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Transcrição:

Produção de mudas de tomateiro em função do método de propagação e diferentes substratos João Batista de C. Menezes 1 ; Fábio B. de Nadai 1 ; Thaís Leles Advíncula 1 ; Cândido Alves da Costa 1 ; Luan Souza de Paula Gomes 1. 1 UFMG - Instituto de Ciências Agrárias, Avenida Universitária, 1.000, Bairro Universitário, 39404 006, Montes Claros MG, jjbcmenezes@gmail.com,fabiobdenadai@hotmail.com, candidocosta@ica.ufmg.br, luanspg@hotmail.com RESUMO A propagação vegetativa no tomateiro híbrido é possível e torna-se uma alternativa para produtores que desejam investir em mais de um ciclo produtivo. Entretanto, as informações sobre a viabilidade da propagação vegetativa do tomateiro são escassas, no Norte de Minas Gerais. O objetivo do experimento foi avaliar a produção de mudas de tomate propagadas vegetativamente e por sementes em dois tipos de substratos. O experimento foi realizado em casa de vegetação no Instituto de Ciências Agrárias da UFMG, em Montes Claros/MG. Foram coletadas estacas, obtidas a partir de brotos laterais de plantas matrizes sadias e padronizadas em dois tamanhos (08 e 11 cm). Os substratos utilizados foram: Comercial 1 (C1) (Casca de pinus, agregantes, vermiculita e complementos minerais NPK + micronutrientes) e Comercial 2 (C2) ( 100% de fibra de coco). O material vegetativo e as sementes foram plantadas em bandejas de poliestireno expandido, com 128 células. O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado, com fatorial 3x2 (propagação x substratos), quatro repetições, totalizando 24 parcelas. Foram avaliadas: porcentagem de enraizamento, massa fresca da raiz e massa fresca total. Foram encontrados efeitos significativos para a interação entre os métodos de propagação e os tipos de substratos para as seguintes características: massa fresca das raízes, comprimento final da parte aérea e massa fresca total. Os resultados obtidos com as mudas das estacas de 11 cm, demostram a viabilidade da técnica da propagação vegetativa do tomateiro. As mudas obtidas com substrato de fibra de coco apresentaram melhor desenvolvimento radicular devido as melhores características físico-químicas da fibra de coco. PALAVRAS-CHAVE: Solanum lycopersicum, clones, substratos comerciais, produção de mudas, hortaliças. ABSTRACT Production of tomato seedlings according to the method of propagation and different substrates Vegetative propagation it s possible in hybrid tomato and is an alternative for farmers who wish to invest in more than one production cycle without have to buy seed. However, information on the feasibility of tomato s vegetative propagation still been scarce, especially in the North Minas Gerais. The objective this study was to evaluate the production of tomato by cuttings and seeds in different types of substrates. The experiment was conducted in a greenhouse at the Instituto de Ciências Agrárias, UFMG, in Montes Claros / MG. Was collected healthy parent plants cuttings which was cut in two sizes (8 and 11 cm). The substrates used were: Commercial 1 (C1) (Pine bark, aggregating, vermiculite and mineral supplements NPK + micronutrients) and Commercial 2 (C2) (100% coconut fiber). The seedlings and the seeds were planted in Hortic. bras., v. 30, n. 2, (Suplemento - CD Rom), julho 2012 S 2533

