A ATUAÇÃO DO PROFESSOR-PSICOPEDAGOGO EM DIAGNÓSTICO E INTERVENÇÃO DE PROBLEMAS DE APRENDIZAGEM.

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Transcrição:

A ATUAÇÃO DO PROFESSOR-PSICOPEDAGOGO EM DIAGNÓSTICO E INTERVENÇÃO DE PROBLEMAS DE APRENDIZAGEM. José Luan de Carvalho (Universidade Estadual de Campinas luanslv722@hotmail.com) 1 INTRODUÇÃO O aprendizado acontece como resultado da interação do indivíduo com o seu meio em um processo continuo e dinâmico. A psicopedagogia tem papel fundamental nesse processo de aprendizado. Segundo kiguel (1983), o objeto central de estudo da psicopedagogia está se estruturando em torno do processo de aprendizagem humana: seus padrões evolutivos normais e patológicos- bem como a influência do meio (família, escola, sociedade) no seu desenvolvimento. As diferenças práticas psicopedagógicas sejam iluminadas por diferentes concepções possíveis a respeito do que é a prender. Se partirmos de uma concepção para a qual a afetividade e a inteligência são processos estanques e que a aprendizagem é essencialmente uma questão de inteligência ou mesmo de concepções psicológicas cuja ênfase recaia no processos conscientes negando as manifestações inconscientes teremos um tipo de pratica psicopedagógica que vai rejeitar a questão do desejo na aprendizagem enfatizando por isso aspectos técnicos e matérias do ensino de dotação instrumental e intelectual do aprendiz e da relação interpessoal amistosa entre professor e aluno (Barone, 1994). De acordo com Neves (1991), a psicopedagogia estuda o ato de aprender e ensinar, levando sempre em conta as realidades interna e externa da aprendizagem, tomadas em conjunto. O psicopedagogo é de suma importância no processo ensino -aprendizagem sendo mais do que um facilitador do conhecimento. Segundo Bossa (2000), o campo de atuação do psicopedagogo refere-se não só ao espaço físico onde se dá esse trabalho, mas especialmente ao espaço epistemológico que lhe cabe, ou seja, o lugar deste campo de atividade e o modo de abordar o seu objeto de estudo.

O psicopedagogo trabalhando na área preventiva é de orientação no processo ensinoaprendizagem, visando favorecer a apropriação do conhecimento no ser humano, ao longo da sua evolução. Neste trabalho, será feito uma análise do aprendizado no ambiente escolar; porém sem perder de vista a inclusão num processo maior. Se a aprendizagem é um processo que resulta de constante interação do indivíduo com o seu meio, a dificuldade para aprender se caracteriza por ser um impedimento, momentâneo ou persistente do indivíduo diante de obstáculos que surgem nessa interação. 2 METODOLOGIA O trabalho foi desenvolvido na Escola Estadual Pedro Moreira Matos localizada em uma região carente da cidade São Paulo - SP. A escola oferta o ensino infantil, fundamental, médio e a Educação de Jovens e Adultos (EJA), totalizando 1217 alunos em 2017. A pesquisa esteve voltada para as dificuldades apresentadas de ensino-aprendizagem dos alunos e a atuação do professor-psicopedagogo em diagnosticar e intervir nos problemas de aprendizagem. A principal abordagem é analisar a importância do papel do professorpsicopedagogo no processo de ensino-aprendizagem e se o seu trabalho diferenciado em sala de aula pode influenciar positivamente o estudante. 2.1 Procedimentos A primeira parte da pesquisa foi verificar quantos professores da unidade escolar possuíam a especialização em Psicopedagogia, a partir daí foi realizado uma amostragem dos alunos que esses professores trabalhavam. A investigação desenvolveu-se no primeiro semestre de 2017, quando foram realizadas as primeiras entrevistas com os professores no seu local de trabalho. Em um segundo momento foram entregues 29 questionários socioeconômicos aos alunos para serem respondidos junto com seus pais. Ao professor foi entregue uma tabela de registro voltada para a observação e a busca de informações a respeito das possíveis dificuldades e problemas demonstrados nas mensagens explícitas e implícitas dos alunos no momento da realização das atividades. Depois dos problemas de aprendizagem serem diagnosticados, o professorpsicopedagogo desenvolveu atividades promotoras de conhecimento nas quais o foco do aprendizado estava envolvido com a realidade do aluno, sendo ele parte principal e desenvolvedor das tarefas. O professor-psicopedagogo utilizou com a ajuda de palestrantes

