Orçamento para participação em licitações: Construção pesada

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Transcrição:

Faculdade Ietec Pós-graduação Engenharia de Custos e Orçamento - Turma nº 10 Novembro de 2016 Orçamento para participação em licitações: Construção pesada Ryan Lucas Novais Medina Engenheiro Civil ryan_medina@hotmail.com RESUMO Na situação atual do país onde as margens de lucro estão diminuindo e a competitividade aumentando, as empresas estão cada vez mais criteriosas com os orçamentos elaborados, para o sucesso da obra é necessário um orçamento bem elaborado por profissionais capacitados e experientes. Palavras-chave: Competitividade, Orçamentos, Sucesso, Obra, Profissionais. 1 INTRODUÇÃO Nos últimos anos as empresas que participavam de licitações sem ao menos realizar uma visita técnica ou até mesmo um orçamento estavam ficando de fora do mercado. Tais empresas começaram a ver a necessidade de um departamento de orçamento para levantamento de custos, compatibilidade de projeto e análise de viabilidade. O orçamento é o calculo dos custos para execução de uma obra ou empreendimento, o mesmo tem por objetivo minimizar a possibilidade de prejuízo, informando receitas e despesas. Portanto o orçamento deve ser elaborado de forma detalhada e criteriosa. Para se realizar um orçamento de forma detalhada e criteriosa os projetos da obra devem estar bem feitos e detalhados, tornando o levantamento de quantitativos uma tarefa fácil. Certas obras os quantitativos já estão estimados em planilha, cabe ao departamento de orçamento compatibilizar o projeto, evitando erros futuros.

Obras de engenharia em sua grande maioria são licitadas, para assegurar justa competitividade entre as empresas. As licitações que compreendem tais obras de engenharia consistem através da Lei 8.666/93 (Lei das Licitações), que além de traçar regras ao processo, auxilia ao contratante na escolha do tipo e modalidade da licitação. Os tipos de licitação são definidos pelo 1º, do art. 45, da Lei nº 8.666/93, sendo eles: Menor Preço, melhor técnica, técnica e preço e menor ou maior lance. As modalidades de licitações são definidas pelo art. 22, da Lei nº 8.666/93, sendo elas: Carta Convite, Tomada de Preço, Concorrência Publica, Pregão Eletrônico/Presencial e Regime Diferenciado de Contratação (RDC) Eletrônico/Presencial. Com a grande importância dos orçamentos para a participação em licitações, será apresentado neste artigo as características e processos de orçamentação, no intuito de auxiliar na realização de um bom orçamento. 1.1 JUSTIFICATIVA A construção pesada é um segmento que tem grande peso para o crescimento urbano de um país, se tratando de serviços de terraplenagem, pavimentação, drenagem, obra de arte especiais, dentre outros serviços de grande porte. Tais obras possibilitam que os usurários tenham acesso a diversos pontos do país com segurança e conforto, consequentemente contribuindo para a economia. O processo em busca de empresas para execução dessas obras é realizado através de licitações, as empresas interessadas a participar devem elaborar um orçamento para verificar a viabilidade da obra e posterior controle. O tema abordado no trabalhado é de grande importância em todas as empresas e será tratado de maneira didática, portanto serão apresentados as características e processos de um orçamento para participação em licitações. 1.2 OBJETIVOS 1.2.1 Objetivo Geral O objetivo deste trabalho é apresentar as características e processos de um orçamento para participação em licitações. 1.2.2 Objetivo Específico Apresentar e analisar os processos e tipos de orçamento; Melhorias a serem adotadas no processo de orçamentação; Apresentar banco de dados (Tabela Referencial de Preço).

2 O ORÇAMENTO 2.1 TIPOS DE ORÇAMENTO Para se elaborar um orçamento é necessário analisar em qual o fase o projeto está, e então definir qual tipo de orçamento será realizado, sendo ele: Estimativa de Preço, Orçamento Sintético ou Analítico. Tabela 01 Tipos de Orçamento TIPOS DADOS MÉTODO FINS GRAU Estimativa de Preço Sintético Analítico Área (m2) Anteprojeto Projeto Básico Projeto Executivo CUB / Índices Ordem de Grandeza +/- 30% Índices Estimativa Paramétrica +/- 20% Detalhado Preço Justo +/- 5% Fonte: Autoria Própria De acordo com a Tabela 01 o orçamento por estimativa de preço tem um grau de risco alto em relação aos demais, por não conter dados detalhados e não obter um valor final preciso e sim por ordem de grandeza. O orçamento sintético é elaborado através do anteprojeto ou projeto básico, com uma estimativa paramétrica, tornado o risco menor. Orçamento analítico é maneira mais precisa de se estimar os custos da obra, o custo é obtido através de composições de preços com o levantamento dos insumos (Equipamento, Mão de Obra, Materiais e Transportes) de acordo com as características do serviço e da obra, além de incluir todos os Custos Diretos e Indiretos, tributos e lucro. 2.2 PROCESSOS 2.2.1 LEITURA DOS PROJETOS LEVANTAMENTO DE QUANTITATIVOS Os quantitativos são levantados de acordo com o projeto, tal levantamento deve ser realizado de forma criteriosa, caso venha ocorrer algum erro, o mesmo pode afetar além do custo da obra a perca de uma licitação.

