AJES - INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA EDUCAÇÃO INTERDISCIPLINAR COM ÊNFASE EM EDUCAÇÃO INFANTIL E ALFABETIZAÇÃO

Documentos relacionados
Bullying. Iniciativa:

CARTILHA BULLYING PROFESSORES E PROFISSIONAIS DA ESCOLA

Bullying: Brasil cria lei para lidar com a violência na escola

BULLYING VIOLÊNCIA CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCENTES

O que a lei define como bullying

AUTOR(ES): REGIANE DE MORAIS SANTOS DE ASSIS, EDNADJA CARVALHO DO NASCIMENTO GALDINO

Nos dias atuais questões referentes à violência escolar, comportamento

O que a lei define como bullying

DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

BULLYING NA ESCOLA: UM OLHAR DA PSICOLOGIA 1. Jaqueline Tatiane Welke Hasper 2.

(Lopes Neto, 2005) Manual adaptado por Prof. Ms. Maria Lucia Dondon

AULA 04 ROTEIRO CONSTITUIÇÃO FEDERAL ART. 5º; 37-41; ; LEI DE 13/07/1990 ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE E C A PARTE 04

EXCLUIR HUMILHAR ASSEDIAR O QUE É BULLYING? FAZER SOFRER AGREDIR DISCRIMINAR AMEDRONTAR INTIMIDAR BATER ZOAR PROVOCAR ISOLAR APELIDAR IGNORAR SACANEAR

BULLYING E CYBRBULLYING: UMA DISCUSSÃO NECESSÁRIA NAS ESCOLAS. Eixo Temático: Temas Transversais

DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

VIOLÊNCIA DOMÉSTICA CONTRA A CRIANÇA E O ADOLESCENTE

OBJETIVOS DA AULA 03/09/2009 POLÍTICA SOCIAL SETORIAL: INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA AULA 3 ECA: UMA LEI ESPECÍFICA NA ÁREA DA INFÂNCIA E DA ADOLESCÊNCIA

O "BULLYING" Sandra Diogo, Carlos Vila Estudantes do curso de Psicologia do Instituto Superior Miguel Torga (Portugal)

GÊNERO E VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA AS MULHERES

PROJETO DE COMBATE AO BULLYING DA EDUCAÇÃO INFANTIL AO ENSINO MÉDIO. Introdução

DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente) Paulo Sérgio Lauretto titular da DEPCA Campo Grande/MS

Conceito e definição

PROGRAMA DE ERRADICAÇÃO E COMBATE AO TRABALHO INFANTIL. Araucária 2016

2010 Conselho Nacional de Justiça. Cezar Peluso, Presidente

CAMARA MUNICIPAL DE VALINHOS

LEI N /1990 ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

Bullying. Psiquilíbrios

Bullying. ... fique de olho! Você pode ser a próxima vítima!

ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

Pós-graduado em Direito Administrativo, Direito Constitucional, Direito Penal, Direito Civil e em Educação à Distância;

O Bullyingno contexto das escolas brasileiras. Professora Cíntia

CARTILHA DE PREVENÇÃO AO ASSÉDIO SEXUAL E MORAL NO ESPORTE

Cyberbullying: a violência virtual

ECA NA ESCOLA ANEXO 1 TEXTO DE APOIO

Prevenção e Enfrentamento ao Abuso Sexual para Adolescentes. Elaborado por Viviane Vaz

Em vigor a partir de fevereiro/2016

Capacitação para Prevenção e Enfrentamento ao Abuso Sexual Infantil. Por Viviane Vaz

A PRESENÇA DO BULLYING NO AMBIENTE ESCOLAR

Aprendendo a ser Enfermeira Pediátrica. P rofª Graça P i menta UCSal

BULLYNG NÃO É BRINCADEIRA

AUTOR(ES): FERNANDA CRISTINA BENA DA SILVA, DULCIVANIA RIBEIRO GALVÃO, WILLIAM PEREIRA NEVES

Violência contra menor

O que são Direitos Humanos? DIREITOS HUMANOS Profa. Rosana Carneiro Tavares. Principal instrumento legal

Violência Moral e Psicológica no Trabalho: uma violência organizacional

Bullying e Cyberbullying

Estatuto da Criança e do Adolescente

VIOLÊNCIA ESCOLAR: Bullying mais uma expressão de violência no contexto escolar

VIOLÊNCIA ENTRE NAMORADOS NA ADOLESCÊNCIA (VNA) S. Taquette, C.Moraes, L. Souza, J. Garcia, L.Meira, T. Freitas, M. Carneiro

Direito à Saúde da Criança e do Adolescente

Do P.L. nº 10/11 - Autógrafo nº 29/11 Proc. nº 173/11-CMV

Curso de Urgências e Emergências Ginecológicas. Sigilo Médico X Adolescente

Bullying Expressão de Preconceito e Discriminação: educação para a prevenção e educação para o respeito e dignidade humana.

BULLYING VIOLÊNCIA NAS ESCOLAS, O QUE PODE-SE FAZER?

Módulo ABORDAGEM EM SITUAÇÕES DE VIOLÊNCIA. Unidade: 3 Violência contra o idoso

VIOLÊNCIA CONTRA IDOSOS: UMA DOR EM ASCENSÃO

CONSEQUÊNCIAS DO BULLYING NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM

BULLYING ESCOLAR: O OUTRO LADO DA ESCOLA

VIOLÊNCIA SEXUAL. Capacitação Coordenadores municipais

Of. nº 02/2016. Guaporé, 07 de março de 2016.

BULLYING: UMA PROBLEMÁTICA ENTRE OS JOVENS DO ENSINO MÉDIO NO SERTÃO DO PAJEÚ

EDITAL Nº 02/2018 CADERNO DE QUESTÕES

A criança é convencida que está doente, Sente-se culpada pelo trabalho constante que dá ao agressor e por tudo de mal que lhe é atribuído como causa,

EDUCANDO PARA A DIVERSIDADE

TITLE Bullying preconceito e inclusão. ÁREA DE ENFOQUE: Paz e Prevenção e Resolução de Conflitos! Projeto da Coordenadoria Distrital

O BULLYING NO CONTEXTO ESCOLAR: ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE A RELAÇÃO FAMÍLIA E ESCOLA

São Paulo, 12 de abril de 2011

Prof. Edison Luiz Devos Barlem

BULLYING: UM COTIDIANO DE TERROR

ESTATUTO DO IDOSO. - Lei n o , de 1º de outubro de Professora Claudete Pessôa

REVISÃO PARA P2 LINGUAGENS PROF. ANTONIO

AUTOR(ES): THAIS CRISTINA FELICIANO PETRONILIO, LUIZ GUSTAVO DE OLIVEIRA, LIANE PEREIRA DA LUZ

Reza 1. Gabriel Francisco de MOURA 2 Renata ALCALDE 3 Universidade Santa Cecília, Santos, SP

