Curso de Gestão e Inovação para Empreendedores



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Curso de Gestão e Inovação para Empreendedores 2.ª edição arranca com 28 participantes CONCURSO NACIONAL DE INOVAÇÃO BES Vencedores conhecidos em Novembro Esta revista faz parte integrante do Diário Económico OUTUBRO 2012

4 6 8 12 Curso de Gestão e Inovação O BES e a Universidade Católica lançaram a segunda edição do Programa Avançado de Gestão e Inovação para Empreendedores. Na sessão de abertura do curso, participantes da edição anterior partilharam a sua experiência. Entrevista Joaquim Goes, administrador do BES, faz um balanço do Programa Avançado de Gestão e Inovação para Empreendedores e esclarece as motivações que levaram o BES a avançar com nova edição em 2012. Entrevista O curso de gestão para empreendedores traz novidades na edição deste ano. O director da Católica Lisbon Business & Economics adianta quais e explica os fundamentos da parceria entre a Universidade e o BES. Os participantes Para esta segunda edição do curso de gestão para empreendedores foram seleccionados 28 participantes, de 19 empresas. Conheça o potencial e as motivações de alguns dos representantes dessas empresas. 14 Concurso Nacional de Inovação BES Celebra este ano a sua 8.ª edição. Os projectos candidatos estão a ser submetidos a avaliação pelo Júri do concurso. Os vencedores serão conhecidos já em Novembro, durante a cerimónia de entrega de prémios.

PROGRAMA AVANÇADO DE GESTÃO E INOVAÇÃO PARA EMPREENDEDORES BES e Católica relançam O BES REUNIU O GRUPO DE EMPREENDEDORES SELECCIONADOS PARA A SEGUNDA EDIÇÃO DO PROGRAMA AVANÇADO DE GESTÃO E INOVAÇÃO PARA EMPREENDEDORES, PROMOVIDO EM PARCERIA COM A UNIVERSIDADE CATÓLICA. TESTEMUNHOS DA EDIÇÃO ANTERIOR INSPIRARAM A PLATEIA. Ricardo Salgado, presidente da Comissão Executiva do BES 4 OUT 12 O Espaço BES Arte & Finança recebeu no dia 17 de Setembro a cerimónia de abertura da segunda edição do Programa Avançado de Gestão e Inovação para Empreendedores, lançado no ano passado pela Universidade Corporativa do BES, em parceria com a Universidade Católica. A sessão contou com a intervenção de Ricardo Salgado, presidente da Comissão Executiva do BES, e Francisco Veloso, director da Católica Lisbon Business & Economics e coordenador do curso, que aproveitou a ocasião para falar sobre as tendências da inovação e do empreendedorismo. Presentes na sessão estiveram também Joaquim Goes, administrador do BES, a quem coube a apresentação do curso, e dois participantes da edição anterior Paulo Marques, CTO da FeedZai, e Ricardo Patrício, CTO da Active Space Technologies (AST), que apresentaram os desenvolvimentos registados pelas empresas tecnológicas e testemunharam a importância do curso nesse contexto. Na mesa de honra estiveram também António Souto, administrador do BES, e Sérvulo Rodrigues, administrador da Espírito Santo Ventures. Sem inovação vai ser muito difícil competir no mercado global, sobretudo com os países emergentes, destacou, na ocasião, Ricardo Salgado, que enquadrou a reincidência da aposta no curso numa lógica de apoio transversal do BES à inovação e ao empreendedorismo. A inovação é essencial para aumentar a produtividade e criar novos postos de trabalho, e o empreendedorismo para criar riqueza, destacou ainda o responsável. Ricardo Salgado lembrou que Portugal tem ainda um longo caminho a percorrer, uma vez que o investimento em I&D representa apenas 1,5% do PIB (abaixo da média europeia), para além de ser um dos países europeus que menos investe em venture capital. Neste contexto, salientou, é fundamental o reforço da ligação entre o ensino universitário e a indústria e o curso surge também nesse sentido, ao procurar reforçar as competências de gestão de jovens empreendedores oriundos das áreas mais tecnológicas. O apoio ao empreendedorismo e à inovação é um objectivo do BES, mas direccionado para o mercado e com etapas lógicas, salientou, referindo-se ao acompanhamento à internacionaliza- Joaquim Goes, Francisco Veloso, Ricardo Salgado, António Souto e Sérvulo Rodrigues integraram a mesa de honra da sessão de abertura do curso ção das empresas e a iniciativas como o Concurso Nacional de Inovação BES, já na oitava edição. PROGRAMA PIONEIRO EM PORTUGAL O Programa Avançado de Gestão e Inovação para Empreendedores é pioneiro em Portugal e destina-se a aprofundar as qualificações de quadros superiores de uma selecção de empresas portuguesas mais inovadoras. A segunda edição do programa conta com 28 participantes de 19 empresas/projectos, empreendedores de elevado potencial, que possuem uma empresa recente. Os participantes são seleccionados através de uma avaliação global dos seus currículos, onde são considerados factores como grau académico, frequência de programas de empreendedorismo e participação no desenvolvimento de uma ideia de negócio. Entre os critérios de selecção conta-se também o potencial do projecto/ideia que se pretende desenvolver. A formação desenvolvida de raiz pela Universidade Corporativa do BES e pela Universidade Católica pretende proporcionar as principais ferramentas que permitem ao empreendedor passar, com mais sucesso, da ideia inovadora à empresa. O curso pretende ajudar em quatro dimensões

