PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO TRIBUTÁRIO PROF. ALESSANDRO SPILBORGHS RETROSPECTIVA JURISPRUDENCIAL 2018
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INTRODUÇÃO
LC CICLO DE POSITIVAÇÃO CF CTN STN Lei 5.172/66 145 a 162 Normas gerais
#SELIGA Nº 01 5.172/66 LO CTN NORMAS GERAIS LC
#SELIGA Nº 02 INSC. DA FG OT CT EF DECADÊNCIA LANÇAMENTO PRESCRIÇÃO
IMUNIDADE RECÍPROCA E CAIXA DE ASSISTÊNCIA DE ADVOGADOS
IMUNIDADE RECÍPROCA Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: VI - instituir impostos sobre: a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; 2º - A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes.
RESUMO (RE 405267/MG, rel. Min. Edson Fachin, julgamento em 6.9.2018) O Supremo Tribunal Federal decidiu pela impossibilidade de concessão de regramento tributário diferenciado a órgãos da OAB de acordo com as finalidades que lhe são atribuídas por lei. As Caixas de Assistência de Advogados também se encontram tuteladas pela imunidade recíproca prevista no art. 150, VI, a, da CF. Para a aplicação dessa espécie de imunidade, há de se constatar a presença de três pressupostos: 1) prestação de serviço público delegado; 2) a entidade que exerce o serviço é, em virtude de lei, pública; e 3) o serviço é prestado por ente público que não persegue finalidade econômica.
PROGRESSIVIDADE DAS ALÍQUOTAS DO ITR E TERRITÓRIO RURAL
ALÍQUOTAS DO ITR Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre: VI - propriedade territorial rural; 4º O imposto previsto no inciso VI do caput: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) I - será progressivo e terá suas alíquotas fixadas de forma a desestimular a manutenção de propriedades improdutivas;
CLASSIFICAÇÃO CONFORME A FINALIDADE IMPOSTOS FISCAIS EXTRAFISCAIS PARAFISCAIS ARRECADAR REGULAR DELEGAR
IMPOSTO TERRITORIAL RURAL FISCAL EXTRAFISCAL PARAFISCAL
#SELIGA LEI 9.393/96 Art. 11. O valor do imposto será apurado aplicando-se sobre o Valor da Terra Nua Tributável - VTNt a alíquota correspondente, prevista no Anexo desta Lei, considerados a área total do imóvel e o Grau de Utilização - GU.
RESUMO RE 1038357 AgR/ SP, rel. Min Dias Tóffoli, julgamento em 6.2.2018. Decidiu o Supremo Tribunal Federal que não existe inconstitucionalidade na progressividade das alíquotas do ITR, a qual leva em consideração não só o grau de utilização da terra (GU), como também a área do imóvel, tendo em vista que tais critérios não são isolados, mas sim conjugados. Assim, quanto maior for o território rural e menor o seu aproveitamento, maior será a alíquota de ITR. A Turma registrou, ainda, que já era possível a instituição da progressividade em relação às alíquotas do ITR no período anterior à EC 42/2003, que expressamente a instituíra.
DIFERENCIAÇÃO NAS ALÍQUOTAS DA COFINS
LEI 9.718/98 MAJORAÇÃO DAS ALÍQUOTAS 3% LEI 10.684/03 4%
BASE CONSTITUCIONAL ART. 195. 9º As contribuições sociais previstas no inciso I do caput deste artigo poderão ter alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas, em razão da atividade econômica, da utilização intensiva de mão-de-obra, do porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho.
DISCRIMINAÇÃO OU IGUALDADE? ALÍQUOTAS DIFERENCIADAS COM FINS FISCAIS COM FINS EXTRAFISCAIS CAPACIDADE CONTRIBUTIVA PROPORCIONALIDADE RAZOABILIDADE
RESUMO RE 656089/MG, rel. Min. Dias Toffoli, julgamento em 6.6.2018. É constitucional a majoração diferenciada de alíquotas em relação às contribuições sociais incidentes sobre o faturamento ou a receita de instituições financeiras ou de entidades a elas legalmente equiparáveis. A conformação do princípio da isonomia no texto constitucional, sobretudo na vertente tributária, busca autorizar a adoção de medidas discriminativas. O objetivo disso é privilegiar ou onerar determinadas categorias, incentivar ou desestimular determinados comportamentos, ou, ainda, incrementar o desenvolvimento de certas regiões do País. O Tribunal consignou que o tratamento constante do art. 18 da Lei 10.684/2003 não viola o princípio da isonomia nem o da capacidade contributiva.
PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE
LEI 6.830/80 Art. 40 - O Juiz suspenderá o curso da execução, enquanto não for localizado o devedor ou encontrados bens sobre os quais possa recair a penhora, e, nesses casos, não correrá o prazo de prescrição. 1º - Suspenso o curso da execução, será aberta vista dos autos ao representante judicial da Fazenda Pública. 2º - Decorrido o prazo máximo de 1 (um) ano, sem que seja localizado o devedor ou encontrados bens penhoráveis, o Juiz ordenará o arquivamento dos autos. 3º - Encontrados que sejam, a qualquer tempo, o devedor ou os bens, serão desarquivados os autos para prosseguimento da execução. 4o Se da decisão que ordenar o arquivamento tiver decorrido o prazo prescricional, o juiz, depois de ouvida a Fazenda Pública, poderá, de ofício, reconhecer a prescrição intercorrente e decretá-la de imediato. 5o A manifestação prévia da Fazenda Pública prevista no 4o deste artigo será dispensada no caso de cobranças judiciais cujo valor seja inferior ao mínimo fixado por ato do Ministro de Estado da Fazenda.