Styrofoam tray, 128 cells. The experimental design was 3x2 factorial (type of propagation x type of substrates), with 4 replications, in the total of 24 plots. Were evaluated: roots percentage, total length and average roots length, fresh aerial part and root, total fresh weight. Significant effects were found for the interaction between propagation methods and types of substrates for the following characteristics: fresh from the roots, fresh weight of shoot, main root length, final length of shoot. The results obtained with seedlings with stakes of 11 cm, demonstrate the viability of vegetative propagation of tomato. The seedlings made with coconut fiber substrate showed better root development due to better physical and chemical characteristics of coconut fiber. Key words: Solanum lycopersicum, clones, commercial substrates, plant propagation, vegetables. O tomateiro (Solanum lycopersicum), pertence à família das Solanáceas, sendo uma das hortaliças mais consumidas no mundo. No Brasil, o tomate é economicamente a segunda hortaliça de maior importância, atrás apenas da batata (Solanum tuberosum L.). Com a economia estabilizada e com menores taxas de desemprego, o consumo de hortaliças encontra-se em plena expansão e o consumo per capita de tomate é de aproximadamente 18 kg/ano (FAOSTAT, 2008). A produção de tomate no Brasil aumentou aproximadamente 81% de 1990 até 2010, chegando a 68.086 ha -1 de área plantada e atingindo a produção de 4.110.000 t -1 no ano de 2010 (IBGE, 2010). O Brasil figura como o 9º maior produtor de tomate do mundo. Já no ranking de produtividade mundial o Brasil ocupa a 3ª posição, ficando atrás apenas dos Estados Unidos e Espanha. A introdução e difusão de novas técnicas de irrigação e a utilização de cultivares híbridos mais produtivos são alguns dos fatores que contribuíram para que o Brasil atingisse tal posição (Carvalho, 2007). A formação de mudas de hortaliças é feita com o uso de sementes, entretanto algumas espécies como o tomate, podem ter suas mudas formadas por meio do uso de estacas axilares (Bezerra, 2003). No sistema produtivo de hortaliças, a produção das mudas é fundamental, pois o estabelecimento no campo, desenvolvimento, produção e produtividade são diretamente influenciados por uma muda de qualidade (Echer et al., 2007). Segundo Smiderle et al.(2001), torna-se necessário investigar o substrato ou mistura de substratos, que se adéquem a cada espécie olerácea permitindo assim a produção de mudas de boa qualidade. Hortic. bras., v. 30, n. 2, (Suplemento - CD Rom), julho 2012 S 2534

A fibra de coco vem sendo utilizada como substrato para o uso agrícola por apresentar características físico-químicas que nenhum outro substrato de origem mineral ou orgânico possui. Características como, alta porosidade, alto potencial de retenção de umidade, ser inerte aos fertilizantes, ser biodegradável, ser passível de esterilização são características essenciais para um bom substrato e para uma boa formação das raízes (Rosa et al., 2001; Carrijo, 2003). A propagação de cultivos comerciais atualmente é realizada por meio de sementes híbridas, com genótipos melhorados, que possuem alta produtividade, uniformidade da produção e resistência a pragas e doenças (Santos, 2011). A produção de sementes botânicas de tomate é bem simples e fácil, por isso o método sexuado e o mais utilizado para a propagação do tomateiro. Tal facilidade em propagar o tomate por meio de sementes botânicas, fez com que o processo de propagação vegetativa do tomateiro fosse pouco explorado e pesquisado. Se por meio do uso da propagação vegetativa obtivermos plantas vigorosas, sadias e produtivas, tal prática levará a uma enorme redução no gasto com sementes pelos produtores (Cheng & Chu, 2002). Segundo o exposto, o objetivo deste trabalho foi avaliar a formação de mudas de tomateiro, por sementes e diferentes tamanhos de estacas axilares, em duas marcas comerciais de substratos para produção de mudas de hortaliças. MATERIAL E MÉTODOS O presente trabalho foi conduzido em casa de vegetação, durante o período de outubro a novembro de 2010, no Instituto de Ciências Agrárias, campus regional da UMFG em Montes Claros/MG, cujo clima é classificado por Köppen como Aw, típico do