curso de gestão Os participantes da primeira edição, Ricardo Patrício da AST (à esq.) e Paulo Marques da FeedZai (à dta.), com Ricardo Salgado do BES. Francisco Veloso e Joaquim Goes, director da Católica Lisbon Business & Economics e o administrador do BES Fotos: Bernardo S. Lobo PARTICIPANTES NA SEGUNDA EDIÇÃO Cell2B: Biotecnologia aplicada a terapias celulares. LaserLeap: Processo disruptivo para administração de princípios activos através da pele. Parceria Off7/Inesc id: Ferramenta inteligente para optimização de consumos (energias, transporte, resíduos, etc.). Overwan: Solução de plataformas open source para PME. Guberni: Solução para gestão de infra- -estruturas de TI. Equigerminal: Biotecnologia aplicada à área equina. HumanSpot: Indústrias criativas no mercado de música on-line (projecto virtuozzi). Eneida: Ferramenta de localização em tempo real para indústrias pesadas. Escrita Inteligente: Ferramenta para optimização das despesas familiares. Table&Friends: Plataforma on-line que junta pessoas off-line em restaurantes únicos, à volta de um interesse. Integrity: Soluções de monitorização de segurança e alarmística on-line. Editorial Presença: Plataforma de produção e divulgação de conteúdos digitais. VoiceInteraction: Desenvolvimento de tecnologias de processamento da fala com aplicação na área da multimédia e audiovisual. Biopremier: Biotecnologia aplicada à área alimentar e da saúde. Medsimlab: Ferramenta de simulação de alta-fidelidade para equipas médicas. Traver: Desenvolvimento de sistema de trabalhos verticais (Step). Watt-IS: Ferramenta que permite segmentar os clientes com base nos padrões de utilização de energia, permite um melhor alinhamento entre a oferta e a procura e quantificar o potencial de aplicação de estratégias de Gestão Activa da Procura (Demand Side Management), em segmentos de clientes específicos. Kromatz: Linking people to arts. HeartGenetics: Chip de diagnóstico genético associado à morte súbita. relevantes. Por um lado, na visão estratégica da ideia, no sentido de como criar valor com ela. Por outro, no marketing, na passagem da ideia ao mercado, incluindo ainda a dimensão da internacionalização, que deve ser um pressuposto, e das fontes de financiamento do negócio ao longo do tempo. Entre a ideia e o valor económico há uma ponte, e é nessa ponte que se enquadra esta nossa iniciativa, comentou Joaquim Goes, administrador do BES, durante a apresentação do curso. No plano curricular, ajustado às necessidades dos destinatários, estão incluídas disciplinas sobre estratégia e internacionalização, inovação e valorização da tecnologia, marketing e vendas, gestão financeira e contabilidade, e liderança e negociação. Além de 97 horas de formação em sala, ao longo de três meses, o programa contempla ainda acompanhamento individual de cerca de dez equipas empreendedoras, com sessões de trabalho para discussão de planos de desenvolvimento de negócios, reforçadas por um ciclo de seminários, com intervenções de gestores de referência. Os convidados desta segunda edição foram Pedro Pacheco da BERD, Luís de Carvalho do BES, António Murta da Pathena, José Epifânio da Franca da Chipidea e Paulo Rosado da Outsystems. APOIO TRANSVERSAL À INOVAÇÃO A estratégia de liderança do BES no apoio à inovação tem vindo a consolidar-se e assenta em três frentes: estimular, investir e apoiar a inovação. Neste âmbito, destaca-se o Concurso Nacional de Inovação BES (já na oitava edição), a constituição da sociedade de capital de risco Espírito Santo Ventures (que em dez anos investiu mais de 230 milhões de euros) e a recente criação de uma equipa de gestores de inovação, dedicados a levantar e acompanhar projectos e empresas inovadoras de norte a sul do país. 5 OUT 12

ENTREVISTA A JOAQUIM GOES Administrador do BES O que mais o surpreendeu na primeira edição do Curso de Gestão e Inovação para Empreendedores? Fazendo um balanço das empresas participantes, o que destacaria? Claramente um balanço muito positivo feito por estas empresas, de reconhecimento do valor acrescentado que o curso lhes trouxe, nomeadamente ao abrir áreas de conhecimento, introduzindo novas matérias para as quais, pelo seu percurso e formação, não estavam tão sensibilizadas. Designadamente, no que respeita às competências de marketing e internacionalização. Também no que toca ao networking, o curso permitiu conhecer outras pessoas, outros players, tendo sido útil, como referiram aqui alguns participantes, para realizar negócios entre empresas. Este facto evidencia a crescente necessidade de abrir o leque de contactos para as empresas que estão na fase comercial do seu desenvolvimento. A primeira edição do curso cumpriu, portanto, os objectivos a que o BES se propôs quando avançou com a iniciativa Sim, mas mais do que sermos nós a dizê-lo, são os próprios participantes que o dizem. Da parte das empresas houve esse reconhecimento, e uma clara confirmação de que valeu a pena terem participado neste curso. Tinham previsto no lançamento da primeira edição dar continuidade à iniciativa? Sendo uma iniciativa nova, a continuidade estava dependente da receptividade e do valor acrescentado que pudesse trazer. Depois de fazermos um balanço e de ouvirmos o feedback dos participantes da primeira edição considerámos que, no contexto do reforço do nosso apoio à inovação e no contexto em que vivemos na economia portuguesa, seria útil, e faria sentido, continuar com a iniciativa. Encaramos sempre este tipo de iniciativas como sendo de médio prazo, em que a recorrência é desejável, mas sujeita a uma avaliação concreta no final. 6 OUT 12 Considerámos que faria sentido continuar com a iniciativa O BALANÇO DO CURSO DE GESTÃO E INOVAÇÃO PARA EMPREENDEDORES E MOTIVAÇÕES QUE LEVARAM O BES A AVANÇAR COM A SEGUNDA EDIÇÃO. Fotos: Bernardo S. Lobo Deparam-se, certamente, com situações em que as empresas vos abordam à procura de financiamento, mas sem estarem devidamente preparadas para explicar o potencial do seu negócio, sobretudo no que toca a ferramentas como o business plan. Este curso deixa os participantes mais preparados nesse sentido, numa óptica de angariação de investimento? Era claramente um dos grandes objectivos, e algumas empresas, após terem participado na primeira edição, conseguiram novas tranches de financiamento através de contactos que foram fazendo na fase de desenvolvimento do business plan. Um dos objectivos finais do curso, e de todo o seu processo formativo, passa exactamente pela construção de um business plan devidamente estruturado, fundamentado, que permita às empresas evidenciar todo o potencial económico das suas ideias e propostas de valor, no sentido de desenvolver contactos com investidores, com outros eventuais parceiros financeiros, que lhes permitam desenvolver os seus projectos. Cinco empresas conseguiram angariar mais investimento e aumentar as vendas; seis realizaram avanços, embora abaixo do planeado; e quatro estão descontinuadas ou adormecidas. É uma repartição aceitável? Perfeitamente. Neste estádio tão inicial de desenvolvimento, a taxa de insucesso é naturalmente