ASSÉDIO MORAL NO TRABALHO Violência Moral e Psicológica

PALESTRA DE CONSCIENTIZAÇÃO E ALERTA: BULLYING NÃO É BRINCADEIRA

Indisciplina e Estratégias de Gestão de Conflitos. 4ª Sessão Isabel Castro Lopes

VIOLÊNCIA INTRAFAMILIAR, IDOSO INTERVENÇÃO E SERVIÇO SOCIAL

Como os diversos segmentos sociais podem contribuir para o rompimento da dinâmica Bullying? Ministério Público contra o Bullying

O INSTITUTO DA RESPONSABILIDADE CIVIL E O PROGRAMA DE COMBATE À INTIMIDAÇÃO SISTEMÁTICA (LEI N /2015)

BULLYNG: CONHECIMENTO E PRÁTICA PEDAGÓGICA NO AMBIENTE ESCOLAR. Resumo

Circular CBCa 043/2018 Curitiba, 21 de maio de Assunto: COB Cartilha de prevenção ao assédio sexual e moral no esporte

III Fórum de Pediatria do CFM. Fundamentos éticos do atendimento a vítimas de violência: ASPECTOS ÉTICOS

O bullying no ambiente escolar e a forma de tratamento por parte do governo

3.8 Tristeza e depressão na criança e no adolescente

Violência e Maus tratos em Demências ESTRATÉGIAS DE PREVENÇÃO À VIOLÊNCIA CONTRA A PESSOA IDOSA

Aspectos jurídicos da Violência intra e extra familiar contra crianças. as e adolescentes INSTITUTO WCF LAÇOS DA REDE

Curso online Super Professores Voe mais alto. Seja Super! Ao vivo Pedro II Professora Márcia Gil LDB e ECA

O ENVELHECIMENTO DA POPULAÇÃO BRASILEIRA

CONTRIBUIÇÕES DA PSICOMOTRICIDADE NA SUPERAÇÃO DE DIFICULDADES ESCOLARES REFERENTES A LEITURA E ESCRITA.

DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

BULLYING NÃO É BRINCADEIRA JARDIM, G. 1; SALLES, C. 2; COUTINHO, M. 3; WEINHEIMER, G. 4

MASCULINIDADE X FEMINILIDADE

Instruções: iv. O penúltimo candidato a terminar seu teste deverá aguardar a que o último termine para sair da sala. Questões:

BULLYING NA ESCOLA: OS DESAFIOS DA EDUCAÇÃO CONTEMPORÂNEA. Camila Righi Medeiros Camillo. Suzete Benites. UNIFRA - Centro Universitário Franciscano

Violência na Escola: O bullying e a prática educativa

PROJETO DE COMBATE AO BULLYING DA EDUCAÇÃO INFANTIL AO ENSINO MÉDIO. Introdução

O QUE É O ASSÉDIO MORAL NO TRABALHO?

MCC - GER SUL III PALESTRA VII

O idoso dependente: de quem é a responsabilidade do cuidado? Lívia A. Callegari 15/06/2018 1

TRABALHO INFANTIL E TRABALHO DO MENOR

Para uma Educação e Formação Social, Humana e Profissional dos alunos da Escola Secundária Almeida Garrett

Transcrição:

AJES - INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA EDUCAÇÃO INTERDISCIPLINAR COM ÊNFASE EM EDUCAÇÃO INFANTIL E ALFABETIZAÇÃO BULLYING: UMA ANÁLISE SOBRE SUA PRÁTICA EM UMA ESCOLA URBANA DE COLNIZA/MT Paulinelli Bonetto da Silva ORIENTADOR: Prof. ILSO FERNANDES DO CARMO

COLNIZA /2014 AJES - INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA EDUCAÇÃO INTERDISCIPLINAR COM ÊNFASE EM EDUCAÇÃO INFANTIL E ALFABETIZAÇÃO BULLYING: UMA ANÁLISE SOBRE SUA PRÁTICA EM UMA ESCOLA URBANA DE COLNIZA/MT Paulinelli Bonetto da Silva ORIENTADOR: Prof. ILSO FERNANDES DO CARMO Trabalho apresentado como exigência parcial para obtenção de titulo de Especialização em Educação Interdisciplinar com Ênfase em Educação Infantil e Alfabetização.

COLNIZA /2014

RESUMO Os estudos sobre bullying tiveram início na década de 1970 na Suécia e na Dinamarca devido o aumento do número de suicídios entre crianças e adolescentes, especialmente na Europa. O termo de origem inglesa e sem tradução ainda no Brasil, é utilizado para qualificar comportamentos agressivos no âmbito escolar, praticados tanto por meninos quanto por meninas. Os autores de bullying mobilizam a opinião dos colegas contra a vítima, através de boatos difamatórios ou apelidos que acentuam alguma característica física, psicológica ou trejeito considerado negativo, diferente ou esquisito. E as vítimas se tornam reféns do jogo do poder instituído pelos agressores. A pesquisa segue uma abordagem de levantamento bibliográfico e pesquisa de campo, foi realizada visita na Escola Municipal Bom Jesus, onde através de questionário coletou-se informações com professores e alunos. Os resultados mostram que as violências na escola pesquisada ocorre devido o nível sócio econômico e a falta de estrutura familiar. Palavras Chave: Bullying, agressores, vítimas, escola.

