A HIDROTERAPIA NO TRATAMENTO DA OSTEOARTRITE DE JOELHO

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Transcrição:

A HIDROTERAPIA NO TRATAMENTO DA OSTEOARTRITE DE JOELHO Janaína Fontes Cavalcante 1 Fontess.jana@gmail.com Flaviano Gonçalves Lopes de Souza 2 Pós- graduação em ortopedia e traumatologia com ênfases em terapias manuais - Biocurso Resumo O presente artigo com o tema A hidroterapia no tratamento da osteoartrite de joelho e teve como objetivo identificar os benefícios no tratamento fisioterápico com a água e quais os benefícios que esse tratamento trás aos pacientes. A metodologia utilizada trata-se de uma revisão de literatura realizada com acesso à base de dados Medline, biblioteca virtual Pubmed e consultas manuais nas referências dos artigos publicados em língua Portuguesa. Foi possível identificar em todos os estudos selecionados a prevalência de diversos benefícios referentes à fisioterapia aquática para o tratamento da osteoartrite, como; melhora da dor e da qualidade de vida do paciente. Foi possível concluir que a fisioterapia aquática é um recurso benéfico e eficaz no tratamento de pacientes portadores de osteoartrite de joelho, sendo que a redução da dor foi o principal efeito terapêutico observado nos estudos avaliados, seguido do ganho de flexibilidade observada através do aumento da amplitude de movimento. Palavras-chave: Osteoartrite; Fisioterapia Aquática; Hidroterapia Introdução: O presente artigo discorre sobre a importância do tratamento da osteoartrite de joelho por meio da hidroterapia. A escolha do tema foi devido ser considerada uma das patologias mais comum dentre as 200 tipos de artrites. Apesar desta patologia normalmente ser considerada típica de pessoas mais velhas, pode também desenvolver em pessoas mais jovens, por isso, nesse trabalho que teve como fonte de pesquisa, revistas, artigos e livros. Procurouse apresentar a hidroterapia como recurso fisioterapêutico para reabilitação da tão comum e incomoda osteoratrite.1 1 Pós- graduanda em ortopedia e traumatologia com ênfase em terapias manuais- Biocurso 2 Fisioterapeuta, pós graduado em cardiorespiratória

2 A hidroterapia possui vários nomes entre os mais conhecidos são: fisioterapia aquática e aquaterapia. Na fisioterapia essa atividade possui um grande atrativo, pois ela consiste em exercícios dentro de uma piscina com água morna para acelerar a recuperação de lesões ou infecção nos ossos, como reumatismos,artrites, artroses. 2 O presente estudo tem como problemática a seguinte indagação: como a hidroterapia poderá ser eficaz no tratamento da Osteoartrite do joelho? A resposta compreende no entendimento de que a Hidroterapia é um recurso bastante utilizado, cujo valor de seu efeito, tem como finalidade a reabilitação, tendo como proposta o bem estar físico e mental do paciente. 1 Assim, o objetivo deste artigo foi sistematizar o conhecimento a respeito da Fisioterapia no tratamento do paciente portador da referida patologia por meio de uma revisão bibliográfica para analisar a efetividade e os benefícios da Hidroterapia na melhora do Joelho acometido pela Osteoartrite e visa por meio das pesquisas avaliar e discutir as técnicas de reabilitação aquática e seus efeitos físicos, e qual a sua proposta na resposta fisiológica e biomecânica do joelho. 3 2-Fundamentação Teórica 2.1 Anatomia do joelho A articulação do joelho pode ser considerada como a maior do corpo humano, sendo uma das articulações que mais sofrem com lesões no corpo, pois é mantido quase que todo por músculos e ligamentos sem muito auxilio de estruturas ósseas, localiza-se entre as articulações do quadril e tornozelo. Formado basicamente por quatros ossos: o fêmur, a tíbia, a patela e a fíbula 1. A junção desses ossos depende de estruturas de suporte, como ligamentos, a cápsula da articulação e os meniscos, que garantem a estabilidade da mesma. A integração desses vários elementos faz desta articulação uma estrutura muito complexa e de grande mobilidade. Por tudo isso, além de suportar o peso quase total do corpo e estar exposta a todo tipo de traumatismos, acidentes e doenças, o joelho sofre lesões com muita freqüência. 1,2 Sabe-se até o momento que há uma degeneração progressiva da cartilagem articular (estrutura que une os ossos) com alterações nos ossos que estão sob a mesma, que se tornam mais rígidos e formam espículas. Há também, alteração dos músculos e ligamentos que estabilizam a articulação, que se tornam inflamados e mais fracos. Muitas pessoas que

