.583 15.571 16.576 7.189 52.919 16.401 17.256 26.114 12.262 72.033 37.559 32.165 41.343 20.757 131.824 * Inclui desembolso para aquisição de bens de capital em outros setores. Fonte: BNDES Nota: Para bens de capital (Finame), há dupla contagem nos desembolsos do BNDES, pois estes aparecem nos Sistemas da Mecânica, Eletroeletrônica e Saúde e no programa que realiza o investimento. 22 INOVAR PARA COMPETIR. COMPETIR PARA CRESCER.

O BNDES PSI, lançado em julho de 2009 como parte das medidas do governo federal para mitigar os efeitos da crise financeira internacional sobre a economia brasileira, foi um dos mais importantes focos de atenção do conjunto de financiamentos concedidos. No bojo do PBM, ampliou a sua abrangência e o seu orçamento, acumulando desembolsos no valor de R$ 207,6 bilhões entre janeiro de 2011 e julho de 2014. Desse modo, permitiu que as empresas brasileiras mantivessem seus planos de investimento, preservando e criando empregos. O BNDES também buscou aprofundar a sua ação setorial, avançando no lançamento de um importante conjunto de iniciativas com esse propósito. Dentre as iniciativas apoiadas, destacam-se os chamados programas setoriais de financiamento, que buscam responder às especificidades de setores intensivos em conhecimento, flexibilizando garantias e outras condições de acesso. Após amplo processo de revisão, esses programas tiveram os seus quadros lógicos para monitoramento e avaliação reespecificados, com vistas a reforçar os fatores de sucesso identificados pelos diagnósticos. Com base nessas informações, diversos programas foram simplificados, tiveram seus orçamentos ampliados e suas regras de acesso facilitadas, visando potencializar os benefícios auferidos pelo setor produtivo brasileiro. Programas Setoriais do BNDES Orçamento e Vigência Programa Setor Orçamento Vigência BNDES Profarma Complexo da Saúde R$ 5 bilhões junho-17 BNDES Prosoft Tecnologias da Informação e Comunicação - TICs R$ 5 bilhões junho-17 BNDES P&G Petróleo e Gás (P&G) R$ 4 bilhões dezembro-15 BNDES Proplástico Química R$ 1,3 bilhão junho-17 BNDES Proengenharia BNDES Prodesign Automotivo, P&G, BK (Bens de Capital), Químico, Defesa Têxtil, Calçados, Móveis, HPPC (Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos) Fonte: BNDES R$ 5 bilhões março-18 R$ 0,5 bilhão dezembro-15 Essas iniciativas somam-se à ampliação dos esforços voltados para: (i) a redução do custo de financiamento, por intermédio de programas como o próprio PSI, o Revitaliza e o Progeren; (ii) o fomento ao aumento da produtividade, por meio do PSI projetos transformadores e do programa de qualificação profissional; e (iii) o apoio à sustentabilidade ambiental, por meio de redução de emissões de gases do efeito estufa com o Programa Fundo Clima. PLANO BRASIL MAIOR - ABDI 2011-2014 23

24 INOVAR PARA COMPETIR. COMPETIR PARA CRESCER.

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DESENVOLVIMENTO DAS CADEIAS PRODUTIVAS, INDUÇÃO DO DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO E QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL Um importante vetor para o aumento da produtividade da indústria brasileira é o fomento da escala e especialização das cadeias produtivas, que envolve uma política setorial de adensamento da produção, inovação tecnológica e qualificação profissional. Para tanto, foram instituídos, aprimorados e fortalecidos regimes tributários especiais de incentivo ao adensamento da produção local de etapas críticas das cadeias produtivas mais longas e complexas, com desonerações tributárias associadas a contrapartidas de investimento, agregação de valor, geração de emprego, inovação e capacitação de trabalhadores. Paralelamente, foram estruturadas outras políticas setoriais que procuram incentivar a capacidade do parque produtivo brasileiro, fortalecendo a produção de insumos intermediários, peças, componentes e serviços especializados. Também com o foco voltado para a inovação e a qualificação profissional, foram disponibilizados programas robustos e atraentes, que têm o mérito adicional de conceber modelos institucionais originais e eficientes. Esses esforços foram complementados pelos avanços na modernização do marco legal da inovação, que inclui ações voltadas para a atuação ágil e competente de instituições como o Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia) e o Inpi (Instituto Nacional da Propriedade Industrial). Ainda nesse bloco, inclui-se a instituição do mecanismo de compras públicas com margens de preferência, que, beneficiando-se do potencial do mercado interno e do poder de compras governamental, estimula o fortalecimento da produção local, procurando fomentar o desenvolvimento tecnológico. 26 INOVAR PARA COMPETIR. COMPETIR PARA CRESCER.

4.1 Regimes Especiais Setoriais: apoio ao desenvolvimento produtivo e tecnológico Inovar-Auto: instituído pela Lei nº 12.715, de 17 de setembro de 2012, e regulamentado pelo Decreto nº 7.819, de 3 de outubro de 2012, tem vigência até 31/12/2017 Visando o desenvolvimento do setor automotivo brasileiro, o governo federal lançou o Programa de Incentivo à Inovação Tecnológica e Adensamento da Cadeia Produtiva de Veículos Automotores Inovar Auto. Com o objetivo de apoiar o desenvolvimento tecnológico, a inovação, a segurança, a proteção ao meio ambiente, a eficiência energética e a qualidade dos automóveis, caminhões, ônibus e autopeças, seu principal compromisso é o alcance de níveis mínimos de eficiência energética de todos os veículos comercializados no país. A habilitação ao Inovar-Auto está condicionada à realização, pela empresa, de pelo menos três dos seguintes requisitos no Brasil: atividades fabris e de infraestrutura de engenharia, diretamente ou por terceiros; investimentos em pesquisa, desenvolvimento e inovação, diretamente ou por terceiros; dispêndio em engenharia, tecnologia industrial básica e de capacitação de fornecedores, diretamente ou por terceiros; e adesão da empresa a programa de etiquetagem veicular de âmbito nacional do Inmetro. Podem habilitar-se ao programa empresas produtoras, empresas que apenas comercializam ou aquelas que têm projetos de investimentos para novas plantas produtivas no país. No que tange às metas para dispêndios em P&D (Pesquisa e Desenvolvimento) e dispêndios em engenharia, Tecnologia Industrial Básica (TIB) e capacitação de fornecedores, o Programa já define percentuais mínimos a serem investidos pelas empresas habilitadas nas rubricas (eletivos). Percentuais mínimos de dispêndios em P&D e Engenharia, TIB e Capacitação de Fornecedores sobre a Receita Operacional Bruta (ROB) para habilitação: 2013-2017 Ano-Calendário P&D Engenharia, TIB e Capacitação de Fornecedores 2013 0,15% 0,50% 2014 0,30% 0,75% 2015 0,50% 1,00% 2016 0,50% 1,00% 2017 0,50% 1,00% Fonte: Decreto nº 7.819/2012 PLANO BRASIL MAIOR - ABDI 2011-2014 27

O Decreto n o 7.819/2012, também define as metas para eficiência energética, discriminando meta para habilitação, meta para redução de 2 pontos percentuais (pp) de IPI e meta para redução de 1 pp de IPI. Metas de eficiência energética: 2013-2017 METAS Autonomia km/l Gasolina (E22) Etanol (E100) Consumo energético MJ/KM Incremento de eficiência energética(%) Linha de base 2011 14,00 9,71 2,07 Meta para habilitação 15,93 11,04 1,82 12,08% Meta para redução de 1 pp no IPI 2017 Meta para redução de 2 pp no IPI 2017 16,57 11,48 1,75 15,46% 17,26 11,96 1,68 18,84% Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) O programa Inovar-Auto foi criado com a expectativa de aumentar a eficiência energética dos veículos produzidos no Brasil, atrair investimentos em novas unidades fabris e modernizar das unidades já existentes, promover o adensamento da cadeia produtiva e estimular novos investimentos em P&D, engenharia e ferramentaria. Além disso, almeja ampliar a capacitação de fornecedores brasileiros e aumentar as exportações de veículos, com repercussões positivas na redução dos déficits da balança comercial. Até o final de agosto de 2014, 52 empresas (21 fabricantes, 15 importadores e 16 novos investidores) já haviam sido habilitadas. Os novos investimentos confirmados até esse momento alcançavam 9,4 bilhões, repercutindo em uma ampliação da capacidade instalada de produção de automóveis da ordem de 629,7 mil unidades, com previsão de geração de 15,5 mil novos empregos diretos. 28 INOVAR PARA COMPETIR. COMPETIR PARA CRESCER.

