ANALISE DA INFLUÊNCIA DA MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO NO PROCESSO DECISÓRIO EMPRESARIAL RESUMO Este artigo visa demonstrar o quanto os conceitos de margem de contribuição e ponto de equilíbrio são importantes para o gerenciamento empresarial, pois são conceitos indispensáveis para a análise dos resultados. Ponto de equilíbrio fornece a quantidade de operações necessárias para cobrir todos os custos da organização, para tal é necessária a divisão dos custos em custos fixos, são os que não têm relação com a quantidade produzida (vendida), e custos variáveis, são os que têm relação direta com a quantidade produzida (vendida), já margem de contribuição é a diferença entre o preço de venda com os custos variáveis unitários, a margem de contribuição pode sofrer limitações, por exemplo, através de ociosidade na organização, utilizando essa ociosidade, podemos ter diferentes análises sobre qual seria o produto ideal para investir, utilizando o conceito da margem de contribuição obter-se-á a melhor alternativa. Palavras Chave: Ponto de equilíbrio, Margem de Contribuição, Custos. 1. INTRODUÇÃO No cenário financeiro atual, onde erros não são permitidos, a competitividade é muito maior do que nas últimas décadas, onde cada vez mais as empresas são globais e não mais restritas ao mercado interno. A utilização dos conceitos de ponto de equilíbrio, margem de contribuição, definição de custos, entender a utilização do conceito de margem de contribuição sofrendo ação de fatores restritivos é de suma importância para proporcionar competitividade à organização. O objetivo geral deste trabalho é analisar a importância da margem de contribuição no processo decisório empresarial, pois é baseada neste conceito a determinação de lucro ou prejuízo de seus negócios. Com o auxilio do ponto de equilíbrio nós temos a segurança de prever a quantidade de operações necessárias para produzir o resultado suficiente para suprir todos os custos. Através do conceito de custos, divide-se em custos fixos e variáveis para uma análise mais detalhada da estrutura da empresa. A margem de contribuição pode sofrer ação de fatores restritivos, como ociosidade na utilização da capacidade produtiva total da empresa, buscando a maximização da empresa, a margem de contribuição nos possibilita ver todas as variações do investimento, uma vez que, nem sempre a maior margem de 1/10
contribuição unitária é a maior quando acontece a previsão da utilização dessa capacidade ociosa. Para a realização deste artigo foi utilizado o método de pesquisa bibliográfica, através dos autores Flores (2010), Goldratt (2003), SEBRAE (2005), Redivo (2004) e Tófoli (2008). 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2.1. Ponto de equilíbrio das Operações Por Tófoli (2008), o ponto de equilíbrio também é conhecido como análise das relações custo-volume, ponto de ruptura, ponto de igualdade e break point. Segundo o mesmo o ponto de equilíbrio serve para determinar qual é a quantidade de operações necessárias para cobrir os custos totais da organização, segundo o autor o ponto de equilíbrio é o centro de todo o planejamento de lucro de curto prazo, pois auxilia na elaboração das estratégias. Para se obter essa analise é preciso que na estrutura de custos da empresa, divida os custos variáveis dos custos fixos, para alcançar a quantidade de operações necessárias para cobrir todos os custos. (TÓFOLI, 2008) SEBRAE (2005) compartilha: Ponto de equilíbrio representa a quantidade de venda que precisa ser realizada mensalmente para gerar receitas suficientes para pagar todo o custo variável gerado, todas as despesas comerciais geradas e todas as despesas fixas que a empresa tiver no mês. (SEBRAE, 2005, p.29) Conforme Tófoli (2008), o ponto de equilíbrio é definido quando o lucro obtido é nulo, quando a receita total é igual à despesa total. Fonte: Elaborado pelos autores. Figura 1: Representação do Ponto de Equilíbrio. Segundo Tófoli (2008), a análise do equilíbrio entre receitas e custos é uma ferramenta indispensável no processo decisão gerencial. Tófoli (2008) apresenta alguns conceitos de pontos de equilíbrio são eles, o ponto de equilíbrio econômico, que fornece o quanto que a organização deve vender para cobrir os custos e despesas e fornecer a margem de lucro desejada. Há também o ponto de equilíbrio financeiro, conhecido por ponto de equilíbrio de caixa, como Tófoli (2008), compartilha o valor pecuniário produzido pelas vendas é capaz de cobrir todos os custos variáveis e fixos. Conjuntamente é apresentado por Tófoli (2008, p.132) o conceito de receita de equilíbrio financeiro, o volume de vendas suficiente para gerar uma margem de contribuição capaz de cobrir as despesas fixas, exceto as depreciações e amortizações. Conforme Tófoli (2008), utiliza-se o ponto de equilíbrio econômico para 2/10