semiárido, com temperatura média anual 23 o C, estações bem definidas e chuvas concentradas nos meses de novembro a janeiro. O delineamento experimental utilizado foi no esquema fatorial 3x2 (método de propagação x tipos de substratos), em delineamento inteiramente casualizados, com quatro repetições, totalizando 24 parcelas, avaliou-se seis plantas por parcela. Foi avaliada a produção de mudas de tomate por estaquia com dois tamanhos de estacas (11 e 8 cm) e sementes botânicas do cultivar híbrido Dominador, em dois tipos de substratos comerciais para a produção de mudas de hortaliças. Realizou-se a coleta de Hortic. bras., v. 30, n. 2, (Suplemento - CD Rom), julho 2012 S 2535

estacas axilares apenas em estádio vegetativo, apresentando tamanho igual ou maior que 11 cm de plantas matrizes em plena produção, cultivadas em campo de produção de tomate próximo a cidade de Montes Claros, antes da coleta foi observado se as plantas apresentavam bom aspecto nutricional e fitossanitário. Para realizar o transporte das estacas do campo até a casa de vegetação, estas foram acondicionadas em uma caixa térmica, visando reduzir a perda de água por transpiração durante o transporte. As estacas foram preparadas deixando-se apenas as folhas apicais e posteriormente padronizadas em dois tamanhos: 08 e 11 cm, cortando-se metade da área foliar do ápice e a parte basal da estaca em bisel. Os substratos utilizados foram: substrato para mudas de hortaliças Comercial 1 (C1) (Casca de pinus, agregantes, vermiculita e complementos minerais NPK + micronutrientes) e comercial 2 (C2) ( 100% de fibra de coco). As estacas e as sementes botânicas foram plantadas simultaneamente em bandejas de poliestireno com 128 células e levadas para a casa de vegetação. Aos 25 dias após o plantio foram analisadas as seguintes características: porcentagem de enraizamento (ENR) esta foi obtida por meio da divisão do número de estacas onde houve a emissão de raízes adventícias pelo total de estacas, massa fresca da raiz (MFR), comprimento da parte aérea (CA). Para pesagem foi utilizada uma balança digital analítica com precisão de milésimo grama e para medida foi utilizado um paquímetro digital com precisão de centésimo de milímetro. Os dados foram submetidos à análise de variância e os fatores significativos analisados pelo teste de média de Tukey a 5% de probabilidade. RESULTADOS E DISCUSSÃO Não foi verificado efeito significativo da interação apenas na porcentagem de enraizamento. Conforme as Tabelas 2, 3 e 4 foram detectados efeitos significativos para interação entre os tipos de substratos e métodos de propagação para: massa fresca das raízes e comprimento da parte aérea. Ao 5 o dia após o plantio as estacas já apresentavam formação de raízes adventícias, ocorrendo no mesmo período a emergência das plântulas dos tratamentos cuja propagação se deu por meio de sementes botânicas. Hortic. bras., v. 30, n. 2, (Suplemento - CD Rom), julho 2012 S 2536

A porcentagem de enraizamento (Tabela 1) não diferiu estatisticamente entre os métodos de propagação, mas diferiu entre os tipos de substratos, uma vez que o substrato C2 proporcionou maior enraizamento para todos os métodos de propagação, valores semelhantes encontrados por Braun et al. (2010), verificaram que não houve diferença significativa entre o enraizamento de estacas de tomateiro com 5, 8 e 11 cm utilizando três tipos de substratos. Porém, a diferença entre os substratos assemelha-se com dados apresentados por Costa et al. (2007), que observaram germinação de sementes de tomateiro de 92,18% em substrato de pó de coco e 90,62% em substrato Hortimix (casca de pínus bioestabilizada, vermiculita, calcário dolomítico e fertilizante NPK). A massa fresca das raízes (Tabela 2) originadas das sementes não apresentou diferença