EMPRESAS INVESTIMENTO PREVISTO (R$ MILHÕES) CAPACIDADE DE PRODUÇÃO (UNID) INÍCIO DA PRODUÇÃO EMPREGOS DIRETOS BMW DO BRASIL LTDA. 625,0 32.000 1º TRIM 2014 1300 CAMINHÕES METRO-SHACMAN DO BRASIL, COM. E IND. DE VEIC. AUTOMOTORES LTDA. 328,7 10.000 4º TRIM 2014 300 CAOA MONTADORA DE VEIC. PROJETO (IX35) 300,0 24.000 3º TRIM 2014 550 CHERY BRASIL IMP.FAB.E DIST.VEIC. 351,0 100.000 1º TRIM 2014 1700 DAF CAMINHÕES BRASIL INDÚSTRIA LTDA. 351,2 10.000 4º TRIM 2013 500 JAC MOTORS DO BRASIL AUTOMÓVEIS 900,0 80.000 1º TRIM 2015 3000 MMC AUTOMOTORES DO BRASIL LTDA (ASX) 283,0 27.000 2º TRIM 2013 324 MMC AUTOMOTORES DO BRASIL LTDA (LANCER) 193,0 21.715 1º TRIM 2014 300 NISSAN DO BRASIL AUTOMOVEIS LTDA (INCISO III) 2.500,0 160.000 1º TRIM 2014 2700 VOLKSWAGEN DO BRASIL IND. DE VEÍCULOS AUTOMOTORES (PROJETO GOLF) 504,7 40.000 3º TRIM 2015 400 AUDI DO BRASIL DIST. DE VEÍCULOS LTDA (A3 E Q3) 670,0 26.000 4º TRIM 2015 400 MERCEDES-BENZ DO BRASIL LTDA (CLASE C E GLA) 708,6 20.000 1º TRIM 2016 1000 FOTON MOTORS DO BRASIL LTDA - FÁBRICA BAHIA 301,1 16.000 2º TRIM 2015 500 FOTON AUMARK DO BRASIL - FÁBRICA RIO GRANDE DO SUL 238,5 34.000 2º TRIM 2015 307 JAGUAR E LAND ROVER BRASIL IMPORTAÇÃO E COMÉRCIO DE VEÍCULOS LTDA. 903,8 24.000 3º TRIM 2016 1360 SBTC INDÚSTRIA DE VEÍCULOS S/A 199,4 5.000 1º TRIM 2016 850 TOTAL 9.358,0 629.715-15.491 Fonte: MDIC PLANO BRASIL MAIOR - ABDI 2011-2014 29

Em 04 de setembro de 2013, a portaria MDIC nº 280 instituiu o Sistema de Acompanhamento do Inovar-Auto, com o propósito de monitorar o cumprimento das obrigações e requisitos do Programa, aferir direitos a incentivos e benefícios fiscais e identificar o comportamento das empresas que atuam no setor automotivo. Desde a sua entrada em operação assistida, em janeiro de 2014, o sistema registra mais de 15.000 pré-cadastros realizados. Em maio deste mesmo ano, cerca de 400 empresas já operavam o sistema, tendo sido realizados mais de 800 atendimentos, enquanto se continuava a desenvolver, paralelamente, os demais componentes definidos. No final do mês junho, o sistema já contava com o banco de dados, o modelo relacional inicial e a primeira plataforma de arquitetura física e lógica, contemplando os seguintes módulos: Módulo de apuração de crédito presumido e rastreabilidade, que viabilizará a identificação do valor dos dispêndios que serão multiplicados pelo fator definido no Decreto nº 7.819/12 para fins de geração de crédito presumido de IPI de até 30 pontos percentuais Portal de Gestão: espaço para inserção de todos os dados do sistema, que abrange o conjunto de consultas relacionadas à apuração de crédito presumido. O Decreto nº 8.294, de 12 de agosto de 2014, regulamenta o processo de rastreamento de autopeças consumidas pelas montadoras, determinando aos fornecedores de insumos estratégicos e de ferramentaria para as empresas habilitadas pelo Inovar-Auto e seus fornecedores diretos a obrigatoriedade de informar aos adquirentes, nas operações de venda, os valores e as demais características dos produtos fornecidos, nos termos, limites e condições a serem definidos pelo MDIC. Avança-se, dessa maneira, mais um passo na direção de uma política setorial eficiente, que estabelece contrapartidas claras e formas adequadas de aferição de compromissos. Programa de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Indústria de Semicondutores (Padis): prevê para a indústria de semicondutores e displays, até 22 de janeiro de 2022, redução a 0% da alíquota de tributos federais (PIS/PASEP-COFINS; PIS/ PASEP importação; COFINS importação; IPI; Imposto de Importação (II) para máquinas, aparelhos, instrumentos, equipamentos, software e insumos; CIDE; IRPJ (Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico); IRPJ (Imposto de Renda de Pessoa Jurídica)) nas aquisições de componentes e máquinas no mercado interno e nas importações de componentes para ativo fixo da indústria Originalmente instituído pela Lei nº 11.484/2007 e regulamentado pelo Decreto nº 6.233/2007, o Padis foi estendido no âmbito do Plano Brasil Maior por meio da Lei nº 12.715, de 17 de setembro de 2012, passando a incluir fornecedores de insumos estratégicos para a produção de semicondutores e displays (telas de LCD, LED, etc.). Até agosto de 2014, nove empresas tiveram projetos aprovados e habilitações concedidas para operação, sendo três de design house, duas de lâminas ou foundries (processamento físico-químico) e quatro de back end (encapsulamento e teste de semicondutores). 30 INOVAR PARA COMPETIR. COMPETIR PARA CRESCER.

Em 23 maio de 2014, foi publicado o Decreto 8.247, que regulamenta critérios para efeitos de habilitação no Padis. Atualmente, encontra-se em análise proposta de revisão que objetiva acomodar novos modelos de negócios e novas modalidades de operação das indústrias de semicondutores e displays, aprimorando o Programa e potencializando seus resultados. Desde a sua criação, o Padis tem sido utilizado como um dos mecanismos de atração internacional de investimentos em microeletrônica no Brasil. O Relatório GTI-PADIS dos incentivos do Programa Padis triênio 2010/2012, disponível em http://www.mct.gov.br/ upd_blob/0231/231933.pdf, evidencia os primeiros resultados do Programa, reiterando as expectativas de que novos investimentos nas atividades de P&D e de fabricação de semicondutores e displays ocorram nos próximos anos. Regime Especial de Tributação do Programa Nacional de Banda Larga (REPNBL): instituído pela Lei nº 12.715, de 17 de setembro de 2012, e regulamentado pelo decreto nº 7.921, de 15 de fevereiro de 2013, o REPNBL, com vigência até 31/12/2016, prevê que as companhias que tiverem projetos para construção de redes aprovados pelo Ministério das Comunicações (MC) e forem habilitadas pela Receita Federal do Brasil (RFB) sejam beneficiadas pela desoneração de impostos federais sobre máquinas, equipamentos, material de construção e mão de obra utilizados na implementação dos projetos. Com os objetivos de modernizar as redes de telecomunicações do país, diminuir as desigualdades de acesso em diferentes regiões e massificar o serviço a partir da execução integral dos investimentos associados aos projetos apresentados, o REPNBL prevê suspensão de PIS-Pasep/COFINS e IPI para máquinas, aparelhos, instrumentos e equipamentos novos e materiais de construção para investimentos em expansão da rede de telecomunicações para banda larga e de PIS-Pasep/COFINS para serviços de obras civis, tendo como exigência Processo Produtivo Básico (PPB) e desenvolvimento nacional de tecnologia. De maio de 2013 e junho de 2014, quando se encerrou o prazo para a apresentação de projetos ao Ministério das Comunicações, foram registrados 1.801 projetos, envolvendo investimentos da ordem de R$ 26,1 bilhões. Dos 229 projetos aprovados até 25/08/14, 47 já possuem Ato Declaratório de Habilitação emitido pela RFB e estão em execução. PLANO BRASIL MAIOR - ABDI 2011-2014 31

Regime Especial de Incentivo a Computadores para Uso Educacional (Reicomp) e Programa Um Computador por Aluno (Prouca): instituídos pela Lei nº 12.715, de 17 de setembro de 2012, essas iniciativas têm o seu período de vigência estabelecido até 31 de dezembro de 2015. Preveem suspensão do IPI e PIS-PASEP/ COFINS, II e CIDE para inclusão digital nas escolas públicas ou entidades sem fins lucrativos de atendimento a pessoas com deficiência, estabelecendo a exigência de atendimento de PPB e de produção no país de peças e componentes. O Reicomp provê habilitação de pessoa jurídica fabricante de equipamentos para o Prouca, que suspende a cobrança de IPI, PIS/Pasep-Cofins, II e CIDE dos fabricantes de computadores portáteis, tanto na aquisição de matérias-primas e produtos intermediários quanto na comercialização. Com isso, estimula a aquisição e utilização de soluções de informática como instrumento de aprendizagem, promovendo a inclusão digital nas escolas públicas e nas entidades sem fins lucrativos de atendimento a pessoas com deficiência. O Prouca beneficiou-se da experiência do Projeto Um Computador por Aluno (UCA), desenvolvido em caráter piloto em escolas públicas estaduais e municipais a partir de 2010. Nesse projeto de inclusão digital pedagógica baseado em um notebook ou laptop de baixo custo apto ao enlace de conectividade sem fio, com custo de R$ 82,350 milhões, foram atendidas, até agosto de 2014, 380 escolas, 7.933 professores e 131.180 alunos em 269 municípios distribuídos por todas as 27 unidades da Federação. No âmbito do Prouca, contabilizam-se adesões com recursos próprios de 182 municípios, perfazendo um total de R$ 70,2 bilhões e 196.557 equipamentos. Regime Especial Tributário para a Indústria de Defesa (RETID): criado pela Lei nº 12.598/2012, institui regras especiais para a compra e a contratação de produtos e sistemas de defesa, aprimorando o marco legal e contribuindo para a reorganização da base industrial de defesa brasileira. O Retid foi criado pela Lei nº 12.598, de 21 de março de 2012, que institui regras especiais para a compra e a contratação de produtos e sistemas de defesa no país. Entre seus benefícios está a suspensão do IPI e PIS/Cofins nas vendas internas para as empresas contempladas. Em 28 de março de 2013, o governo federal editou o Decreto nº 7.970, que regulamentou alguns dispositivos da Lei e criou a Comissão Mista da Indústria de Defesa (CMID), com a finalidade de assessorar o Ministro de Estado da Defesa em processos decisórios e na proposição de atos relacionados à indústria nacional de defesa. No âmbito da CMID, foram aprovados, em 2013: o processo de classificação de Produtos de Defesa (Prode); o processo de credenciamento de Empresas de Defesa (ED); o processo de classificação de Prode como Produtos Estratégicos de Defesa (PED); e o processo para 32 INOVAR PARA COMPETIR. COMPETIR PARA CRESCER.