SUMÁRIO INTRODUÇÃO... 04 1. BULLYING...05 1.1 Definição de Bullying...05 1.2 Bullying na Escola...07 1.3 Característica dos Agressores...09 1.4 Característica das Vitimas...10 1.5 Consequência Causada pelo Bullying... 12 2. O BULLYING NA ESCOLA MUNICIPAL DE COLNIZA/MT...14 2.1 Analise dos dados coletados com os professores...14 2.2 Analise dos dados coletados com os alunos da sala A...16 2.3 Analise dos dados coletados na sala B...18 2.4 Relatos dos alunos que presenciaram casos de bullying...20 CONCLUSÃO...23 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS...24 ANEXOS...25

INTRODUÇÃO Os estudos sobre bullying tiveram início na década de 1970 na Suécia e na Dinamarca. Na década de 1980, a Noruega desenvolveu grande pesquisa sobre o tema, expandindo os estudos para inúmeros países europeus. Como reflexo desses estudos, o tema chegou ao Brasil no fim dos anos de 1990 e início de 2000. As iniciativas foram provocadas pelo aumento do número de suicídios entre crianças e adolescentes, especialmente na Europa. Por não existir uma palavra na língua portuguesa capaz de expressar todas as situações de "bullying" possíveis, usamos o termo em inglês. Algumas ações que costumam estar presentes nessas práticas são: colocar apelidos, ofender, humilhar, discriminar, excluir, intimidar, perseguir, assediar, amedrontar, agredir, bater, roubar ou quebrar pertences, entre outras formas. A agressividade e a vitimização de acordo com LOPES NETO (2007), são mais frequentemente observadas entre crianças e adolescentes do sexo masculino, sendo os mais jovens mais comumente vitimados. O trabalho tem por desiderato identificar se há a pratica de bullying na Escola Municipal Bom Jesus. Os estudos foram realizados com professores e alunos de duas turmas da 6º série. A pesquisa aconteceu com dez professores e quarenta alunos, de duas salas, a mesma segue uma análise quantitativa e o questionário foi preparado com antecedência. A monografia se estruturou da seguinte forma, o primeiro capítulo fala sobre o Bullying, sua definição, sua pratica na escola, características dos agressores, das vitimas e suas consequências. O segundo capítulo expõe sobre a prática de Bullying na escola municipal. Análise dos dados coletados com professores e alunos.

1. BULLYING 1.1 DEFINIÇÃO DE BULLYING Segundo FANTE e PEDRA (2008), os estudos sobre bullying tiveram início na década de 1970 na Suécia e na Dinamarca. Na década de 1980, a Noruega desenvolveu grande pesquisa sobre o tema, expandindo os estudos para inúmeros países europeus. Como reflexo desses estudos, o tema chegou ao Brasil no fim dos anos de 1990 e início de 2000. As iniciativas foram provocadas pelo aumento do número de suicídios entre crianças e adolescentes, especialmente na Europa. Esse fato fez com que os pesquisadores buscassem suas principais causas, encontrando entre elas os maustratos praticados por parte dos companheiros de escola. Esse fato despertou a atenção de profissionais, principalmente da área de psicologia, que passaram a estudar as formas de relacionamento entre os alunos. Constantemente em seus estudos a existência de um fenômeno antigo, mas que requeira atenção e tratamento, por comprometer o desenvolvimento psicológico, especialmente daqueles que são vitimizados. bullying: Conforme FANTE e PEDRA podem ser compreendidas com atos de São inúmeras as ações, dentre elas apelidar, ofender, zoar, sacanear, humilhar, intimidar, encarnar, constranger, discriminar, aterrorizar, amedrontar, tiranizar, excluir, isolar, ignorar, perseguir, chantagear, assediar, ameaçar, difamar, insinuar, agredir, bater, chutar, empurrar, derrubar, ferir, esconder, quebrar, furtar, e roubar pertences. (2008, p. 36). Bullying de acordo com FANTE e PEDRA (2008) pode ser traduzido como valentão, tirano, brigão. Como vergo, bully, significa tiranizar, amedrontar, brutalizar, oprimir, e o substantivo bullying descreve o conjunto de atos de violência física ou psicológica, intencionais e repetidos, praticados por um individuo, ou grupo de indivíduos com o objetivo de intimidar ou agredir outro indivíduo incapaz de se defender. Conforme CARVALHO (2007), o termo "bullying" compreende todas as formas de atitudes agressivas, intencionais e repetidas, que ocorrem sem motivação evidente, adotadas por um ou mais estudantes contra outro(s), causando dor e

09 angústia, e executadas dentro de uma relação desigual de poder. Portanto, os atos repetidos entre estudantes e o desequilíbrio de poder são as características essenciais que tornam possível a intimidação da vítima. Por não existir uma palavra na língua portuguesa capaz de expressar todas as situações de "bullying" possíveis, usamos o termo em inglês. Algumas ações que costumam estar presentes nessas práticas: colocar apelidos, ofender, humilhar, discriminar, excluir, intimidar, perseguir, assediar, amedrontar, agredir, bater, roubar ou quebrar pertences, entre outras formas. De acordo com SILVA (2010A), bullying é um termo ainda pouco conhecido do grande público. De origem inglesa e sem tradução ainda no Brasil, é utilizado para qualificar comportamentos agressivos no âmbito escolar, praticados tanto por meninos quanto por meninas. Os atos de violência (física ou não) ocorrem de forma intencional e repetitiva contra um ou mais alunos que se encontram impossibilitados de fazer frente às agressões sofridas. Tais comportamentos não apresentam motivações específicas ou justificáveis. Em última instância, significa dizer que, de forma natural, os mais fortes utilizam os mais frágeis como meros objetos de diversão, prazer e poder, com o intuito de maltratar, intimidar, humilhar e amedrontar suas vítimas. Sendo essa violência pode ser praticada de forma: Verbal (insultar, ofender, falar mal, colocar apelidos pejorativos, zoar ); Física e material (bater, empurrar, beliscar, roubar, furtar ou destruir pertences da vítima); Psicológica e moral (humilhar, excluir, discriminar, chantagear, intimidar, difamar); Sexual (abusar, violentar, assediar, insinuar); Virtual ou Cyberbullying (bullying realizado por meio de ferramentas tecnológicas: celulares, filmadoras, internet etc.). De acordo com o Centro Educacional Católico de Brasília (2013), Bullying é uma situação caracterizada por atos agressivos verbais ou físicos de maneira repetitiva por parte de um ou mais alunos contra um ou mais colegas. O termo inglês refere-se ao verbo ameaçar, intimidar. Grande parte das pessoas confunde ou tende a interpretar o bullying simplesmente como a prática de atribuir apelidos pejorativos às pessoas, associando a prática exclusivamente com o contexto

