Avaliação Nutricional da Panicum maximum cv. Mombaça Produzidas em Sistemas Silvipastoris com Diferentes Densidades de Palmeiras de Babaçu David Pereira Silva¹, Luciano Fernandes Sousa², Jhone Tallison Lira de Sousa 1 ¹Aluno do Curso de Zootecnia; Campus de Araguaína PIBIC/CNPq. e-mail : david.psilva@hotmail.com ²Orientador(a) do Curso de Zootecnia; Campus de Araguaína; e-mail : luijank@hotmail.com Resumo: O presente trabalho teve o objetivo de avaliar o desenvolvimento do sistema foliar em cultivar Panicum maximum cv. Mombaça, e sua influencia sobre o redimento final. O experimento foi desenvolvido na Universidade Federal do Tocantins (UFT), Campos de Araguaína-TO. Foi ultilizado delineamento experimental em blocos completos casualizados, com parcelas subdivididas no tempo de seis repetições. Os tratamentos foram três níveis de sombreamento ( 0, 25, 50 ). Os constituintes da parede celular celulose, hemicelulose e lignina, representados por FDN e FDA, tiveram aumento na área de SSP25 teve maior produção de FDN e FDA, dessa forma pode-se esperar que para níveis de sombreamento a produção de gases (PG) e a digestibilidade efetiva de matéria seca (DEMS), sejam menores, pois maiores quantidades de FDN e FDA, diminuem a fermentação afetando também a PG e DEMS. Esses resultados estão de acordo com Sousa et al. (2007) que também observaram aumento dos constituintes da parede celular FDN com o nível de sombreamento. Palavra-chave: Sistema silvipastoris; ruminante; gás INTRODUÇÃO Contudo uma nova vertente de produção vem surgindo, são os sistemas agrossilvipastoris que tem o intuito de produzir em uma mesma área gramíneas forrageiras, arbóreas e animais. Esses sistemas têm como vantagem uma melhor utilização da área com maiores ganhos tanto por parte dos animais que se beneficiam da sombra das arvores quanto por parte da forragem que tende a permanecer verde por um período maior de tempo quando exposta a secas ou a veranicos prolongados. Avaliar o efeito do sombreamento natural de palmeiras adultas de babaçu, sob a qualidade nutricional da forrageira Panicum maximum cv. Mombaça, durante a estação chuvosa e seca, sobre a qualidade nutricional da Panicum maximum cv. Mombaça no norte do estado do Tocantins.
MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi desenvolvido na Universidade Federal do Tocantins (UFT), Campus de Araguaína-TO, que está localizado nas coordenadas 6 34 52, de latitude sul, e 48 38 40 de longitude oeste e 152,0 m de altitude na Amazônia Oriental Brasileira. Foram avaliados três níveis de sombreamento natural de palmeiras adultas de babaçu (0, 25, 50%). Neste experimento utilizou-se de amostras da planta inteira do capim Panicum maximum cv. Mombaça, sobre o efeito de três níveis de sombreamento (0, 25, 50%). O delineamento experimental foi de blocos ao acaso, com três tratamentos e seis blocos que foram constituídos de inóculos de diferentes vacas fistuladas. Foi feito um corte de uniformização a 20 cm do solo, quando a forrageira de cada área, repetição, atingiu 60-80 cm foi retiradas 33 amostras por parcela colhidas com auxílio de pequenas foices à 30 cm do solo, tais amostras foram secas a 55º C em estufa de circulação forçada, moídas em moinho tipo Willye com peneiras de 1 mm e acondicionadas em recipientes plásticos. Em seguida, tais amostras foram submetidas à análise para determinação dos teores de: matéria seca (MS), matéria mineral (MM), seguindo os protocolos padrões (A.O.A.C., 1995); fibras em detergente neutro (FDN) e ácido (FDA), conforme Van Soest, (1991). As amostras foram submetidas a um ensaio de produção de gases e degradabilidade através de uma adaptação da técnica Hohenheim Gas Test desenvolvida por Menke et al. (1979), utilizando seringas graduadas para mensuração da produção de gases, onde foram colocado 0,2 grama de cada amostra incubando em seringas de 100 ml com 10 ml de inóculo e 20 ml de meio de cultura. Medindo a produção do volume dos gases nos seguintes horários: 3, 6, 9, 12, 24, 48, 72 e 96 horas após inoculação. Y= A {1 exp [ - b ( t L ) c x ( t - L)] } Obtendo-se os seguintes parâmetros referentes a cinética de produção de gases; produção de gases acumulada (ml) Y, tempo de incubação t (horas), total de gases (ml) A, tempo de colonização T (horas) e taxa de degradação fracional (h-1) μ. As equações geradas foram comparadas por meio de teste de paralelismo e identidade de curvas de acordo com Regazzi e Silva (2004) (p<0,05). DE = S 0 e -kt (1 - ki)/ (S 0 + U 0 ) Em que: DE = Degradabilidade efetiva; k = taxa de passagem; sendo calculado para k=0,05; 0,06; 0,07 e 0,08; S0 e U0 = frações inicialmente fermentáveis e frações não fermentáveis, respectivamente, sendo: I = exp -[(b + k) (t - T) + c( t - T)]dt.