3 possuem várias alterações radiográficas, não possuem sintomas! Há dor quando se utiliza a articulação, a qual, infelizmente ainda não se sabe a causa. 3 A anatomia da articulação do joelho é a mais complexa do organismo do ponto de vista anatômico e funcional, porque deve ser estável e ao mesmo tempo permitir uma boa mobilidade. 3 Figura 1 Fonte: fisioterapeutadrsandro asceno.blospot.com 2.2 Osteoartrite: A osteoartrite é a forma mais comum de artrite, uma patologia que surge quando a cartilagem que é o tecido conjuntivo e lubrificado encontrado entre os dois ossos que se articulam entre si. A cartilagem é quem permite que os ossos deslizem um sobre o outro sem causar nenhum incomodo ou atrito, funcionando como um amortecedor para os movimentos, mas quando a cartilagem começa a ser desgastada, consequentemente os ossos da articulação raspam um no outro o que ocasiona dor, inchaço e a inflamação nas articulações, o que pode até dificultar os movimentos. 1

4 A referida patologia é bastante comum nas articulações das mãos, joelhos e quadris e este artigo propõe estudar a osteoartrite no joelho devido a importância e por haver uma conexão entre mais de dois ossos que ligam os ossos fêmur e tíbia (conecta a coxa à perna) A artrite é a doença causada pelo desgaste desta cartilagem, o que provoca aumento da fricção entre os ossos e leva à inflamação local (artrite), dor e incapacidade funcional. 1 2.3 Sintomatologia: Os principais sintomas de todas as formas de artrite incluem rigidez, dor, inchaço e restrição dos movimentos das articulações. A osteoartrite muitas vezes desenvolve-se em pessoas entre os 40 e os 60 anos de idade e começa lentamente com dores e rigidez nas articulações que causam incomodo e algum tipo de ruído na articulação (crepitação), ou desalinho das articulações. 3 A osteoartrite tem como característica principal, a desestruturação da cartilagem articular é considerada uma doença típica das articulações sinoviais, geralmente poliarticular e acomete de forma mais acentuada, as cartilagens das grandes articulações responsáveis por grande sustentação de peso corporal, como: joelhos, quadris e coluna lombar 3. 2.4 Osteoartrite e a debilidade física do paciente. O risco de debilidade física do paciente (necessidade de ajuda para andar e subir escadas) atribuída à osteoartrite do joelho é tão grande quanto o risco de doenças cardiovasculares 3. Dentre os fatores relacionados com essa debilidade e que são mais comuns, estão a dor, fraqueza muscular que compromete a vida cotidiana do paciente. Essa patologia provoca dor nas articulações, com níveis variados de incapacidade motora, sendo uma patologia degenerativa na cartilagem articular, caracterizada como um distúrbio inicialmente assintomático, de evolução lenta, resultante em erosões focais que podem se transformam em ulcerações maiores e posteriormente em grandes áreas da cartilagem destruídas sobre a superfície articular. 2,4 No entanto, quando o processo inflamatório não é controlado de forma adequada, ocorre evolução para lesão permanente da articulação e surgimento de deformidades articulares. Dessa forma, pode ocorrer importante limitação para a realização das atividades do cotidiano. 4