07 escolar. No entanto, tal conceito é mais amplo. O bullying é algo agressivo e negativo, executado repetidamente e ocorre quando há um desequilíbrio de poder entre as partes envolvidas. Desta forma, este comportamento pode ocorrer em vários ambientes, além da escola: em universidades, no trabalho ou até mesmo entre vizinhos. Os bullies (agressores) escolhem os alunos que estão em franca desigualdade de poder, seja por situação socioeconômica, situação de idade, de porte físico ou até porque numericamente estão desfavoráveis. Além disso, as vítimas, de forma geral, já apresentam algo que destoa do grupo (são tímidas, introspectivas, nerds, muito magras; são de credo, raça ou orientação sexual diferente etc.). Este fato por si só já as torna pessoas com baixa autoestima e, portanto, são mais vulneráveis aos ofensores. Não há justificativas plausíveis para a escolha, mas certamente os alvos são aqueles que não conseguem fazer frente às agressões sofridas. (SILVA, 2010a, p. 8) 1.2 BULLYING NA ESCOLA Segundo LOPES NETO (2007), Bullying é o conjunto de comportamentos agressivos marcados pela assimetria de poder e pelo caráter repetido com que ocorrem, sempre com a intenção de ferir física ou moralmente. Por sua alta prevalência, pelo alto nível de tolerância para com esse tipo de violência por parte da sociedade em geral e pelas escolas em particular, o bullying pode ser considerado um problema social grave e, provavelmente, o tipo mais frequente de violência juvenil. Esses comportamentos agressivos são comuns em todas as escolas e trata-se de um fenômeno social no qual cada estudante desempenha seu papel como autor (agressor), alvo (vítima), alvo-autor (agressor e vítima) e testemunha ou observador. Esses atos são reconhecidamente uma fonte significativa de estresse para todos os envolvidos, causando problemas de ordem física e emocional, em curto e médio prazos, tanto para os alvos quanto para os autores, além de sentimentos de medo, insegurança e tolerância a atos violentos para os observadores. A importância em se trazer à tona um fenômeno que sempre existiu, mas que nunca foi objeto de preocupação para educadores e profissionais de saúde, é entendermos que a escola deve ser vista como um local seguro e saudável para crianças e adolescentes, e não apenas como um lugar que ensina a ler, escrever e contar. Trata-se de um ambiente de socialização, de desenvolvimento da cidadania, onde não se pode admitir que o direito individual de ser educado sem ser vitimado seja negligenciado.

08 Certa vez, um excelente jurista me disse no consultório que, se tivesse sabido proteger a sua emoção desde pequeno, sua vida não teria sido um drama. Ele fora rejeitado quando criança por alguém próximo, porque tinha um defeito na face. A rejeição controlou sal alegria. O defeito não era grande, mas o fenômeno RAM registrou-o e realimentou-o. Não teve infância. Escondia-se das pessoas. Vivia só no meio da multidão. (CURY, 2003, p. 30). Conforme SILVA (2010a), nos casos de bullying é fundamental que os pais e os profissionais da escola atentem especialmente para os seguintes sinais: Na Escola: no recreio encontram-se isoladas do grupo, ou perto de alguns adultos que possam protegê-las; na sala de aula apresentam postura retraída, faltas frequentes às aulas, mostram-se comumente tristes, deprimidas ou aflitas; nos jogos ou atividades em grupo sempre são as últimas a serem escolhidas ou são excluídas; aos poucos vão se desinteressando das atividades e tarefas escolares; e em casos mais dramáticos apresentam hematomas, arranhões, cortes, roupas danificadas ou rasgadas. De acordo com SILVA (2010), a escola é corresponsável nos casos de bullying, pois é lá onde os comportamentos agressivos e transgressores se evidenciam ou se agravam na maioria das vezes. A direção da escola (como autoridade máxima da instituição) deve acionar os pais, os Conselhos Tutelares, os órgãos de proteção à criança e ao adolescente etc. Caso não o faça poderá ser responsabilizada por omissão. Em situações que envolvam atos inflacionais (ou ilícitos) a escola também tem o dever de fazer a ocorrência policial. Dessa forma, os fatos podem ser devidamente apurados pelas autoridades competentes e os culpados responsabilizados. Tais procedimentos evitam a impunidade e inibem o crescimento da violência e da criminalidade infanto-juvenil. Em linhas gerais o bullying, conforme SILVA (2010a), é um fenômeno universal e democrático, pois acontece em todas as partes do mundo onde existem relações humanas e onde a vida escolar faz parte do cotidiano dos jovens. Alguns países, no entanto, apresentam características peculiares na manifestação desse fenômeno: nos EUA, o bullying tende a apresentar-se de forma mais grave com casos de homicídios coletivos, e isso se deve à infeliz facilidade que os jovens americanos possuem de terem acesso as armas de fogo. Nos países da Europa, o bullying tende a se manifestar na forma de segregação social a até da xenofobia. No Brasil, observam-se manifestações semelhantes às dos demais países, mas com peculiaridades locais: o uso de violência com armas brancas ainda é maior que a

09 exercida com armas de fogo, uma vez que o acesso a elas ainda é restrito a ambientes sociais dominados pelo narcotráfico. A violência na forma de descriminação e segregação aparece mais em escolas particulares de alto poder aquisitivo, onde os descendentes nordestinos, ainda que economicamente favorecidos, costumam sofrer discriminação em função de seus hábitos, sotaques ou expressões idiomáticas típicas. Por esses aspectos é necessário sempre analisar, de maneira individualizada, todos os comportamentos de bullying, pois as suas formas diversas podem sinalizar com mais precisão as possíveis ações para a redução dessas variadas expressões da violência entre estudantes. Segundo CURY (2003), havia uma adolescente de doze anos, esperta, inteligente, sociável, que estava um pouco obesa. Aparentemente ela não tinha problema com sua obesidade. Era uma boa aluna, participativa e respeitada entre seus colegas. Certa vez, sua vida sofreu uma grande guinada. Ela foi mal numa prova. Procurou a professora e questionou a sua nota. A professora, que estava irritada por outros motivos, desferiu-lhe um golpe mortal que modificou para sempre a sua vida, chamando-a de gordinha pouco inteligente na frente dos colegas. Os colegas debocharam da jovem. Ela sentiu-se diminuída, inferiorizada, e chorou. A jovem leu continuamente o arquivo que continha esse trauma e produziu milhares de pensamentos e reações emocionais de conteúdo negativo, que foram registrados novamente, expandindo a estrutura do trauma. 1.3 CARACTERÍSTICA DOS AGRESSORES De acordo com FANTE e PEDRA (2008), os autores mobilizam a opinião dos colegas contra a vítima, através de boatos difamatórios ou apelidos que acentuam alguma característica física, psicológica ou trejeito considerado negativo, diferente ou esquisito. Muitos se comportam assim conforme SILVA (2010a), por uma nítida falta de limites em seus processos educacionais no contexto familiar. Outros carecem de um modelo de educação que seja capaz de associar a autorrealização com atitudes socialmente produtivas e solidárias. Tais agressores procuram nas ações egoístas e maldosas um meio de adquirir poder e status, e reproduzem os modelos domésticos na sociedade. Existem ainda aqueles que vivenciam dificuldades momentâneas,