convidados, projetos, matérias educativas e a sala de leitura para o desenvolvimento de suas aulas. Após a intervenção do professor-psicopedagogo nos problemas de aprendizagem foi entregue novamente a tabela de registro a ser preenchida no momento da realização das atividades. Os dados coletados foram selecionados, categorizados e analisados. Posteriormente, os dados foram analisados de forma qualitativa. Os dados obtidos foram sendo armazenados em formas distintas de registro: protocolos de registro de observação, protocolos de registro de entrevistas formais e diário de campo. 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO Dos 53 professores da escola pesquisada apenas 1 possuía a especialização em Psicopedagogia. Foi em sua sala de aula que o trabalho foi desenvolvido com 29 alunos do ensino fundamental. Com o objetivo de conhecer melhor esses estudantes disponibilizamos, 29 questionários socioeconômicos para serem respondidos junto com seus pais. De acordo com os resultados socioeconômicos percebemos que 44,8% dos alunos analisados são do sexo masculino e 55,2% são do sexo feminino, estando em uma faixa etária dos 11 (69%) aos 12 (24%) anos, apenas 2 alunos com 13 (7%) anos apresentam defasagem de ano/série. No perfil socioeconômico 55% sobrevivem com renda familiar de um salário mínimo, 34,5% com 2 salários mínimos, 7% com 3 salários mínimos e 3,5% com 4 salários mínimos. As observações feitas pelo professor configuraram-se da seguinte maneira: inicialmente houve uma aplicação de atividades propostas pelo currículo do Estado de São Paulo sobre o Homem e o Ambiente, nessa atividade os alunos tinham que ler um texto da apostila e responder algumas questões. No decorrer da aula o professor-psicopedagogo preenchia uma tabela de registro das mensagens que os alunos expressavam no momento da realização da atividade. Os resultados das mensagens explícitas e implícitas dos estudantes o mesmo pode apresentar mais de uma das características observadas. Dos 29 alunos, 19 apresentaram o sentimento de rejeição na realização da tarefa, 16 o sentimento de medo, 14 o sentimento de preocupação, 6 o sentimento de alivio e apenas 7 o sentimento de confiança. Para a realização das atividades, os alunos que demonstraram prontidão para as tarefas foram 13 disponíveis e

16 indisponíveis. No aspecto relacionamento com aprendizagem 6 alunos mostram-se atentos, 22 dispersos e 15 apáticos. Os resultados das análises dos professores sobre as mensagens expressas pelos alunos no momento da atividade podemos perceber que o nível de rejeição da atividade por parte do aluno esteve presente na maioria dos estudantes, seguida por medo e preocupação nas realizações das tarefas. Na variável prontidão para as tarefas mostrou-se um resultado bem equilibrado. No quesito relacionamento com a aprendizagem um número elevado de alunos mostrou-se dispersos e apáticos. O professor- psicopedagogo vendo os dados negativos de seus alunos desenvolveu um projeto de trabalho onde o principal objetivo é de socializar os conhecimentos disponíveis, promover desenvolvimento cognitivo e a construção de regras de conduta, dentro de um projeto social mais amplo. Desse modo começou a desenvolver aulas com o intuito de aproximar a realidade do aluno com o tema proposto, aplicando a realidade do bairro nas aulas sobre o Homem e o Ambiente. Com isso convidou palestrantes para falar da história, geografia e impactos ambientais da sua região onde está localizada a escola e suas casas. Projetos e oficinas foram desenvolvidas com os alunos promovendo discussão sobre os temas, sendo o estudante peça fundamental na aplicação do projeto, atuando como o protagonista de sua aprendizagem. Foi entregue novamente ao professor-psicopedagogo uma nova tabela de registro das mensagens explicitas e implícitas do estudante sobre suas dificuldades no ambiente escolar. Na nova tabela de registro foram descritos os resultados das análises dos professores sobre as mensagens expressas pelos alunos no momento das atividades nas quais eles eram protagonistas da aprendizagem. Os resultados das mensagens explicitas e implícitas dos estudantes após as atividades promotoras de aprendizado foram que o sentimento de rejeição na realização das tarefas não apareceu em nenhum dos estudantes, 1 dos alunos apresentou o sentimento de medo, 3 o sentimento de preocupação, 19 o sentimento de alivio e 24 o sentimento de confiança. Sentimentos esses bem melhores do que foram apresentados no primeiro momento. Para a prontidão para as tarefas 28 mostraram-se disponíveis e 1 indisponível. Resultado esse positivo em comparação com o primeiro momento. No relacionamento com a aprendizagem 24 mostraram-se atentos, 2 dispersos e 4 apáticos. Comparado ao primeiro resultado também houve uma melhora de alunos atentos, menos alunos dispersos e apáticos. O processo de

