Terça-Feira, 4 de outubro de 2016 Bom dia,
IPC apresenta queda de 0,14%. O Índice de Preços ao Consumidor do Município de São Paulo - IPC, divulgado pela FIPE, acelerou a queda na última quadrissemana de setembro, registrando variação de -0,14%, ante os -0,03% registrados na última divulgação, principalmente por conta dos grupos Alimentação (-1,09%) e Despesas Pessoais (-0,34%). Essa acomodação nas pressões inflacionárias é essencial para o início do ciclo de afrouxamento monetário e, portanto, corrobora nossa perspectiva de que a queda na taxa de juros está próxima. Proposta sobre o teto dos gastos públicos deve ser lida hoje, às 14h00, na Comissão Especial da Câmara. A primeira medida do novo governo que visa o ajuste fiscal do país, a PEC que limita o crescimento dos gastos públicos, deve ser lida hoje em Comissão Especial, sendo que sua aprovação é tida como um importante balizador para a governabilidade de Temer. O relatório que deve ser lido já apresenta algumas mudanças com relação ao texto original, como a referência para o mínimo aplicado nas áreas de saúde e educação que agora será o ano de 2017, enquanto que a correção do teto geral de gastos terá como limitador o IPCA acumulado em doze meses até julho de cada ano, ao invés de ser o acumulado no ano anterior. Essas mudanças não alteram a essência da medida, minimizam o ponto de maior discordância e aumentam a possibilidade de aprovação da medida. A expectativa é que o texto seja votado nessa quinta-feira (05/10), para na próxima semana ser votado em primeiro turno no Plenário da Câmara. Ainda que o calendário esteja bastante apertado e que ainda haja resistência de algumas classes políticas, vislumbramos que o governo deve conseguir aprovar a proposta sem grandes alterações, o que tende a fortalecer a confiança dos investidores e aumentar o fluxo de investimentos para cá. Produção Industrial cai 3,8% em agosto. A produção industrial registrou retração de 3,8% em agosto ante o mês anterior, sendo que no acumulado desse ano a retração já chega a 8,2%. Esse desempenho, que interrompe cinco meses de leve recuperação, foi o pior desde janeiro de 2012 nessa comparação. Dentre as grandes categorias apenas o segmento de Bens de Capital apresentou variação positiva, com alta tímida de 0,4% na comparação mensal, enquanto que o grupo de bens duráveis e intermediários puxaram a queda (-9,3% e -4,3% respectivamente). Tal desempenho reitera o que tem sido apresentado nos índices de confiança, onde a percepção com a Situação Atual continua em níveis ruins, mas a expectativa tem apresentado consistente melhora.
Agenda norte americana. Ontem foi divulgado o PMI Industrial dos EUA, que subiu de 49,4 em agosto para 51,5 em setembro. O resultado surpreendeu positivamente, vindo acima da expectativa, que era de 49,7, mantendo no radar uma alta dos juros ainda este ano. E falando em juros, na agenda de hoje teremos dois discursos de representantes do Fed, a começar às 09h05 com o discurso do representante de Richmond Jeffrey Lacker (sem poder de voto no momento e tradicionalmente mais "hawkish" em seus pronunciamentos) e às 21h40 teremos o discurso de Charles Evans do Fed de Chicago, que por sua vez possui uma postura mais flexível quanto ao timing da elevação dos juros e também não detém poder de voto atualmente. E por fim às 11h00 a Bloomberg divulga o indicador de Otimismo com a Economia de outubro, no mês de setembro o indicador ficou em 46,7. Outro indicador em queda na zona do euro. O Índice de Preços ao Produtor (PPI) da zona do euro caiu 0,2% em agosto ante julho, segundo a Eurostat, gerando certa surpresa já que se esperava uma estabilidade. Já na comparação anual, o PPI apresentou queda de 2,1% ficando dentro das expectativas do mercado. O núcleo do PPI (excluindo os preços de energia) ficou estável no mês, mas apresentou queda de 0,6% na comparação anual. Bolsas no azul nessa terça. As Bolsas asiáticas fecharam em alta nessa terça, com destaque para o índice Nikkei da Bolsa de Tóquio que avançou 0,83% nesse pregão, em dia de agenda bem fraca, com dólar ganhando força frente às moedas locais. Na Europa, os índices também abriram em alta, mesmo com o risco Deutsche ainda no radar.