10 como a separação traumática dos pais, ausência de recursos financeiros, doenças na família etc. A violência praticada por esses jovens é um fato novo em seu modo de agir e, portanto, circunstancial. E, por fim, nos deparamos com a minoria dos opressores, porém a mais perversa. Trata-se de crianças ou adolescentes que apresentam a transgressão como base estrutural de suas personalidades. Falta-lhes o sentimento essencial para o exercício do altruísmo: a empatia. Segundo LOPES NETO (2007), os autores de bullying tendem a ser agressivos, impulsivos, mais fortes que seus alvos, populares, obtêm ganhos materiais e ascensão sobre o grupo por suas atitudes e pela imposição do medo. Podem ser identificadas questões familiares que poderiam explicar seus atos, como pobres relações afetivas, violência doméstica ou permissividade e tolerância excessivas. Aqueles que agridem, mas também sofrem agressões, alvos-autor, apresentam características diferenciadas e um número maior de problemas, como distúrbios de conduta e de relacionamento com seus colegas, sintomas psicológicos e psicossomáticos concorrentes, alterações psiquiátricas, maiores possibilidades de envolvimento persistente em situações de bullying, porte de armas e maior risco de desenvolverem intenções suicidas. É considerado um grupo de maior risco e necessita de maior atenção. Entre os autores e os alvos-autores observa se maior incidência de situações de delinquência e adesão ao consumo de álcool e drogas, enquanto entre os alvos a frequência de fumantes é bem menor quando em comparação com o grupo controle, formado por estudantes não envolvidos em atos de bullying. 1.4 CARACTERÍSTICA DAS VÍTIMAS A agressividade e a vitimização de acordo com LOPES NETO (2007), são mais frequentemente observadas entre crianças e adolescentes do sexo masculino, sendo os mais jovens mais comumente vitimados. Raramente podem-se relacionar as atitudes agressivas e a submissão às agressões sistemáticas com algum antecedente patológico que pudesse explicar possíveis alterações de comportamento. Portanto o bullying ocorre, prioritariamente, entre crianças e adolescentes normais, não havendo sinais que identifiquem previamente o papel que cada um deles irá desempenhar, entendendo-se que, não raro, observa-se certa

11 rotatividade entre as diversas formas de participação, incluindo-se aí a figura dos observadores. Entre os meninos prevalece o bullying físico (agressões). Quando se trata do bullying verbal (apelidos), observa-se uma equivalência entre ambos os sexos, enquanto a forma indireta (difamação) é a mais frequente entre as meninas, principalmente as adolescentes. Os alvos típicos podem ser ansiosos, mais fracos física e emocionalmente e tendem a apresentar atitudes negativas diante dos atos violentos, seja pela não reação, seja pelo isolamento ou por reações que demonstrem fragilidade, imaturidade ou insegurança, além de outros achados, como ansiedade, baixa autoestima, rejeição ou baixa aceitação do grupo, poucos amigos, ambiente escolar pouco ou nada prazeroso e alta frequência de problemas internos e externos. Fatores familiares como superproteção ou rejeição. As vítimas de bullying se tornam reféns do jogo do poder instituído pelos agressores. Raramente elas pedem ajuda às autoridades escolares ou aos pais. Agem assim, dominadas pela falsa crença de que essa postura é capaz de evitar possíveis retaliações dos agressores e por acreditarem que, ao sofrerem sozinhos e calados, pouparão seus pais da decepção de ter um filho frágil, covarde e não popular na escola. (SILVA, 2010a, p. 12). Conforme LOPES NETO (2007), os alunos observadores sofrem com o medo, a dúvida sobre como agir e a descrença na capacidade e no interesse da escola em sanar o problema. O desempenho escolar pode cair, pois a atenção dos adolescentes passa a ser dirigida para as atitudes agressivas praticadas e sofridas por seus colegas. Como dizem alguns autores, a escola que não atua efetivamente para a redução do bullying entre seus alunos acaba contaminada, tornando-se um ambiente inseguro, com altos índices de agressividade e a consequente perda do controle sobre o comportamento dos jovens. O não enfrentamento das situações, justificado pela suposta inexistência de bullying, demonstra falta de conhecimento sobre o assunto ou revela a intenção de encobrir o problema. Para a sociedade respinga o ônus dos prejuízos sociais. A Organização Mundial da Saúde (OMS) admite que as ações antibullying constituem-se em um método eficaz para a redução da violência juvenil, por conseguinte pode ser uma estratégia de impacto para a redução da violência social. Vítimas típicas são os alunos que apresentam pouca habilidade de socialização. Em geral, são tímidas ou reservadas, e não conseguem reagir aos comportamentos provocados e agressivos dirigidos contra elas. Geralmente são mais frágeis fisicamente ou apresentam marca que as destaca da maioria dos alunos: são gordinhas ou magras demais, altas ou baixas de mais; usam óculos; são caxias,

12 deficientes físicos; apresentam sardas ou manchas na pele, orelhas ou nariz um pouco mais destacados; usam roupas fora de moda; são de raça, credo, condição socioeconômica ou orientação sexual diferentes... Enfim, qualquer coisa que fuja ao padrão imposto por um determinado grupo pode deflagrar o processo de escolha da vítima do bullying. Os motivos (sempre injustificáveis) são os mais banais possíveis. Normalmente essas crianças ou adolescentes estampam facilmente as suas inseguranças na forma de extrema sensibilidade. Passividade, submissão, falta de coordenação motora, baixa autoestima, ansiedade excessiva, dificuldades de se expressar. As vítimas provocadoras são aquelas capazes de insuflar em seus colegas reações agressivas contra si mesmas. No entanto, não conseguem responder aos revides de forma satisfatória. Elas, em geral, discutem ou brigam quando são atacadas ou insultadas. Nesse grupo geralmente encontramos crianças ou adolescentes hiperativos e impulsivos e/ou imaturos, que criam sem intenção explícita, um ambiente tenso na escola. Sem perceberem, as vítimas provocadoras acabam dando tiro nos próprios pés, chamando a atenção dos agressores genuínos. Estes por sua vez, se aproveitam dessas situações para desviarem toda a atenção para a vítima provocadora. Assim, os verdadeiros agressores continuam incógnitos em suas táticas de perseguição. Já a vítima agressora faz valer os velhos ditos populares bateu, levou ou tudo que vem tem volta. Ela reproduz os maus-tratos sofridos como forma de compensação, ou seja, ela procura outra vítima ainda mais frágil e vulnerável, e comete contra esta todas as agressões sofridas. Isso aciona o efeito cascata ou de circulo vicioso, que transforma o bullying em um problema de difícil controle e que ganha proporções infelizes de epidemia mundial de ameaça a saúde pública. (SILVA, 2010b, p. 37) 1.5 CONSEQUÊNCIA CAUSADA PELO BULLYING Segundo LOPES NETO (2007), os alvos, em consequência das agressões sistemáticas sofridas, podem apresentar depressão, ansiedade, baixa autoestima, isolamento, exclusão, perdas materiais etc. Quando jovens ou adultos, o mesmo quadro pode perdurar, além da dificuldade em impor-se profissionalmente e da insegurança em estabelecer uma relação afetiva duradoura. As famílias dos alunosalvo que, ao perceberem o sofrimento de seus filhos, não o valorizam, exigem-lhes um comportamento que eles não são capazes de assumir ou adquirem um sentimento de inconformismo, buscando culpados na escola ou no próprio seio familiar. Muitas vezes, o bullying passa a ser o maior problema na vida dos pais, interferindo em suas atividades profissionais, nas relações com os cônjuges e desses com seus filhos, que podem passar a exigir atitudes e soluções nem sempre bem-sucedidas.