Joaquim Goes, administrador do BES elevada. Não podemos ter a pretensão de que todas estas empresas se afirmem nos mercados. Obviamente que é desejável que sejam mais a vingar, mas não podemos pensar que este resultado é surpreendente, pelo contrário. Na apresentação da segunda edição falou na introdução de algumas melhorias. Pode especificar? As melhorias foram essencialmente de pormenor. Pelo feedback recebido, e atendendo ao tipo de curso, considerámos que alguns conteúdos podiam ser marginalmente ajustados, e as horas de formação compactadas para reduzir o número de deslocações, atendendo a que algumas empresas que não são de Lisboa. Houveram mudanças também no que toca ao acompanhamento dos business plans. O coaching nesta área era feito pela Universidade Católica e, nesta edição, estará a cargo da Espírito Santo Ventures, aproveitando os anos de experiência prática, resultado do acompanhamento que tem feito de inúmeros business plans ao longo dos anos. Era a esse aspecto que se referia quando falou, na apresentação, numa melhor articulação entre o contributo da Universidade Católica e o contributo do BES? É uma das dimensões em que o BES vai estar mais activo este ano, permitindo retirar partido da experiência que a Espírito Santo Ventures tem nesta matéria. Relativamente ao grupo de empresas seleccionadas para esta edição, qual é o grande denominador comum? Pertencem essencialmente a três grupos de sectores que têm também pautado, embora não de forma exclusiva, o nosso apoio à inovação e desenvolvimento através da Espírito Santo Ventures: o sector de Tecnologias de Informação, o de Clean Tech e o da Saúde e Bem-estar. Grande parte das empresas pertencem a estes sectores, o que mostra que existem muitos projectos em Portugal nestas áreas, que são claramente áreas de desenvolvimento futuro e de grande potencial. em algumas áreas, como as engenharias, as universidades devem fazê-lo, e penso que isso já está a acontecer. Existe uma grande possibilidade de os formandos de licenciaturas de engenharias poderem depois enveredar por uma vida de empreendedores. Mas não é essa a motivação, nem a principal razão para fazermos o curso. O que é importante é podermos ajudar as empresas e os empresários que já estão a tentar desenvolver um projecto e dar-lhes um conjunto de conhecimentos, de desenvolvimentos práticos, que lhes permitam sustentar a criação de um novo negócio. É essa a Importante é podermos ajudar as empresas e os empresários que já estão a tentar desenvolver um projecto e dar-lhes um conjunto de conhecimentos, de desenvolvimentos práticos, que lhes permitam sustentar a criação de um novo negócio. Pelo feedback que tiveram das empresas participantes, não seria interessante alargar a iniciativa, no sentido de dar oportunidade a mais participantes para fazer este curso? Temos de ter um equilíbrio entre a dimensão do curso e a qualidade do mesmo. Pensando na eventualidade de ter mais turmas, da auscultação que fizemos ao mercado e atendendo às empresas que nos foram chegando, somos levados a crer que não ficam muitas de fora. Nem todas as empresas reúnem as características que pretendemos ter no curso, para além da disponibilidade que exige. Muitas estão num processo de desenvolvimento e crescimento que não lhes permite ter o tempo necessário para tirar partido do curso. Foi um dos ensinamentos que também obtivemos da primeira edição: as empresas têm de ter disponibilidade para retirarem partido do que se lhes ensina. Pensamos que este grupo representa um bom compromisso entre as empresas efectivamente interessadas, com disponibilidade e que apresentam grande potencial de crescimento. O curso representa também um incentivo a que as próprias universidades dêem mais atenção a este tipo de temáticas nos planos curriculares dos cursos tecnológicos? As universidades farão o seu percurso e terão de equacionar até que ponto este tipo de matérias deve integrar esses cursos. Penso que é óbvio que nossa motivação enquanto parceiro financeiro e enquanto instituição que se preocupa com o desenvolvimento e a inovação em Portugal. Que cenário consideraria positivo no final desta segunda edição do curso? Antes de mais, tem de passar, obviamente, pelos próprios participantes, no sentido de reconhecerem que ficaram mais bem apetrechados para desenvolver os seus negócios. Em segundo lugar, como já aconteceu na primeira edição, que esse apetrechamento se traduza na evolução do negócio destas empresas. Tivemos um conjunto de empresas que conseguiu captar mais recursos para os seus negócios, desenvolver os seus números de vendas, não só por causa do curso, mas reconhecendo que o curso também os ajudou nesse processo de crescimento. Se, no final do curso, uma parte significativa das empresas participantes puder reforçar a sua posição competitiva, desenvolver a sua proposta de valor e aumentar o seu volume de negócios, é seguramente um critério base para podermos também justificar o valor do curso. 7 OUT 12