5 O joelho é uma articulação intermediária do membro inferior, instável do ponto de vista ósseo, sendo o sistema ligamentar e muscular os principais estabilizadores, parte que recebe toda a carga do corpo humano em pé. 2.5 Hidroterapia como recurso restabelecedor: O inicio do uso da hidroterapia ainda é pouco conhecido, porém, registros que datam antes de 2400 ac indicam que a cultura prot-índio construía instalações higiênicas. Por volta de 500 ac a civilização grega já não via mais a água do ponto de vista do misticismo e começou a usá-la para tratamentos físicos específicos. 5 Escolas de medicina foram criadas nas proximidades de muitas estações de banhos pela civilização grega. Os pioneiros da hidroterapia foram Sir John Floyer que em 1697 escreveu o tratado. 5 Um inquérito sobre a utilização correta e o abuso dos banhos quentes, frios e temperados. 6 A hidroginástica ou os exercícios aquáticos só começaram a ser sistematicamente desenvolvidos após a primeira construção do primeiro tanque de Hubbard na década de 1920. 5,6 Com as duas guerras mundiais, alimentaram o uso da água para a manutenção do condicionamento e agiram como precursores para o surgimento atual do uso da piscina de hidroterapia e utilização da imersão total como forma de reabilitação para uma ampla faixa. 7 A hidroterapia por sua vez, é um recurso fisioterapêutico que tem sido cada vez mais utilizado na área de saúde para se obter uma recuperação mais rápida e melhora dos pacientes com problemas ortopédicos, por possuir algumas vantagens decorrentes das propriedades físicas e dos efeitos fisiológicos propiciados pelo meio aquático 7. Na hidroterapia são traçadas condutas e exercícios personalizados para cada paciente e para cada caso, de forma acelerar e facilitar a reabilitação. Ela trata das disfunções ortopédicas, esse tratamento deve ser realizado por um fisioterapeuta. 5 A água permite uma maior liberdade de movimento, possibilitando trabalhar grupos musculares em grandes amplitudes e diferentes direções ao mesmo tempo de forma segura, o que além de trabalhar o físico, também estimula o psicológico do paciente, melhorando a moral e sua autoconfiança; reduz a sensibilidade à dor, redução de edema e das sobrecargas das articulações lesionadas, possibilitando a realização de exercícios que em terra seriam dolorosos, essas condições da melhoria mais eficaz do paciente se da devido a pressão hidrostática e temperatura da água. 8 Um relevante principio da água é a sua unicidade que é focalizada principalmente no seu empuxo, que alivia o estresse sob as articulações sustentadoras de peso e permite que se

6 realize movimento sem forças gravitacionais reduzidas; desta grandes forma as atividades que não sustentam peso podem ser realizadas por meio de exercícios realizados dentro da água. 9 A hidroterapia é um recurso recomendável por muitos profissionais para diversas doenças, pelo reconhecido efeito sedativo da água quente e o valor do programa de exercícios. Por tanto é relevante a proposta deste recurso para a reabilitação de pacientes com osteoartrite. A habilidade de ser independente na água, de ter habilidades que são impossíveis ou difíceis no solo, principalmente para o paciente acometido desta inflamação nas articulações do joelho que o medo de movimentar até mesmo de andar. Essa atividade hidroterápica trás efeitos favoráveis e duradouros, devido a eficiência dos princípios ativos da água, que elevam a confiança de andar dentro da água, podendo isto ser transferido para a vida em terra. 10 A Fisioterapia Aquática pode beneficiar os pacientes portadores de osteoartrite no joelho, pois ela aumenta a amplitude do movimento, força muscular, capacidade cardiovascular, funcionalidade, equilíbrio postural e a redução da dor, proporcionando uma melhora na qualidade de vida dos indivíduos comosteoratrite. Recomenda-se que estes pacientes sejam estimulados a iniciar o tratamento em piscina aquecida precocemente para obtenção de melhores resultados. Dessa forma, a Fisioterapia Aquática irá contribuir para que o paciente possa continuar a realização de suas habilidades funcionais. 10,11 A Fisioterapia Aquática tem se mostrado um método de importante valor na reabilitação de lesões nos membros inferiores, possibilitando uma diminuição na sustentação de peso, controle de edema, resistência constante, diminuição da dor e, consequentemente melhora da mobilidade articular, a imersão em água é uma experiência única que possibilita a todos ampliar física, mental e psicologicamente seus conhecimentos e habilidades 2. Para o autor o indivíduo que pode nadar e participar de atividades aquáticas possui uma vantagem social porque a habilidade de ser independente na água eleva a confiança e a moral que podem ser transferidos para o dia -a -dia do paciente. 12 A água é um meio pratico e com resultado eficiente para exercícios porque oferece oportunidades estimulantes e proporciona movimentos diferentes dos programas tradicionais de exercícios em solo. Os efeitos de flutuabilidade, metacentro e das rotações fornecem grande vantagem para o bom desenvolvimento das técnicas especializadas. A turbulência e a força característica da água pode ser o grande segredo para a reabilitação de pacientes pois a característica restabilizadora e em tempo hábil que a água tem não é possível encontrar nos exercícios no solo. O peso da água significa que ela pode ser empurrada e utilizada como resistência. Essa técnica da fisioterapia na água tem desenvolvido um olhar diferenciado dos profissionais de fisioterapia e em decorrência disso os recursos para a terapia dentro da água