ensino-aprendizagem discente se dá a partir de uma mediação adequada do professorpsicopedagogo com os conteúdos apresentados através de atividades promotoras de ensinoaprendizagem. Com os resultados expostos na tabela, podemos analisar que o nível de confiança e alívio nas realizações das atividades apresentou uma melhora significativa. No quesito prontidão para as tarefas a quantidade de alunos disponíveis aumentou na realização das atividades. No relacionamento com a aprendizagem os alunos sendo protagonistas de sua aprendizagem se mostraram mais atentos nas tarefas. 4 CONCLUSÃO Através da aprendizagem, o sujeito é inserido de forma mais organizada no mundo cultural e simbólico, que o incorpora à sociedade. Os conhecimentos em psicopedagogia que o professor titular da sala apresenta foi de fundamental importância para que realizasse a atividade promotora de conhecimento. O número de alunos com problemas de aprendizagem é muito alto e poderia ser sanado se a maioria dos professores tivessem uma especialização em psicopedagogia. Desse modo teriam suas dificuldades iniciais prontamente atendidas e acabariam com vínculos negativos com o objetivo do conhecimento e passariam a não ter problemas para aprender. Os caminhos encontrados pela escola para resolver problemas de aprendizagem dos alunos, prendem-se a exercícios repetitivos e sem sentido, que além de pouco ou nada contribuírem para uma mudança de desempenho, acabam inibindo ou prejudicando a aprendizagem. Convém lembrar que as falhas na estrutura e funcionamento da escola também desfavorecem a trabalho do professor, como exemplo podemos citar a superlotação das salas de aula e pela sobrecarga de trabalho, dificilmente conseguem atender aos alunos individualmente e fazer uma formação continuada. A psicopedagogia não pode estar presa a uma ciência, como esclarecedora de toda a realidade do sujeito no seu aprendizado. Este pode ser o parâmetro com o qual o profissional faz a sua busca dentro de um contexto maior de variáveis. Sendo a instituição escolar responsável por grande parte dessa aprendizagem, cumpre-lhe o papel de mediadora nesse processo de inserção no mundo. De qualquer modo, a escola é produto da sociedade em que o sujeito vive e participa da inclusão desta nessa mesma sociedade.

REFERÊNCIAS BARONE, Leda M. C. A Práxis psicopedagógica brasileira / editor Hervel G. Flores. São Paulo: ABP, 1994 BOSSA, Nadia A. A Psicopedagogia no Brasil: contribuições a partir da prática. 2. Ed. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000. KIGUEL, Sonia Moojen. Reabilitação em Neurologia e Psiquiatria Infantil Aspectos Psicopedagógicos. Congresso Brasileiro de Neurologia e Psiquiatria Infantil A Criança e o Adolescente da Década de 80. Porto Alegre, Abenepe, vol. 2, 1983. NEVES, Maria A. C. M. Psicopedagogia: um só termo e muitas significações, in Boletim da Associação Brasileira da Psicopedagogia, vol. 10, nº. 21, 1991.