Rumores podem mexer com Itaú (ITUB4) e Itaúsa (ITSA4) - e também com o Santander (SANB11). No Globo, a informação é que a venda da operação de varejo do Citi no Brasil deve sair em até duas semanas e que o Itaú seria "franco favorito". Se confirmada a informação, o Santander, outro candidato ao ativo (com menor sobreposição de clientes com o Citi), deve responder negativamente. Essa sobreposição de clientes parece ter sido exatamente o fator primordial para o suposto apetite do Itaú, que não quereria ver esses clientes nas mãos de um concorrente direto. Já a Bloomberg traz a notícia que a Itaúsa estaria interessada na BR Distribuidora. Tanto no caso de Itaú quanto no de Itaúsa, uma avaliação dessas operações ainda é precipitada, tendo em vista as poucas (e não confirmadas) informações disponíveis para o mercado.
Fitch rebaixa rating do Grupo Pão de Açúcar (PCAR4). A agência de classificação de risco Fitch, rebaixou o rating de longo prazo do Grupo Pão de Açúcar, de AA+ para AA, com perspectiva estável. Conforme relatório da Fitch, o rebaixamento reflete o enfraquecimento dos negócios da empresa, com maior alavancagem e perda de rentabilidade, por diversos trimestres consecutivos. No entanto, a perspectiva estável contempla a espera gradual de crescimentos de margens. Notícia negativa para empresa já que a conjuntura macroeconômica não vem favorecendo. Petrobras (PETR4) e a BR Distribuidora. A estatal informou em fato relevante a continuidade do processo de venda da BR Distribuidora com o envio de prospecto sobre a oportunidade para potenciais parceiros. O processo competitivo visa o compartilhamento do controle assegurando maior parte do capital à Petrobras. Notícia importante, pois mostra celeridade da nova gestão no intuito de reduzir a alavancagem da estatal, que continua numa tendência interessante do ponto de vista de noticiário e transparência. Acreditamos que os papéis devem continuar reagindo de modo positivo. Dados operacionais da CVC (CVCB3) mostram resiliência. A operadora de turismo apresentou seus resultados prévios do 3º Trim/16 onde as reservas confirmadas pela CVC totalizaram R$ 1,4 bilhão, representando crescimento de 4,4% sobre o 3º Trim/15. Importante notar que em reflexo da estabilização do câmbio neste período, a venda de pacotes internacionais aumentou anualmente 14,6%. Já as reservas nas empresas adquiridas recentemente, são essas RexturAdvance e Submarino Viagens, tiveram leve recuo 0,2% na mesma base de comparação. De Jul/16 a Set/16, a CVC abriu 23 lojas, chegando a 60 aberturas líquidas neste ano, em linha com o guidance da companhia que pretende fazer cem inaugurações em 2016. Entendemos que os números apresentados podem repercutir positivamente nas suas ações no pregão de hoje. Anima Educação (ANIM3) faz nova aquisição. A companhia anunciou a compra do Instituto Politécnico que detém duas faculdades, uma sediada em Uberlândia (MG) com dois campi em operação e outra na cidade de Catalão (GO) que entrou em operação neste 2º Sem/16. Atualmente, a instituição de ensino possui 2,3 mil alunos em graduação presencial, teve receita líquida de R$ 13,7 milhões e registrou EBITDA ajustado de R$ 0,6 milhão em 2015, equivalente a uma margem EBITDA ajustado de apenas 4,4%. O valor da transação será de R$ 24,0 milhões, sendo uma parcela única de R$ 4,5 milhões e o restante será pago com correções ao longo dos próximos seis anos. Em nossa visão trata-se de uma pequena aquisição dentro do setor e os números da adquirida estão bem abaixo do patamar de rentabilidade da Anima, sugerindo a captura de potenciais sinergias, já estimadas pela companhia em R$ 2,8 milhões por ano. Não vislumbramos forte reação das ações ANIM3 no pregão de hoje.
AGENDA DE PROVENTOS Bons negócios.