conhecer o ponto que todos os custos e despesas fixas sejam saldados e as receitas ainda gerem o lucro desejado. Fonte: Tófoli, (2008), p. 129 Figura 2: Receita de Equilíbrio Econômico. Do mesmo autor tem-se que Receita de equilíbrio financeiro é o volume de vendas suficiente para gerar uma margem de contribuição capaz de cobrir as despesas fixas exceto as depreciações e amortizações. (TÓFOLI, 2008, p.132) Fonte: Tófoli, (2008), p. 132 Figura 3: Receita de equilíbrio Financeiro. Segundo Tófoli (2008, p. 132), no ponto de equilíbrio financeiro, a posição de vendas é suficiente para que o lucro bruto cubra todas as despesas variáveis e também as fixas, no caso, as que significarem desembolsos ou saídas de caixa. 2.2. Custos Fonte: Tófoli, (2008), p. 132 Figura 4: Quantidade de Equilíbrio Financeiro. 2.2.1. Custos Fixos Tófoli (2008), afirma que custos fixos não têm relação com a quantidade produzida (vendida) pela empresa, estes são necessários para o funcionamento da mesma. Conforme Tófoli (2008, p.122) compartilha existem outros custos classificados como custos semi-fixos ou semi-variáveis. São aqueles que têm um comportamento ambíguo, comportando-se ora como fixos, ora como variáveis. Por SEBRAE (2005) despesas fixas são todos os gastos obtidos na operação da organização. Fonte: Tófoli (2008), p.122 Figura 5: Custos Fixos 3/10
2.2.2. Custos Variáveis Conforme SEBRAE (2005), Os Custos Variáveis são gastos que ocorrerão em função da aquisição de algum produto para comercialização aos clientes. Por Tófoli (2008), custos variáveis são diretamente proporcionais às vendas da empresa, quanto mais vender mais custos variáveis obterá. Fonte: Tófoli (2008), p.123 Figura 6: Custos Fixos 2.3. Margem de Contribuição Conforme SEBRAE (2005), compartilha Margem de Contribuição é quanto cada serviço ou produto vendido contribui para pagar as despesas fixas mensais e quanto contribui para formar o lucro. Segundo Redivo (2004, p.4) a margem de contribuição é interpretada como sendo a parcela do preço de venda que, depois de descontados os custos e despesas variáveis, sobrará para o pagamento dos custos e despesas fixas e, ainda, para a formação do resultado da empresa. Por Tófoli (2008, p.117), margem de contribuição é o valor correspondente à diferença entre o preço de venda do produto e seus respectivos custos variáveis. Fonte: Elaborado pelos autores. Figura 7: Representação da Margem de Contribuição Total. Um exemplo, a compra de um produto se faz por R$ 50,00, mais R$ 20,00 com custos variáveis, com a venda do mesmo por R$ 100,00, alcança um lucro unitário de R$ 30,00, essa diferença é chamada de margem de contribuição unitária, esse valor corresponde a 30% das vendas. A margem de contribuição segundo Tófoli (2008, p. 117), é uma ferramenta fundamental para auxiliar nas decisões empresariais. 4/10
Fonte: Elaborado pelos autores. Figura 8: Representação da Margem de contribuição Unitária. A margem de contribuição unitária nos facilita a observação dos produtos mais rentáveis à empresa, para a mesma concentrar esforços na maximização dos resultados de tais produtos. (TÓFOLI, 2008) Abaixo uma figura exemplificando o cálculo para obtenção da margem de contribuição unitária. Fonte: Elaborado pelos autores. Figura 9: Cálculo para obtenção da Margem de Contribuição unitária. Alguns fatores auxiliam a melhoria da margem de contribuição unitária, como Tófoli (2008), compartilha, são eles, a adequação do preço de venda, levando em consideração o mercado e a concorrência, negociação com fornecedores, para obtenção de mercadorias mais baratas, revisar os tributos, e determinar corretamente os custos fixos. Existe também a margem de contribuição média, que é calculada através da margem de contribuição total dividida pela receita total. (TÓFOLI, 2008) Existem vantagens de conhecer e utilizar-se da margem de contribuição unitária, Tófoli (2008, p. 121) apresenta algumas, conhecer o volume mínimo de vendas para pagar os custos fixos e para gerar lucros, decidir qual produto intensificará as vendas, qual deixará de contabilizar, sobre campanhas promocionais e análise da concorrência, visando a competitividade.. 2.4. Margem de contribuição com Fatores Restritivos Quando surgir algum fator limitando a capacidade de produção da empresa, deve-se utilizar esse recurso da melhor maneira, para que a empresa obtenha o melhor resultado. Para Goldratt (2003), a restrição de um sistema é nada mais do que qualquer coisa que impeça o sistema de atingir um desempenho maior em relação a sua meta. Conforme o mesmo autor, a meta de qualquer empresa é lucrar o máximo possível. 5/10
