FESDT Fundação Escola Superior de Direito Tributário 2011 X Congresso Direito Tributário em Questão Questões Controvertidas do ITBI. Ígor Danilevicz 1 /07/2011 (8h)
ITBI ou ITIV? EC 1/69 Art. 23. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: I - transmissão, a qualquer título, de bens imóveis por natureza e acessão física e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como sobre a cessão de direitos à sua aquisição; e
CF/88 ITCMD Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: I - transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos; ITIV Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre: (...) II - transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição;
CTN Arts. 35 a 42.
Código Civil Art. 1.245. Transfere-se entre vivos a propriedade mediante o registro do título translativo no Registro de Imóveis. Art. 1.246. O registro é eficaz desde o momento em que se apresentar o título ao oficial do registro, e este o prenotar no protocolo.
STF Representação 1.211/RJ ( 1ª Turma, Relator Min. Octávio Gallotti, j. 30/04/1987, DJ 05-06-1987, p. 11112, Ement. Vol. 1464-01, p. 15) ITBI Fato gerador: é a transmissão pelo registro. Contratos Preliminares não: 1) compromisso de compra e venda, 2) promessa de cessão de direitos aquisitivos.
STJ AgRg no Ag 448.245/DF (Relator Ministro LUIZ FUX, 1ª Turma, j. 21/11/2002, DJ 09/12/2002 p. 309, RDDT vol. 89 p. 238, RNDJ vol. 38 p. 135) ITBI Fato gerador: é o registro imobiliário da transmissão da propriedade do bem imóvel. Somente após o registro, incide a exação.
Caso 1 Transmissão de bens imóveis incorporados ao patrimônio de pessoa jurídica em realização de capital, cujo objeto social é a compra e venda de bens imóveis. Art. 156. (...) 2º - O imposto previsto no inciso II: I - não incide sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio de pessoa jurídica em realização de capital, nem sobre a transmissão de bens ou direitos decorrente de fusão, incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica, salvo se, nesses casos, a atividade preponderante do adquirente for a compra e venda desses bens ou direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento mercantil;
T1 T2 T3 T4 1 /01/03 (art. 173 CTN) 7 anos T1: 02/05/97 (JUCERGS) T2: 15/07/97 (Registro de Imóveis) T3: 20/08/97 (Reconhecimento Imunidade) T4: 06/07/05 (Auto de Lançamento)
Caso em que há imunidade do ITIV Se SP está imune de ITIV, então estão presentes as condições individualmente necessárias e conjuntamente suficientes previstas no inc. I do 2º do art. 156 da CF. Ora, SP está imune de ITIV. Logo, estão presentes as condições individualmente necessárias e conjuntamente suficientes previstas no inc. I do 2º do art. 156 da CF.
Caso em que não há imunidade do ITIV Se SP está imune de ITIV, então estão presentes as condições individualmente necessárias e conjuntamente suficientes previstas no inc. I do 2º do art. 156 da CF. Ora, não estão presentes as condições individualmente necessárias e conjuntamente suficientes previstas no inc. I do 2º do art. 156 da CF. Logo, SP não está imune de ITIV.
Prova do condicional: Se SP não está imune, então incide o ITIV. Suponhamos que SP não está imune de ITIV. Nesse caso estarão presentes as condições individualmente necessárias e conjuntamente suficientes do FGp do ITIV. Se estão presentes as condições individualmente necessárias e conjuntamente suficientes do FGp do ITIV e o registro na JUCERGS tem como uma de suas finalidades dar publicidade aos atos jurídicos das empresas e o lançamento é obrigatório e vinculado, então o SA deverá exigir o ITIV imediatamente a partir da publicização. (...)
Se o SA deve exigir o ITIV imediatamente a partir da publicização, então incide o ITIV. Desse modo, incide o ITIV que poderá/deverá ser exigido quando do registro na JUCERGS.
Da Decadência Se incide o ITIV e o mesmo poderá/deverá ser exigido quando do registro na JUCERGS, então o termo inicial do prazo decadencial é o primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. Ora, incidiu o ITIV e o mesmo pode/deve ser exigido quando do registro na JUCERGS. Logo, o termo inicial do prazo decadencial é o primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado (registro na JUCERGS).