cadastramento de Empresas Estratégicas de Defesa (EED). A regulamentação do Retid ocorreu com a publicação do Decreto nº 8.122, de 16 de outubro de 2013. De acordo com essa regulamentação, os benefícios fiscais previstos poderão ser usufruídos por até cinco anos, a contar da data da publicação da Lei n 12.598/2012. Para que possam usufruir dos benefícios, as empresas fornecedoras de insumos e prestadoras de serviços às empresas credenciadas no Retid (denominadas EED) terão que comprovar percentual mínimo de receita de 70% de venda de bens e serviços no ano-calendário anterior para EEDs fabricantes de bens de defesa nacional, para o exterior e/ou para o Ministério da Defesa (MD). Empresas que se encontrem em fase inicial de atividades ou que não se enquadrem como preponderante exportadoras poderão assumir o compromisso de atingir esse percentual até o término do ano-calendário seguinte ao da habilitação. Em 27 de novembro de 2013, por meio da Portaria MD nº 3.228, foi publicada a primeira relação de EEDs credenciadas, além de terem sido homologados os primeiros PEDs. Em agosto de 2014, havia 53 EEDs credenciadas pelo MD e, portanto, aptas a solicitarem sua habilitação ao RETID. Regime Aduaneiro Especial de Exportação e Importação de Bens Destinados à Exploração e à Produção de Petróleo e Gás Natural (Repetro): as políticas voltadas para o setor de Petróleo, Gás & Naval ganham ainda maior relevância com a descoberta de gigantescas reservas de petróleo na camada pré-sal, que deverão ser o motor de crescimento nos próximos 20 anos, exercendo impactos positivos em toda a cadeia de valor de petróleo. Vigente desde 1999, o Repetro é um importante mecanismo de incentivo ao desenvolvimento da cadeia produtiva de Petróleo, Gás & Naval. Em linhas gerais, permite a importação de bens destinados à exploração e produção de petróleo por meio da combinação de três institutos no regime aduaneiro: admissão temporária; exportação com saída ficta; e importação sob o benefício de drawback. Dessa maneira, viabiliza a desoneração completa de tributos da construção naval e offshore no Brasil, constituindo-se em importante fonte de estímulo à competitividade. Em 2008, por meio da Lei nº 11.774, foi criado o Fundo Garantidor da Construção Naval (FGCN), outro importante instrumento de garantia das operações de crédito para a construção naval e offshore. O setor conta também com uma política de conteúdo local exitosa, que combina instrumentos fiscais, crédito, tecnologia, formação de recursos humanos e desenvolvimento de fornecedores. As exigências de conteúdo local funcionam como critério de avaliação nos leilões da Agência Nacional do Petróleo (ANP) desde 1999, ao lado de rígidos critérios técnicos e financeiros. A partir de 2005, essas exigências foram aperfeiçoadas, com a discriminação de sistemas e subsistemas de serviços e equipamentos, requisitos mínimos/máximos de PLANO BRASIL MAIOR - ABDI 2011-2014 33

conteúdo específicos e exigência de certificação por terceira parte credenciada pela ANP, entre outros. Completando o ambiente institucional para o conteúdo tecnológico, a cláusula de investimento obrigatório em P&D de 1% da receita bruta dos campos em produção pelas concessionárias de petróleo constitui um grande avanço. A criação do Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural (Prominp), em 2003, desempenhou um importante papel na identificação da demanda e realização de cursos de formação voltados para atender aos investimentos em novos estaleiros, no levantamento das necessidades de fornecimento nacional e nas operações de produção de petróleo. Por meio do Prominp, foram realizados investimentos de US$ 35 milhões na modernização e expansão em mais de 90% da capacidade de formação de oficiais da marinha mercante. Além disso, o diagnóstico de competitividade da indústria nacional realizado pelo programa viabilizou um conjunto de ações de desenvolvimento de capacidade industrial e tecnológica e, ao mesmo tempo, a divulgação de oportunidades para a atração de investimento estrangeiro em segmentos sem produção nacional. Em conjunto com o Sebrae, o Prominp executa, desde 2005, programa para a inserção de micro e pequenas empresas na cadeia de petróleo em 16 estados, com mais de 13.000 empresas participantes, US$ 64 milhões de investimento, 122 rodadas de negócios e expectativa de US$ 3 bilhões em negócios para essas empresas. Adicionalmente, desde 2006, quando foi criado o Programa Nacional de Qualificação Profissional do Prominp, já foram treinadas mais de 100 mil profissionais em 17 estados do país. Formalizada em fevereiro de 2013, a parceria entre o Prominp e o PBM viabilizou a execução do Plano de Desenvolvimento de Arranjos Produtivos Locais para o Setor de Petróleo, Gás e Naval, focado em cinco territórios precursores: Maragogipe-São Roque (BA), Rio Grande-São José do Norte (RS), Ipatinga-Vale do Aço (MG), Ipojuca-Suape Global (PE) e Itaboraí-Conleste (RJ). 34 INOVAR PARA COMPETIR. COMPETIR PARA CRESCER.

4.2 Planos de Estímulo à Inovação, Programas de Qualificação Profissional e Modernização do Marco Legal da Inovação Planos de Estímulo à Inovação: a política de indução tecnológica do governo federal inclui a adoção de novo padrão de financiamento e novo arranjo institucional voltado para o desenvolvimento de tecnologias pré-competitivas, além de ajustes relevantes no marco legal da inovação no país. Lançado em 14 de março de 2013, o Plano de Apoio à Inovação Empresarial (Inova Empresa) representa uma mudança no paradigma de políticas públicas de incentivo à inovação tecnológica no Brasil. Destinando R$ 32,9 bilhões para apoio à inovação no setor privado ao longo do biênio 2013/2014, inaugura um novo modelo de fomento ao desenvolvimento tecnológico no país, que apresenta, simultaneamente, cinco atributos fundamentais para o desenvolvimento de novas tecnologias: (i) foco nos setores e empresas aceleradoras e em tecnologias críticas; (ii) sinergia com programas de inovação baseados em projetos integrados envolvendo empresas e instituições de pesquisa; (iii) acessibilidade por meio da porta única de entrada, integrando em um só edital vários instrumentos (crédito, subvenção, nãoreembolsável e participação de capital), (iv) capilaridade, com descentralização institucional do agente financeiro para micro e pequenas empresas; (v) escala, uma vez que representa mais de 0,7% do PIB, condição crítica para seus efeitos tecnológicos.. Os R$ 28,5 bilhões reservados para o biênio 2013/2014 foram majoritariamente alocados nas sete áreas definidas como estratégicas (Energias, Cadeia do Petróleo e Gás, Complexo da Saúde, Complexo da Defesa e Aeroespacial, Tecnologias da Informação e Comunicação, Complexo Agroindustrial e Sustentabilidade Socioambiental), que receberam R$ 23,5 bilhões. A quantia restante foi destinada ao apoio às MPEs, à infraestrutura de inovação e aos projetos de inovação e engenharia de outros setores econômicos. Reunindo crédito, recursos de subvenção para empresas, financiamentos não-reembolsáveis para ICTs (Instituições Científicas e Tecnológicas), recursos em renda variável e subscrição de ações, direta ou por meio de fundos, o Inova Empresa é uma ação potente e pioneira em favor da inovação na indústria brasileira, que prevê, adicionalmente, R$ 4,4 bilhões provenientes de instituições parceiras. Inova Empresa: Orçamento de Investimento 2013-2014 R$32,9 bilhões Investimento Total : 2013-2014 R$28,5 bilhões R$4,4 bilhões Crédito - 20,9 bilhões Subvenção - 1,2 bilhões Não Reembolsáveis - 4,2 bilhões Renda Variável - 2,2 bilhões Instituições Parceiras PLANO BRASIL MAIOR - ABDI 2011-2014 35

Para cada uma das áreas estratégicas, definiu-se um conjunto de desafios tecnológicos a serem superados. Dessa forma, as tecnologias genéricas (microeletrônica, novos materiais, nanotecnologia e biotecnologia) estão diretamente associadas aos desafios de cada segmento econômico, como a exploração do pré-sal, o desenvolvimento de biofármacos e o aumento da eficiência energética. Essa concepção está na vanguarda internacional das políticas de inovação, que vêm definindo seus focos em função dos principais desafios identificados. O Plano Inova Empresa: R$ 32,9 bilhões para inovação ELEVAR P&D NAS EMPRESAS RESULTADOS INDICAM ELEVAÇÃO DA QUALIDADE E RELEVÂNCIA DOS PROJETOS DE INOVAÇÃO INCENTIVA PROJETOS DE MAIOR RISCO TECNOLÓGICO + PRODUTIVIDADE + COMPETITIVIDADE INTEGRAR: CRÉDITO + SUBVENÇÃO + NÃO - REEMBOLSÁVEL + EQUITY POTENCIALIZAR USO DO PODER DE COMPRA DO ESTADO DESCENTRALIZAR PARA MELHOR ALCANÇAR MICRO E PEQUENAS EMPRESAS FACILITAR E DESBUROCRATIZAR Qualidade: 96% dos recursos para empresas com ratings de inovacão A ou B; Coordenação de instrumentos: 12 programas da Famiília Inova e 5 Ações Estratégicas; Redução de prazos e simplificação administrativa:»» Finep 30 dias: redução do tempo de análise de 452 para 30 dias»» Redução dos prazos de operacionalização de programas integrados de 18 para 4 meses Tais focos, decididos em nível ministerial e discriminados nos editais divulgados, são partilhados pelas diversas agências de governo que participam do Inova Empresa, dando um sentido único à política de inovação e evitando a fragmentação e dispersão de recursos. Assim, ao invés da oferta genérica de financiamento à inovação, o Inova Empresa focaliza demandas associadas a tecnologias críticas para o desenvolvimento dos setores estratégicos do PBM: 36 INOVAR PARA COMPETIR. COMPETIR PARA CRESCER.

