Pós Graduação Direito de Família e Sucessões. Prof. Nelson Sussumu Shikicima. Aula ministrada dia 14/02/2018. Poder Familiar. Extinção do poder familiar é definitiva e ocorre quando: Morte do menor ou dos pais; Extingue também pela maioridade (18 anos); Pela emancipação de idade é um fenômeno civil em que um menor de idade passa a ter poder de agir por si só civilmente, exemplo, casamento. São três espécies de emancipação: legal, judicial e voluntária. Art. 1.635. Extingue-se o poder familiar: I - pela morte dos pais ou do filho; II - pela emancipação, nos termos do art. 5º, parágrafo único; III - pela maioridade; 1
IV - pela adoção; V - por decisão judicial, na forma do artigo 1.638. A suspensão do poder familiar é temporária e pode ocorrer quando: Os pais forem condenados por crime com pena acima de dois anos de prisão, pois, não há o benefício do sursis; Houver má administração dos bens dos filhos menores; Art. 1.637. Se o pai, ou a mãe, abusar de sua autoridade, faltando aos deveres a eles inerentes ou arruinando os bens dos filhos, cabe ao juiz, requerendo algum parente, ou o Ministério Público, adotar a medida que lhe pareça reclamada pela segurança do menor e seus haveres, até suspendendo o poder familiar, quando convenha. Parágrafo único. Suspende-se igualmente o exercício do poder familiar ao pai ou à mãe condenados por sentença irrecorrível, em virtude de crime cuja pena exceda a dois anos de prisão. Perda ou destituição do poder familiar. A perda ou destituição ocorre por ação judicial e é definitiva, ocorre quando: Abandono do menor; Maus tratos; Reincidência na má administração dos bens do menor; Atentar contra a moral e bons costumes; Entregar para adoção de forma irregular. Art. 1.638. Perderá por ato judicial o poder familiar o pai ou a mãe que: I - castigar imoderadamente o filho; II - deixar o filho em abandono; 2
III - praticar atos contrários à moral e aos bons costumes; IV - incidir, reiteradamente, nas faltas previstas no artigo antecedente. V - entregar de forma irregular o filho a terceiros para fins de adoção. Com a perda do poder familiar não tem mais a aplicação do artigo 1.634 do CC, contudo, os direitos sucessórios continuam validos, pois, se teve a perda do poder familiar e não da ordem vocacional hereditária. Tutela. Todos os direitos e deveres inerentes ao poder familiar encontram-se na tutela, contudo, exercido por um terceiro no lugar dos pais, assim a tutela pode ser conceituada como: Assistência e proteção de menores que não estão sob autoridade dos pais, o ordenamento estrutura a tutela, instituto pelo qual uma pessoa maior e capaz é investida dos poderes necessários para a proteção do menor. A tutela é utilizada quando o menor não tem pais conhecidos ou forem falecidos e quando os genitores forem suspensos ou destituídos do pátrio poder. 1 O tutor é o substituto do pai, da mãe ou ambos e tem a função de fiscalizar a conduta do tutelado e administrar seus bens. A principal diferença da tutela para o poder familiar, é que naquela tem a fiscalização judicial na administração dos bens. Impedimentos a tutela. O artigo 1.735 do Código Civil elenca os casos de impedimentos ao exercício da tutela, como segue: Art. 1.735. Não podem ser tutores e serão exonerados da tutela, caso a exerçam: 1 VENOSA, Silvio Salvo, Direito Civil IV, 2004, 4º Edição, editora atlas. Apud FURQUIM, Saulo. Conceito e espécies de tutela no direito de família. Disponível em: http://www.artigos.com/artigos-academicos/7592-conceito-e-especies-de-tutela-no-direito-defamilia Acesso em 15 fev, 2018. 3
I - aqueles que não tiverem a livre administração de seus bens; II - aqueles que, no momento de lhes ser deferida a tutela, se acharem constituídos em obrigação para com o menor, ou tiverem que fazer valer direitos contra este, e aqueles cujos pais, filhos ou cônjuges tiverem demanda contra o menor; III - os inimigos do menor, ou de seus pais, ou que tiverem sido por estes expressamente excluídos da tutela; IV - os condenados por crime de furto, roubo, estelionato, falsidade, contra a família ou os costumes, tenham ou não cumprido pena; V - as pessoas de mau procedimento, ou falhas em probidade, e as culpadas de abuso em tutorias anteriores; VI - aqueles que exercerem função pública incompatível com a boa administração da tutela. Escusa ou recusa. Pessoas que podem se recusar (faculdade) a exercer a tutela conforme o artigo 1.736, in verbis: Art. 1.736. Podem escusar-se da tutela: I - mulheres casadas; II - maiores de sessenta anos; III - aqueles que tiverem sob sua autoridade mais de três filhos; IV - os impossibilitados por enfermidade; V - aqueles que habitarem longe do lugar onde se haja de exercer a tutela; VI - aqueles que já exercerem tutela ou curatela; VII - militares em serviço. 4
tutela. A recusa deverá ser apresentada em até dez dias da designação da As pessoas que não forem parentes do menor não poderão ser obrigadas a aceitar a tutela se tiver um parente idôneo em condições de exercer, conforme preceitua o artigo 1.737 do CC. Extinção da tutela, artigos 1.763 e 1.764 do CC. A extinção da tutela se dá com a maioridade ou emancipação do menor; Em caso de adoção do menor; Decorrido o prazo estipulado pelo juiz para o exercício da tutela; Escusa legitima do tutor por motivo posterior a tutela; Remoção do tutor pode ocorrer quando o tutor não prestar contas; Observe os artigos 1.728 e seguintes do Código Civil!!! A tutela poderá ser definida por testamento e será a primeira e ser observada pelo juiz em caso de falecimento dos pais, se não for estipulada por ato de última vontade deverá seguir a ordem do código civil (tutores legítimos), sendo primeiro os ascendentes (avós), depois os parentes colaterais até o terceiro grau (irmãos, tios e sobrinhos) o mais velho tendo preferência sobre o mais novo. Para fiscalizar o tutor o juiz pode nomear uma terceira pessoa, chamado protutor. O juiz terá responsabilidade direta quando não nomear tutor e não houver feito oportunamente. E responsabilidade subsidiária quando não tiver exigido garantia legal do tutor e nem o removido. Bons Estudos!!! Prof.ª. Adriana Aparecida Duarte. 5