Determinadas licitações os quantitativos já são informados em planilha sendo assim, deve-se apenas realizar a compatibilização da planilha com o projeto. A compatibilização tem seu lado positivo e negativo, o positivo é quando os quantitativos informados em planilha são maiores que os quantitativos a serem realizados, com isso a empresa melhora seu custo, otimiza o projeto e ofertar um preço melhor. O lado negativo da compatibilização é quando os quantitativos estão menores do que os quantitativos a serem realizados, quando isso acontece deve ser realizado questionamentos perante o contratante. 2.2.2 COMPOSIÇÃO DE PREÇOS A composição de preço de um determinado serviço é composta por todos os insumos (Equipamento, Mão de Obra, Materiais e Transportes) e seus respectivos coeficientes de consumo/produção. Os coeficientes são estabelecidos através de históricos e parâmetros teóricos. Determinados órgãos públicos informam qual o banco de dados foi utilizado para o orçamento em referência, sendo assim fica mais fácil aferir os consumos de acordo com o banco de dados e o histórico/expertise da empresa. Um dos bancos de dados mais utilizados pela construção pesada é o SICRO (Sistema de Custos Referenciais de Obras), disponibilizado no site do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes). O SICRO é atualizado trimestralmente, disponibilizado por cada estado do Brasil e recentemente separado em: Com desoneração e sem desoneração. A condição desonerada é a exclusão de qualquer parcela de INSS dos encargos sociais e inclusão de parcela de CPRB (Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta) no BDI, com alíquota de 4,5% sobre o preço de venda. Além dos insumos inseridos nas composições, também é inserido composições de preços auxiliares, essas composições são determinados insumos que são tratados como serviços, insumos que serão fabricados pela própria empresa, ou seja, serviços dentro de serviços. Abaixo um exemplo de composição auxiliar que é bem utilizada na construção pesada:

Figura 01 Exemplo de Composição Auxilia Fonte: DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte) SICRO 2 De acordo com a Figura 01 as composições auxiliares não recebem BDI, só se multiplica o BDI quando são composições principais, como o exemplo abaixo: Figura 02 Exemplo de Composição Principal Fonte: DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte) SICRO 2

2.2.3 COTAÇÃO Após o levantamento de quantitativos através das composições de preço deve ser repassado ao departamento de suprimentos todos os insumos a serem cotados com suas respectivas quantidades. O processo de cotação de preço passa por diversas etapas, sendo elas: Classificação dos Insumos: A classificação do insumo se da através da sua natureza de contratação, quando se trata de equipamentos, mão de obra, materiais e transportes. Classificação dos Fornecedores: A classificação dos fornecedores se dará através dos seguintes critérios: Fornecedor Excelente (A): Sistema de Gestão implementado, Comprovação de experiência no determinado Serviço, Desempenho acima da expectativa. Fornecedor Bom (B): Sistema de Gestão Parcialmente implementado, Comprovação de experiência no determinado Serviço, Desempenho satisfatório. Fornecedor Ruim (C): Não se aplica Sistema de Gestão, Pouca experiência no determinado Serviço, Desempenho regular. Assim que se recebem as cotações devem ser observados diversos fatores para se comparar uma cotação com a outra, esses fatores podem influenciar na escolha pelo melhor preço, sendo eles: Especificação Técnica: A especificação do produto deve estar bem clara e objetiva, para que não ocorram problemas futuros. Prazo de Entrega: O período entre o pedido e a entrega é de extrema importância, principalmente quando o produto pode afetar no andamento da obra. Condições de Pagamento: As condições de pagamento devem ser informadas na cotação, para que a empresa possa se programar para fazer o desembolso. Validade da Proposta: Grande parte dos fornecedores atribuem validade a proposta, sendo assim deve ser observado se o prazo de validade está dentro do prazo estimado para compra.

