GESTÃO ORÇAMENTARIA E FINANCEIRA EM SAÚDE LDO: CARACTERÍSTICAS GERAIS E A LRF Prof. Dr. Áquilas Mendes
METAS DE APRENDIZAGEM DA DISCIPLINA: ao final desta disciplina, o especializando será capaz de conhecer os principais aspectos que envolvem o financiamento da saúde e sua gestão orçametária -financeira, entendida enquanto instrumento estratégico para a implantação da eficiência e eficácia dos recursos da política de saúde AULAS 1. Financiamento da Saúde 2. Alocação dos Recursos do SUS 3. Gestão dos Recursos da Saúde: Planejamento e Processo Orçamentário 4. LDO: Características Gerais e a LRF 5. A Execução do Gasto em Saúde: a LOA e sua estrutura 6. A Execução do Gasto do SUS: o Fundo de Saúde 7. Acompanhamento, Controle e Avaliação dos Recursos da Saúde
GESTÃO ORÇAMENTARIA E FINANCEIRA EM SAÚDE: LDO - CARACTERÍSTICAS GERAIS E A LRF METAS DE APRENDIZAGEM: ao final desta aula, o especializando será capaz de compreender a importância da lei de diretrizes orçamentárias (ldo), destacando sua relação com o processo orçamentário e a programação anual da saúde, bem como suas responsabilidades frente à lei de responsabilidade fiscal (lrf). LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS LDO A LDO é o elo entre o PPA e LOA. Dentre os programas incluídos no PPA, seleciona aqueles que terão prioridade na execução do orçamento subseqüente. A Programação Anual da Saúde (PAS), elaborada pelas Secretarias de Saúde poder executivo, deve ser a base para a montagem da LDO, como vimos na Aula 3, na Figura sobre a Gestão Orçamentária-Financeira. A LDO define metas e prioridades dos programas, incluindo despesas de capital para o exercício financeiro subseqüente, orientando a elaboração da lei orçamentária anual. O poder executivo tem a responsabilidade de encaminhar a LDO ao legislativo até 15 de abril, que deve devolvê-la aprovada até 30 de junho. Os programas e ações definidas como prioritárias na Programação Anual de Saúde (PAS), em consonância com o Plano de Saúde (PS) e o PPA, devem estar contidos na LDO.
A partir da Lei de Responsabilidade Fiscal nº 101/2000 foram ampliadas as funções da LDO, a saber: - Dispor sobre o equilíbrio entre receitas e despesas; - Estabelecer critérios e forma de limitação de empenho; - Definir normas para o controle de custos e avaliação dos resultados dos programas; - Determinar condições para transferências de recursos a entidades públicas e privadas; e - Apresentar dois anexos, o de Metas Fiscais e o de Riscos Fiscais. O Anexo de Metas Fiscais explicita um conjunto de metas referentes a receitas fiscais, despesas fiscais, resultados nominal e primário (não inclui as receitas e despesas financeiras), e o montante da dívida pública, para os três próximos exercícios, mostrando a evolução nos dois exercícios anteriores e no exercício em vigor. Além disso, esse anexo deve conter: a) memória e metodologia de cálculo das metas anuais estabelecidas, ou seja, os índices utilizados para projeção, com suas respectivas taxas de crescimento; b) evolução do patrimônio líquido, destacando a origem e a aplicação dos recursos obtidos com a alienação de ativos (privatizações); c) avaliação financeira e atuarial dos fundos e programas estatais de natureza previdenciária; d) estimativa e demonstrativo de compensação da renúncia de receita; e e) margem de expansão das despesas obrigatórias de caráter continuado. O Anexo de Riscos Fiscais apresenta uma avaliação dos passivos contingentes e outros riscos que possam vir a afetar as contas, acompanhados das providências que deverão ser tomadas, caso esses riscos venham a se concretizar. Os Riscos fiscais referem-se à ocorrência de pagamentos de compromissos/despesas incertos, eventuais, que poderão sobrevir ao longo da execução orçamentária. Ex: uma sentença judicial que poderá elevar, muito, a despesa daqui a um ano. 1 Despesa obrigatória de caráter continuado - refere-se à despesa corrente cuja execução é obrigatória por um período superior a dois exercícios financeiros. 1 Passivos contingentes - são obrigações do Estado decorrentes do julgamento de ações judiciais em tramitação.
IMPORTANTE : L D O : C A R A C T E R Í S T I C A S G E R A I S E A L R F A LDO TAMBÉM DEVE ESTABELECER OS CRITÉRIOS E LIMITES DAS DESPESAS OBRIGATÓRIAS DE CARÁTER CONTINUADO, COMPROVANDO QUE ESTAS NÃO AFETARÃO AS METAS DE RESULTADOS FISCAIS PREVISTOS NO ANEXO DE METAS FISCAIS DESTA LEI. Para ser ter uma ideia do conteúdo da LDO (denominado como anexo da Lei com seus artigos), apresentamos um exemplo a seguir, baseado em Programa relacionado no PPA já mencionado. Exemplo de programa LDO Observar que as prioridades e metas constantes da LDO, de acordo com a Programação Anual de Saúde (PAS), correspondem a 1 ano de execução do programa Saúde Para Todos constante do PPA e no PS
A LDO representa o elo de ligação entre o PPA e a LOA, cujas metas e prioridades devem seguir a lógica dos programas estabelecidos no PPA. As demais funções da LDO, estabelecidas pela LRF e mencionadas anteriormente, constam dos artigos que embasam o corpo da Lei. A LDO constitui instrumento importante porque ela disciplina o orçamento. Ex: É nela que, geralmente, fica estabelecido como os recursos das despesas com ações e serviços de saúde poderão ser gastos, isto é, em quais ações.
BIBLIOGRAFIA BALEEIRO, Aliomar. Uma Introdução à Ciência das Finanças. 15ª ed. revista e atualizada por Dejalma de Campos, Rio de Janeiro: Forense, 1997. MENDES, Aquilas. Aprimorando o Processo Orçamentário e o Planejamento no Município. IN: CEPAM, A construção da gestão fiscal responsável a partir do município comentários à Lei de Responsabilidade Fiscal. Cepam, 2001. MENDES, Aquilas.N; SANTOS, Suzana, B.S. Aperfeiçoamento em Administração Orçamentária e Financeira Governamental - Administração Orçamentária e Financeira Governamental - SETEMBRO / 2001. PRATES, C.A. Novo Modelo de Gestão Orçamentária. Palestra proferida ao Curso de Especialização em Planejamento e Gestão Governamental. São Paulo. Fazesp, fevereiro de 2000. TOLEDO, A.; VAZ DOS SANTOS, C. E SIQUEIRA, L.E. Lei de Responsabilidade Fiscal: (lei complementar n.101 de 04 de maio de 2000). São Paulo: Saraiva, 2000.