CONHECENDO O INIMIGO PROF. FELIPE DALENOGARE

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Transcrição:

CONHECENDO O INIMIGO DireitoAdministrativo PROF. FELIPE DALENOGARE

Funções do Estado e organização da Administração Pública Funções: é quando alguém exerce uma atividade representando interesses de terceiros. Obs: A divisão dos poderes não gera absoluta divisão das funções, mas sim, distribuição de três funções estatais precípuas. a) típica: função para o qual o poder foi criado; b) atípica: função estranha àquela para o qual o poder foi criado; - Função legislativa: elaboração das leis (função normativa) - características: produz normas gerais, não concretas e produz inovações primárias no mundo jurídico. - Função Judiciária: aplicação coativa da lei. características: estabelece regras concretas (julga em concreto, não produz inovações primárias, função indireta (deve ser provocado) e propicia situação de intangibilidade jurídica (coisa julgada). - Função Administrativa: conversão da lei em ato individual e concreto. características: estabelece regras concretas, não produz inovações primárias, é direta (não precisa ser solicitada e é passível de revisão pelo Poder Judiciário). - Função Administrativa - é toda atividade desenvolvida pela Administração representando os interesses da coletividade, esta função decorre do fato do Brasil ser uma república (= coisa pública toda atividade desenvolvida tem que privilegiar a coisa pública). - Em razão deste interesse público a Administração terá posição privilegiada em face de terceiros que com ela se relacionam, ela tem prerrogativas e obrigações que não são extensíveis aos particulares (está em posição de superioridade ex.: atos da administração são dotados de presunção validade, de auto-executoriedade (não precisa recorrer ao Jud.), cláusulas exorbitantes, desapropriação etc). Administração Pública: Conceito: É a atividade desenvolvida pelo Estado ou seus delegados, sob o regime de Direito Público, destinada a atender de modo direto e imediato, necessidades concretas da coletividade. É todo o aparelhamento do Estado

para a prestação dos serviços públicos, para a gestão dos bens públicos e dos interesses da comunidade. Estrutura da Administração Pública Direta e Indireta DESCONCENTRAÇÃO X DESCENTRALIZAÇÃO A função administrativa pode ser desenvolvida de duas formas, CENTRALIZADA, pela qual o serviço é prestado pela Administração Direta, DESCENTRALIZADA, em que o a prestação é deslocada para outras Pessoas Jurídicas. Desse modo, a DESCONCENTRAÇÃO é a distribuição do serviço dentro da mesma Pessoa Jurídica, no mesmo núcleo, razão pela qual será uma transferência com hierarquia. Por sua vez, a DESCENTRALIZAÇÃO consiste na Administração Direta deslocar, distribuir ou transferir a prestação do serviço para a Administração Indireta ou para o particular. Note-se que, a nova Pessoa Jurídica não ficará subordinada à Administração Direta, pois não há relação de hierarquia, mas esta manterá o controle e fiscalização sobre o serviço descentralizado. ADMINISTRAÇÃO DIRETA: A Administração Direta se constitui dos serviços integrados na estrutura administrativa da Presidência da República e dos Ministérios (Estados, Municípios e suas secretarias). ÓRGÃOS PÚBLICOS: são divisões das entidades estatais (União, Estados e Municípios) ou centros especializados de competência, como o Ministério do Trabalho, da Fazenda. Não tem personalidade jurídica própria, os atos que praticam são atribuídos ou imputados à entidade estatal a que pertencem. Podem ter representação própria, por seus procuradores, bem como ingressar em juízo, na defesa de suas prerrogativas, contra outros órgãos públicos. Classificação quanto à esfera de atuação: a) centrais: atuação nacional, estadual ou municipal (ex. Ministério da Saúde, Secretaria Estadual de Saúde e Secretaria Municipal de Saúde); b) locais: atuação específica em determinada parte do território (ex. Unidade de Saúde de determinado bairro); Classificação quanto à posição estatal: a) independentes: são os derivados da Constituição, representam os Poderes do Estado. Não são subordinados hierarquicamente e somente são controlados uns pelos outros. (ex: Congresso Nacional, Câmara dos Deputados, Senado Federal, Chefias do Executivo,