Condições de Entrega: Devera ser informado se o insumo será entregue no local da obra ou não, tal fator implica na logística e no preço. Os fornecedores costumam utilizar as siglas CIF (mercadoria entrega na obra) e FOB (mercadoria retirada pelo comprador) para informar se o frete está incluso no preço do produto. 2.2.4 CALCULO DO BDI (BONIFICAÇÃO E DESPESAS INDIRETAS) O processo de orçamentação passa por varias etapas, cada uma delas requer um trabalho especifico e diferente. Todo o processo realizado antes do BDI pode-se dizer que se trata do custo direto da obra. O custo indireto da obra é o custo relativo à administração central, riscos, impostos e lucro, tais custos são determinados de acordo com o escopo da obra, local de trabalho e outros aspectos a serem levantados. Existem diversas formas de calcular o BDI, uma fórmula definida pelo Instituto Brasileiro de Engenharia de Custos é: Figura 03 - Fórmula do BDI Fonte: Instituto Brasileiro de Engenharia de Custos Onde: AC = Administração Central (Custos da administração central da empreiteira) CF = Custo Financeiro (percentual sobre o Custo Direto) RI = Riscos (Estimativa de custos em função da inexatidão ao cálculo da execução do projeto ou serviços não previstos) T% = Tributos (percentual sobre o Preço de Venda) L% = Lucro (percentual sobre o Preço de Venda) Exemplo de calculo de BDI: AC = Administração Central = 5% CF = Custo Financeiro = 3% RI = Riscos = 3,6% T% = Tributos IRPJ: 4,80% ISS: 3,00%

COFINS: 3,00% PIS: 0,65% TOTAL: 11,45% L% = Lucro = 10% BDI calculado é de 41,08% O índice adquirido com a elaboração do BDI é o fator responsável para composição do preço de venda, ajudando a empresa a garantir um bom custo e cobrir as despesas. 2.2.5 A LICITAÇÃO Após todos os processos de orçamento o departamento de orçamento apresenta aos seus superiores o orçamento final para possíveis correções, alterações e comentários. Cada modalidade de licitação tem seu processo em relação à ordem de apresentação dos documentos de habilitação e proposta de preços. Indiferente da ordem de apresentação à empresa deve estar com todas suas certidões negativas ou positivas com efeito de negativa validas até a data do certame, além das certidões a empresa deve comprovar qualificação Técnica e Financeira. A qualificação técnica é comprovada através de atestados técnicos emitidos por um cliente e autenticado/reconhecido/chancelado pelo órgão competente; se tratando de serviços de engenharia em geral a autenticação será realizada pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia CREA do estado em que a obra foi realizada. A qualificação Financeira é comprovada através dos índices contábeis retirados do balanço ou balancete mensal da empresa. Após julgamento dos documentos de habilitação e proposta de preços, caso a empresa venha a ser vencedora é realizada a assinatura do contrato e posterior ordem de inicio.

Quando se da ordem de inicio muito tempo após a realização do orçamento, deve se solicitar cotações atualizadas e posterior atualização do orçamento, uma vez que ele auxiliara no acompanhamento da obra. Com o orçamento atualizado, pode se dizer que o engenheiro responsável em conjunto com sua equipe, precisara apenas de realizar o planejamento da obra e acompanhar o andamento da mesma. 2.2.6 DICAS Mantenha o banco de dados atualizado. Verifique a data base da planilha do cliente. Afira as composições sempre que possível. Busque dados históricos da empresa. Certifique-se do percentual dos impostos em conjunto com o setor de contabilidade da empresa. 3 CONCLUSÃO O presente trabalho procurou apresentar as características e processos de um orçamento para participação em licitação, com intuito de auxiliar na execução de um bom orçamento. A cada dia que passa orçar uma obra de forma detalhada e criteriosa se torna rotina dentro das empresas, uma vez que o orçamento é a previsão e o custo real da obra que posteriormente será executada. Entre as diversas fases do orçamento que são de extrema importância, duas delas podem afetar e auxiliar o andamento do orçamento, são elas: Visita Técnica e Curva ABC de Serviços/Insumos, tais etapas tem como objetivo detalhar o que realmente será o escopo da obra. Portanto, não se pode realizar um orçamento por realizar, afinal aquele custo estimado será levado para dentro da obra e caso não esteja bem feito ira causar diversos problemas para a empresa.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Lei 8.666/93 Normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras providências. Disponivel em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8666cons.htm> Acessado em: 04 de janeiro de 2017. Mattos, Aldo Dórea. Gestão de custos de obra: conceito, boas praticas e recomendações. Editora Pini, São Paulo, 2015. Kozminski, R. Felipe. Construção Pesada: Orçamentação para Licitações Públicas em Obras de Terraplenagem e Pavimentação. 2015. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2015. Santos, Ana Paula Santana dos; Silva, Nilmara Delfina da; Oliveira, Vera Maria de Oliveira. Orçamento na construção civil como instrumento para participação em processo licitatório. 2012. Lins, 2012. TOBAR, F. Barbára. Análise e Elaboração de Orçamentos para Obras de Construção Pesada. 2009. Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2009.

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