Flores (2010), afirma que através da Teoria das Restrições (TOC - Theory Of Constraints) deve-se identificar as restrições do sistema e utilizá-las em favor da organização, visando a melhora continua da organização. Conforme Tófoli (2008, p. 120) afirma a maximização da margem de contribuição unitária de um produto isolado necessariamente não maximiza a margem de contribuição da empresa como um todo. Em uma organização que produz uma variedade de produtos, recai a questão sobre quais produtos devem exigir um maior empenho por parte da empresa para que se maximizem os resultados, a margem de contribuição unitária, possibilita esse tipo de análise, há fatores que restringem a produção, como a demanda pelo produto, facilidade ou não de acesso aos recursos. Muitas vezes empresas praticam uma margem de contribuição unitária baixa (ou até negativa) em alguns produtos de modo que estes sirvam como chamariz, acarretando a venda de produtos com margens de contribuições elevadas. (TÓFOLI, 2008). A margem de contribuição como ferramenta no processo decisório sofre variáveis internas e externas, restringindo seu cálculo, variáveis como capacidade de produção, capacidade produtiva das máquinas. (TÓFOLI, 2008, p.159) Com a ausência de restrições em um processo, é vantajoso usufruir de uma possível capacidade ociosa, buscando maximizar os lucros. (TÓFOLI, 2008) As figuras abaixo exemplificam: : Tófoli (2008), p.119 Figura 10: Resultados Mensais de produtos. Fonte Considerando que a capacidade produtiva da empresa é de 50.000 unidades, existe uma capacidade ociosa na empresa de 6.000 unidades, com a utilização desta: Fonte: Tófoli (2008), p. 119 Figura 11: Maximização do Lucro O uso da Margem de contribuição unitária fornece uma diversidade de análises, na figura 6, vê-se que o lucro unitário é maior no produto B, mas com a utilização da capacidade ociosa, o produto A maximiza o lucro, enquanto o B passa a ser a opção menos atrativa para a empresa, figura 10. (TÓFOLI, 2008) 6/10
Tófoli (2008, p.161) afirma Obviamente, na decisão buscando a melhor rentabilidade da empresa, não se deverá utilizar da prática sustentada em tentativas e erros e sim em raciocínio técnico apropriado. Para a decisão mais correta, Tófoli (2008), afirma para usar como base para o cálculo o fator limitante, no caso o tempo de uso das máquinas. Tófoli (2008), p.161 Figura 12: Decisão com fator limitante Fonte: A figura mostra que, pela margem de contribuição por minuto da máquina, o produto mais atrativo para direcionar esforços seria o produto A, seguido pelo B, e C. Para uma melhor observação do uso da margem de contribuição, têm-se abaixo a figura 13. 7/10
Fonte: Tófoli (2008), p.135. Figura 13: Estrutura para controle organizacional 8/10
CONCLUSÃO Com o desenvolver do trabalho, verificamos que a junção dos conceitos de Margem de contribuição, Ponto de equilíbrio, Teoria das Restrições e custos, se tem um grupo importante para as decisões empresariais, pois para obter-se uma boa posição no mercado, o administrador tem que ter o conhecimento sobre esses conceitos. Com estas analises, fora observado que o conceito de ponto de equilíbrio deveria ser utilizado por todas as empresas, pois é um mecanismo de segurança da organização, saber qual a quantidade de operações necessárias para saldar todos os seus custos. A divisão dos custos em custos fixos e variáveis é importante para a estrutura da empresa, entender que os custos fixos não sofrem variações com relação às vendas da empresa, e que os custos variáveis têm relação direta com a quantidade de vendas da organização. A margem de contribuição é parte essencial de qualquer atividade empresarial, o seu uso é de suma importância, pois, com este indicador é medida a saúde financeira da organização. Saber interpretar a margem de contribuição foi fundamental neste trabalho, uma vez observado que a simples análise da margem de contribuição unitária pode não ser a mais eficaz, sabendo-se que fatores restritivos ao sistema podem ao ser analisados nos mostrar qual produto nos fornece uma margem de contribuição mais atrativa. Estes conceitos nos fornecem os dados essenciais para a segurança da empresa e para analise de investimentos em produtos, pois através da pesquisa bibliográfica que fizemos, concluímos que nos dias atuais, a utilização destes conceitos é importantíssima para a competitividade da empresa no mercado, para analise de preço ideal, de centro de custo e da lucratividade, para decisões como formar preço de venda, incrementar vendas, verificar a quantidade de peças que necessitam ser vendidas para cobrir todos os custos. REFERÊNCIAS FLORES, Rogério. Entrevista sobre Teoria das Restrições com o mestre e doutorando Rogério Flores.Disponível em:<http://www.sologistica.com/news/entrevista%20sobre%20teoria%20das%20rest ri%c3%a7%c3%b5es%20com%20o%20mestre%20e%20doutorando%20rogerio% 20flores/>Acesso em: 20 mai.2011. GOLDRATT, Elyahu M.; COX, Jeff; A Meta: Um Processo de Melhoria Contínua. 2ª Ed. São Paulo: Nobel, 2003. SEBRAE. Comece Certo, Disponível em:<http://www.atibaia.sp.gov.br/freeaspupload/casa/pizzaria2.pdf> Acesso em: 24 mai.2011. TÓFOLI, Irso. Administração financeira empresarial: uma tratativa prática, São Paulo: Arte Brasil,2008. 9/10
REDIVO, Rosânio Bortolato. Revista de Ciências da Administração. Disponível em: <http://www.periodicos.ufsc.br/index.php/adm/article/view/4811/4082> Acesso em: 01/06/2011. 10/10
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