ENTREVISTA A FRANCISCO VELOSO Director da Católica Lisbon Business & Economics O nosso objectivo é essencialmente acelerá-las AS NOVIDADES INTRODUZIDAS À SEGUNDA EDIÇÃO DO PROGRAMA AVANÇADO DE GESTÃO E INOVAÇÃO PARA EMPREENDEDORES E OS MOTIVOS QUE LEVAM A CATÓLICA A MANTER A PARCERIA COM O BES NESTA INICIATIVA. Assistimos ao lançamento da segunda edição do Programa Avançado de Gestão e Inovação para Empreendedores. Como vê a reincidência da iniciativa por parte do BES, em parceria com a Universidade Católica? Tivemos um conjunto de empreendedores muito interessantes, que apreciaram a proposta de valor que criámos, esta combinação entre a dimensão de aprofundar as competências de gestão que os empreendedores que vêm da parte tecnológica não têm e a de fazer evoluir o seu modelo de negócio. Sentiram que fazia a diferença para o sucesso das suas empresas. E isso levou a que pensássemos em avançar com esta segunda edição. 8 OUT 12 Relativamente ao acompanhamento das empresas que participaram na primeira edição, o que mais o surpreendeu? Não existiram grandes surpresas. Sabemos, à partida, que nem todas as empresas vão ter sucesso e isso também se verifica aqui. Tivemos na cerimónia dois testemunhos de empresas que mais se destacaram desde que o curso terminou, e que representam bem o que gostaríamos de ter. E, como estas, outras tiveram igual sucesso. Depois existem algumas empresas intermédias e outras que não avançaram, mas não estamos desiludidos por isso. Apostamos em empresas inovadoras, que estão a fazer coisas diferentes, e portanto têm também mais risco. Com o tempo, algumas vão descobrir que o negócio não vai para a frente, mas isso faz parte de apostar em iniciativas com risco. Como afirmou um dos testemunhos, o curso contribuiu sobretudo para minimizar eventuais erros, enquanto os objectivos estratégicos se mantêm Exactamente. O objectivo deste programa não é alterar a direcção do que as empresas fazem, pelo contrário. Quando escolhemos empresas para participar, queremos aquelas que já têm uma base para o seu negócio, e uma estratégia relativamente definida. O nosso objectivo é essencialmente acelerá-las. São empresas em que já existe um núcleo de pessoas estabelecidas, mas as que vêm do lado tecnológico apresentam lacunas ao nível da gestão. São pessoas que não têm tempo para fazer um MBA ou outra formação de maior profundidade. Encontrámos nesta parceria entre a Católica e o BES a possibilidade de lhes dar as competências de gestão mínimas, para que participem nos processos de negócio de forma mais eficiente e com maior conhecimento das matérias e das temáticas. Fotos: Paulo Figueiredo Na actual conjuntura económica, um formato educacional que permita a integração de alunos na fase inicial de novas empresas com muito potencial de crescimento é muito interessante. De que forma a ligação da Católica ao MIT e Carnegie Mellon contribui favoravelmente para a vossa participação neste curso e para os resultados alcançados pelos participantes? Existe uma mais-valia em várias dimensões. Por exemplo, na ligação a Carnegie Mellon, temos um programa de doutoramento em Mudança Tecnológica e Empreendedorismo que nos permite estar na fronteira do conhecimento relativamente àquilo que de melhor se faz na área de empreendedorismo de inovação. Permite-nos adaptar esse conhecimento e trazê-lo para estas iniciativas de trabalho directamente com as empresas e empreendedores. Numa óptica de validação à escala global? Exactamente. E também de contactos. Por exemplo, a FeedZai tem neste momento uma série de contactos com business angels na região de Pittsburgh que resultaram, em parte, das ligações que existem entre as universidades portuguesas e Carnegie Mellon. É um exemplo de como estas ligações internacionais permitem fazer tanto validação, como networking à escala global. O que mudou nesta segunda edição do curso? Por um lado, procurámos ajustar os conteúdos de acordo com o feedback dos empreendedores relativamente aos temas de maior e menor relevância no seu processo de aprendizagem. Não podemos fazer um curso muito grande porque os participantes são pessoas ocupadas se tivessem mais tempo estariam a fazer um MBA, ou um curso com outra dimensão. Mas se for muito curto também não aprendem aspectos centrais. Escolhemos um conjunto de tópicos que

pensamos maximizar o seu potencial de aprendizagem dentro do pouco tempo disponível. Fizemos também mudanças ao nível da organização temporal, no sentido da sua concentração, para que viessem menos vezes à universidade. O último aspecto tem que ver com o acompanhamento: decidimos expandir a intervenção da Espírito Santos Ventures, no sentido de entrar mais cedo e de forma mais aprofundada, uma vez que os participantes da edição passada consideraram esse envolvimento muito valioso. Francisco Veloso, director da Católica Lisbon Business & Economics e coordenador do Programa Avançado de Gestão e Inovação para Empreendedores A experiência com este curso não incentiva a Católica a introduzir alterações nos planos curriculares dos cursos mais técnicos? Ou até a massificar o curso? Temos já uma presença do empreendedorismo em todas as dimensões, na licenciatura, no mestrado. Não passa tanto pela massificação. Queremos um conjunto de empresas que tenham potencial para fazer a diferença no tecido económico nacional na sua área de trabalho, e não surgem anualmente em Portugal tantas empresas com esse potencial. Num curso com mais participantes acabávamos por ter muitas outras empresas que não tinham esse potencial. Mas existe uma parte muito importante do ponto de vista da aprendizagem: o reconhecimento de que é cada vez mais importante o potencial do empreendedorismo como fonte de recrutamento e saída profissional para os nossos alunos. Na actual conjuntura económica, um formato educacional que permita a