DENGUE E FEBRE AMARELA. Profa. Maria Lucia Penna Disciplina de Epidemiologia IV



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Transcrição:

DENGUE E FEBRE AMARELA Profa. Maria Lucia Penna Disciplina de Epidemiologia IV

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Vetores Dengue Febre Amarela Aedes aegypti Aedes albopictus Aedes aegypti Haemagogus Aedes albopictus???

DENGUE

Definições de caso

Definições de caso

Definições de caso

Definições de caso

Definições de caso

Prova do Laço Como é feita a Prova do Laço? A prova do laço deverá ser realizada obrigatoriamente em todos os casos suspeitos de dengue durante o exame físico. 1. Desenhar, no antebraço do paciente, uma área ao redor do seu polegar, ou delimitar um quadrado de 2,5 por 2,5 cm. (sentada ou deitada) 2. Verificar a pressão arterial (PA), com o paciente sentado ou deitado. Calcular o valor médio: (PA sistólica + PA diastólica)/2. 3. Insuflar novamente o manguito até o valor médio e aguardar por 5 minutos (em crianças 3 minutos) ou até o aparecimento das petéquias. 4. Contar o número de petéquias dentro da marcação feita previamente no antebraço do paciente. Considerar positiva quando houver 20 ou mais petéquias em adultos ou 10 ou mais em crianças A prova do laço é importante para a triagem do paciente suspeito de dengue, pois pode ser a única manifestação hemorrágica de casos complicados ou da febre hemorrágica do dengue (FHD).

DENGUE - SINAIS DE ALARME

GRUPO A: Dengue - Classificação clínica Caso SUSPEITO de dengue SEM manifestações hemorrágicas espontâneas e SEM sinais de alerta/alarme. O Grupo A corresponde ao Dengue Clássico da classificação da OMS. Os pacientes desse grupo poderão ser atendidos nas unidades básicas de saúde.

COMO PROCEDER? Confirmar o diagnóstico por meio da sorologia específica. Hemoglobina, hematócrito, plaquetas e leucograma devem ser solicitados apenas para os pacientes com idade acima de 65 anos, para as gestantes e para os pacientes com doenças crônicas. Iniciar a hidratação oral calculando 60 a 80 ml/kg/dia, sendo 1/3 de solução salina e 2/3 de líquidos caseiros tais com suco de frutas, água, água de coco, chás. Sintomáticos: para dor e febre podem ser usados a dipirona e o acetaminofen em suas dosagens habituais. Os antiinflamatórios não hormonais e o ácido acetilsalicílico NÃO podem ser usados por pacientes com dengue. Orientações aos pacientes e seus familiares, retornos: o paciente e seus familiares deverão ser orientados no sentido de identificar os sinais de alerta/alarme, sendo o RETORNO IMEDIATO ao surgimento de qualquer um dos referidos sinais. ao desaparecer a febre do segundo ao sexto dia de doença - inicia-se nova fase crítica, com risco de surgirem complicações e, por essa razão, o paciente deverá ser reavaliado no primeiro dia desse período.

Classificação clínica GRUPO B Caso suspeito de dengue, SEM sinais de alerta, porém COM manifestações hemorrágicas espontâneas, prova do laço positiva e ausência de sinais de alerta/alarme. Você poderá atender esse paciente na unidade básica de saúde e, sua evolução poderá ocorrer de tal forma que não será necessário referenciá-lo para unidades de maior complexidade. Entretanto, dependendo de sua evolução, o paciente do chamado GRUPO B, poderá necessitar de leito de observação em unidades de urgência ou em hospitais de maior complexidade.

COMO PROCEDER? Confirmar o diagnóstico por meio da sorologia específica. Hemoglobina, hematócrito, leucograma e contagem de plaquetas deverão ser solicitados para TODOS os pacientes. Iniciar a hidratação oral e os sintomáticos quando necessário, da mesma forma como indicado para os pacientes do Grupo A. Se o hematócrito estiver aumentado até 10% acima de seu valor basal, você vai manter o tratamento iniciado. No caso de você não ter acesso aos valores basais do hematócrito, use as seguintes faixas de valores como referência: Crianças : hematócrito = 38% e = 42% Mulheres: hematócrito = 40% e = 44% Homens: hematócrito = 45% e = 50% Associado a esses valores de hematócrito, e estando as plaquetas entre 50 e 100 000 células/mm³, você deve continuar o tratamento em regime ambulatorial, com hidratação oral, sintomáticos e recomendações sobre os sinais de alerta/alarme. O que muda nessa situação? O paciente deverá voltar para ser reavaliado em 24 horas e, nesse retorno, ele será submetido a novo estadiamento, repetindo-se o hemograma. Se o seu paciente apresentar hematócrito AUMENTADO em mais de 10% acima do valor basal ou > 42% nas crianças, > 44% nas mulheres e >50% nos homens; além de plaquetopenia < 50 000 células/mm³, você deverá iniciar hidratação oral ou parenteral em LEITO DE OBSERVAÇÃO, sob supervisão médica por um período mínimo de seis horas, com reavaliações clínica e laboratorial (hematócrito) periódicas.