significativa entre os substratos avaliados caso contrário para as estacas, que as de 11 e 8 cm, tiveram maior acúmulo de matéria fresca, utilizando-se substrato de fibra de coco. Em relação ao substrato, os maiores acúmulos ocorreram nas estacas de 11, 8 e sementes, respectivamente, diferenciando estatisticamente entre si. Segundo Rosa et al. (2001), o substrato de fibra de coco apresenta melhores condições físicas para o enraizamento de mudas, assim permitindo maior desenvolvimento radicular das mudas de tomateiro. O comprimento da parte aérea apresentou diferenças estatísticas entre os tipos de propagação e os substratos. As estacas de 11 cm atingiram maiores tamanhos quando comparadas com as de 08 cm e com as mudas a partir de sementes. O substrato C1 favoreceu mais o crescimento das mudas a partir de sementes do que o substrato C2 e ainda atingiu valores superiores ao os encontrados para as estacas de 08 cm, isso devido ao fato de que este substrato possui fertilizantes em sua formulação. O comprimento da parte aérea (Tabela 3) apresentou diferenças estatísticas entre os tipos de propagação e os substratos, relembrando que as estacas já eram providas de tamanhos padronizados. Observou-se que o comprimento da parte aérea foi maior para semente quando propagada via substrato C1, com 6,61 cm, para 4,38 cm do substrato de fibra de coco, que não diferiu estatisticamente com as estacas de 8 cm. A altura das plântulas foi maior em substrato a base de casca de pínus e vermiculita, com 14,0 cm do que evidenciado para substrato de pó de coco, com 4,45 cm (Silveira et al., 2002). Hortic. bras., v. 30, n. 2, (Suplemento - CD Rom), julho 2012 S 2537

Os maiores valores de massa fresca total (Tabela 4) foram obtidos pelo tratamento que utilizou substrato C2 e estacas com 11 cm, uma vez que possuíam maiores reservas metabólicas em relação aos outros métodos de propagação, 08 cm e mudas a partir de sementes. A propagação vegetativa do tomateiro se apresentou viável ao nível de produção de mudas, apresentando melhores resultados utilizando-se estacas com tamanho de 11 cm e utilizando substrato C2, uma vez que este é formulado apenas com fibra de coco, tal material permite melhor desenvolvimento radicular, devido às suas características físico-químicas. Para a validação do método de propagação assexuada do tomateiro, deve-se realizar o plantio das mudas provenientes das estacas em condições de campo e ou cultivo protegido para avaliar aspectos como: produtividade; duração do ciclo produtivo; persistência de patógenos provenientes da planta mãe, susceptibilidade a pragas. AGRADECIMENTOS À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas gerais - FAPEMIG pelo apoio à participação no 52º Congresso Brasileiro de Olericultura. REFERÊNCIAS BEZERRA, FC. 2003. Produção de mudas de hortaliças em ambiente protegido. Fortaleza: Embrapa-CNPAT, 22 p. (Documentos, 72). BRAUN, H; CAVATTE, PC; AMARAL, JAT; AMARAL, JFT; REIS, EF. 2010, Produção de mudas de tomateiro por estaquia: efeito do substrato e comprimento das estacas. Idesia 28: 9-15. CARVALHO, JL; PAGLIUCA, LG. 2007. Tomate, um mercado que não para de crescer globalmente. Brasil Hortifruti 58, 40 p. COSTA, CA; RAMOS, SJ; SAMPAIO, RA; GUILHERME, DO; FERNANDES, L A.2007. Fibra de coco e resíduo de algodão para substrato de mudas de tomateiro. Horticultura brasileira 25: 387-391. CHENG, SS; CHU, EY. 2002. Hábito de frutificação e produtividade do tomateiro propagado vegetativa e sexuadamente na Amazônia Oriental. Horticultura Brasileira 20: 664 666. Hortic. bras., v. 30, n. 2, (Suplemento - CD Rom), julho 2012 S 2538