integração de alunos na fase inicial de novas empresas com muito potencial de crescimento é muito interessante. Incentivamos os alunos a juntarem-se a empresas que são pequenas, start-ups, mas que têm uma ambição internacional. A médio prazo, poderão ter um percurso profissional tão ou mais interessante do que num outro tipo de empresa que mais tradicionalmente recruta na Católica. O que justifica o nosso atraso em termos de empreendedorismo tecnológico? Até há poucos anos estávamos na cauda da Europa em termos de investimento em I&D nas empresas e universidades. Só recentemente começámos a ter um nível de investimento mais robusto nesta área, portanto é natural que exista agora bastante mais interesse e novos projectos a surgirem no tecido económico e nas universidades portuguesas. Por outro lado, existe uma extraordinária falta de exemplos, de modelos inspiradores, que são importantes para as pessoas acreditarem que é possível, e para que quem já fez o percurso com sucesso se assuma como principal financiador, não na fase do capital de risco, mas a montante, no capital de semente. Essa parte estava, até há pouco tempo, muito deficitária em Portugal, e penso até que era um dos atrasos principais. O capital semente quando arrisca num projecto empresarial fá-lo com a ideia de que, quase de certeza, vai perder, mas se correr bem vai multiplicar cem vezes o resultado. Temos poucas empresas e pessoas com essa capacidade financeira. Começam a surgir algumas iniciativas de apoio, relacionadas com business angels, mas continua a haver muito a fazer. Este trabalho que o BES tem vindo a realizar faz parte desta aposta e já está a ter resultados. Por isso, a Católica está muito satisfeita com esta parceria nesta área que consideramos tão crítica, e na qual o BES também aposta com o mesmo grau de entusiasmo. 9 OUT 12

PROGRAMA AVANÇADO DE GESTÃO E INOVAÇÃO PARA EMPREENDEDORES Casos de sucesso da primeira edição A PRIMEIRA EDIÇÃO DO PROGRAMA AVANÇADO DE GESTÃO E INOVAÇÃO PARA EMPREENDEDORES JÁ COMEÇOU A DAR FRUTOS. CONHEÇA AQUI O SUCESSO ALCANÇADO POR 3 DAS 15 EMPRESAS PARTICIPANTES. E A IMPORTÂNCIA DO CURSO NESSE CONTEXTO. Bernardo S. Lobo PAULO MARQUES CTO da FeedZai Processar dados em tempo real com grande rapidez A FeedZai desenvolveu o Pulse, um produto inovador capaz de processar grandes volumes de informação em tempo-real, utilizando recursos. Exemplos? Permite aos bancos analisar todas as transacções bancárias que estão a decorrer, ou a uma empresa de telecomunicações perceber falhas da rede e o comportamento dos seus clientes, ou ainda a uma empresa de energia monitorizar toda a rede de distribuição eléctrica. O Pulse é um produto único que combina, numa só plataforma e de modo integrado, uma visão do passado, presente e futuro para um volume elevado de dados críticos do negócio, permitindo tomar decisões mais inteligentes e de forma mais rápida. Características que garantiram à FeedZai o título de Cool Vendor, atribuído pela Gartner, uma das maiores empresas de análise do mercado de IT a nível mundial, e o grande prémio na quinta edição do Concurso Nacional de Inovação BES. A FeedZai ambiciona uma parte considerável do mercado de Big-Data e de Real-Time Operacional Intelligence + Analytics (avaliado entre 26 a 32 mil milhões de dólares) e está no bom caminho: um ano depois do lançamento do Pulse a facturação já ronda um milhão de euros. O grande enfoque actual é a expansão internacional. Depois de marcar presença nos Estados Unidos, Reino Unido, Polónia, Dubai, entre outros, sempre a partir de Portugal, a FeedZai pretende agora fazer um investimento importante no mercado norte-americano, com uma presença física que permita expandir o negócio de forma significativa, explica Paulo Marques, CTO da empresa. O curso de Empreendedorismo BES/Católica foi extremamente importante, em particular no meu caso. O meu perfil é extremamente técnico. Antes de fundar a FeedZai era professor e investigador na Universidade de Coimbra, onde também estive à frente de uma série de projectos com a indústria. No entanto, criar uma empresa implica toda uma outra série de desafios com os quais não tinha antes contactado, reconhece o responsável. Os conhecimentos do curso acompanham-me no dia-a-dia e posso dizer, com confiança, que é um factor de competitividade acrescida tê-lo feito, conclui. 10 OUT 12

JOÃO PAULO NETO CEO da VoiceInteraction Novas tecnologias ao serviço do processamento da fala Bernardo S. Lobo A VoiceInteraction desenvolve tecnologias de processamento da fala, tanto ao nível de sistemas de reconhecimento da fala (transformar fala em texto), como síntese de fala (transformar texto em fala), ou diálogo (sistemas interactivos através da fala). É da aplicação destas tecnologias-base que resultam produtos como sistemas de legendagem de televisão, transcrição da fala de vídeos para aceder aos seus conteúdos, transcrição das sessões dos tribunais, ditado de relatórios médicos ou jurídicos, sistemas de atendimento automático para contact centers, e leitura de páginas web e aplicações multimédia baseadas em quiosques interactivos. A empresa responde assim ao crescente interesse nas tecnologias de processamento da fala, resultado das novas aplicações que a tecnologia permite. Como? Com capacidade tecnológica em interligação com o Sistema Científico e Tecnológico nacional e internacional, excelentes competências científicas e tecnológicas dos seus recursos humanos, e com práticas de gestão inovadoras, revela João Paulo Neto, CEO da empresa. Como as tecnologias de processamento estão dependentes da língua, a VoiceInteraction tem procurado crescer no mercado da língua portuguesa, no qual detém uma posição única. No Brasil, onde está em rápido crescimento, vai criar uma empresa em São Paulo e no Rio de Janeiro, e