Divergência entre CPC e Lei até 2013



Documentos relacionados
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS PRONUNCIAMENTO TÉCNICO CPC 35 (R1) Demonstrações Separadas

O Comitê de Pronunciamentos - CPC. Irineu De Mula Diretor da Fundação Brasileira de Contabilidade - FBC

Investimento em. Controlado em Conjunto (Joint Venture) Contabilidade Avançada. Normas Contábeis: Fundamentação no Brasil:

O Impacto da Lei /07 no encerramento das Demonstrações Contábeis de 2008

IFRS EM DEBATE: Aspectos gerais do CPC da Pequena e Média Empresa

Aluna: Raquel Wille Sarquis Orientador: Prof. Ariovaldo dos Santos 30/09/14

IFRS para PMEs: Seção 14 - Investimento em Controlada e em Coligada

DELIBERAÇÃO CVM Nº 534, DE 29 DE JANEIRO DE 2008

IFRS A nova realidade de fazer Contabilidade no Brasil

Avaliação de Investimentos pelo Método de Equivalência Patrimonial. Contabilidade Avançada I Profª MSc. Maria Cecilia Palácio Soares

Adoção e Aplicação da IFRS

DELIBERAÇÃO CVM Nº 610, DE 22 DE DEZEMBRO DE 2009

INSTRUÇÃO CVM Nº 469, DE 2 DE MAIO DE 2008

NORMA CONTABILÍSTICA E DE RELATO FINANCEIRO 15 INVESTIMENTOS EM SUBSIDIÁRIAS E CONSOLIDAÇÃO

Sumário do Pronunciamento Técnico CPC 02 (R2) Efeitos das Mudanças nas Taxas de Câmbio e Conversão de Demonstrações Contábeis

14 th Americas School of Mines

BRITCHAM RIO AGIO NA AQUISICAO DE INVESTIMENTOS LEI 11638

O Processo de Convergências às Normas Internacionais de Contabilidade: Histórico e Perspectivas

Parecer Consultoria Tributária Segmentos Normas Contábeis ICPC 10 - Interpretação Sobre a Aplicação Inicial ao Ativo Imobilizado

REDE DE ENSINO LFG AGENTE E ESCRIVÃO PF Disciplina: Noções de Contabilidade Prof. Adelino Correia Aula nº09. Demonstração de Fluxo de Caixa

Notas Explicativas Extensas no Brasil: Revelam ou Ocultam?

CPC 15. Combinações de Negócios. Conselho Regional de Contabilidade - CE AUDIT

Faz saber que foi aprovada em seu Plenário a seguinte Norma Brasileira de Contabilidade (NBC), que tem por base o CT 04/2010 (R2) do Ibracon:

RESOLUÇÃO CFC N.º 1.315/10

LEI N /14 (IRPJ/CSLL/PIS-PASEP E COFINS)

Dividendos a Receber A Ações de Controladas Cia B ,00

Guia das Demonstrações Financeiras Pontos para Fechamento de 2013 Aspectos contábeis

Desafios do IFRS para empresas brasileiras

Auditoria Efeitos da Convergência. FERNANDO CALDAS Sócio da 100PORCENTO AUDIT, CONSULT, SOLUÇÕES S.A.

IFRS INTERNATIONAL FINANCIAL REPORTING STANDARD IFRS NORMAS INTERNACIONAIS DE RELATÓRIOS FINANCEIROS

Curso Novas Regras de Contabilidade para Pequenas e Médias Empresas

COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS PRONUNCIAMENTO TÉCNICO CPC 03 (R2) Demonstração dos Fluxos de Caixa

CONTABILIDADE SOCIETÁRIA AVANÇADA Revisão Geral BR-GAAP. PROF. Ms. EDUARDO RAMOS. Mestre em Ciências Contábeis FAF/UERJ SUMÁRIO

COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS PRONUNCIAMENTO TÉCNICO CPC 02 (R2) Efeitos das Mudanças nas Taxas de Câmbio e Conversão de Demonstrações Contábeis

NBC TSP 10 - Contabilidade e Evidenciação em Economia Altamente Inflacionária

24 de abril de 2008 Ed Ruiz

NBC T Subvenção e Assistência Governamentais Pronunciamento Técnico CPC 07

Carlos Rodrigues Domingos Cascais - José Farinha - Maria Cravo - Sérgio Ramos

COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS PRONUNCIAMENTO TÉCNICO CPC 15. Combinação de Negócios

COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS PRONUNCIAMENTO TÉCNICO CPC 19 (R1) Investimento em Empreendimento Controlado em Conjunto (Joint Venture)

NBC TG 46: Mensuração a Valor Justo

COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS PRONUNCIAMENTO TÉCNICO CPC 03 DEMONSTRAÇÃO DE FLUXOS DE CAIXA

As novas regras de concentração de actividades empresariais

DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS COMBINADAS

COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS INTERPRETAÇÃO TÉCNICA ICPC 09 (R2)