PETRÓLEO E GÁS Equipamentos e materiais submarinos COMPLEXO INDUSTRIAL DA SAÚDE Biofármacos e equipamentos /instrumentos médicos ENERGIA Redes inteligentes, melhoria na transmissão de longa distância em alta tensão, energias alternativas (como a solar e termossolar) e desenvolvimento de dispositivos eficientes para veículos elétricos. BIOETANOL PAISS Etanol Segunda Geração e PAISS Agrícola TELECOMUNICAÇÕES Comunicações óticas e digitais, redes de transporte de dados, comunicações estratégicas e telessaúde AERONÁUTICO E DEFESA Aeroespacial, defesa, segurança pública e materiais especiais. MEIO AMBIENTE Produção sustentável, saneamento ambiental, recuperação de biomas e fomento às atividades produtivas sustentáveis de base florestal, monitoramento ambiental e prevenção de desastres naturais Associada a essa convergência dos focos de atenção, o Inova Empresa envolve também a integração de instrumentos, acessados de forma conjunta por meio de editais de chamada de empresas. Estruturado por projeto, o Plano permite à obtenção de apoio financeiro de diversas instituições públicas de fomento, usando uma variedade de instrumentos integrados coordenados: crédito, subvenção, renda variável e empréstimos não-reembolsáveis. A integração das gestão de todas as modalidades de participação dá-se por meio da Sala de Inovação, que oferece uma porta única de entrada por projeto. PLANO BRASIL MAIOR - ABDI 2011-2014 37

Inova Empresa: Status dos Editais Conjuntos Fase do Edital (Posição: 22/08/14) Edital Conjunto Estimativa de Recursos / Lançamento Parceiros Submissão das Cartas de Manifestação de Interesse Seleção de Empresas Líderes Submissão de Planos de Negócio (PNs) Seleção dos Planos de Negócio (PNs) PAISS (concluído) R$ 1 bi mar/11 BNDES e Finep 57 empresas R$ 10 bi 39 empresas R$ 6 bi 25 empresas 35 PNs - R$ 3,1 bi INOVA PETRO R$ 3 bi (diversos editais) 1o edital: set/12 2o edital: jan/14 BNDES, Finep e Petrobras 38 empresas 62 PNs R$ 2,7 bi 28 empresas 39 PNs R$ 0,7 bi 23 empresas 35 PNs R$ 850 mi 17 empresas 20 PNs R$ 0,5 bi 16 empresas 25 PNs R$ 496 mi até 27/ago 11 empresas 16 PNs R$ 353 mi INOVA ENERGIA (Concluído) R$ 3 bi abr/13 BNDES, Finep e ANEEL 373 empresas R$ 12,3 bi 127 empresas R$ 9,8 bi 160 empresas 138 PNs R$ 8,7 bi 121 empresas 103 PNs R$ 7,1 bi INOVA SAÚDE R$ 0,6 bi abr/13 BNDES, Finep e MS 145 empresas R$ 1,3 bi 79 empresas R$ 0,9 bi 72 PNs R$ 0,8 bi 45 PNs R$ 0,5 bi (*) Equipamentos Médicos Biofármacos, farmoquímicos e medicamentos (concluído) R$ 1,3 bi abr/13 Finep, MS e CNPq 63 empresas R$ 3,6 bi 26 empresas R$ 3 bi 26 PNs R$ 3,5 bi 21 PNs R$ 2,8 bi INOVA AERODEFESA (Concluído) R$ 2,9 bi mai/13 BNDES, Finep, MD e AEB 285 empresas R$ 13 bi 77 empresas R$ 12,8 bi 70 empresas 98 PNs R$ 10 bi 64 empresas 91 PNs R$ 8,7 bi INOVA AGRO (Concluído) R$ 1 bi mai/13 BNDES, Finep e MAPA 372 empresas R$ 5,7 bi 132 empresas R$ 3,5 bi 83 empresas R$ 2,9 bi 49 empresas R$ 2,1 bi Inova Sustentabilidade (concluído) R$ 2 bi nov/13 BNDES, Finep e MMA 259 empresas R$ 8,4 bi 195 empresas R$ 7,6 bi 136 empresas 196 PNs R$ 5,0 bi 126 empresas 167 PNs R$ 4,3 bi INOVA TELECOM (Concluído) R$ 1,5 bi dez/13 BNDES, Finep, MC e MS 295 empresas R$ 7,4 bi 80 empresas R$ 6,0 bi 44 PNs R$ 2,2 bi 35 PNs R$ 1,7 bi PAISS Agrícola (concluído) R$ 1,5 bi fev/14 BNDES e Finep 48 empresas 61 PNs R$ 4,5 bi 29 empresas 35 PNs R$ 1,9 bi TOTAL R$ 17,8 bi - 2.020 empresas R$ 69,6 bi 843 empresas R$ 55,6 bi 680 empresas 778 PNs R$ 41,3 bi 523 empresas 594 PNs R$ 32,5 bi 38 INOVAR PARA COMPETIR. COMPETIR PARA CRESCER.

Congregando instrumentos de fomento e governança, o Inova Empresa avança na redução de prazos, na simplificação administrativa e no aumento da eficiência, focando em áreas e tecnologias críticas para a produtividade e a competitividade da indústria brasileira. Até agosto de 2014, 523 empresas já haviam sido contempladas com RS$ 32,5 bilhões para a implementação de 594 planos de negócios no âmbito dos editais conjuntos lançados. Ao lado do Inova Empresa, a segunda vertente da política de inovação tecnológica do governo é o Plano Nacional de Plataformas de Conhecimento (PNPC). Dirigido à fase pré-competitiva mais próxima à base do conhecimento científico, objetiva tanto a realização de encomenda tecnológica destinada à solução de problema técnico específico ou à obtenção de produto ou processo inovador que envolva risco tecnológico como o estímulo à parceria entre empresas e instituições de pesquisa científica e tecnológica. O Decreto nº 8269, de 25 de junho de 2014, institui o PNPC e seu Comitê Gestor, prevendo que a contratação das plataformas será efetuada nos termos do Artigo 20 da Lei de Inovação (Lei nº 10.973/2004), que prevê que os órgãos e entidades da administração pública, em matéria de interesse público, poderão contratar empresa, consórcio de empresas e entidades nacionais de direito privado sem fins lucrativos voltadas para atividades de pesquisa, de reconhecida capacitação tecnológica no setor, visando à realização de atividades de pesquisa e desenvolvimento, que envolvam risco tecnológico, para solução de problema técnico específico ou obtenção de produto ou processo inovador. O Decreto define, ainda, o conceito de plataforma do conhecimento, entendida como a empresa, consórcio ou entidade privada sem fins lucrativos que reúne agentes públicos e privados que atuam em conjunto para obter resultados concretos para a solução de problema técnico específico ou obtenção de produto ou processo inovador de elevado risco tecnológico, com metas e prazos definidos. Enquanto o Plano Inova Empresa está direcionado para a chamada última fase do desenvolvimento de novas tecnologias radicais, na fase pré-competiva próxima à introdução da tecnologia no mercado, o PNPC encontra-se na fase pré-competitiva anterior, mais próxima às bases científicas do conhecimento, com possibilidade de uso em um produto piloto ou experimental. A diferença institucional é que ao invés da empresa funcionar como âncora do arranjo, como no caso da família Inova, a âncora passa a ser uma liderança científica integrada às empresas, responsável pelo desenvolvimento de um projeto ou de uma nova tecnologia claramente definida por necessidades sociais, quer seja uma vacina contra a dengue, uma aeronave mais leve e mais eficiente energeticamente ou um compósito de carbono para a tubulação submarina do pré-sal. Como no Inova Empresa, esse modelo de inovação baseado em projeto, e não em um domínio científico, apresenta foco, agilidade e eficiência, rompendo com a lógica ofertista e oferecendo um arranjo arrojado de integração de instrumentos e objetivos. Uma vez que criada a estrutura de governança, o próximo passo para a consolidação do PNPC será a estruturação das primeiras plataformas. Com base em uma metodologia de processo de maturação por plataforma, esse processo mobilizará a comunidade de cientistas e empresários envolvidos no projeto alvo. PLANO BRASIL MAIOR - ABDI 2011-2014 39

Programas de Qualificação Profissional: a formação profissional universal e gratuita é um pilar fundamental da estratégica de fortalecimento do ambiente de inovação e de ampliação da competitividade por meio de ganhos de produtividade, qualidade e eficiência. Na área de qualificação de trabalhadores, uma das maiores realizações do governo federal é o Programa Nacional de Acesso à Escola Técnica (Pronatec), que envolve recursos da ordem de R$ 14 bilhões até 2014. Coordenado pelo Ministério de Educação (MEC), contava com 7,5 milhões de alunos matriculados em mais de 4 mil municípios até junho de 2014, tendo estabelecido como meta atingir 8 milhões de matrículas até o final de 2014. A fim de fortalecer essa iniciativa, foi anunciada, no mês de junho de 2014, a segunda etapa do Pronatec. Denominada Pronatec 2015-2018, essa segunda fase do programa prevê a oferta de 12 milhões de vagas adicionais ao longo dos próximos quatro anos. No âmbito do Pronatec, o BNDES concedeu, por meio do Programa BNDES de Apoio à Qualificação Profissional do Trabalhador (BNDES Qualificação), empréstimo de R$ 1,5 bilhão para o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) com vistas à modernização da rede de escolas e centros de referência e à criação de centros tecnológicos para fomento e prática da inovação. Como resultado, prevê-se a duplicação de matrículas de ensino profissional e a ampliação de serviços técnicos e tecnológicos. Também lançado como desdobramento do Pronatec, em 19 de setembro de 2013, o Pronatec Brasil Maior visa orientar a oferta de cursos de formação inicial e continuada gratuitos para áreas industriais com maior carência, incluindo (i) a elaboração do mapa nacional das necessidades dos setores produtivos por recursos humanos qualificados e (ii) a reorientação da oferta de cursos das redes de escolas técnicas para os setores estratégicos do PBM. O mapeamento nacional permitiu a identificação, em 2014, de uma demanda de aproximadamente 550 mil vagas - detalhada por curso, estado, município e setor demandante - distribuídas pelas 27 Unidades da Federação. Como o Decreto nº 7.790/12, que regulamentou a Lei nº 12.513/11, permite o uso de recursos do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) pelas empresas para oferecer cursos de capacitação profissional a seus funcionários, foi possível alinhar as vagas do Pronatec às demandas específicas das empresas. Para o ano de 2014, foi pactuada, sob o amparo do Pronatec Brasil Maior, a oferta de cerca de 350 mil vagas por meio de acordos de cooperação com entidades representativas de diferentes setores produtivos, desenhados para facilitar a adequação da oferta à demanda (Construção Civil, Construção Pesada, Tecnologia da Informação, Sucroenergético, Textil, Automotivo, Químico, Logística, Mineração e Metalurgia, Bens de Capital). 40 INOVAR PARA COMPETIR. COMPETIR PARA CRESCER.