efectivar clientes que perspectivam um aumento significativo da facturação. O início do processo de internacionalização deu-se também em África, a que se segue o desenvolvimento de modelos para as principais línguas europeias. Quanto ao curso, permitiu elevar o nível de formação na área de gestão e de práticas de inovação. O responsável destaca a conjugação entre a componente académica da Universidade Católica e prática do BES, de onde resultou uma formação de elevado interesse para empreendedores que possuem capacidade científica e tecnológica, mas com défice na componente de gestão. Outro aspecto relevante é o acompanhamento na elaboração de um plano de negócios, que procurou aprofundar o processo de internacionalização da empresa para o Brasil. Hernâni Pereira RICARDO PATRÍCIO CTO da Active Space Technologies Mecânica e electrónica made in Portugal a dar cartas no sector aeronáutico A Active Space Technologies combina sólidos conhecimentos e actividade de Investigação & Desenvolvimento nas áreas da mecânica e electrónica, competências que lhe permitem prestar serviços de desenvolvimento de produto em sectores de extrema exigência, como os da aeronáutica e o nuclear. A I&D aplicada à mecânica e electrónica representa, de resto, uma das grandes vantagens da empresa que se traduz no desenvolvimento de sistemas electromecânicos e robóticos integrados, a que acresce a rápida capacidade de resposta e flexibilidade inerentes a uma estrutura pequena. A empresa apresenta um rápido potencial de crescimento, patente nos oito grandes projectos que tem já em carteira para os próximos dois a três anos e numa facturação que começou nos 300 mil euros, em 2008, e deverá ascender a 1,2 milhões de euros no final do ano. No último ano, conseguimos começar a trabalhar com Espanha e estamos também com mais força em Inglaterra, explica Ricardo Patrício, CTO da empresa, lembrando que os principais mercados se localizam sobretudo na Europa, nomeadamente Holanda e Alemanha. O responsável destaca o envolvimento em projectos como o telescópio para o satélite espanhol SEOSAT, e o telescópio UVAS, outro dos instrumentos a bordo daquele satélite, que contribui para um maior rigor e fiabilidade das previsões meteorológicas na Península Ibérica. A Active Space Technologies foi também responsável por um conjunto de sistemas para o Solar Orbiter da Agência Espacial Europeia, responsáveis por proteger termicamente os instrumentos científicos do satélite. No sector aeronáutico, tem em curso o projecto Active Gurney Flap, que envolve o desenvolvimento de flaps para das pás dos helicópteros (a parte móvel da asa do avião que no helicóptero corresponde a um elemento fixo), que se traduzirá na redução da sua rotação e, consequentemente, dos níveis de ruído e consumo. Sentíamos a necessidade de ter uma postura diferente nas vendas e o curso veio num bom momento, ao colocar à disposição uma série de ferramentas, nomeadamente métricas de eficácia de vendas. Empreendíamos um esforço muito grande em I&D e engenharia, que não estávamos a conseguir passar para o mercado, conclui o responsável. 11 OUT 12

PROGRAMA AVANÇADO DE GESTÃO E INOVAÇÃO PARA EMPREENDEDORES O que esperam os participantes da segunda edição do curso A SEGUNDA EDIÇÃO DO PROGRAMA AVANÇADO DE GESTÃO E INOVAÇÃO PARA EMPREENDEDORES, PROMOVIDO PELA UNIVERSIDADE CORPORATIVA DO BES, EM PARCERIA COM A UNIVERSIDADE CATÓLICA, CONTA COM 28 PARTICIPANTES DE 19 EMPRESAS. AQUI SE DEMONSTRA O POTENCIAL E AS MOTIVAÇÕES DE REPRESENTANTES DE TRÊS DESSAS EMPRESAS. 12 OUT 12 Bernardo S. Lobo GONÇALO SÁ Chief Scientific Officer da LaserLeap A seringa a laser que está a revolucionar o mercado A LaserLeap Technologies, premiada pelo Concurso Nacional de Inovação BES em 2008, foi fundada em Setembro de 2011, e está focada no desenvolvimento e comercialização de dispositivos médicos para passagem de medicamentos através da pele, de forma não invasiva, rápida, segura e indolor, com o objectivo de aumentar a adesão ao tratamento e o seu sucesso. A tecnologia desenvolvida e patenteada está na base de uma seringa sem agulha que mereceu a atenção do Júri na quarta edição do Concurso Nacional de Inovação BES. A patente tem vindo a ser sucessivamente introduzida nos países com mercados mais sofisticados, e a empresa tem um novo produto pronto a entrar nas áreas da dermatologia e cosmética. A prioridade passou também por trabalhar com as entidades reguladoras para entrar no mercado europeu de dispositivos médicos, com o objectivo de alargar a outros grandes mercados em 2013/2014. Os passos seguintes envolvem a produção industrial e a adesão de investidores ao plano de financiamento. Em Novembro temos uma série de reuniões com fornecedores transcontinentais que nos garantem uma escala de produção adequada às necessidades da empresa. Esperamos entretanto concluir as negociações em curso com vários potenciais investidores nacionais e estrangeiros, que se têm mostrado muito interessados, explica Gonçalo Sá, Chief Scientific Officer da LaserLeap. A LaserLeap avança a bom ritmo. Em apenas um ano venceu o prémio para start-ups na SPIE Photonics West 2012 (a maior conferência de fotónica do mundo), obteve financiamento do QREN e começou a trabalhar com investidores e parceiros em três continentes. Com um produto disruptivo, dirigido a um mercado de 13 mil milhões de euros e ávido de novidades, a LaserLeap promete um rápido crescimento e a recuperação, em menos de três anos, do forte investimento inicial exigido. O curso permitirá alavancar os melhores conhecimentos teóricos com a prática de inovação em grandes empresas. A LaserLeap Technologies passa por uma etapa fundamental nas start-ups : como crescer! Daí que estas valências serão fundamentais no esforço colectivo para o sucesso, conclui.