EDITAL DE AUDIÊNCIA PÚBLICA SNC Nº 03/2014 ICPC 19 TRIBUTOS. Prazo: 15 de setembro de 2014

Avaliação de Investimentos em Participações Societárias

COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS PRONUNCIAMENTO TÉCNICO CPC 03 (R1) DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA

COMUNICADO AO MERCADO

NBC TSP 7 - Investimento em Coligada e em Controlada. Alcance

COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS PRONUNCIAMENTO TÉCNICO CPC 03 (R2) Demonstração dos Fluxos de Caixa

ADERÊNCIA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS DAS ENTIDADES FECHADAS DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR AO IAS 26

SEMINÁRIO ABRASCA A NOVA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA (LEI /14) AJUSTE A VALOR JUSTO E AJUSTE A VALOR PRESENTE

COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS INTERPRETAÇÃO TÉCNICA ICPC 06. Hedge de Investimento Líquido em Operação no Exterior

Unidade II. Unidade II

CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE

PRONUNCIAMENTO TÉCNICO CPC 26 APRESENTAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

RESOLUÇÃO CFC Nº /09. O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercício de suas atribuições legais e regimentais,

Comitê de Pronunciamentos Contábeis CPC Origem

COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS PRONUNCIAMENTO TÉCNICO CPC 20 (R1) Custos de Empréstimos

Patrimônio Público Tratativas Contábeis. Palestrante: Nilton Cordoni Junior

Adoção inicial do novo regime da Lei

O IFRS e as cooperativas de crédito no Brasil - Efetividade das ações das auditorias internas e externas

CURSO DE PÓS-MBA. Convergência de Normas Contábeis Brasileiras para as Normas Internacionais de Contabilidade Lei 11638/07 e Lei 11941/09, CPC e IASB

Gerenciamento de Riscos Risco de Liquidez

As opiniões e conclusões externadas nesta apresentação são de minha inteira responsabilidade, não refletindo, necessariamente, o entendimento da

Raízen Combustíveis S.A.

NOVAS REGRAS CONTÁBEIS PARA 2010 CONTINUAÇÃO DE PADRONIZAÇÃO INTERNACIONAL CONTÁBIL

EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL

Pontuação homologada para o PEPC

Impacto fiscal. Depois de quase dois anos de longos debates entre empresas,

DELIBERAÇÃO CVM Nº 729, DE 27 DE NOVEMBRO DE 2014

EDITAL DE AUDIÊNCIA PÚBLICA SNC Nº 16 / Prazo: 4 de dezembro de 2008

DELIBERAÇÃO CVM Nº 641 DE 07/10/2010 DOU de 08/10/2010

COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS PRONUNCIAMENTO TÉCNICO CPC 07. Subvenção e Assistência Governamentais

TRABALHO DE ECONOMIA:

COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS PRONUNCIAMENTO TÉCNICO CPC 18 (R2)

Seminário: O impacto da Lei no /2007 no fechamento das Demonstrações Financeiras de CT.Cláudio Morais Machado Conselheiro CFC

CPC 13 - Adoção Inicial da Lei /07 e da Medida Provisória no. 449/08

DELIBERAÇÃO CVM Nº 731, DE 27 DE NOVEMBRO DE 2014

NCRF 2 Demonstração de fluxos de caixa

POLÍTICA DE TRANSAÇÕES COM PARTES RELACIONADAS BB SEGURIDADE PARTICIPAÇÕES S.A.

DOAR DEMONSTRAÇÃO DAS ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS UMA REVISÃO DOS CONCEITOS MAIO / Autor - Manoel Moraes Jr

Filosofia e Conceitos

ATIVO Explicativa PASSIVO Explicativa

Art. 1º Aprovar a NBC TG 03 Demonstração dos Fluxos de Caixa que tem por base o Pronunciamento Técnico CPC 03 (R2) (IAS 7 do IASB).

Luciano Silva Rosa Contabilidade 20

POSIÇÃO ATUAL DOS PRONUNCIAMENTOS, INTERPRETAÇÕES E ORIENTAÇÕES TÉCNICAS DO COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS

COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS INTERPRETAÇÃO TÉCNICA ICPC 09 (R1)

COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS PRONUNCIAMENTO TÉCNICO CPC 44. Demonstrações Combinadas

PERGUNTAS E RESPOSTAS NOVA LEI DAS S/A - LEI /07

Demonstrações Contábeis

Transição das práticas contábeis brasileiras para o IFRS e seus reflexos nas Demonstrações Contábeis da Eletrobras. Março 2011

DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA (DFC)

Princípios primeiros pronunciamentos para orientação de contadores;

CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA II DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO (DMPL)

ENTENDENDO OS DIVERSOS CONCEITOS DE LUCRO

SUR REDE UNIVERSITÁRIA DE DIREITOS HUMANOS

Aula Nº 7 Adoção pela Primeira Vez das Normas Internacionais de Relatórios Financeiros IFRS