A violência psicológica compromete a estrutura psíquica da criança, uma vez que esta se sente desvalorizada, desprotegida, não- aceita e nãoamada, percebendo-se rejeitada por aqueles que são significativos em sua vida. Esse sentimento de rejeição compromete o desenvolvimento de sua auto- estima e o poder de auto- superação, uma vez que está arraigada em seu inconsciente devido aos inúmeros registros negativos que ficaram impressos em sua memória, com tendência a reproduzir tais situações de abuso em outros relacionamentos (FANTE, 2005, p.179). 13

2. O BULLYING NA ESCOLA MUNICIPAL DE COLNIZA/MT 2.1 ANÁLISE DOS DADOS COLETADOS COM OS PROFESSORES A pesquisa realizada na escola, aconteceu no dia dois de setembro de dois mil e treze, no período matutino. Através de questionário minucioso, preparado com antecedência. Participaram da pesquisa dez docentes. Sendo dois formados em Letras, um em História, um em Matemática, dois em Pedagogia, um em Geografia, dois em Ciências Sociais e um em Educação Física. TABELA 01 FORMAÇÃO DOS PROFESSORES INTREVISTADOS FORMAÇÃO QUANTIDADE TOTAL Letras 02 História 01 Matemática 01 Pedagogia 02 Geografia 01 Ciências Sociais 02 Educação Física 01 10 Fonte: SILVA, Paulinelli Bonetto da, 2013. na escola. O gráfico abaixo mostra os fatores que contribuem para a pratica de bullying GRAFICO 01

Fonte: SILVA, Paulinelli Bonetto da, 2013. Professor 01: declara saber o que é bullying. Dentre as praticas mais frequentes na escola o mesmo disse que: apelidar, ofender, excluir e agressões físicas como: bater, chutar, empurrar, derrubar e ferir. Que os meninos em grupos e as meninas em grupos são os alunos que mais se envolvem em casos de bullying. Dentre os fatores que contribuem para as agressões estão, o nível sócio econômico, a falta de estrutura familiar e o fato dos agressores já terem sido agredidos. Que a maioria dos envolvidos em caso de bullying a maioria são vitimas e vitimas agressoras. Que a violência ocorre na sala de aula e no pátio. E os agressores estudam na mesma sala da vitima, sendo os mesmos mais velhos e mais fortes ou mesma idade e mais fortes. Que as vitimas após sofrer a pratica de bulllying ficam chateadas. 15 Imagem 01 Relato de caso de bullying presenciado pelo professor 01 Fonte: SILVA, Paulinelli Bonetto da, 2013. Professor 02: diz saber o que é bullying e dentre as praticas mais comuns estão, apelidar, ofender, zoar, sacanear, chantagear, agressores físicas e esconder materiais de colegas. Entre os alunos que mais praticam bullying são os meninos em grupos e essas praticas ocorrem devido a falta de estrutura familiar. Dos envolvidos a maioria são vitimas e os casos ocorrem na sala de aula e no pátio, sendo que os agressores estudam na mesma classe das vítimas. Eles são da mesma idade e mais fortes que após sofre bullying a vitima fica chateada. GRAFICO 02

16 PRATICAS DE BULLYING MAIS FREQUENTE NA ESCOLA 1 0 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0 1 0 ofender ofender zoar sacanear intimidar excluir chantagear agressões fisicas esconder materiais de colegas Fonte: SILVA, Paulinelli Bonetto da, 2013. 2.2 ANÁLISE DOS DADOS COLETADOS COM OS ALUNOS DA SALA A Conforme BRASIL (2010), nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais. Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta lei, assegurando-se-lhes, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade. Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária. Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende: a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer circunstâncias; b) precedência de atendimento nos serviços públicos ou de relevância pública; c) preferência na formulação e na execução das políticas sociais públicas; d) destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção à infância e à juventude. (BRASIL, 2010, p. 12).

17 A pesquisa na sala A foi realizada com dezoito alunos, todos da sexta série. Na turma o número de meninas é mais que três vezes superior ao de meninos. TABELA 02 ALUNOS INTREVISTADOS DA SALA A alunos série quantidade total masculino 6º 04 feminino 6º 14 18 Fonte: SILVA, Paulinelli Bonetto da, 2013. Aluno 01: Têm treze anos de idade, reconhece o que é bullying e nunca foi vitima da violência. Em sua escola a pratica de bullying mais comum é maus tratos verbais e físicos. As violências acontece cerca de duas vezes por semana, quem mais pratica bullying são os meninos em grupos, menino individual e grupos mistos. Que as agressões acontece devido a falta de estrutura familiar e influência dos colegas. Os fatos ocorrem na sala de aula, no pátio e corredores, os agressores são da mesma classe da vítima e também de outras classes, sendo os mesmo mais velhos e mais fortes e mesma idade e mais fortes. Que as vitimas após sofrer bullying ficam chateadas, humilhadas e não contam para ninguém e as que presenciam os fatos riem das gozações e não fazem nada. Aluno 02: Diz saber o que é bullying e nunca sofreu esta violência. Que as condutas mais incidentes em sua classe são maus tratos verbais, maus tratos físicos e exclusão do grupo, sendo que os fatos acontece todos os dias. Quem mais se envolve em bulling são os meninos em grupos e menina individual, que as práticas ocorrem devido a influência de colegas, sendo que dos envolvidos a maioria são vitimas. E os fatos ocorrem na sala e no pátio, os agressores estudam em outras classes e são mais velhos e mais fortes. As vitimas após sofrer a violência ficam humilhadas e as pessoas presentes não fazem nada. GRAFICO 03

