Produção de Mini-tubérculos de Batata em Vasos.
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- Osvaldo Aleixo Azeredo
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1 Produção de Mini-tubérculos de Batata em Vasos. Ricardo Monteiro Corrêa 1 ; José Eduardo Brasil Pereira Pinto 1 ; Érika Soares Reis 1, Gilvaine Ciavareli Lucas 1 ; Roseane Rodrigues de Souza 1. Suzan Kelly Vilela Bertolucci 1. 1 Departamento de Agricultura, Universidade Federal de Lavras, Lavras-MG. CEP: Caixa Postal 37. RESUMO O Brasil desde muitos anos é dependente de batata-semente importada a custos altos. O Estado de Minas Gerais é responsável pela maior produção de batata-consumo no país, onde outros Estados como São Paulo e Paraná também detém elevadas produções. A rápida degenerescência dos tubérculos, devido principalmente às doenças viróticas, têm contribuído para redução da produtividade brasileira, pelo uso de batatasemente não certificada por parte dos produtores. Visando propor um método eficiente de produção de mini-tubérculos pré-básicos de batata, estudou-se a produção de batatasemente em vasos com substrato. Observou-se em sistema de vasos, a cultivar Ágata em colheita única, produziu maior número médio de tubérculos por metro quadrado em comparação a Monalisa. Para os sistema de colheita, a cultivar Ágata produziu estatisticamente maior número médio de tubérculos por área na colheita única que na escalonada. Tanto para Monalisa quanto para Ágata, o sistema de colheita único proporcionou maior comprimento médio dos tubérculos em comparação ao sistema escalonado. Maior biomassa fresca médio foi obtido para a cultivar Monalisa no sistema único de colheita. PALAVRAS-CHAVE: Solanum tuberosum, semente pré-básica, casa de vegetação. ABSTRACT Mini-tubers Production of Potato in Pot. In the Brazil since many years ago is dependent of potato-seed imported with high costs. The State of Minas Gerais is responsible for the largest potato-consumption production in the country, where other States as São Paulo and Paraná also stops high productions. The fast tuber degeneration is mainly to the virus diseases, that have contributed to reduction of the Brazilian productivity, due the use of potato-seed non
2 certified for producers. Looking for an efficient method of potato-seed production, it was studied the potato-seed production in pots with substratum. It was observed in pot system that Agate cultivar produced larger medium number of tubers by square meter than Monalisa cultivar. For the crop systems, Agate cultivar it produced statistically larger medium tubers number by area than partial crop. For Monalisa and Agate, the one crop system provided larger medium tubers length than the partial system. Larger medium weight biomass fresh was obtained for Monalisa cultivar in one crop system. KEYWORDS: Solanum tuberosum, pré-basic seed, vegetation house. INTRODUÇÃO Solanum tuberosum é uma dicotiledônea, pertencente à família Solanaceae, o qual contém mais de espécies, das quais pouco mais de 150 produtoras de tubérculos. Entre as espécies cultivadas a mais importante é a S. tuberosum Subsp. tuberosum. No Brasil, as regiões Sudeste e Sul são as principais produtoras de batata. Minas Gerais responde por cerca de 32,2% da produção nacional. Outros Estados como São Paulo e Paraná também são grandes produtores. A semente geralmente representa um dos pontos chaves para atingir altas produtividades. Na bataticultura, a batata-semente representa um dos grandes gargalos para o sucesso da cultura. Estimam-se que no custo de produção da batata-consumo, a batata-semente representa cerca de 30 a 50% do custo final. Devido ao custo alto da batata-semente, diversos produtores multiplicam suas próprias sementes por diversos ciclos, levando dessa forma na degenerescência dos tubérculos, comprometendo a produtividade. Atualmente buscam-se novas alternativas de produção de semente pré-básica visando maior produção por área e com qualidade. O objetivo desse trabalho foi estudar a produção de mini-tubérculos pré-básicos de batata em vasos com uso de substrato. MATERIAL E MÉTODOS
3 O experimento foi conduzido no Laboratório de Cultura de Tecidos e Plantas Medicinais da Universidade Federal de Lavras (UFLA) no período de junho a agosto de Foram utilizadas as cultivares Monalisa e Ágata. As plântulas já pré-estabelecidas em cultura de tecidos (isentas de viroses pelo teste de Indexação), com cerca de 4 a 6cm de comprimento foram retiradas dos frascos (300 ml) e aclimatadas em bandejas com substrato comercial. As mudas foram plantadas em vasos de 3L. Os vasos foram colocados em canteiros de alvenaria suspensos, no interior da casa de vegetação com tela anti-afídeo. Nos vasos incorporou-se o substrato comercial Plantmax. Após alguns dias foi realizado a adubação de cobertura com sulfato de amônio, juntamente com a amontoa. A amontoa consistiu em adicionar mais substrato em cada vaso. O delineamento experimental foi o totalmente casualizado com dois fatores: cultivar (Monalisa e Ágata) e Colheita (Única e Escalonada) e cinco repetições. A colheita única consistiu em colher os mini-tubérculos no final do ciclo de cada cultivar. Na colheita escalonada, a colheita foi realizada após 30 dias pós plantio, de 15 em 15 dias até o final do ciclo de cada cultivar. A Tabela 1 abaixo apresenta os tratamentos utilizados. Tabela 1: Relação entre os fatores do ensaio e os tratamentos utilizados no ensaio Tratamentos Cultivar Colheita 1 Monalisa Única 2 Monalisa Escalonada 3 Ágata Única 4 Ágata Escalonada A hipótese da colheita escalonada é colher mini-tubérculos em maior quantidade em comparação a colheita única (final do ciclo). Os tubérculos maiores de 60 mm originarão plantas igualmente produtivas em comparação com tubérculos de tamanhos 30 a 50 mm. Na colheita escalonada, as plantas foram retiradas cuidadosamente do substrato, onde foram retirados os tubérculos maiores que 2cm. Posteriormente as mesmas plantas foram retornadas ao substrato para se efetuar a próxima colheita 15 dias posteriormente. As variáveis analisadas no ensaio foram: número de tubérculos por metro quadrado, comprimento e biomassa fresca. Os dados obtidos foram analisados estatisticamente utilizando o software SISVAR (Lavras-MG, 1998).