PRESCRIÇÃO CTN X LEF 5 ANOS CONSTITUIÇÃO DEFINITIVA DO CT NÃO LOCALIZADOS BENS ART. 174, CTN S. 314, STJ
SÚMULA 314, STJ CONSTRUÇÃO DO POSICIONAMENTO Em execução fiscal, não localizados bens penhoráveis, suspende-se o processo por um ano, findo o qual se inicia o prazo da prescrição quinquenal intercorrente.
#SELIGA Não localização de bens / devedores PARTE 1 PARTE 2 1 ano da não localização 1 ano dessa data Percurso de 5 anos
RESUMO REsp 1.340.553-RS, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, Primeira Seção, por unanimidade, julgado em 12/09/2018 O prazo de suspensão do art. 40, da LEF não depende de peticionamento da Fazenda Pública ou determinação expressa do Juiz, prolongando indevidamente o início da contagem do prazo da prescrição intercorrente. Havendo ou não petição da Fazenda Pública e havendo ou não decisão judicial nesse sentido (essas decisões e despachos de suspensão e arquivamento são meramente declaratórios, não alterando os marcos prescricionais), inicia-se automaticamente o prazo prescricional de 5 (cinco) anos durante o qual o processo deveria estar arquivado sem baixa na distribuição.
ENQUDRAMENTO DO CONTRIBUINTE COMO INAPTO E SANÇÃO POLÍTICA
PRIMEIRAS CONSIDERAÇÕES CAPACIDADE CONTRIBUTIVA ART. 145, CF. 1º Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.
SANÇÕES POLÍTICAS Utilização de meios de coerção indireta que impeçam ou dificultem o exercício da atividade econômica para constranger o contribuinte ao pagamento de tributos em atraso
EXEMPLOS APREENSÃO DE MERCADORIA INTERDIÇÃO DA EMPRESA CONDIÇÃO DE INAPTO
RESUMO REsp 1.221.170-PR, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, Primeira Seção, por maioria, julgado em 22/02/2018 No caso concreto analisado a condição de inapto não representava mero diferencial terminológico que orientava o papel da fiscalização tributária, mas sim regra própria de responsabilização tributária para o transportador, procedimento diferenciado para recolhimento do imposto e até mesmo majoração direta da carga tributária, com o estabelecimento de maior percentual de margem de valor agregado em comparação com o contribuinte apto. Fica evidenciado que a inscrição de empresa no rol de contribuintes considerados inaptos pelo Fisco Estadual configura um meio de coerção indireta para cobrança dos débitos inscritos na dívida ativa, pois implica tratamento tributário diferenciado que dificulta o exercício da atividade econômica, inclusive com o indevido aumento da carga tributária, sendo, assim, clara a sanção política.
REFORMA DA POSIÇÃO DO STJ SOBRE RESTITUIÇÃO DO TRIBUTO NA RESPONSABILIDADE POR SUBSTITUIÇÃO PARA FRENTE
RESPONSABILIDADE POR SUBSTITUIÇÃO Art. 128. Sem prejuízo do disposto neste capítulo, a lei pode atribuir de modo expresso a responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa, vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação, excluindo a responsabilidade do contribuinte ou atribuindo-a a este em caráter supletivo do cumprimento total ou parcial da referida obrigação.
SUBSTITUIÇÃO PARA FRENTE PARTE 1 BAR CERVEJARIA BAR BAR
SUBSTITUIÇÃO PARA FRENTE PARTE 2 RESPONSÁVEL CERVEJARIA ICMS ICMS CONSUMIDOR BAR CONTRIBUINTE
#SELIGANALEI Art. 150. 7º. CF A lei poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação tributária a condição de responsável pelo pagamento de imposto ou contribuição, cujo fato gerador deva ocorrer posteriormente, assegurada a imediata e preferencial restituição da quantia paga, caso não se realize o fato gerador presumido.
REPERCUSSÃO GERAL E JULGAMENTO RE 593.849 RESTITUIÇÃO 19/10/16 FG PRESUMIDO NÃO OCORRE BC PRESUMIDA MAIOR
RESUMO REsp 1.615.790-MG, Rel. Min. Gurgel de Faria, por unanimidade, julgado em 20/02/2018, DJe 09/04/2018 Sem prejuízo do texto constitucional assegurar a restituição do tributo pago antecipadamente apenas na hipótese de não ocorrência do fato gerador futuro, o Superior Tribunal de Justiça reformou seu entendimento para acompanhar a nova diretriz estabelecida pelo Supremo Tribunal Federal (RE 593.849-MS, Rel. Min. Edson Fachin, DJe 31/03/2017) fixando a tese de que é devida a restituição da diferença do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços ICMS pago a mais no regime de substituição tributária para frente se a base de cálculo efetiva da operação for inferior à presumida.