8º Ano Artes 2º bimestre BARROCO A arte barroca desenvolveu-se no século XVII, num período muito importante da história da civilização ocidental, pois nele ocorreram mudança que deram nova feição à Europa da Idade Moderna. Outra vez a arte é vista como um meio de propagar o catolicismo e ampliar sua influência. A arte barroca originou-se na Itália, mas não tardou muito a irradiar-se por outros países da Europa e ao chegar também ao continente americano, trazida pelos colonizadores portugueses e espanhóis. Entretanto, ela não se desenvolveu de maneira homogênea. Houve grande diferença entre os artistas e entre as obras produzidas nos diferentes países. Apesar disso, alguns princípios gerais podem ser identificados como caracterizadores dessa concepção artística: as obras barrocas romperam o equilíbrio entre a arte e a ciência ou entre o sentimento e a razão, que os artistas renascentistas procuraram realizar de forma muito consciente; na arte barroca, predominam as emoções e não o racionalismo da arte renascentista. Pintura De modo geral, as características da pintura barroca podem ser resumidas em alguns pontos principais. O primeiro é a disposição dos elementos dos quadros, que sempre forma uma composição em diagonal. Além disso, as cenas representadas envolvem-se em acentuado contraste de claro-escuro, o que intensifica a expressão de sentimento. Quanto ao assunto a pintura barroca é realista, mas a realidade que lhe serve de ponto de partida não é só de reis e rainhas de cortes luxuosas, mas também a do povo simples. Dentre os pintores barrocos italianos destacam-se: Tintoretto, Caravaggio e Andréa Pozzo. E dentre os pintores espanhóis e os dos países baixos (Holanda e Bélgica) destacam-se: El Greco, Velázquez, Rubens, Hals, Rembrandt e Vermeer.
ROCOCÓ De modo geral, a arte que se desenvolveu dentro do estilo do Rococó pode ser caracterizada como requintada, aristocrática e convencional. Foi uma arte que se preocupou em expressar apenas sentimentos agradáveis e que procurou dominar a técnica de uma execução perfeita. O Rococó teve início na França, no século XVIII, difundindo-se em seguida por toda a Europa. Em nosso país foi introduzido pelo colonizador português e a sua manifestação se deu principalmente no mobiliário. O termo Rococó originou-se da palavra francesa rocaille que, em português, significa concha. Esse detalhe é significativo na medida em que muitas vezes podemos perceber as linhas de uma concha associadas aos elementos decorativos desse estilo. Escultura Como vimos, havia nas esculturas renascentistas um equilíbrio entre os aspectos intelectuais e emocionais. Já nas obras barrocas, esse equilíbrio desaparece, dando lugar à exaltação dos sentimentos. As formas procuram expressar o movimento e recobrem-se de efeitos decorativos. Predominam as linhas curvas, os drapeados das vestes e o uso do dourado. Os gestos e os rostos dos personagens revelam emoções violentas e atingem uma dramaticidade desconhecida no renascimento. Arquitetura A arquitetura do século XVII realizou-se principalmente nos palácios e nas igrejas. A Igreja Católica queria proclamar o triunfo de sua fé e, por isso, realizou obras que impressionam pelo seu esplendor. Quanto ao estilo da construção, os arquitetos deixam de lado os valores de simplicidade e racionalidade e insistem nos efeitos decorativos, pois no barroco todo muro se ondula e dobra para criar um novo espaço.
De fato, pode-se ver no Rococó um desenvolvimento natural do Barroco. Porém, há entre esses dois estilos algumas características bem distintas. As cores fortes da pintura Barroca, por exemplo, na pintura rococó foram substituídas por cores suaves e de tom pastel. Além disso, o rococó deixa de lado os excessos de linhas retorcidas que expressam as emoções humanas e busca formas mais leves e delicadas. A arte do Rococó refletia, portanto, os valores de uma sociedade fútil que buscava nas obras de arte algo que lhe desse prazer e a levasse a esquecer seus problemas reais. Os assuntos explorados pelos artistas deveriam ser as cenas graciosas, realizadas de tal forma que refletisse uma sensualidade sutil. Arquitetura Na arquitetura, o estilo rococó manifestou-se principalmente na decoração de espaços interiores, que se revestiam de abundante e delicada ornamentação. As salas e os salões têm, de preferência, a forma oval e as paredes são cobertas com pinturas de cores claras e suaves, espelhos e ornamentos com motivos florais feitos com estuque. Em oposição a esse interior rico em elementos decorativos, a fachada dos edifícios reflete um barroco sem exageros ou o estilo clássico dos renascentistas italianos. Pintura O Rococó desenvolvia temas mundanos, ambientados em parques e jardins ou em interiores luxuosos. As personagens não são mais de inspiração popular, e sim membros de uma aristocracia ociosa. Desaparecem os contrastes radicais de claro-escuro e passam a predominar as tonalidades claras e luminosas. A técnica do pastel passa a ser bastante utilizada, pois ela permite a produção de certos efeitos de delicadeza e leveza dos tecidos, maciez da pele feminina, sedosidade dos cabelos, luzes e brilhos. Escultura O estilo Rococó substitui os volumes que indicam o vigor e a energia barrocos por linhas suaves e graciosas. A escultura geralmente procura retratar as pessoas mais importantes da época. Foi ela, também, a responsável pela criação das estatuetas decorativas, a partir da invenção da porcelana. O NEOCLASSICISMO E O ROMANTISMO Nas duas últimas décadas do século XVIII e nas três primeiras do século XIX, uma nova tendência estética predominou nas criações dos artistas europeus. Trata-se do Academicismo ou Neoclassicismo, que expressou os valores próprios de uma nova e fortalecida burguesia, que assumiu a direção da sociedade europeia após a Revolução Francesa.