7 vem aumentando significativamente tornando os profissionais mais exigentes e habilidosos na aplicação de técnicas e também mais cientes dos benefícios da natação como um complemento do condicionamento e da performance. 12 3 Metodologia: A referida pesquisa foi realizada no período de maio de 2016 a maio de 2017 e consiste em achados bibliográficos em livros com autores conhecidos na temática abordada onde usou-se a revisão da literária e como recurso de apoio alguns artigos descritos em língua portuguesa entre os anos 2000 a 2017 como Pub Med, Scielo como também o acervo de monografias, dissertações, teses e livros da Biblioteca da Universidade Paulista em Fisioterapia e Terapia Ocupacional onde foi efetuada leitura e em seguida foi desenvolvido o fichamento para que tornasse a realização do artigo mais dinâmica e produtiva. Após a leitura dos títulos, pôde se contabilizar 23 obras que foram lidas alguns foram excluídos por não preencherem os critérios desta pesquisa e foram utilizadas como base 18 artigos, dos quais se notou que seguiam o raciocínio descrito no atual artigo. Predominantemente a metodologia foi composta de estudos bibliográficos com os resultados encontrados nos materiais selecionados para este estudo de revisão. 4 -A hidroterapia no tratamento da osteoartrite de joelho É necessário alguns critérios para que o paciente com osteoartrite do joelho siga o tratamento hidroterápico e para isso, o primeiro passo deve ser a avaliação Fisioterapêutica, para que se estabeleça um plano de cuidados abrangente e que contemple todos os requisitos funcionais do indivíduo com esse tipo de doença como a osteoartrite que compromete as atividades físicas e rotineiras do paciente. É fundamental que o profissional de fisioterapia realize os exercícios hidroterápicos por etapas e de forma minuciosa e então avalie todos os aspectos inerentes à articulação acometida do joelho. Em virtude do impacto físico-funcional da osteoartrite, os procedimentos relacionados à avaliação serão descritos prioritariamente pelas dificuldades enfrentadas pelos pacientes e por ser na articulação do joelho é necessário a descrição mais detalhada por parte do paciente. Inicialmente é importante que o profissional se preocupe com o histórico atual do paciente, para conhecer os aspectos que permearam o surgimento e o agravamento da doença, o que irá auxiliar na posterior abordagem terapêutica da mesma. Desta forma o fisioterapeuta pode está municiado com todo o histórico do paciente, procurando sempre os exames com procedência recente, para que o profissional possa nortear de forma correta a abordagem