RESULTADOS E DISCUSSÃO Na tabela 1 estão apresentados teores bromatológicos. Com relação aos teores de MS e MM nota-se que não existe diferença (P<0,05) entre o SOL PLENO e o SSP50. Os constituintes da parede celular celulose, hemicelulose e lignina, representados por FDN e FDA, tiveram aumento na área de SSP25 teve maior produção de FDN e FDA, dessa forma pode-se esperar que para níveis de sombreamento a produção de gases (PG) e a digestibilidade efetiva de matéria seca (DEMS), sejam menores, pois maiores quantidades de FDN e FDA, diminuem a fermentação afetando também a PG e DEMS. Esses resultados estão de acordo com Sousa et al. (2007) que também observaram aumento dos constituintes da parede celular FDN com o nível de sombreamento. Quanto aos valores de FDN, os maiores teores foram para SSP25 e SSP50, com 70,61 e 67,35 % respectivamente, o que pode diminuir no consumo dos animais (Van Soest, 1991), ao consumirem esta dieta, adicionalmente a este fato, foram também observados níveis elevados de FDA nos mesmo, o que pode limitar a digestão do Panicum maximum cv. Mombaça. Tabela 1 - Composição bromatológica, degradabilidade ruminal (DMS96h) e produção de matéria seca degradável (PMSD96) do Panicum maximum cv. Mombaça nos diferentes tipos de sombreamento. Variáveis Tratamentos SOL PLENO SSP25 SSP50 CV (%) MS (% da Matéria natural) 29,6699 B 24,7771 A 30,2078 B 9,26 MM (% da MS) 14,0161 A 12,9283 A 14,2068 A 8,12 PB (% da MS) 18,0070 B 13,5510 A 15,2290 A B 17,35 FDN (% da MS) 64,0049 A 70,6171 C 67,3516 B 3,09 FDA (% da MS) 33,8740 A 38,6537 C 36,4736 B 4,26 DMS96h (% da MS) 59,8333 B 54,3333 A 58,3333 B 4,1 PMSD96 (kg de MS, ha -1 ) 5639,8333 C 2564,1667 B 1385,1667 A 21,24 * Médias seguidas por letra diferentes na mesma linha diferem a 5 % de probabilidade de erro pelo teste Tukey, Matéria seca (MS), matéria mineral (MM), proteína bruta (PB), fibra em detergente neutro (FDN), fibra em detergente ácido (FDA), (DMS96h) degrababilidade ruminal in vitro com 96 horas de incubação, (PMSD96) produção de matéria seca degradável no rúmen in vitro com 96 horas de incubação, SSP25 Sistema silvipastoril com 25 % de sombreamento, SSP50 Sistema silvipastoril com 50 % de sombreamento. A (DMS96h) degrababilidade ruminal in vitro com 96 horas de incubação, foi igual nos tratamentos SOL PLENO e SSP50 mais quando se trata de produção de matéria seca degradável no rúmen o SOL PLENO é superior aos outros dois tratamentos. Com os sombreamentos a tendência da produção de MS é diminuir por isso não se obteve PMSD96 melhor que o da área de SOL PLENO, o capim Marandu também apresentou diminuição de 60% na taxa de acumulo de MS, quando cultivada sobre sombreamento artificial de 70% (Andrade et al., 2004).
O que se observa na Tab 2, Para a degradabilidade efetiva da matéria seca (DEMS), e que quando aumenta o níveo de sombreamento diminui a DEMS, chegando à um ponto que o sombreamento afeta a planta de tal forma que sua produção por há fica defasada e diminuindo também a quantidade de constituintes da parede celular aumentando dessa forma a DEMS, contudo esse aumento da DEMS e ineficiente pois há baixa produção de massa verde, não havendo forragem suficiente para os animais suprir suas necessidades nutricionais. Nos parâmetros de France (Tabela 2), observou-se que o potencial máximo de produção de gases A foi obtido pelo SSP50, fato provavelmente ligado à fermentação dos carboidratos prontamente disponíveis, A menor taxa de produção de gases μ foi para SSP25. As maiores DEMS foram notadas no SSP25, seguida do SSP50 para as diferentes taxas de passagens, Já o SSP25 obteve o menor DEMS para todos os tempos de passagens. O tratamento com menor DEMS foi o de SSP25, então pode se inferir que o sombreamento na área de 50 foi tão intenso que a planta estiolou e possivelmente perdeu um pouco de sua rigidez que é proporcionada pela parede celular que tem entre seus componentes principais a celulose e a heme celulose diminuem à produção de gases em curto prazo no rúmen. Tabela 2 - Parâmetros da cinética de fermentação ruminal in vitro de amostra de Panicum maximum cv, Mombaça com diferentes sombreamentos (0, 25, 50%), sendo os tratamentos sombreados por palmeiras de babaçu utilizando o modelo de France et al, (1993). Tratamentos Parâmetros de France SOL PLENO SSP25 SSP50 A* 185,1825 180,2701 194,4336 T* (Horas:Minutos) 00:01 00:04 00:02 μ* 0,0303 0,0231 0,0264 DEMS** (2%) 44,335 39,2589 42,3957 DEMS (3%) 43,7415 38,7064 41,818 DEMS (4%) 43,1483 38,1547 41,2408 DEMS (5%) 42,5554 37,6039 40,6641 A - Total de gases (ml), T - Tempo de colonização (horas) e μ - Taxa de degradação fracional (h -1 ), * Parâmetros estimados pelo modelo de France et al, (1993), **Degradabilidade Efetiva, SSP25 Sistema silvipastoril com 25 % de sombreamento, SSP50 Sistema silvipastoril com 50 % de sombreamento. LITERATURA CITADA MENKE, K. H.; RAAB, L.; SALEWSKI, A.; et al. The estimation of the digestibility and metabolizable energy content of ruminant feedingstuffs from the gas production when they are incubated with rumen liquor in vitro. Journal of Agricultural Science, v. 93, n. 1, p. 217-222, 1979.
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