Tribunais e Juízes e Tribunais de Contas). b) autônomos: São os subordinados diretamente à cúpula da Administração. Têm grande autonomia administrativa, financeira e técnica, caracterizando-se como órgãos diretivos, com funções de planejamento, supervisão, coordenação e controle das atividades que constituem sua área de competência. Seus dirigentes são, em geral, agentes políticos nomeados em comissão. (ex. Ministérios e Secretarias, bem como a Advocacia-Geral da União, Ministério Público, Defensoria Pública e as Procuradorias dos Estados e Municípios) c) superiores: Possuem poder de direção, controle, decisão e comando dos assuntos de sua competência específica. Representam as primeiras divisões dos órgãos independentes e autônomos (ex. Gabinetes, Coordenadorias, Departamentos, Divisões, etc) d) subalternos: são órgãos de execução (ex. seções e os serviços) Classificação quanto à composição: a) simples: Também conhecidos por unitários, são aqueles que possuem apenas um único centro de competência, sua característica fundamental é a ausência de outro órgão em sua estrutura, para auxiliá-lo no desempenho de suas funções. b) compostos: São aqueles que em sua estrutura possuem outros órgãos menores, seja com desempenho de função principal ou de auxilio nas atividades, as funções são distribuídas em vários centros de competência, sob a supervisão do órgão de chefia. - Classificação quanto à forma de atuação: a) singulares: São aqueles que decidem e atuam por meio de um único agente, o chefe. Possuem agentes auxiliares, mas sua característica de singularidade é desenvolvida pela função de um único agente, em geral o titular. b) colegiados: São aqueles que decidem pela manifestação de muitos membros, de forma conjunta e por maioria, sem manifestação de vontade de um único chefe. A vontade da maioria é imposta de forma legal, regimental ou estatutária. ADMINISTRAÇÃO INDIRETA A Administração Indireta compreende as seguintes categorias de entidades, dotadas de personalidade jurídica própria: a) Autarquias; b) Fundações Públicas ou Privadas; c) Empresas Públicas; d) Sociedades de Economia Mista.

AGÊNCIAS REGULADORAS São autarquias de regime especial, responsáveis pela regulamentação, o controle e a fiscalização de serviços públicos transferidos ao setor privado. Exemplos: ANEEL Agência Nacional de Energia Elétrica; ANATEL Agência Nacional das Telecomunicações; ANP Agência Nacional de Petróleo; ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária; ANAC Agência Nacional de Aviação Civil; e ANS Agência Nacional de Saúde Suplementar. AGÊNCIAS EXECUTIVAS Autarquias e fundações que por iniciativa da Administração Direta celebram contrato de gestão visando a melhoria dos serviços que prestam em troca de uma maior autonomia gerencial, orçamentária e financeira. Se trata apenas de uma qualificação dada uma autarquia ou fundação que tenha um contrato de gestão com seu órgão supervisor, no caso um ministério, cumprindo metas de desempenho, redução de custos e eficiência. Assim, para ser uma agência executiva basta apenas uma qualificação dada por um Ministro de Estado. Exemplos: Instituto Nacional de Metrologia, Normatização e Qualidade Industrial (Inmetro), a Agência Nacional do Desenvolvimento do Amazonas (ADA) e Agência Nacional do Desenvolvimento do Nordeste (Adene). ORGANIZAÇÕES SOCIAIS Não integram a Administração Pública, integram a iniciativa privada mas atuam ao lado do Estado, cooperando com ele estabelecendo parcerias com o poder público. São pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos criadas por particulares para a execução de serviços públicos não exclusivos do Estado, previstos em lei. A lei 9637/98 autorizou que fossem

repassados serviços de: ensino, pesquisa científica, desenvolvimento tecnológico, proteção e preservação do meio ambiente, cultura e saúde. ORGANIZAÇÃO DA SOCIEDADE CIVIL DE INTERESSE PÚBLICO OSCIP é um título fornecido pelo Ministério da Justiça, cuja finalidade é facilitar o aparecimento de parcerias e convênios com todos os níveis de governo e órgãos públicos (federal, estadual e municipal) e permite que doações realizadas por empresas possam ser descontadas no imposto de renda. OSCIPs são Organizações criadas por iniciativa privada, que obtêm um certificado emitido pelo poder público federal ao comprovar o cumprimento de certos requisitos, especialmente aqueles derivados de normas de transparência administrativas. Em contrapartida, podem celebrar com o poder público os chamados termos de parceria, que são uma alternativa interessante aos convênios para ter maior agilidade e razoabilidade em prestar contas. SERVIÇOS SOCIAIS AUTÔNOMOS Rótulo atribuído a todas as pessoas jurídicas de direito privado, integrantes da iniciativa privada que foram criadas para desenvolver atividades de auxílio a determinadas categorias profissionais que não tenham finalidade lucrativa. Ex. SESI, SENAC, SESC (a finalidade é fomentar o desenvolvimento de certas categorias privadas e, por isso, interessa a Administração ajudar). Podem receber incentivos com dotações orçamentárias e titularizam contribuições parafiscais. Princípios da Administração Pública 1) Princípios fundamentais do Estado: São os que estão expressos na Constituição Federal explicita ou implicitamente. 2) Princípios gerais: São aplicáveis ao sistema jurídico como um todo. 3) Princípios do direito público: São princípios jurídicos que informam o Direito Público 4) Princípios gerais do direito administrativo: São aplicáveis à execução das atividades da administração pública.

5) Princípios setoriais do direito administrativo: São princípios informativos de especifidades do Direito Administrativo.