8 terapêutica e em seguida o estabelecer uma rotina de exercícios aquáticos semelhante ao descrito abaixo, dividido por fases para que o paciente possa ser avaliado em cada fase. Fase 1: Aquecimento, fase imprescindível que deve ser trabalhada de forma cautelosa até que o paciente se sinta a vontade dentro da água, essa fase de aquecimento o paciente deve ser conduzido a caminhada de frente, de costas e em lateral. Duração de 10 minutos. Fase 2: Alongamento - Auto-alongamento de isquiotibiais com apoio de membros superiores na barra lateral da piscina (quatro séries de 30 segundos de alongamento cada membro, com intervalo ativo). - Auto-alongamento de quadríceps e adutores de quadril com apoio de membros superiores na barra lateral (quatro séries de 30 segundos de alongamento cada membro, com intervalo ativo). Duração de 10 minutos. Fase 3: Fortalecimento - Exercício de cadeia cinética fechada, ou seja, flexão e extensão de joelho, tornozelos e quadril (agachamento) com apoio na barra lateral da piscina (quatro séries de 10 repetições, com intervalos de 10 segundos entre as séries). Exercícios de quadrante adução e abdução de quadril com extensão de joelhos e extensão de quadril com extensão de joelhos (duas séries de 10 repetições para cada membro inferior, com intervalo ativo entre as séries). Exercícios de chute, extensão de quadril associados à flexão de joelho seguido de flexão de quadril e extensão de joelho (duas séries de 10 repetições cada membro inferior, com intervalo ativo). Duração de 15 minutos. Fase 4: Propriocepção - Realizado com prancha proprioceptiva. Duração de 5 minutos. Fase 5: Relaxamento - Realizado com auxílio de flutuadores e colete cervical. Duração de 10 minutos. Esse e programa de exercício deve ser trabalhado de forma ininterruptas pelo prazo de 1 mês podendo ser alterado de acordo com a avaliação do profissional de fisioterapia que acompanha. Desta forma aos poucos o paciente vai criando autonomia, pois a hidroterapia promove a independência em todas as atividades de vida diária ajuda a melhorar a eficiência e segurança do padrão de marcha; e promoção da capacidade individual orientando o paciente, família e outras pessoas envolvidas. A hidroterapia ajuda no alivio da dor e o espasmo muscular evita deformidades; mantém a força muscular como também ajuda na diminuição de edema; minimização da inflamação. O programa de exercício aquático devem ser executados prioritariamente na fisioterapia, pois estes são considerados mais confortáveis de executar do que exercícios de fortalecimento em terra, especialmente para articulações que suportam o peso corporal que são os joelhos. A capacidade funcional melhora quando os exercícios aquáticos ajudam a

aperfeiçoar a função muscular, dando confiança ao paciente para realizar qualquer atividade em solo que exercite os membros inferiores. 9 5 Conclusão Conclui-se diante deste trabalho que para obter-se um bom desempenho nas atividades do dia a dia é essencial o acompanhamento e o tratamento fisioterapêutico contínuo no processo de reabilitação do paciente, onde a fisioterapia deve fazer parte de um programa com a conduta de acordo com o quadro clinico do paciente, pois cada paciente evolui de forma diferenciada no processo de reabilitação, pois a hidroterapia tem a finalidade de acelerar o processo de recuperação funcional do paciente, sempre respeitando seus limites, treinando e orientando o paciente quanto aos cuidados a serem tomados. Os exercícios hidroterápicos proporcionam a independência do paciente, retorno das atividades diárias, e assim uma melhor qualidade de vida para o mesmo. Baseado nos estudos infere-se que a hidroterapia mostra-se eficaz para atuar física e psicologicamente em pacientes acometidos com osteoartrite, promovendo incrementos, sobretudo na amplitude de movimento facilitada na água e na redução da dor pela descompressão articular, podendo beneficiar tais pacientes. A hidroterapia aumenta a capacidade de resistir a uma ameaça ao seu equilíbrio. Desta diminui a gravidade das consequências e acelera a recuperação do paciente, diminuindo gastos com internações, embora este não seja o objetivo deste trabalho. O número de pesquisas e trabalhos científicos, voltados exclusivamente ao estudo da hidroterapia na reabilitação do paciente com osteoartrite ainda são poucos, principalmente por meio de livros, o que acarreta certa dificuldade de pesquisa especifica da referida temática. Em suma esse estudo vem ao encontro dos resultados descritos pela bibliografia encontrada que em seu contexto permitem concluir, que a hidroterapia é um dos melhores recursos no tratamento fisioterápico. A falta de subsídios científicos sobre os exercícios na Osteoartrite do joelho, expostos nesta revisão, abre um campo de estudo fértil, que possibilita ações de baixo custo e grande impacto social. Sendo assim, são necessários mais estudos nesta área e maior especificidade da intervenção por exercício fisioterápicas para que as terapias que revelem bons resultados e possam ser compreendidas e reproduzidas, auxiliando assim a prática baseada em evidência. Estudos com maior poder de gerar evidências são necessários para o aprofundamento de técnicas que poderão ser utilizadas no tratamento da referida patologia, por isso acredita-se que este artigo poderá ajudar outros pesquisadores nesta temática. E quanto a prática clínica,