18 Fonte: SILVA, Paulinelli Bonetto da, 2013. 2.3 ANALISE DOS DADOS COLETADOS NA SALA B De acordo com BRASIL (2010), a criança e o adolescente têm direito a proteção à vida e à saúde, mediante a efetivação de políticas sociais públicas que permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, em condições dignas de existência. Art. 13. Os casos de suspeita ou confirmação de maus-tratos contra criança ou adolescente serão obrigatoriamente comunicados ao Conselho Tutelar da respectiva localidade, sem prejuízo de outras providências legais. (BRASIL, 2010, p. 15). Segundo BRASIL (2010), a criança e o adolescente têm direito à liberdade, ao respeito e à dignidade como pessoas humanas em processo de desenvolvimento e como sujeitos de direitos civis, humanos e sociais garantidos na Constituição e nas leis. O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral da criança e do adolescente, abrangendo a preservação da imagem, da identidade, da autonomia, dos valores, ideias e crenças, dos espaços e objetos pessoais. E é dever de todos velar pela dignidade da criança e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor, prevenindo a ocorrência de ameaça ou violação de seus direitos. A criança e o adolescente segundo BRASIL (2010), têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, assegurando-lhes:

19 I igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; II direito de ser respeitado por seus educadores; III direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias escolares superiores; IV direito de organização e participação em entidades estudantis; V acesso à escola pública e gratuita próxima de sua residência, (BRASIL, 2010, p. 40). A entrevista na sala B foi realizada com vinte e dois alunos, todos da 6º série. O número de meninos e superior ao número de meninas. TABELA 03 ALUNOS INTREVISTADOS DA SALA B alunos série quantidade total masculino 6º 12 feminino 6º 11 22 Fonte: SILVA, Paulinelli Bonetto da, 2013. Aluno 03: Reconhece o que é bullying e já sofreu a violência, dentre as formas mais comuns na sua escola estão maus tratos verbais e físicos, sendo que esses fatos ocorrem todos os dias. Quem mais pratica bullying são as meninas, individual, sendo a influência de colegas os motivos das agressões. Dos envolvidos em casos de bullying, as vitimas são a maioria. Os fatos acontecem no pátio e os agressores estudam na mesma sala da vitima, que os agressores tem a mesma idade e são mais forte, que após sofrer a violência a vitima fica humilhada e não conta para ninguém sobre a incidência do problema. Que as pessoas que presenciam os maustratos riem das gozações. Aluno 04: Tem doze anos de idade, sabe o que é bullying e já sofreu violência na escola. As condutas mais frequentes na escola são agressões verbais e os fatos acontecem todos os dias. Quem mais pratica bullying em sua escola são os meninos, individual. Que a falta de estrutura familiar contribuem para as agressões e os fatos acontecem em sala de aula, sendo os agressores mais velhos, os agressores são mais velho e mais fortes, as vitimas após sofrer a violência fica humilhadas e as pessoas que presenciam os fatos não fazem nada.

20 GRAFICO 4 Fonte: SILVA, Paulinelli Bonetto da, 2013. 2.4 RELATOS DE ALUNOS QUE PRESENCIARAM CASOS DE BULLYING. A pesquisa aconteceu com quarenta alunos de duas salas da sexta série, dos alunos entrevistados dezesseis relataram já terem sofrido bullying na escola. Segundo CURY (2003), não se deve permitir em hipótese alguma que os alunos chamem seus colegas de baleia ou elefante por eles serem obesos. Você não imagina o rombo emocional que esses apelidos provocam no solo do inconsciente. Não lhes permita falarem pejorativamente dos defeitos físicos e da cor da pele dos outros. Essas brincadeiras não são ingênuas. Produzem graves conflitos que não se apaga mais, só se reeditam. Discriminação é um câncer, uma mácula que sempre manchou nossa história. Imagem 02 Relato de caso de bullying presenciado pelo aluno 01 Fonte: SILVA, Paulinelli Bonetto da, 2013.

21 Imagem 03 Relato de caso de bullying presenciado pelo aluno 02 Fonte: SILVA, Paulinelli Bonetto da, 2013. Imagem 04 Relato de caso de bullying presenciado pelo aluno 03 Fonte: SILVA, Paulinelli Bonetto da, 2013. Imagem 05 Relato de caso de bullying presenciado pelo aluno 04 Fonte: SILVA, Paulinelli Bonetto da, 2013. Imagem 06 Relato de caso de bullying presenciado pelo aluno 05 Fonte: SILVA, Paulinelli Bonetto da, 2013. Imagem 07 Relato de caso de bullying presenciado pelo aluno 06