Modernização do Marco Legal da Inovação: O Plano Brasil Maior inclui entre os seus esforços a ampliação do escopo de atuação institucional em qualidade e tecnologia industrial e a modernização dos processos de registros de marcas e patentes, com vistas a ampliar o suporte à inovação e à competitividade da indústria brasileira. Na última década, o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) experimentou um salto institucional, transformando-se num centro de metrologia e qualidade industrial de referência mundial. Contando com uma robusta infraestrutura científica e laboratorial, que inclui mais de 200 doutores e 50 laboratórios, participa de organizações internacionais de grande prestígio. Afinada com a Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (ENCTI) e estruturada sob o amparo do Plano Brasil Maior, a Lei nº 12.545, de 14 de dezembro de 2011, dispôs, entre outros temas, sobre o novo marco legal de inovação, que redefine o escopo de atuação do Inmetro. Com isso, o Instituto ampliou sua ação para além dos campos tradicionais da metrologia e qualidade, passando a investir em inovação, pesquisa e tecnologia para dar suporte à competitividade da indústria brasileira. O Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi), por sua vez, tem se firmado como instituição de referência de propriedade intelectual, buscando as melhores práticas mundiais para a consolidação de um ambiente institucional de garantia dos direitos de propriedade da inovação tecnológica no Brasil. Reconhecendo a autoria e propriedade da inovação, o Inpi desempenha um papel fundamental no Sistema Nacional de Inovação, sendo peça importante para sustentar uma trajetória de crescimento da produtividade e da inovação tecnológica no país. O seu desafio central é o fortalecimento do sistema de registro de marcas e patentes, com a redução dos prazos de análise dos pedidos. O processo de modernização do Inpi está em curso, integrando as prioridades do Plano Brasil Maior. Esse esforço de modernização visa equiparar o Inpi aos institutos que oferecem os melhores e mais eficientes serviços de propriedade industrial no mundo, aprimorando a estrutura de apoio à indústria e à inovação no país. Nessa direção, foram convocados novos examinadores, remanejados examinadores para análise de marcas e elaborado um plano de reestruturação sustentável da carreira. Adicionalmente, foi autorizada a realização de concurso para 140 novos examinadores (95 de patentes, 36 de marcas e três de desenho industrial), com ingresso previsto para 2015, e solicitado novo concurso para 348 examinadores (324 pesquisadores e 24 tecnologistas) a ser realizado em 2015 com ingresso previsto para o ano subsequente. Espera-se, com os esforços de modernização, reduzir significativamente o tempo de concessão de novos pedidos de marcas e patentes, o que terá efeitos positivos sobre a inovação, a produtividade e o crescimento da economia brasileira. PLANO BRASIL MAIOR - ABDI 2011-2014 41

4.3 Uso do Poder de Compras Público Margens de preferência nas compras governamentais: o Decreto nº 7.546, de 2 de agosto de 2011, regulamenta a possibilidade de aplicação de margem de preferência nas compras governamentais de produtos manufaturados e serviços nacionais, conforme previsto na Lei n o 12.349/2012. Regulamentando a Lei nº 12.249/2010, o Decreto nº 7.546, de 2 de agosto de 2011, criou a possibilidade de aplicação de margem de preferência de até 25% nas compras governamentais de produtos manufaturados e serviços nacionais que atendam a normas técnicas brasileiras e incorporem inovação. Seu objetivo é garantir mercado para a produção nacional, especialmente para a que envolve a introdução de inovações de produto no país, instituindo requisitos de regras de origem e conteúdo nacional nas licitações públicas. A concessão de margem adicional em casos de desenvolvimento de novas tecnologias é permitida até o limite de 25% do preço de referência. No ano de 2013, o total de compras com margens de preferência homologadas alcançou R$ 2,7 bilhões. Compras Governamentais com Margem de Preferência Decretos Publicados Confecções, calçados e artefatos: Decreto n o 7.601, de 07/11/11, estabelece margem de preferência de 8% por seis meses. Decreto n o 7.756, de 14/06/12, altera margem para 20% até 31/12/13. Retroescavadeiras e motoniveladoras: Decreto n o 7.709, de 03/04/12, fixa margens de 10% e 18%, respectivamente; Decreto n o 7.841, de 12/11/2012, altera as margens para 15% e 25%, respectivamente Fármacos e Medicamentos: Decreto n o 7.713, de 03/04/12, estabelece margens de preferência de: (i) 20% para fármacos e medicamentos não ativos e que utilizem fármacos específicos; (ii) 25% para produtos biológicos; e (iii) 8% para insumos farmacêuticos ativos em desenvolvimento ou com capacidade nacional de fabricação imediata. Decreto n o 8.225, de 03/04/14, prorroga os prazos originalmente fixados. Aguarda-se portaria conjunta MCTI/ MDIC que atesta a inovação nos produtos biológicos 42 INOVAR PARA COMPETIR. COMPETIR PARA CRESCER.

Produtos Médicos: Decreto n o 7.767, de 27/06/12, estabelece margens de preferência de 8%, 15%, 20% e 25% para equipamentos hospitalares e insumos médicos de baixa, média-baixa, média-alta e alta tecnologia, respectivamente Veículos para vias férreas: Decreto n o 7.812, de 20/09/12, estabelece margem de preferência de 20% Caminhões, furgões e implementos rodoviários: Decreto n o 7.816, de 28/09/12, estabelece margem de preferência de 17%, 15% e 14%, respectivamente Patrulhas Agrícolas e Perfuratrizes: Decreto n o 7.840, de 12/11/2012, fixa margem de preferência de 15% para tratores com potência até 99 cv e de 20% para perfuratrizes, patrulhas mecanizadas e implementos Papel para impressão de Papel Moeda e Disco para Moeda: Decreto n o 7.810, de 20/09/12, e Decreto n o 7.843, de 12/11/2012, estabelecem margem de 20% Pás mecânicas, escavadores, carregadoras e pás carregadoras: Decreto n o 8.002, de 15/05/2013, estabelece margem de preferência de 15% Equipamentos de Tecnologia da Informação e Comunicação: Decretos n os 7.903, de 04/02/12; 8.184, de 17/01/14; e 8.194, de 12/02/14, estabelecem margens de até 25% para os equipamentos que discriminam. Portaria Interministerial MCTI/MDIC n o 383, de 26/04/13, dispõe sobre a forma de atestar a condição de produto com tecnologia nacional que faz jus à margem adicional Aquisição de licenciamento de uso de programas de computador e serviços correlatos: Decreto n o 8.186, de 17/01/14, estabelece a aplicação de margem de preferência de 18% Aeronaves Executivas: Decreto n o 8.185, de 17/01/14, estabelece margem de preferência de até 25% PLANO BRASIL MAIOR - ABDI 2011-2014 43

PROMOÇÃO DAS EXPORTAÇÕES E DEFESA DO MERCADO INTERNO As iniciativas de comércio exterior instituídas no âmbito do PBM incluem a concessão de isenções tributárias e crédito para estimular as exportações brasileiras, a facilitação de acesso a mecanismos públicos de financiamento, medidas de redução de custos administrativos e ações de defesa voltadas contra práticas desleais e ilegais de importações, de modo a coibir irregularidades que prejudicam os resultados comerciais do país. Entre as ações de destaque, incluem-se o Reintegra, a Agência Brasileira Gestora de Fundos (ABDF), o Portal Único de Comércio Exterior, o regime de ex-tarifários e os esforços antidumping. 46 INOVAR PARA COMPETIR. COMPETIR PARA CRESCER.

5.1 Regime Especial de Reintegração de Valores Tributários para as Empresas Exportadoras (Reintegra) Reintegração de valores referentes a custos tributários federais residuais existentes nas cadeias de produção via restituição e/ou compensação de créditos. Com o objetivo de estimular e facilitar as exportações, o governo federal, além de ter desonerado integralmente da contribuição patronal da folha de pagamentos os produtos exportados pelas empresas beneficiadas pela nova sistemática, também instituiu o Regime Especial de Reintegração de Valores Tributários para as Empresas Exportadoras para a totalidade dos produtos manufaturados e parte substantiva dos semimanufaturados. A concepção do Reintegra levou em consideração a importância de propiciar a reintegração de valores referentes a custos tributários federais residuais existentes nas cadeias de produção, via restituição e/ou compensação de créditos. Restituindo tributos cumulativos ao longo das cadeias de produção, o regime é uma forma de incentivar exportadores a comercializarem não só a matéria bruta, mas também produtos derivados, motivando-os a investir em inovação e a empregar mais funcionários. Instituído pela Lei n o 12.546, de 14/12/2011, e regulamentado pelo Decreto n o 7.633, de 01/12/11, o Reintegra previa que o Poder Executivo estabeleceria percentual de zero a 3% sobre a receita decorrente da exportação, podendo diferenciar setores econômicos e tipos de atividades. Beneficiando cerca de 9 mil códigos da Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM) com a devolução de 3% do valor das exportações, o Reintera abrangia, originalmente, exportações realizadas até 31/12/2012. A Lei nº 12.844, de 19 de julho de 2013, prorrogou posteriormente o benefício para as exportações realizadas até 31/12/2013, tendo sido regulamentada pelo Decreto nº 8.073, de 14 de agosto de 2013. Em 09 de julho de 2014, a Medida Provisória 651 reeditou o Reintegra, determinando que a devolução de tributos pagos nas exportações poderia variar em uma faixa de alíquotas entre 0,1% e 3% da receita obtida com as vendas externas e admitindo diferenciação por bem. A Portaria MF nº 428, de 30 de setembro de 2014, estabeleceu a aplicação do percentual de 3% sobre a receita auferida com a exportação dos bens relacionados no Decreto n o 8.304, de 12 de setembro de 2014. PLANO BRASIL MAIOR - ABDI 2011-2014 47