Profa. Divane Silva. Unidade II CONTABILIDADE SOCIETÁRIA

Transcrição:

Divergência entre CPC e Lei até 2013 Lei das S/A Exige a avaliação dos investimentos em controladas pela equivalência patrimonial nos balanços individuais CPC Exigia a avaliação dos investimentos em controladas pelo custo ou valor justo nas demonstrações separadas Geravam as famigeradas ênfases 1

IASB IASB não tem preocupação com a divulgação de balanços individuais Enganosos Demonstrações separadas são opcionais Depende da exigência de cada jurisdição Investimentos em controladas, controladas em conjunto, ou coligadas Custo ou Valor Justo 2

Solução da Divergência (2014) Pressão do Brasil e outros países Legislações locais exigem balanços individuais Necessidade de alinhamento com as normas internacionais IASB Alterou pronunciamento IAS 27 Permissão de avaliação de controladas pela equivalência patrimonial CPC antecipou a adoção Não existem mais divergências nem as ênfases 3

Um pouco de história Pré-Consolidação (1900 1930) Muito utilizado no início do século XX como uma alternativa à consolidação Na década de 1930 já estava praticamente substituído pela consolidação ou nenhuma consolidação Pseudo-Consolidação (1930 1970) PL da investidora = PL do grupo Prós Melhor que o custo para quando se tem controle sobre a política de dividendos O investimento varia de acordo com a fortuna do investido, não conforme se recebem dividendos Retenções de lucros subavaliam os resultados dos investimentos Contras Não há resultado prático em se registrar lucros por competência da subsidiária Registros de lucros não realizados Se a investidora mantém registros do lucro, não há desculpa para não se realizar a consolidação NOBES, Christopher. An Analysis of the International Development of the Equity Method. ABACUS, vol. 38, n. 1, 2002 4

Um pouco de história Substituta da Consolidação (1970 dias atuais) Conceito com base no controle Controle temporário Ausência de controle Minoritário com grande participação Subsidiárias estrangeiras Restrições na transferência de lucros Segregação de Controladas, Coligadas e Joint Ventures Surgem as consolidações proporcionais Vagos conceitos Controle Influência significativa (20%??) 5

Um pouco de história Criada pelos saxônicos e nunca bem recebida pelos germânicos Aceitação com a convergência ao IASB O mesmo com a consolidação, só adotada de fato na década de 1990 Brasil foi o primeiro não saxônico a adotar EP e consolidação com a 6.404 Com o ajuste do IASB, novamente a questão está em discussão entre os que não gostam Existem sugestões no ASAF para eliminação completa da EP 6

Questionamentos... e não são poucos Qual a efetiva razão de ainda ser obrigatória a divulgação de balanços individuais no Brasil? Relação jurídica ocorre com o CNPJ Dividendos Garantias Impostos Contratos (?) Sua divulgação realmente promove problemas para os usuários? Visão prejudicada do grupo econômico Visão prejudicada do valor dos investimentos no balanço individual? É clara a distinção entre Consolidado e Individual? Transações entre empresas do mesmo grupo Não poderia ser cumprida a lei sem publicação conjunta? Custos de publicação Sistema de informação (CVM/BOVESPA) 7

Ausência de Definições Normativas Aspectos Conceituais Avaliação de Investimento (?) Registro das perdas até o limite da obrigação da investidora BC do IAS 28: forma de mensurar um investimento Opção ao valor justo Mas... Avalia o que? Consolidação em uma linha só (?) Eliminação das transações entre investida e investidora IAS 28 menciona que o método da equivalência é similar aos procedimentos de consolidação Procedimentos na aquisição do investimento Objetivo da informação Aspectos Práticos Eliminações totais ou parciais? Eliminações somente up ou downstream? Diferenças entre EP para controladas e coligadas Aquisições e reconhecimento inicial 8

Ausência de Definições Normativas Premissa não declarada: PLs iguais Unidade de conta e impairment Passivos a Descoberto Empréstimos capitalizados downstream Balanço Separado ou Individual São iguais? É possível individual (EP) e separado (VJ) para a mesma empresa? Há interesse nisso? E a tributação? Impacto da alteração recente atual Impactos de uma eventual evolução 9

Para pensar... IBOVESPA Em média, os investimentos nos balanços individuais representam 46% (DP=35%!) Isso é relevante? Em média, os investimentos nos balanços consolidados representam 11% (DP=42%!) Se fossem a valor justo, qual seria a diferença? USA: 1993 a 1997 Graham et al. Journal of Business Finance & Accounting, 30(7) & (8), September/October 2003 55 investidores que com informação de EP e FV Relação maior entre o FV e o valor do investidor Prêmios de controle e venda de grandes quantias Ter influência significativa sempre deveria implicar em utilização da EP? 10

Obrigado! 11