Caso 2 Ø Ø Ø Ø Ø Holding H decide pela venda de imóveis das controladas C¹ e C². O imóvel de C¹ é maior que o imóvel de C², e ambos são fisicamente unidos, ie, sem muros, e juridicamente distintos. Empresa A adquire os dois imóveis aceitando pagar menos pelo imóvel maior e pagar mais pelo imóvel menor. O preço final correspondendo a soma dos dois imóveis é o mesmo, se seguida a lógica do mercado. Logo, para A não faz diferença.
Ø Ø Ø Ø Motivo: planejamento tributário em relação ao IRPJ de C¹ e C² com reflexos em H. Problema: Tabelião incialmente recusa-se a lavrar escritura nesses termos, alegando que valores não correspondem à realidade de mercado. Observação: O pagamento final de ITIV realizado por A é o mesmo em qualquer circunstância, logo, não é caso de elisão ou evasão fiscal. Desfecho: Tabelião aceita.
CTN Livro Primeiro Sistema Tributário Nacional Título III Impostos Capítulo III Impostos sobre o Patrimônio e a Renda Seção III Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis e de Direitos a eles Relativos Art. 35. O imposto, de competência dos Estados, sobre a transmissão de bens imóveis e de direitos a eles relativos tem como fato gerador: I - a transmissão, a qualquer título, da propriedade ou do domínio útil de bens imóveis por natureza ou por acessão física, como definidos na lei civil; II - a transmissão, a qualquer título, de direitos reais sobre imóveis, exceto os direitos reais de garantia; III - a cessão de direitos relativos às transmissões referidas nos incisos I e II. Parágrafo único. Nas transmissões causa mortis, ocorrem tantos fatos geradores distintos quantos sejam os herdeiros ou legatários.
Art. 36. Ressalvado o disposto no artigo seguinte, o imposto não incide sobre a transmissão dos bens ou direitos referidos no artigo anterior: I - quando efetuada para sua incorporação ao patrimônio de pessoa jurídica em pagamento de capital nela subscrito; II - quando decorrente da incorporação ou da fusão de uma pessoa jurídica por outra ou com outra. Parágrafo único. O imposto não incide sobre a transmissão aos mesmos alienantes, dos bens e direitos adquiridos na forma do inciso I deste artigo, em decorrência da sua desincorporação do patrimônio da pessoa jurídica a que foram conferidos.
Art. 37. O disposto no artigo anterior não se aplica quando a pessoa jurídica adquirente tenha como atividade preponderante a venda ou locação de propriedade imobiliária ou a cessão de direitos relativos à sua aquisição. 1º Considera-se caracterizada a atividade preponderante referida neste artigo quando mais de 50% da receita operacional da pessoa jurídica adquirente, nos 2 anos anteriores e nos 2 anos subseqüentes à aquisição, decorrer de transações mencionadas neste artigo. 2º Se a pessoa jurídica adquirente iniciar suas atividades após a aquisição, ou menos de 2 anos antes dela, apurar-seá a preponderância referida no parágrafo anterior levando em conta os 3 primeiros anos seguintes à data da aquisição. 3º Verificada a preponderância referida neste artigo, tornar-se-á devido o imposto, nos termos da lei vigente à data da aquisição, sobre o valor do bem ou direito nessa data. 4º O disposto neste artigo não se aplica à transmissão de bens ou direitos, quando realizada em conjunto com a da totalidade do patrimônio da pessoa jurídica alienante.
Art. 38. A base de cálculo do imposto é o valor venal dos bens ou direitos transmitidos. Art. 39. A alíquota do imposto não excederá os limites fixados em resolução do Senado Federal, que distinguirá, para efeito de aplicação de alíquota mais baixa, as transmissões que atendam à política nacional de habitação. Art. 40. O montante do imposto é dedutível do devido à União, a título do imposto de que trata o artigo 43, sobre o provento decorrente da mesma transmissão.
Art. 41. O imposto compete ao Estado da situação do imóvel transmitido, ou sobre que versarem os direitos cedidos, mesmo que a mutação patrimonial decorra de sucessão aberta no estrangeiro. Art. 42. Contribuinte do imposto é qualquer das partes na operação tributada, como dispuser a lei.