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO Em todas as variáveis analisadas observou-se interação significativa de cultivar versus colheita, ao nível de 5% de probabilidade. A precisão do experimento foi satisfatória com o coeficiente de variação variando entre 8,09% e 20,1%. Diversos pesquisadores citam que a produção de mini-tubérculos em solo não ultrapassa 3 a 5 tubérculos por planta, índice este baixo para a produção de batatasemente. No presente ensaio obteve-se até, em média, 11 tubérculos por planta para a cultivar Ágata. No tocante ao número tubérculos por metro quadrado, observou-se que para a cultivar Monalisa não houve diferença significativa na produção com adoção da colheita única e escalonada. Porém, para a cultivar Ágata, a produção de mini-tubérculos foi maior na colheita única (Tabela 2). Tabela 2: Número médio de mini-tubérculos de batata por metro quadrado de cultivares de batata interagidos com métodos de colheita. Sistema Única Escalonada CV: 12,44 % Monalisa 92,47 ba * 115,33 aa Cultivar Agata 188,55 aa 101,48 ab * As médias seguidas de mesma letra minúscula na linha e mesma letra maiúscula na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey. O tamanho dos mini-tubérculos foram afetados pelo sistema de colheita. Tanto para a cultivar Monalisa quanto para a Ágata, na colheita única, os mini-tubérculos foram estatisticamente maiores. A possível explicação seria que na colheita única, os tubérculos tiveram todo o período do ciclo para se desenvolverem, ao passo que na colheita escalonada, o prazo para crescimento é limitado (cerca de 15 dias entre uma colheita e outra). Com relação à comparação entre as cultivares, observou-se que na colheita ao final do ciclo, a cultivar Monalisa obteve maior comprimento médio dos mini-tubérculos em comparação à Ágata. Na colheita escalonada não houve diferença estatística no comprimento médio dos mini-tubérculos das duas cultivares (Tabela 3). Tabela 3: Comprimento médio de mini-tubérculos (cm) de cultivares de batata interagidas com sistemas de colheita. Sistema Cultivar Monalisa Agata Única Escalonada 3,4 aa * 2,32 ab2,42 ba 2,06 ab CV: 8,09% * As médias seguidas de mesma letra minúscula na linha e mesma letra maiúscula na coluna não diferem entre
5 Para a Monalisa e Ágata, maior peso fresco foi obtido na colheita única em comparação à colheita escalonada. Isto era de se esperar, visto que na colheita única os tubérculos tiveram todo o ciclo para se desenvolverem, ao passo que na colheita escalonada os mini-tubérculos eram removidos de 15 em 15 dias, tendo desta forma menor peso fresco. Quanto maior o peso do tubérculo, maior a quantidade de reserva que o mesmo terá para emitir brotação. Porém, um tubérculo menor terá menos reserva, mas emitirá brotos da mesma forma, em igualdades de condições. Filgueira 2003 relata que o peso da batata semente em si pouco influencia na produção. O que influencia na produção é o número de hastes por hectare no campo. Tabela 4: Biomassa fresca média (g) de cultivares de batata interagidos métodos de colheita. Sistema Cultivar Monalisa Agata Única Escalonada9,61 a A * 3,38 ab5,56 ba 3,06 ab CV: 20,1% * As médias seguidas de mesma letra minúscula na linha e mesma letra maiúscula na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey. Conclui-se que, em sistema de vasos, a cultivar Ágata em colheita única, produziu maior número médio de tubérculos por metro quadrado em comparação a Monalisa. Para os sistema de colheita, a cultivar Ágata produziu estatisticamente maior número médio de tubérculos por área na colheita única que na escalonada. Para a cultivar Monalisa não houve diferença na produção. O comprimento médio dos mini-tubérculos foi maior na colheita única para a cultivar Monalisa, em comparação à cultivar Ágata. Tanto para Monalisa quanto para Ágata, o sistema de colheita único proporcionou maior
6 comprimento médio dos tubérculos em comparação ao sistema escalonado. Maior biomassa fresca média foi obtido para a cultivar Monalisa no sistema único de colheita. LITERATURA CITADA FILGUEIRA, F. A. R. Solanáceas-Agrotecnologia moderna na produção de tomate, batata, pimentão, pimenta, berinjela e jiló. Editora UFLA. Lavras-MG. 1º edição. 333p AGRADECIMENTOS À FAPEMIG pelo apoio financeiro e a CAPES pela bolsa.
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