Esse estilo chamou-se Neoclassicismo porque retomou os princípios da arte da antiguidade greco-romana. A outra denominação Academicismo deveu-se ao fato de que as concepções artísticas do mundo greco-romano tornaram-se os conceitos básicos para o ensino das artes nas academias mantidas pelos governos europeus. De acordo com a tendência neoclássica, uma obra de arte só seria perfeitamente bela na medida em que imitasse não as formas da natureza, mas as que os artistas clássicos gregos e os renascentistas italianos já haviam criado. E esse trabalho só era possível através de um cuidadoso aprendizado das técnicas e convenções da arte clássica. Por isso, o convencionalismo e o tecnicismo reinaram nas academias de belas-artes, até serem questionados pela arte moderna. Já o Romantismo, que se caracteriza como uma reação ao Neoclassicismo, situa-se historicamente entre 1820 e 1850. Os românticos procuraram se libertar das convenções acadêmicas em favor da livre expressão da personalidade do artista. Assim, de modo geral, podemos afirmar que a característica mais marcante do Romantismo é a valorização dos sentimentos e da imaginação como princípios da criação artística. REALISMO Entre 1850 e 1900 surge nas artes europeias, sobretudo na pintura francesa, uma nova tendência estética chamada de Realismo, que se desenvolveu ao lado da crescente industrialização das sociedades. O homem europeu, que tinha aprendido a utilizar o conhecimento científico e a técnica para interpretar e dominar a natureza, convenceu-se de que precisava ser realista, inclusive em suas criações artísticas, deixando de lado as visões subjetivas e emocionais da realidade. Arquitetura Esses novos ideais estéticos manifestaram-se em todas as artes. A arquitetura, por exemplo, ao adaptar-se ao novo contexto social, tende a tornar-se realista ou científica. Os arquitetos e engenheiros procuram responder adequadamente às novas necessidades urbanas, criadas pela industrialização. As cidades não exigem mais ricos palácios e templos. Elas precisam de fábricas, estações ferroviárias, armazéns, lojas, bibliotecas, escolas, hospitais e moradias, tanto para os operários quanto para a nova burguesia.
Escultura A escultura realista não se preocupou com a idealização da realidade. Ao contrário, procurou recriar os seres tais como eles são. Além disso, os escultores preferiram os temas contemporâneos, assumindo muitas vezes uma intenção política em suas obras. Pintura A pintura realista deixou completamente de lado os temas mitológicos, bíblicos, históricos e literários, pois o que importa é a criação a partir de uma realidade imediata e não imaginada. A volta do artista a representação do real teve uma consequência: sua politização. Isso porque, se a industrialização trouxe um grande desenvolvimento tecnológico, ela provocou também o surgimento de uma grande massa de trabalhadores, vivendo nas cidades em condições precárias e trabalhando em situações desumanas. Surge então a chamada pintura social, denunciando as injustiças e as imensas desigualdades entre a miséria dos trabalhadores e a opulência da burguesia.
IMPRESSIONISMO Foi um movimento artístico que revolucionou profundamente a pintura e deu início às grandes tendências da arte do século XX. Os pintores impressionistas procuraram, a partir da observação direta do efeito da luz do solar sobre os objetos, registrar em suas telas as constantes alterações que essa luz provoca nas cores da natureza. As principais características desse estilo são: A pintura deve registrar as tonalidades que os objetos adquirem ao refletir a luz solar num determinado momento, pois as cores da natureza se modificam constantemente, dependendo da incidência da luz do sol. As figuras não devem ter contornos nítidos, pois a linha é uma abstração do ser humano para representar as imagens. As sombras devem ser luminosas e coloridas, tal como é a impressão visual que nos causam, e não escuras ou pretas, como os pintores costumavam representá-las. Os contrastes de luz e sombra devem ser obtidos de acordo com a lei das cores complementares. Assim, um amarelo próximo de um violeta produz uma impressão de luz e de sombra muito mais real do que o claro-escuro tão valorizado pelos pintores barrocos. As cores e tonalidades não devem ser obtidas pela mistura das tintas na paleta do pintor. Pelo contrário, devem ser puras e dissociadas nos quadros, em pequenas pinceladas. É o observador que ao admirar a pintura, combina as várias cores, obtendo o resultado final. A mistura deixa, portanto, de ser técnica para ser óptica.
ESTUDO DIRIGIDO 1. Quais são as principais características da arte renascentista? _ 2. Quais as principais diferenças entre o Barroco e o Rococó? _ 3. O que foi o Neoclassicismo e o Romantismo? _ 4. O que foi a tendência Realista das artes europeias? _ 5. Cite algumas das principais características do Impressionismo. _