espera-se motivar os profissionais a explorar este recurso cada vez mais possibilitando ao paciente qualidade de vida. 10 6- Referencias Bibliograficas 1-SEDA, H..; FULLER, R. Osteoartrite. In: CARVALHO, M. A. P.; LANNA, C. C. D.; BÉRTOLO, M. B. Reumatologia: diagnóstico e tratamento. 3 ed. Rio de Janeiro : Guanabara Koogan, 2008. 2- CAMPION,M.R.-Hidroterapia- principios e praticas,1ºed.,editora Manole,2000. 3- COIMBRA, I. B. et. al. Consenso brasileiro para o tratamento da osteoartrite (artrose) Revista Brasileira Reumatol. 2002. 4- CAMARGO, F.F.O. et al. Estudo da propriocepção e desempenho funcional em idosos com osteartrite de joelhos. Revista Brasileira de Fisioterapia, vol.8, n.1,2004. 5- BATES, A.; HANSON, N. Exercícios aquáticos terapêuticos. São Paulo: Manole, 1998 6- CANDELORO, J. M.; CAROMANO, F. A. Graduação da resistência ao movimento durante a imersão na água. Revista Fisioterapia Brasil, São Paulo, 2004. 7-DIAS, J. M. D. Estudo da eficácia do exercício isocinetico na reeducação muscular do joelho de idosos com osteoartrite, USP, São Paulo, s.n; 1999. 8-FACCI, L. M.; MARQUETTI, R.; COELHO, K. C. Fisioterapia aquática no tratamento da osteoartrite de joelho : série de casos. Fisioterapia em Movimento, 2007 9-. NORM, A.; HANSON, B. Exercícios aquáticos terapêuticos. São Paulo: Manole, 1998. 10- GARRET G.Metodo dos anéis de bad ragaz.in Ruoti RG, Morris DM, Cole AJ. Reabilitação aquática.são Paulo, Ed. Manole, 2000. 11- KOURY, J. M. Programa de fisioterapia aquática: um guia para a reabilitação ortopédica. São Paulo: Manole, 2000. 12-BECKER, R. A.; GEHM, F.; MARTINEZ, F. G.; LOSS, J. F. Análise da marcha humana em ambiente aquático. parte 2: diferentes profundidades. Congresso Brasileiro de Biomecânica 2000, 13- GARRETT, G. Método dos anéis de Bad Ragaz. In: RUOTI, R.; MORRIS, D.2002 14-GAMA, C.; ROSA FILHO, B. J. Hidroterapia Método Bad Ragaz. Disponível em:<http://www.wgate.com.br/conteudo/medicinaesaude/fisioterapia/alternativa/bad_ragaz.ht m>.acesso em: 27 jul. 2016. 15- LlANZA, Sergio: Medicina de Reabilitação: 3' ed. Rio de Janeiro. RJ, 2001 16-ANDREWS, James R.; HARRELSON, Gary L.; WILK, Kevin E. Reabilitação Física das Lesões Desportivas. 2ª. Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000.

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