Se o seu paciente apresentar hematócrito AUMENTADO em mais de 10% acima do valor basal ou > 42% nas crianças, > 44% nas mulheres e >50% nos homens; além de plaquetopenia < 50 000 células/mm³, você deverá iniciar hidratação oral ou parenteral em LEITO DE OBSERVAÇÃO, sob supervisão médica por um período mínimo de seis horas, com reavaliações clínica e laboratorial (hematócrito) periódicas.

Classificação clínica GRUPOS C e D Caso suspeito de dengue com algum sinal de alerta/alarme ou em choque, podendo apresentar ou não manifestações hemorrágicas. Nesses dois grupos estão os pacientes mais graves e essa classificação corresponde à febre hemorrágica do dengue (FHD) e à síndrome do choque por dengue (SCD). Nos pacientes com essas características você deverá iniciar hidratação venosa imediatamente. Dependendo de onde ocorrer o atendimento inicial, poderá ser necessário transferilo para unidades de maior complexidade. Não espere a transferência para iniciar a hidratação venosa, caso contrário você corre o risco de perder seu paciente!

COMO PROCEDER? Confirmar o diagnóstico por meio da sorologia para dengue. Hematócrito, hemoglobina, leucograma e contagem de plaquetas deverão ser solicitados para todos os pacientes. Outros exames poderão ser necessários tais como gasometria, ionograma,função renal, função hepática, coagulograma, líquor, exames de imagem, etc.

Os pacientes do grupo C diferem dos pacientes do grupo D por NÃO apresentarem HIPOTENSÃO. Seu tratamento inclui sintomáticos e hidratação venosa sob supervisão médica em regime de internação hospitalar por um período mínimo de 24 horas. A primeira fase da hidratação deve ser realizada em quatro horas, 25 ml/kg, sendo um terço do volume na forma de solução salina isotônica. Após as primeiras 4 horas de hidratação venosa o paciente deverá ser reavaliado clinicamente e o hematócrito deve ser repetido. Se houver melhora clínica e laboratorial, passar para a etapa seguinte, denominada etapa de manutenção. Por outro lado, se o paciente apresentar resposta inadequada ao tratamento, ele deverá ser abordado como paciente com HIPOTENSÃO do grupo D.

Os pacientes do grupo D diferem dos pacientes do grupo C por apresentarem pressão convergente, HIPOTENSÃO ou CHOQUE. A abordagem inicial do paciente do grupo D é praticamente igual à do grupo C e inclui internação hospitalar por pelo menos 24 horas, hidratação venosa sob supervisão médica e reavaliações clínicas a cada 15 30 minutos. Seu paciente pode melhorar rapidamente, de modo a ser tratado como paciente do grupo C, ou pode evoluir mal, necessitando transferência para unidade de tratamento intensivo.

FEBRE AMARELA

Densidade vetorial Índice predial proporção de imóveis onde foram encontradas larvas ou pupas do A. aegipti. Considera-se que tenha que ser maior do que 5% para a transmissão o vírus da febre amarela

Densidade vetorial Índice predial proporção de imóveis onde foram encontradas larvas ou pupas do A. aegipti. Considera-se que tenha que ser maior do que 5% para a transmissão o vírus da febre amarela

Existe densidade vetorial suficiente para a transmissão do vírus da febre amarela na cidade do Rio de Janeiro

A febre amarela apresenta dois ciclos epidemiologicamente distintos: febre amarela silvestre (FAS) e febre amarela urbana (FAU). A forma silvestre é endêmica nas regiões tropicais da África e das Américas. Em geral, apresenta-se sob a forma de surtos com intervalos de 5 a 7 anos, alternados por períodos com menor número de registros. Na população humana, geralmente o aparecimento de casos é precedido de epizootias em primatas não humanos. No Brasil, a partir do desaparecimento da forma urbana em 1942, só há ocorrência de casos de FAS e os focos endêmicos até 1999 estavam situados nos estados das regiões Norte, Centro-oeste e área pré-amazônica do Maranhão, além de registros esporádicos na parte oeste de Minas Gerais. Nos surtos ocorridos no período de 2000 a 2008, observou-se uma expansão da circulação viral no sentido leste e sul do país, detectando-se sua presença em áreas silenciosas há várias décadas. Esse caráter dinâmico da epidemiologia da doença tem exigido avaliações periódicas das áreas de risco

a) área com recomendação de vacina (ACRV), correspondendo àquelas anteriormente denominadas endêmica e de transição, com a inclusão do sul de Minas Gerais, até então considerado área indene de risco potencial ; b) área sem recomendação de vacina (ASRV), correspondendo, basicamente, às áreas indenes, incluindo também o sul da Bahia e norte do Espírito Santo, que antes eram consideradas áreas indenes de risco potencial (Figura 2).

Morte de macacos, epizootias por febre amarela silvestre e casos humanos (Dez/07 a Abr/08). Fonte: SVS, Ministério da Saúde

Mapa da distribuição espacial das epizootias de primatas e casos humanos, Brasil, outubro/2008 a setembro/2009

Mapa da distribuição espacial das epizootias de primatas e casos humanos, Brasil, outubro/2008 a setembro/2009

Remanescentes Florestais da Mata Atlântica, 2012 Fonte: www.sosmataatlantica.com.br