5.2 Agência Brasileira Gestora de Fundos (ABGF) Facilitar o acesso a mecanismos públicos de financiamento é uma prioridade do Plano Brasil Maior, que conta com a ABGF para tornar mais célere a análise dos riscos nas operações de financiamento das exportações brasileiras, facilitando e agilizando a concessão de garantias Entre outras determinações, a Lei n o 12.712, de 30 de agosto de 2012, autoriza o Poder Executivo a criar, sob a forma de sociedade anônima, a empresa pública denominada Agência Brasileira Gestora de Fundos Garantidores e Garantias. ABGF tem por objeto (i) a concessão de garantias contra riscos; (ii) a constituição, administração, gestão e representação de fundos garantidores; e (iii) a constituição, administração, gestão e representação de fundos que tenham como único objetivo a cobertura suplementar dos riscos de seguro rural. Sob sua administração, funcionarão fundos dedicados a garantir operações de comércio exterior ou projetos de infraestrutura de grande vulto, denominados, respectivamente, Fundo para Financiamento de Infraestrutura (FGIE) e Fundo para Comércio Exterior (FGCE). A União fica autorizada a participar como cotista de FGIE com limite R$ 11 bilhões para cobertura de riscos relacionados a projetos de infraestrutura, construção naval, aviação civil, PPPs (Parcerias Público Privadas) e à realização dos grandes eventos esportivos; e como cotista do FGCE com limite de R$ 14 milhões para garantir risco comercial (inclusive para Micro, Pequenas e Médias Empresas - MPMEs), político, extraordinário e de descumprimento de obrigações em operações de comércio exterior. De modo a regulamentar essas iniciativas, o Decreto n o 7.976, de 01/04/13, cria a ABGF e específica capital social inicial de R$ 50 milhões. O Decreto n o 8.188, de 17 de janeiro de 14, autoriza, por sua vez, a criação dos Conselhos de Participação dos Fundos Garantidores para Cobertura de Riscos em Operações de Projetos de Infraestrutura de Grande Vulto (CPFGIE) e do Conselho de Participação em Fundo Garantidor de Operações de Comércio Exterior (CPFGCE). Desde 01 de julho de 2014, a ABGF entrou em funcionamento, facultando ao governo maior autonomia na concessão de financiamentos a exportações, o que facilita os caminhos para a obtenção de crédito por parte dos exportadores brasileiros. Informações detalhadas sobre a empresa podem ser acessadas em http://www.abgf.gov.br. 48 INOVAR PARA COMPETIR. COMPETIR PARA CRESCER.

5.3 Portal Único de Comércio Exterior Redesenho dos processos de trabalho e desenvolvimento/integração de sistemas informatizados de controle do comércio exterior, em uma abordagem single window. O Decreto n o 8.229, de 22 de abril de 2014, instituiu o Portal Único de Comércio Exterior, que objetiva a integração dos sistemas de controle dos órgãos governamentais que atuam no comércio exterior e a otimização/simplificação da intervenção estatal nos fluxos logísticos internacionais, promovendo o fortalecimento do comércio exterior e da competitividade exportadora do país. Criada no âmbito do Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex), essa plataforma suporta um fluxo único de informações com visão compartilhada para todos os intervenientes de comércio exterior públicos e privados, integrando os sistemas de controle fiscal, aduaneiro e administrativo. Visando promover a modernização, simplificação e harmonização de normas, rotinas e controles relativos às operações de importação e exportação de bens e mercadorias, o Portal confere celeridade, integridade da informação, previsibilidade, racionalização e segurança aos processos de trabalho, integrando os procedimentos de comércio exterior em uma única interface.o Programa é composto por seis projetos, que, uma vez implantados, devem resultar em uma economia de custos de operações entre 5% a 10% do valor de comercialização dos de bens: Novo Processo de Exportação reengenharia do processo de exportação e desenvolvimento de sistema gerencial para o novo processo, com abordagem single window. Novo Processo de Importação - reengenharia do processo de importação e desenvolvimento de sistema gerencial para o novo processo, com abordagem single window. Plataforma do Portal Único sistemas de interface de usuário do Portal. Cadastro de intervenientes harmonização e integração dos cadastros dos intervenientes públicos e privados nas operações de comércio exterior. Catálogo de Produtos criação de bases de dados com os produtos comercializados por cada operador, permitindo o reaproveitamento de informações e facilitando o gerenciamento de riscos. Anexação eletrônica de documentos digitais repositório de documentos anexados aos processos de forma eletrônica, mediante assinatura digital, em substituição a cópias em papel. PLANO BRASIL MAIOR - ABDI 2011-2014 49

Em um curto espaço de tempo, as primeiras entregas já foram realizadas, destacando-se, entre elas, a redução na exigência de apresentação de documentos para a exportação para apenas 12% dos casos; o lançamento de aplicativo que permite ao importador o acompanhamento online de seu processo; o sistema que permite ao usuário acompanhar simultaneamente todos os seus processos; e o Portal Siscomex, que reúne informações e permite o acesso a todos os órgãos anuentes. Além disso, foi reforçado o chamado Comex Responde, ferramenta que distribui aos diversos órgãos intervenientes as consultas feitas pelo setor privado e garante resposta tempestiva. Ainda em 2014, será entregue um serviço de grande impacto para a redução de burocracia e custos nos processos de comércio exterior: a anexação eletrônica de documentos, que permitirá que a empresa envie pelo Portal o documento requerido para a análise de seu processo de exportação ou importação. A meta do Portal é reduzir os prazos de processos de exportação de 13 para 8 dias, até 2015, e de importação de 17 para 10 dias, até 2016. Estima-se, com esses avanços, alcançar uma economia da ordem de R$ 50 bilhões/ano para importadores e exportadores brasileiros. A partir desses ganhos de tempo e custos, pretende-se que, até 2017, o Brasil figure pelo menos entre os 70 melhores países para se realizar operações comerciais transfronteiriças, galgando mais de 50 posições na classificação do Doing Business, divulgado pelo Banco Mundial. Além dos ganhos para o setor privado, o Programa Portal Único de Comércio Exterior resultará também em ganhos de eficiência na atuação dos agentes públicos, otimizando o uso dos recursos humanos e físicos que sustentam as operações de comércio exterior. Paralelamente, trabalha-se para que, uma vez integralmente implementado, o Portal seja integrado com os sistemas que gerenciam a movimentação física das cargas. Com isso, a eficiência na movimentação dos bens na fronteira será significativamente ampliada. 5.4 Ex-Tarifário para bens de capital, de informática e de telecomunicações Incentivo ao investimento e à inovação por meio da redução seletiva e temporária do Imposto de Importação para 0% ou 2%. Uma das diretrizes do Plano Brasil Maior é fortalecer a indústria nacional de bens de capital e de bens de informática e telecomunicação. Com esse intuito, a Resolução Camex n 17, de 03 de abril de 2012, estabeleceu novo procedimento para dar maior transparência, eficiência e agilidade ao regime de Ex-tarifários. Esse procedimento consiste na redução temporária do Imposto de Importação para máquinas e equipamentos sem produção similar no Brasil. O regime de ex-tarifário representa um estímulo aos investimentos produtivos no país, possibilitando aumento da inovação tecnológica por parte de empresas de diferentes segmentos, ao tempo em que garante proteção razoável à indústria, uma vez que só é concedido para bens que não possuem produção nacional. Além disso, a medida produz 50 INOVAR PARA COMPETIR. COMPETIR PARA CRESCER.

um efeito multiplicador de emprego e renda sobre segmentos diferenciados da economia nacional, impulsionando a atividade interna. Desde 2011 até setembro de 2014, foram concedidos 11.012 ex-tarifários, vinculados a investimentos que somam US$ 168 bilhões. Distribuição Setorial e Investimentos Vinculados aos Ex-Tarifários concedidos no período de janeiro/2011 a setembro/2014 Setor Quant. de itens Valor FOB importações em "Ex" (US$) % Investimentos globais (US$) % Aeronáutico 66 92.454.600 0,20 127.876.640 0,08 Agrícola 19 26.599.235 0,06 38.125.369 0,02 Agroindústria 178 230.092.816 0,50 1.025.025.573 0,61 Alimentício 674 745.845.814 1,62 2.198.733.167 1,31 Alumínio 80 175.977.857 0,38 2.500.565.894 1,49 Automação 101 124.440.430 0,27 938.635.448 0,56 Automotivo 457 1.255.069.878 2,72 11.087.753.653 6,59 Autopeças 988 1.880.721.527 4,08 6.631.006.130 3,94 Bebidas 116 182.353.575 0,40 2.383.264.609 1,42 Bens de Capital 1537 3.612.093.400 7,84 5.242.092.767 3,12 Bens de Consumo 83 52.810.684 0,11 129.074.141 0,08 Borracha 9 16.101.691 0,03 39.311.266 0,02 Cerâmica 107 254.405.413 0,55 426.465.442 0,25 Cobre 60 3.119.701.222 6,77 410.948.889 0,24 Construção Civil 319 959.507.408 2,08 8.928.915.919 5,31 Couro e Calçados 91 80.475.935 0,17 167.889.492 0,10 Distr./Geração de Energia 186 1.124.826.051 2,44 16.836.900.839 10,01 Elétrico 116 98.328.000 0,21 172.056.637 0,10 Eletrodoméstico 54 90.790.664 0,20 246.325.702 0,15 Eletroeletrônico 122 11.306.623.504 24,54 11.499.646.882 6,84 Embalagens 557 811.224.721 1,76 2.249.707.361 1,34 Farmacêutico / Químico 365 738.163.512 1,60 4.243.809.298 2,52 Ferroviário 164 1.873.191.168 4,07 11.531.379.126 6,86 Fios e Cabos 51 48.991.644 0,11 80.030.101 0,05 PLANO BRASIL MAIOR - ABDI 2011-2014 51