DANIELA COUTO CEO da Cell2B Tratar doenças que ainda não têm solução terapêutica A Cell2B, premiada pelo Concurso Nacional de Inovação BES em 2011, é uma empresa de biotecnologia especializada no desenvolvimento de novas terapias celulares para o tratamento de doenças do foro imunológico e inflamatório, que afectam cerca de 20 milhões de doentes no mundo, e para as quais não existem soluções terapêuticas efectivas. O primeiro produto desenvolvido pela Cell2B é o ImmuneSafe, uma terapia imunomoduladora, premiada na última edição do Concurso Nacional de Inovação BES, e que já tratou doentes com a forma aguda da Doença do Enxerto contra o Hospedeiro (que apresenta uma taxa de mortalidade de 95%), em colaboração com o Instituto Português de Oncologia em Lisboa. O processo utilizado pela Cell2B no processamento destas células é inovador e os resultados são promissores, revela Daniela Couto, CEO da Cell2B. O potencial de mercado da Cell2B está patente no facto de possuir um produto e um processo diferenciadores, vocacionados para uma doença à escala global que não tem hoje tratamento, apenas soluções que ajudam a reduzir os sintomas e são insatisfatórias do ponto de vista da sobrevivência dos pacientes e da sua qualidade de vida. A empresa prepara-se agora para iniciar o processo de certificação clínica e obter autorização para entrar no mercado europeu, prevendo para 2017 receitas na ordem da dezena de milhões. Empresas neste sector caracterizam-se por ter alto risco nas fases de desenvolvimento e elevado retorno aquando da chegada ao mercado, adianta a responsável. O resultado do primeiro ano de trabalho está também patente na contratação de quatro novos colaboradores que duplicam a equipa inicial. Para o curso, Daniela Couto admite ter elevadas expectativas no que toca a alargar as capacidades de gestão corrente e a melhorar competências de análise financeira. Por outro lado, pretendem também alargar a rede de contactos e partilhar experiências com colegas e formadores. Estes são os principais motivos que nos levaram, a mim e ao David Cristina, em representação da Cell2B, a participar no curso do BES, conclui a responsável. Neves António Bernardo S. Lobo MANUEL RODRIGUES CEO da Biopremier Kits de diagnóstico mais rápidos e fiáveis A Biopremier dedica-se ao desenvolvimento clínico de kits de diagnóstico in vitro (DIV), direccionados para infecções respiratórias e gastrointestinais, baseados na detecção de DNA. Os seus produtos traduzem-se na redução de custos para os hospitais e o Serviço Nacional de Saúde, e numa maior fiabilidade e rapidez de resultados, que em alguns casos pode passar de duas a oito semanas para uma hora. O primeiro foco de inovação da empresa ocorreu na área alimentar, com o lançamento de testes que permitiram a empresas, laboratórios e agências governamentais verificar o cumprimento de requisitos legais relacionados com a rotulagem de alimentos. Os testes desenvolvidos pela Biopremier foram sempre criados com a premissa de apresentar algo de novo e competitivo no mercado internacional, resultado da combinação da diferenciação técnica, simplicidade de utilização, preço e tempo de resposta. Para estar entre as melhores a nível global nos mercados em que actua segurança e qualidade alimentar e saúde pública a empresa apostou também na acreditação e certificação reconhecidas em dezenas de países. Na área veterinária/clínica, a Biopremier lança em 2012 os primeiros testes de PCR acreditados, com resultados mais rápidos e possibilidade de diferenciação entre E.coli patogénicas e não patogénicas. Na área alimentar, destaca-se a entrada em Espanha, a que se seguirão outros mercados europeus, do Médio Oriente e América do Sul. Já na área clínica, está previsto o lançamento, em 2013, dos primeiros kits de diagnóstico para doenças respiratórias e gastrointestinais, com uma redução drástica no tempo de diagnóstico, custos directos (diagnóstico) e indirectos (terapêutica e internamento). No que toca ao curso, segundo Manuel Rodrigues, CEO da empresa, traduz-se na oportunidade de adquirir novos conhecimentos, ou aprofundar os existentes, para além da vantagem de combinar conhecimentos teóricos com experiências profissionais, necessários quando se quer lançar um projecto inovador. A Biopremier tem como objectivo fortalecer a posição internacional dos seus serviços e produtos, e o curso será uma mais- -valia nesse sentido. 13 OUT 12

CONCURSO NACIONAL DE INOVAÇÃO BES 14 OUT 12 Herwig Prammer / Reuters Melhores projectos de inovação conhecidos já em Novembro A 8.ª EDIÇÃO DO CONCURSO NACIONAL DE INOVAÇÃO BES ESTÁ JÁ EM FASE DE AVALIAÇÃO, COM A CERIMÓNIA DE ENTREGA DE PRÉMIOS PREVISTA PARA O MÊS DE NOVEMBRO. Já em fase de avaliação, a 8.ª edição do Concurso Nacional de Inovação BES tem a cerimónia de entrega de prémios prevista para o próximo mês de Novembro. É no espaço BES Arte & Finança que serão conhecidos os projectos que mereceram a atenção do Júri em cada um dos sectores a concurso e o grande vencedor absoluto da iniciativa. Projectos que incidem em quatro sectores considerados críticos para o desenvolvimento económico e social do país, e sobre os quais importa promover a inovação. A 8.