ECHER, MM; GUIMARÃES, VF; ARANDA, AN; BORTOLAZZO, ED; BRAGA, J S. 2007.Avaliação de mudas de beterraba em função do substrato e do tipo de bandeja. Semina: Ciências Agrárias 28: 45-50. FAOSTAT - Food and Agriculture Organization Corporate Statistical Database. 2011. 2011.Disponívelem:<http://faostat.fao.org/site/567/DesktopDefault.aspx?PageID=567# ancor> IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. 2010. Séries históricas. Disponível em: < http://seriesestatisticas.ibge.gov.br/> ROSA MF; SANTOS FJS; MONTENEGRO AAT; ABREU FAP; CORREIA D; ARAÚJO FBS. 2001. Caracterização do pó da casca de coco verde usado como substrato agrícola. Fortaleza: Embrapa-CNPAT, 6 p. (Comunicado Técnico, 54). SANTOS, FFB; RIBEIRO, A; SIQUEIRA, WJ; MELO, AMT. 2011. Desempenho agronômico de híbridos F1 de tomate de mesa. Horticultura Brasileira 29: 304-310. SILVEIRA, EB; RODRIGUES, VJLB; GOMES, AMA; MARIANO, RLR; MESQUITA, JCP. 2002. Pó de coco como substrato para produção de mudas de tomateiro. Horticultura Brasileira 20: 211-216. SMIDERLE, OJ; SALIBE, AB; HAYASHI, AH; MINAMI, K. 2001. Produção de mudas de alface, pepino e pimentão em substratos combinando areia, solo e plantmax. Horticultura Brasileira 19: 253-257. Tabela 1. Média da porcentagem de enraizamento de mudas de tomateiro propagada via semente ou por estaca de diferentes tipos de substratos (Average percentage of rooting of tomato seedling propagated by seed or by cuttings of different types of substrates). ICA/UFMG, Montes Claros, MG, 2011. Substrato Método de propagação Semente Estacas (08 cm) Estacas (11 cm) Médias C1 94,25 91,75 94,00 93,33 b C2 97,52 96,75 97,25 97,17 a Médias 95,88 a 94,25 a 95,62 a Médias seguidas da mesma letra não diferiram estatisticamente entre si pelo teste Tukey, a 5% de probabilidade (Means followed by same letter do not differ statistically by Tukey test at 5% probability). Hortic. bras., v. 30, n. 2, (Suplemento - CD Rom), julho 2012 S 2539

Tabela 2. Médias da massa fresca das raízes (g) de mudas de tomateiro propagada via semente ou por estaca de diferentes tipos de substratos. ICA/UFMG, Montes Claros, MG, 2011. Substrato Método de propagação Semente Estaca (08 cm) Estaca (11 cm) Médias C1 0,13 Ac 0,35 Bb 0,67 Ba 0,38 C2 0,08 Ac 0,53 Ab 1,25 Aa 0,62 Médias 0,11 0,44 0,96 Médias seguidas da mesma letra, maiúscula na linha e letra minúscula na coluna, não diferiram estatisticamente entre si pelo teste Tukey, a 5% de probabilidade (Means followed by same letter, uppercase and lowercase letter on the line in the column do not differ statistically by Tukey test at 5% probability). Tabela 3. Médias do comprimento da parte aérea (cm) de mudas de tomateiro propagada via semente ou por estaca de diferentes tipos de substratos. ICA/UFMG, Montes Claros, MG, 2011. Substrato Método de propagação Semente Estaca (08 cm) Estaca (11 cm) Médias C1 6,61 Ab 5,696 Ab 9,98 Aa 7,43 C2 4,38 Bb 4,838 Bb 9,86 Aa 6,36 Médias 5,50 5,27 9,92 Médias seguidas da mesma letra, maiúscula na linha e letra minúscula na coluna, não diferiram estatisticamente entre si pelo teste Tukey, a 5% de probabilidade (Means followed by same letter, uppercase and lowercase letter on the line in the column do not differ statistically by Tukey test at 5% probability). Tabela 4. Médias da massa fresca total (g) de mudas de tomateiro propagada via semente ou por estaca de diferentes tipos de substratos. ICA/UFMG, Montes Claros, MG, 2011. Substrato Método de propagação Semente Estaca (08 cm) Estaca (11 cm) Médias C1 0,80 Ac 2,83 Ab 4,51 Ba 2,71 C2 0,40 Ac 3,21 Ab 6,17 Aa 3,26 Médias 0,60 3,02 5,34 Médias seguidas da mesma letra, maiúscula na linha e letra minúscula na coluna, não diferiram estatisticamente entre si pelo teste Tukey, a 5% de probabilidade (Means followed by same letter, uppercase and lowercase letter on the line in the column do not differ statistically by Tukey test at 5% probability). Hortic. bras., v. 30, n. 2, (Suplemento - CD Rom), julho 2012 S 2540