Gráfico 394 1.718.441.331 3,73 2.126.253.947 1,26 Higiene e Limpeza 122 258.940.727 0,56 2.059.007.187 1,22 Indústria de Fumo 26 54.960.486 0,12 92.498.676 0,06 Logística 10 14.338.222 0,03 147.097.216 0,09 Madeira e Móveis 318 414.516.829 0,90 2.305.777.299 1,37 Máquinas agrícolas 20 21.160.349 0,05 35.847.811 0,02 Mármore e Granito 48 104.365.094 0,23 160.379.037 0,10 Médico-Hospitalar 552 705.198.507 1,53 935.747.730 0,56 Meio Ambiente/ Reciclagem 78 137.143.031 0,30 417.715.532 0,25 Metalúrgico 676 853.959.321 1,85 3.403.546.859 2,02 Mineração 210 3.384.621.850 7,35 17.489.065.643 10,40 Naval/Náutico 138 482.226.681 1,05 6.389.633.288 3,80 Outros 141 163.834.040 0,36 598.770.943 0,36 Painéis de Madeira 4 25.810.963 0,06 25.810.963 0,02 Papel e celulose 221 2.642.762.344 5,74 8.726.461.683 5,19 Petróleo 275 1.584.096.412 3,44 12.155.579.344 7,23 Petroquímico 59 117.582.617 0,26 8.640.098.930 5,14 Piscicultura 165 136.587.715 0,30 490.736.117 0,29 Saneamento 35 255.778.673 0,56 320.724.098 0,19 Serviços 230 575.796.397 1,25 2.173.850.069 1,29 Siderúrgico 281 1.416.228.891 3,07 6.337.781.316 3,77 Telecomunicações 126 855.295.081 1,86 1.083.441.699 0,64 Têxtil / Vestuário 195 886.676.847 1,92 1.051.499.013 0,63 Transporte 2 9.554.606 0,02 237.445.966 0,14 Turismo 11 52.913.243 0,11 130.442.893 0,08 Vidros 175 305.936.820 0,66 1.488.791.370 0,89 11.012 46.079.517.826 100,00 168.159.544.974 100,00 Fonte: SDP/MDIC / Elaboração: SE/CAMEX 52 INOVAR PARA COMPETIR. COMPETIR PARA CRESCER.

5.5 Antidumping Processos mais céleres e transparentes em favor do desenvolvimento da indústria brasileira No Plano Brasil Maior, as duas orientações estabelecidas em matéria de defesa comercial focam na celeridade. Em síntese, consistem em: (i) reduzir o prazo médio para determinações preliminares de 180 para 120 dias; e (ii) reduzir o prazo médio das investigações antidumping de 15 para 10 meses. Com a publicação do Decreto n o 8.058, de 26 de julho de 2013, o setor industrial brasileiro passa a dispor de processos de defesa comercial mais ágeis e transparentes. A elaboração do novo decreto antidumping contou com a participação da opinião pública especializada, por meio de consulta pública realizada em 2011 que colheu contribuições de empresas, associações, entidades de classe, escritórios de advocacia e consultorias. A diminuição do prazo para determinações preliminares, que se tornam obrigatórias com o novo decreto, são da maior relevância para as diretrizes de celeridade, uma vez que a determinação preliminar é condição indispensável para a aplicação de direito antidumping provisório. Os objetivos de aplicação do direito provisório em até quatro meses levando em consideração o fato de que sua extensão máxima é de seis meses e de conclusão da investigação em dez meses significam que a indústria estará protegida da concorrência desleal no prazo de quatro meses a partir do início da investigação. Outra novidade nos processos é a clara delimitação das fases probatória e de manifestações, além de uma linha do tempo precisa para todas as etapas da investigação. Com as novas regras estabelecidas, foram especificados todos os prazos que tanto o Departamento de Defesa Comercial, do MDIC, quanto as partes interessadas devem observar ao longo de toda a investigação, inclusive as situações em que solicitações de extensão de prazos podem ser concedidas. Além disso, o prazo máximo para a análise de petições protocoladas foi reduzido para 60 dias. No entanto, petições que não demandarem pedidos de informações adicionais poderão resultar em início de investigação entre 15 e 30 dias. Para ilustrar a magnitude das mudanças trazidas pelo Decreto n o 8.058/2013, a primeira investigação iniciada sob o seu amparo foi analisada em 18 dias, período recorde para análise de uma petição. Desde a entrada em vigor do decreto antidumping, em 1º de outubro de 2013, foram abertas 55 novas investigações, que têm obedecido aos prazos mais céleres de análise. Foram também contratados novos investigadores aprovados em concurso público, sendo alocados nas análises dos processos em curso. A nova legislação e os novos investigadores são vertentes do mesmo esforço para atingir o objetivo de diminuir a duração dos processos de investigação antidumping, promovendo o desenvolvimento da indústria no Brasil. PLANO BRASIL MAIOR - ABDI 2011-2014 53

54 INOVAR PARA COMPETIR. COMPETIR PARA CRESCER.

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SISTEMA DE GESTÃO Para potencializar o seu poder de indução e os resultados de suas ações, o PBM valoriza a articulação interinstitucional e a integração entre os setores público e privado. CNDI Nível de Aconselhamento COMITÊ GESTOR Casa Civil, MDIC, MF, MCTI, MP Coordenação: MDIC GRUPO EXECUTIVO Coordenação: MDIC Nível de Gerenciamento e Deliberação Comércio Exterior Coordenações Setoriais COMITÊS EXECUTIVOS CONSELHOS DE COMPETITIVIDADE SETORIAL Investimento Inovação Formação e Qualificação Profissional Produção Sustentável Nível de Articulação e Formulação Competitividade de Pequenos Negócios Ações Especiais em Desenvolvimento Regional Bem estar do Consumidor Condições e Relação de Trabalho 56 INOVAR PARA COMPETIR. COMPETIR PARA CRESCER.

Considerando a política industrial como uma alavanca para o aumento da produtividade e para a mudança da posição relativa da indústria brasileira no mercado mundial, aposta na capacidade propositiva dos 19 Comitês Executivos Setoriais, dos correspondentes Conselhos de Competitividade e das nove Coordenações Sistêmicas para construir, de maneira participativa e transparente, estratégias que sustentem a implementação de uma agenda nacional de competitividade. Essas instâncias constituem fóruns de diálogo intragovernamental e público-privado e têm a incumbência desdobrar os objetivos do PBM nas respectivas cadeias de valor setoriais e em temas transversais. Comitês e Conselhos de Competitividade Setoriais Coordenações Sistêmicas BLOCO 1 BLOCO 2 BLOCO 3 PETRÓLEO, GÁS E NAVAL INDÚSTRIA QUÍMICA CALÇADOS, TÊXTIL E CONFECÇÕES, GEMAS E JOIAS Comércio Exterior Investimento COMPLEXO DA SAÚDE ENERGIAS RENOVÁVEIS MÓVEIS Inovação AUTOMOTIVO DEFESA, AERONÁUTICO E ESPACIAL INDÚSTRIA DA MINERAÇÃO METALURGIA CONSTRUÇÃO CIVIL BLOCO 4 Formação e Qualificação Profissional Competitividade de Pequenos Negócios BENS DE CAPITAL TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO /COMPLEXO ELETRÔNICO CELULOSE E PAPEL HIGIENE PESSOAL, PERFUMARIA E COSMÉTICOS AGROINDÚSTRIA Acões Especiais em Desenvolvimento Regional Bem estar do Consumidor BLOCO 5 Condições e Relacões de Trabalho COMÉRCIO SERVIÇOS SERVIÇOS LOGÍSTICOS De outubro de 2011 a abril de 2012, o Grupo Executivo do PBM (GEPBM) empreendeu grande esforço na formação desses colegiados. Após ampla consulta a diversos órgãos do governo e à sociedade civil, reuniram-se, ao todo, cerca de 900 atores entre representantes do setor público, de empresas e de trabalhadores. Ao longo do processo, houve grande preocupação com o nível de representatividade de cada instância, de modo que a tomada de decisão sobre as frentes de trabalho da política refletisse questões substantivas para o crescimento do país e aderentes às diretrizes estratégicas do PBM. PLANO BRASIL MAIOR - ABDI 2011-2014 57

De novembro de 2011 a fevereiro de 2012, os Comitês Executivos e as Coordenações Sistêmicas (instâncias exclusivamente governamentais) trabalharam na formulação de diagnósticos setoriais e relatórios referentes aos temas transversais, que resultaram na proposição das Diretrizes Estratégicas. Amplamente divulgadas em abril de 2012, essas diretrizes derivaram do acúmulo de conhecimento das políticas industriais anteriores e tiveram como principal objetivo referenciar as discussões dos Conselhos de Competitividade Setoriais, também instituídos naquele mês. Cerca de um ano depois, todos os Conselhos de Competitividade finalizaram as suas Agendas Estratégicas Setoriais, que reúnem mais de 300 propostas especificando objetivos, metas e indicadores, estimando recursos e estabelecendo cronogramas de atividades. As Agendas Estratégicas Setoriais sintetizam as propostas pactuadas entre o governo, o empresariado e a classe trabalhadora em favor do desenvolvimento do setor produtivo brasileiro. O conjunto de medidas proposto, que inclui a expansão dos esforços de inovação, a ampliação dos programas setoriais de financiamento, o aprimoramento de metodologias de aferição e avanços nos regimes especiais setoriais, entre outras ações, foi validado pelo Comitê Gestor e pelo Grupo Executivo do PBM, tendo seu balanço de execução periodicamente divulgado no site do PBM, ao lado do Relatório de Medidas Sistêmicas. Esses documentos asseguram o acesso a dados e informações estratégicas, apoiando o GE-PBM na sua função de gerenciamento e provendo os conselheiros do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI) de elementos necessárias para o exercício de suas atribuições. Além disso, mantêm os participantes das instâncias de articulação/formulação e o conjunto da sociedade brasileira atualizados em relação aos principais acontecimentos associados à política industrial. 58 INOVAR PARA COMPETIR. COMPETIR PARA CRESCER.