ª edição do concurso incide sobre sectores como Recursos Naturais & Alimentação; Clean Tech & Processos Industriais; Tecnologias de Informação e Serviços, e ainda Tecnologias da Saúde e Biotecnologia. As candidaturas são sujeitas a um processo de avaliação e selecção envolvendo critérios como a excelência científica, o carácter inovador do projecto, o impacto potencial dos resultados na competitividade empresarial e a credibilidade da empresa, instituição de I&D, ou inventor. A estrutura de prémios reflecte a visão aprofundada da inovação que o concurso pretende transmitir, ao envolver 25 mil euros em dinheiro, financiamento de patente no valor de 10 mil euros e business plan no valor de 25 mil euros, a que acresce um prémio pecuniário complementar de 25 mil euros para o grande vencedor ab- soluto. No total, o concurso envolve 265 mil euros em prémios. A iniciativa promovida pelo Banco Espírito Santo envolveu já um total de 1226 projectos concorrentes, 38 premiados com a generalidade a traduzir-se em projectos concretos e 2,405 milhões de euros em prémios. Os factores que diferenciam a iniciativa face a outras existentes em Portugal são a existência de categorias sectoriais, o alargado leque de parceiros e a representatividade do meio científico nacional. A projecção e mobilização conquistada pelo Concurso Nacional de Inovação BES está ainda presente no crescente número de parceiros que a ele se associam, desde instituições de ensino de todo

CONCURSO NACIONAL DE INOVAÇÃO BES EM NÚMEROS 7 edições 1226 projectos concorrentes 38 prémios 2,405 milhões de euros em prémios Sectores em destaque na 8.ª edição A cada edição do Concurso Nacional de Inovação BES são seleccionados os sectores que melhor respondem ao objectivo central da iniciativa: premiar e divulgar projectos de investigação e inovação em áreas consideradas críticas para o futuro da economia portuguesa. A transversalidade a um vasto conjunto de outros sectores justifica a permanência, ao longo de todas as edições, de sectores como Processos Industriais & Clean Tech (que nesta edição surgem agregados num só sector) e Tecnologias da Saúde e Biotecnologia. À semelhança da edição de 2011, pretende-se ainda evidenciar o potencial de inovação do sector de Recursos Naturais & Alimentação, bem como do sector dos Serviços e Tecnologias de Informação. No caso de projectos passíveis de enquadramento em mais do que um sector, o regulamento determina que seja entregue uma candidatura separada. Saiba o que contemplam as candidaturas aceites a cada um dos sectores a concurso nesta oitava edição. LEQUE DE PARCEIROS DO CONCURSO Universidade dos Açores Universidade do Algarve Universidade de Aveiro Universidade Católica Universidade de Coimbra Universidade de Évora Universidade do Minho Universidade do Porto Universidade Técnica de Lisboa Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro Instituto Politécnico de Castelo Branco Instituto Politécnico da Guarda Instituto Politécnico de Leiria Instituto Ibérico de Nanotecnologia Fundação Ilídio Pinho Fundação para a Ciência e a Tecnologia Associação Portuguesa de Business Angels APBA TSF Nokia Siemens Networks Cotec Tecmaia Grupo Lena o país, passando por empresas e parques tecnológicos, associações, fundações e outras entidades representativas do meio académico e empresarial português. O Concurso Nacional de Inovação BES tem como objectivos premiar a excelência na investigação, contribuir para uma economia mais competitiva e promover uma cultura empresarial orientada para a inovação. A iniciava pretende ainda contribuir para o desígnio de aumentar as exportações nacionais. Dirigido a pequenas e micro empresas, investigadores e inventores independentes, o concurso tem como principais factores de diferenciação, face a outras iniciativas em Portugal, a existência de categorias sectoriais, implicando uma aplicação concreta a um sector empresarial, a que se soma um alargado leque de parcerias e a elevada representatividade do meio científico português. João Paulo Dias Neves António CLEAN TECH & PROCESSOS INDUSTRIAIS Contempla processos tecnológicos e industriais de suporte aos processos de fabrico, quer nas novas indústrias emergentes (como as energias, água, saneamento e resíduos), quer nos sectores tradicionais da economia (como as fileiras do papel, da construção e materiais de construção, da moda e automóvel), contemplando ainda a eficiência de consumos e a gestão optimizada dos recursos. TECNOLOGIAS DA SAÚDE E BIOTECNOLOGIA Abrange as diferentes áreas da medicina, farmacêutica, cosmética, dispositivos e instrumentação médica e hospitalar, e actividades da cadeia de valor, desde a biologia das espécies aos produtos de alto valor acrescentado. RECURSOS NATURAIS & ALIMENTAÇÃO Actividades da cadeia de valor agrícola, florestal, recursos aquíferos (água doce e salgada) e mineral. Inclui ainda processos de produção de alimentos, bebidas, assim como pesticidas/fungicidas, que sejam mais eficientes e ambientalmente sustentáveis, tanto do ponto de vista da produção agrícola, como industrial. TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E SERVIÇOS Inclui novos modelos de negócio e novos produtos-serviços potenciados por aplicações de tecnologias de informação e comunicação no comércio, na distribuição, nos transportes, na logística, no turismo, entre outros. João Paulo Dias Paulo Figueiredo 15 OUT 12