Fonte: SILVA, Paulinelli Bonetto da, 2013. 22

CONCLUSÃO Diante do exposto conclui que os estudos sobre bullying iniciaram na década de setenta, na Suécia, devido ao auto índice de suicídio entre crianças e adolescentes. E os reflexos desses estudos chegaram ao Brasil no inicio do ano dois mil e por r não existir uma palavra na língua portuguesa capaz de expressar todas as situações de "bullying" possíveis, é usado o termo em inglês. O bullying esta presente em toda parte na família, na escola, no trabalho. Na escola o mesmo pode ser compreendido como o conjunto de comportamentos agressivos marcados pela assimetria de poder e pelo caráter repetido com que ocorrem, sempre com a intenção de ferir física ou moralmente. O questionário aplicado aos professores apontam que há a pratica de bullying na escola pesquisada. Que os fatores que contribuem para a pratica da violência são: nível sócio econômico, falta de estrutura familiar e influência de colegas. Sendo as praticas mais comuns agressões físicas, zoar e esconder materiais de colegas. Isso demonstra que a escola precisa realizar projetos para sanar as violências na escola. Na sala A os estudos apresentam que o maior índice de violência acontece devido à influência de colegas. Já na sala B há um certo equilíbrio entre os que acham que o bullying acontece devido a falta de estrutura familiar e influência de colegas. Nos relatos sobre casos de bullying praticado na escola pude perceber que a falta de compreensão, por parte dos agressores, sobre o mal que a violência causa nas vitimas. Por outro lado às vitimas sabem exatamente o que estão sofrendo. Isso demonstra que um projeto com o tema pode melhorar o índice de violência na escola.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL. Estatuto da criança e do adolescente. 7.ed. Brasília : Câmara dos Deputados, Edições Câmara, 2010. 225 p. (Série legislação ; n. 25) ISBN 978-85- 736-5344-1 Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 e legislação correlata. Disponível em: <http://www.biblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia_20130523173055.pdf>. Acesso em 08 set. 2013. BULLINING. Imagens; Disponível em <https://www.google.com.br>. Acesso em 01 set.2013. CARVALHO, Marilia Pinto. Violências nas escolas: o "bullying" e a indisciplina Rio de Janeiro, 3 agosto 2007. Disponível em: <http://www.observatoriodainfancia.com.br/article.php3?id_article=233>. Acesso em 03 de setembro de 2013. CARVALHO. Karina Romera; Bullying Escolar. Disponível em: <http://www.portaleducacao.com.br>. Acesso em 02 set. 2013. CENTRO educacional católico de Brasilia. Disponível em: <http://www.cecb.edu.br>. Acesso em 14 jul. 2013. CURY, Augusto Jorge. Pais brilhantes, professores fascinantes. Rio de Janeiro, Sextante,. 2003. FANTE, Cleo; PEDRA, José Augusto. Bullying escolar (recurso eletrônico): perguntas e respostas. Porto Alegre: Artmed, 2008. Disponível em: <http://books.google.com.br>. Acesso em 04 set. 2013. FANTE, Cleo. Fenômeno bullying: como prevenir a violência nas escolas e educar para a paz. São Paulo: Verus, 2005. LOPES NETO, Aramis A. Revista oficial do núcleo de estudos da saúde do adolescente/uerj. Vol. 4 nº 3 - Jul/Set 2007. Disponível em: <http://www.adolescenciaesaude.com/detalhe_artigo.asp?id=101>. Acesso em 03 de setembro de 2013. SILVA.(a) Ana Beatriz Barbosa. Bullying: Cartilha 2010.. Brasilia: Projeto justiça nas escolas, 2010. SILVA.(b) Ana Beatriz Barbosa. Bullying - mentes perigosas nas escolas. Rio de Janeiro: Objetiva 2010.

ANEXOS

Este questionário faz parte do Projeto de Pesquisa intitulado Bullying: uma análise sobre sua prática na zona urbana de Colniza/MT. Questionário aplicado à professores da escola municipal Nome: Idade: Formação: Série(s) que leciona: Turno(s) que leciona: ( ) Matutino ( ) Vespertino ( ) Noturno Questões: 1. Você já sabe o que é bullying? ( ) Sim ( ) Não 2.. Quais foram as condutas mais incidentes na sua escola? ( ) apelidar; ( ) ofender; ( ) zoar ; ( ) sacanear ( ) humilhar; ( ) intimidar; ( ) constranger; ( ) discriminar; ( ) amedrontar; ( ) excluir; ( ) isolar; ( ) ignorar; ( ) perseguir; ( ) chantagear ( ) assediar; ( ) ameaçar; ( ) difamar; ( ) agreções físicas, bater, chutar, empurrar, derrubar, ferir; ( ) esconder materiais de colegas; ( ) furtar, e roubar pertences.

3. Quem mais se envolve no bullying? ( ) meninos em grupo ( ) meninas em grupo ( ) menino individual ( ) menina individual ( ) participação generalizada incluindo adultos ( ) grupos misto 4. A que fatores você atribuiu a agressão: ( ) Nível sócio econômico ( ) falta de estrutura familiar ( ) agressores já foram agredidos ( ) problemas de saúde ( ) influência dos colegas 5. Dos envolvidos em caso de bullying quais seriam a maioria? ( ) vítimas ( ) vítimas- agressoras ( ) agressores ( ) não sei responder 6. Onde a violência ocorre? ( ) sala de aula ( ) pátio ( ) corredores ( ) banheiros ( ) outros ( quadra esportivas,..) 7.Local em que se encontram os agressores: ( ) mesma classe da vítima ( ) outras classes 8. Quanto ao aspecto físico dos agressores: ( ) mais velhos e mais fortes ( ) mesma idade e fortes ( ) mais novos ( ) mais fracos 9. Quais seriam as emoções provocadas nas vítimas? ( ) chateadas

( ) desesperadas ( ) sem ter como impedir ( ) humilhadas ( ) acham que é apenas brincadeiras, não incomodam ( ) não contam para ninguém sobre a incidência do problema 10. Em relação as atitudes de quem presencia os maus- tratos : ( ) alguém interfere ( ) riem das gozações ( ) não fazem nada 11. Relate um caso de bullying do qual você já presenciou.

Este questionário faz parte do Projeto de Pesquisa intitulado Bullying: uma análise sobre sua prática em uma escola urbana de Colniza/MT. Informo que não é necessário sua identificação, muito obrigada pela colaboração. Nome: Idade: Questões: 1.Você sabe o que é bullying? ( ) Sim ( ) Não 2. Já sofreu algum tipo de violência na sua escola? ( ) Sim ( ) Não 3. Quais as condutas mais incidentes na sua escola? ( ) maus tratos verbais e psicológicos ( ) maus tratos físicos ( ) maus tratos sexuais ( ) exclusão do grupo ( ) não sei infomar 4. Quantas vezes isso acontece? ( ) todos os dias ( ) 2x por semana ( ) 1x por semana ( ) nunca 5. Quem mais se envolve no bullying? ( ) meninos em grupo ( ) meninas em grupo ( ) menino individual ( ) menina individual ( ) participação generalizada incluindo adultos ( ) grupos misto 6. A que fatores você atribuiu a agressão: ( ) Nível sócio econômico ( ) falta de estrutura familiar ( ) agressores já foram agredidos ( ) problemas de saúde ( ) influência dos colegas

7. Dos envolvidos em caso de bullying quais seriam a maioria? ( ) vítimas ( ) vítimas- agressoras ( ) agressores ( ) não sei responde 8. Onde a violência ocorre? ( ) sala de aula ( ) pátio ( ) corredores ( ) banheiros ( ) outros ( quadra esportivas,..) 9.Local em que se encontram os agressores: ( ) mesma classe da vítima ( ) outras classes 11. Quanto ao aspecto físico dos agressores: ( ) mais velhos e mais fortes ( ) mesma idade e fortes ( ) mais novos ( ) mais fracos 10. Quais seriam as emoções provocadas nas vítimas? ( ) chateadas ( ) desesperadas ( ) sem ter como impedir ( ) humilhadas ( ) acham que é apenas brincadeira, não incomodam ( ) não contam para ninguém sobre a incidência do problema 11. Em relação as atitudes de quem presencia os maus- tratos : ( ) alguém interfere ( ) riem das gozações ( ) não fazem nada 12. Relate um caso de bullying do qual você já presenciou ou sofreu.