Até o final de agosto de 2014, das 311 medidas integrantes das 19 Agendas Estratégicas Setoriais, 136 achavam-se implementadas, enquanto 170 encontravam-se em pleno processo de implementação. Do conjunto das 51 medidas acompanhadas no Relatório Sistémico, por sua vez, 42 estavam classificadas como operacionais, ao passo que apenas nove estavam em fase de implementação, dependendo da conclusão de algumas atividades e procedimentos necessários para o seu completo funcionamento. Situação das Agendas Estratégicas Setoriais Agosto/2014 Agenda Estratégica Setorial Concluídas ou em Operação Em Andamento Não Iniciadas Total Agroindústria 50 17 0 67 Automotivo 8 23 0 31 Bens de Capital 8 15 2 25 Celulose e Papel 0 4 2 6 Comércio 4 4 0 8 Complexo da Saúde 5 22 0 27 Construção Civil 0 5 0 5 Couro, Calçados, Têxtil e Confecções, Gemas e Jóias 2 6 0 8 Defesa, Aeronáutico e Espacial 12 16 1 29 Energias Renováveis 8 6 0 14 Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (HPPC) 1 1 0 2 Indústria da Mineração 2 7 0 9 Indústria Química 1 4 0 5 Metalurgia 0 3 0 3 Móveis 5 9 0 14 Petróleo, Gás e Naval 1 12 0 13 Serviços 7 4 0 11 Serviços Logísticos 6 4 0 10 TIC e Eletrodomésticos 16 8 0 24 Total 136 170 5 311 Os avanços de interlocução e formulação, ao lado do amadurecimento institucional e operacional conquistado nos últimos anos, reafirmam a relevância do Plano Brasil Maior. Ainda assim, é necessário continuar aperfeiçoando mecanismos de diálogo e formulação de políticas públicas, além de fortalecer as sistemáticas de monitoramento e avaliação, de modo a ampliar a abrangência e os resultados almejados. PLANO BRASIL MAIOR - ABDI 2011-2014 59

CONSIDERAÇÕES FINAIS Diferentemente das crises internacionais precedentes, a de 2008 apresentava, como peculiaridade, o canal de difusão de seus efeitos sobre a economia brasileira. Nas crises anteriores, os frágeis fundamentos econômicos internos constituíram-se em condutos usuais de transmissão. A forte restrição de divisas externas terminava por gerar um choque cambial caracterizado pela maxidesvalorização da moeda nacional, que se transmitia para os preços domésticos na forma de descontrole inflacionário, impondo uma escalada dos juros reais que contribuía para a crise fiscal e a recessão. Os sólidos fundamentos da economia brasileira construídos ao longo do período recente impediram esse efeito de contágio recessivo. Assim, após o choque de desvalorização do real no último trimestre de 2008, a economia brasileira iniciou um rápido processo de recuperação, que resultou no crescimento de 7,5% do PIB em 2010. A partir daí, retomou-se um rápido processo de apreciação do câmbio, que havia se iniciado em 2002 em função do boom das commodities. Em termos reais, a moeda brasileira, em dezembro de 2011, havia registrado uma apreciação de 30% em relação ao dólar norteamericano de dezembro de 2008. Supondo uma relativa estabilidade das demais variáveis de custo e produtividade, essa foi, em linhas gerais, a medida de perda de competitividade da indústria brasileira registrada no início do Plano Brasil Maior. Lançado em agosto de 2011, o PBM tinha no horizonte dois grandes desafios: (i) evitar os efeitos deletérios, sobre a indústria brasileira, dos desdobramentos produtivos da crise financeira mundial de 2008, que resultou na apreciação das moedas dos países ricos relativamente aos emergentes e motivou o acirramento da competição global tanto nos mercados externos 62 INOVAR PARA COMPETIR. COMPETIR PARA CRESCER.

quanto no mercado doméstico; e (ii) promover o crescimento da indústria brasileira por meio da redução de custos e de ganhos sustentados de produtividade. Após um ciclo de expansão que consumiu a disponibilidade de infraestrutura e de força de trabalho, evidenciando também a complexidade dos sistemas tributário e trabalhista no país, ampliava-se a necessidade de ajustes institucionais e de modernização da indústria brasileira, de modo a promover uma equiparação às melhores práticas mundiais em um momento de acirramento da competição internacional de bens manufaturados. Afinal, o crescimento industrial, sustentado pelo aumento da taxa de participação, pressionou o crescimento do salário real acima do crescimento da produtividade do trabalho, requerendo agora esforços incisivos de modernização e adensamento produtivo, redução de custos dos fatores de produção, estímulo às exportações e ampliação da competitividade. Devido ao curto espaço de tempo decorrido desde o início do processo de implementação das ações, ainda não é possível dispor de uma avaliação baseada em evidências empíricas consolidadas. Entretanto, é possível afirmar que o grande mérito da política industrial foi, lato sensu, contribuir para o esforço anticíclico do governo e impedir uma recessão no Brasil, garantindo o crescimento do emprego de qualidade e da renda da população brasileira. Em que pesem todos os esforços da política econômica do governo de melhorar a competitividade do câmbio e os efeitos do processo de tapering do banco central norte-americano (Federal Reserve System - FED), o real continuava, em julho de 2014, quase 24% valorizado em relação ao dólar de dezembro de 2008. Assim, o câmbio continua exercendo forte pressão sobre a competitividade industrial brasileira, impactando em dólares, de um lado, os custos relativos dos salários e dos insumos intermediários domésticos e, de outro, os preços relativos dos bens de exportação. Mergulhado nesse contexto, o governo federal trabalhou por mais de três anos, sob a orientação do PBM, para estimular a indústria brasileira e ajudá-la a atravessar uma fase crítica da gravíssima crise internacional. Não fossem esses esforços, o setor produtivo estaria hoje em uma situação ainda mais frágil, que se refletiria de maneira negativa sobre as relevantes conquistas dos últimos dez anos. O governo federal continuará aperfeiçoando os instrumentos de política industrial, tecnológica e de comércio exterior, incorporando à sua agenda estratégica reformas estruturais com elevado grau de convergência. Essas reformas incluem as ações regulatórias em maturação, que envolvem modelos eficientes de concessão privada para logística combinando modicidade e eficiência, recuperação da capacidade do Estado de elaboração de projetos, fortalecimento do funding para infraestrutura e revisão dos marcos legais da inovação e da mineração, além de avanços na legislação da biodiversidade. Incluem também reformulações na legislação trabalhista e tributária, com vistas a fortalecer o ambiente competitivo, ampliar a segurança jurídica e promover a simplificação/desburocratização dos processos. Na esfera da política comercial, destacam-se três eixos associados. O primeiro deles trata da integração com parceiros estratégicos, com destaque para o acordo Mercosul-União Europeia; PLANO BRASIL MAIOR - ABDI 2011-2014 63

acordos técnicos, de investimento, educacionais e tecnológicos com os Estados Unidos; acordos estratégicos bilaterais com a China (Novo Banco de Desenvolvimento e Acordo Contingente de Reservas); e acordo geral com o México. O segundo, que envolve a integração produtiva com a América do Sul, inclui a antecipação do cronograma de desgravação com países da Aliança do Pacífico e a integração via relocalização industrial no âmbito do Mercosul. O terceiro eixo, por fim, prioriza a abertura da nova fronteira de exportação de bens, serviços e capitais para a África. A agenda estruturante da política industrial incorpora também um ambicioso plano de modernização da indústria brasileira. Entre os desafios aí incluídos, sobressaem-se: (i) avanços de modernização do Inpi em 2015; (ii) fortalecimento do sistema de registro de marcas e patentes, com a redução dos prazos de análise dos pedidos e imediata redução do backlog a partir da constituição de uma força tarefa envolvendo a rede de consultores da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq); (iii) acordo de cooperação com o United States Patent and Trademark Office (USPTO) para fast track em setores de mútuo interesse; (iv) protocolos internacionais de marcas e desenhos industriais; (v) implantação de sistema eletrônico de marcas e patentes; (vi) programa de modernização do parque fabril; e (vii) renovação e reciclagem de equipamentos de transporte (ônibus, caminhões, locomotivas e vagões), com reflexos na redução de custos de transporte e geração de ganhos sistêmicos para a economia. Espera-se, com esse conjunto de esforços em favor da competitividade e da modernização industrial, aprimorar o ambiente de negócios, estimular a atividade produtiva e promover iniciativas voltadas para a inovação. Somando-se às ações já em curso, essa nova agenda terá efeitos positivos sobre a produtividade e o crescimento da indústria brasileira, reforçando avanços em áreas de maior densidade tecnológica. A integração cada vez maior de políticas públicas e a articulação cada vez mais estreita entre governo, trabalhadores e empresários são indispensáveis para a redução da burocracia e o estímulo ao empreendedorismo e aos investimentos, resultando na geração de melhores empregos e em avanços na qualidade de vida da população. 64 INOVAR PARA COMPETIR. COMPETIR PARA CRESCER.

ABDI - Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial Secretaria Executiva do Plano Brasil Maior Equipe Técnica Simone Uderman Victoria Echeverria Assessoras Técnicas da Presidência Miguel Antônio Cedraz Nery Gerente de Projetos I Carla Maria Naves Ferreira Gerente de Projetos II Roberto dos Reis Alvarez Gerente de Análises e Projetos Estratégicos Jackson De Toni Gerente de Planejamento Tania Mara do Valle Arantes Gerente de Gestão Lúcia Maria Pereira Ervilha Gerente Jurídica Oswaldo Buarim Júnior Gerente de Comunicação Projeto Gráfico e Diagramação