Pós Graduação Direito de Família e Sucessões. Disposições testamentárias.

Transcrição

1 Pós Graduação Direito de Família e Sucessões. Prof. Nelson Sussumu Shikicima. Aula ministrada dia 09/04/2018. Disposições testamentárias. Formas de instituição de herdeiros ou legatários. Observe os artigos e seguintes do código Civil!!! Se o testador deixa em seu testamento valores ou bens para caridade e não mencionar qual gostaria de beneficiar, será os do lugar de seu domicílio no tempo de sua morte. As instituições particulares têm preferência sobre as públicas. Se for deixado um imóvel para dois ou mais herdeiros e não especificar a proporção que cada um vai herdar, será dividido em partes iguais. Se no testamento for nomeado herdeiros coletivos e individuais a herança será dividida em partes iguais, exemplo, o testador deixou o imóvel para A individualmente, para B individualmente e para um grupo de 10 indivíduos, será uma terça parte para cada (A 1/3, B 1/3 e o grupo 1/3). A herança remanescente do testador vai para a ordem vocação hereditária. Se for determinado os quinhões de uns herdeiros e não os de outros, será dividido em partes iguais o que restar após a transmissão dos bens aos herdeiros que tiveram os quinhões determinados. Quando houver vício de consentimento as disposições testamentarias serão anuláveis, decai do direito de pleitear o vício no prazo de 4 anos a contar o interessado tiver conhecimento do vício, conforme disposto no artigo 1.909, único e também no artigo 178, ambos do CC. 1

2 Cláusula de inalienabilidade. Cláusula de inalienabilidade é aquela que indisponibiliza o bem. Esta cláusula é para a pessoa e não para a coisa. Para colocar esta cláusula na parte legitima da herança precisa ter uma justa causa, conforme preceitua o artigo 1.848: Art Salvo se houver justa causa, declarada no testamento, não pode o testador estabelecer cláusula de inalienabilidade, impenhorabilidade, e de incomunicabilidade, sobre os bens da legítima. 1º Não é permitido ao testador estabelecer a conversão dos bens da legítima em outros de espécie diversa. 2º Mediante autorização judicial e havendo justa causa, podem ser alienados os bens gravados, convertendo-se o produto em outros bens, que ficarão sub-rogados nos ônus dos primeiros. Temporária por um tempo determinado, exemplo, quando atingir uma determinada idade a inalienabilidade deixa de ter eficácia. Vitalícia se não for mencionado nada quanto ao tempo de duração no testamento a cláusula é vitalícia, enquanto viver a pessoa que recebeu o bem não poderá dispôs do bem, contudo, se vier a falecer, seus herdeiros não terão este gravame. Absoluta não pode dispor para qualquer pessoa nem a título gratuito nem oneroso, se não for mencionado que não pode alienar para determinada pessoa será absoluta. Relativa não pode alienar para determinada pessoa ou pessoas. A cláusula de inalienabilidade compreende a impenhorabilidade e a incomunicabilidade do bem, assim não pode pegar empréstimo e dar o bem em penhora, conforme preceitua o artigo do CC: 2

3 Art A cláusula de inalienabilidade, imposta aos bens por ato de liberalidade, implica impenhorabilidade e incomunicabilidade. Parágrafo único. No caso de desapropriação de bens clausulados, ou de sua alienação, por conveniência econômica do donatário ou do herdeiro, mediante autorização judicial, o produto da venda converterse-á em outros bens, sobre os quais incidirão as restrições apostas aos primeiros. (Grifo nosso). Importante observar que a incomunicabilidade não importa na inalienabilidade, só esta última que compreende a impenhorabilidade e incomunicabilidade. Exclusão de herdeiros não necessários. Os herdeiros necessários são os descendentes, ascendentes e o cônjuge ou companheiro sobrevivente, o restante são os herdeiros não necessários que estão na ordem de vocação (colaterais: irmãos, tios, sobrinhos, tio-avô, primos e sobrinhos netos). Os colaterais por não serem herdeiros necessários basta fazer um testamento não contemplando estas pessoas e deixando para outra pessoa. No caso dos colaterais não precisa guardar a legítima. Revogação testamentária. É um ato de manifestação de vontade do testador, podendo ser expressa, tácita, total e parcial. 3

4 Expressa é aquela que o testador faz por outro testamento ou escritura pública revogando os anteriores, mencionando de forma expressa que esta revogando o anterior. Qualquer testamento posterior pode revogar o anterior, indiferente da forma, exemplo, pode ser revogado um testamento público por um particular. É importante quando o testamento for feito por advogado revogar de forma expressa outros que porventura tenham sido feitos, se tiver alguma cláusula que o cliente quer manter basta reproduzi-la no novo testamento. Tácita é aquela que o testador faz um novo testamento e não menciona que esta revogando o anterior, mas faz disposições contrárias ao anterior, exemplo, em 1990 fez um testamento deixando o imóvel X para A e em 2018 faz outro testamento deixando o mesmo imóvel para B, o que prevalece é o mais novo, igual lei. Total na tácita. envolve todo o testamento, pode ser tanto na expressa quanto Parcial envolve parte do testamento, exemplo, muda um dos herdeiros de um determinado bem e o restante do testamento continua inalterado, e também pode ser na expressa e na tácita. A única cláusula de não será revogada por um novo testamento será o reconhecimento de paternidade. O rompimento do testamento ocorre quando após a morte do testador há um reconhecimento de paternidade/maternidade deste, assim, há uma superveniência de descendente após a morte do testador, neste caso não tem manifestação de vontade do testador. O rompimento importa na perda de validade do testamento. 4

5 Não há rompimento do testamento se o testador só dispor da parte disponível da herança. O testamento cerrado se for aberto pelo próprio testador ou com seu consentimento será considerado revogado. Observe a peça disponibilidade pelo professor!!! Que observa o reconhecimento de filiação socioafetiva pós morte que enseja no rompimento do testamento!!! Bons Estudos!!! Prof.ª. Adriana Aparecida Duarte. 5