PREVISÃO DE VENDAS 2.1 OS MODELOS QUALITATIVOS



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AGENDA PREVISÃO DE VENDAS 1 Lisboa, Setembro de 2007 2 AGENDA O FUTURO TEM FASCINADO A NOSSA EXISTÊNCIA, POIS É LÁ QUE ESTÃO OS NOSSOS SONHOS. Adivinhos, feiticeiras (com ou sem bolas de cristal) e cartomantes (tarôt e outras) utilizam as suas técnicas de previsão para fornecer duvidosas certezas a todos aqueles que se preocupam com o seu incerto futuro Prever o futuro das vendas de um unidade estratégica de negócio (SBU), ou de um produto/marca, é matéria que os gestores não devem entregar à intuição e muito menos aos astros porque a PREVISÃO DE VENDAS é um vector central do processo de planeamento estratégico/operacional, com influência directa sobre o plano de produção, matérias-primas, recursos humanos e projecções financeiras 3 4 HORIZONTES DE PREVISÃO Antes de seleccionar o método de previsão mais adequado, o gestor de marketing/vendas deve reflectir sobre os factores que podem influenciar a evolução das vendas. Curto Prazo de alguns dias a um ano mês, trimestre, semestre, ano. Médio Prazo de 1 a 3 anos Longo Prazo mais de 3 anos Existem factores incontroláveis São todos aqueles sobre os quais a empresa não pode actuar (Ex: contexto concorrencial) Existem também factores controláveis São todos aqueles sobre os quais a empresa pode actuar, com particular destaque para o marketing-mix Convém reflectir a partir da análise SWOT e FCS antes de decidir sobre o método de previsão a utilizar 5 6

EXISTEM DUAS ÓPTICAS DE PREVISÃO A atitude do Marketing consiste em adaptar-se ao mercado e em influenciá-lo. A estas duas vertentes correspondem 2 ópticas diferentes de previsão Previsão da Evolução espontânea do mercado Aplica-se a fenómenos sobre os quais a empresa não tem ou não pode esperar ter uma influência sensível mas que podem ter consequências importantes para ela. Ex: fraldas Johnson Previsão das reacções (ou respostas) do mercado Como reagirá o mercado a uma determinada decisão? Trata-se de prever as respostas prováveis a acções de marketing da empresa Ex: quando altero o preço => quota de mercado, nº de consumidores, quantidades,? 7 TEMAS DE PREVISÃO PREVISÕES INCIDINDO SOBRE O MEIO AMBIENTE Ex: evoluções demográficas, económicas, institucionais, PREVISÕES INCIDINDO SOBRE O COMPORTAMENTO DOS PÚBLICOS Ex: concorrentes, distribuidores, consumidores, PREVISÕES DAS VENDAS Ex: stocks (CENOURA), lançamento de novos produtos 8 AGENDA Os métodos de previsão podem ser agrupados segundo duas abordagens 1. ANALÍTICA Privilegia a consonância de opiniões, com base em métodos objectivos o processo previsional é definido, podendo ser utilizado por diferentes pessoas, as quais formulam as mesmas previsões Quando recorre ao domínio quantitativo, aumentando a objectividade da previsão, os modelos explicativos prevalecem Se domina o qualitativo, aumenta a subjectividade da previsão. Quando se apoia em factores explicativos que lhe conferem uma estrutura fundamentada, estamos em presença do julgamento de peritos. Se lhe falta essa estrutura lógica, a intuição guia a previsão (métodos triviais) Identifica todos os factores explicativos da procura e a previsível evolução futura 9 10 Os métodos de previsão podem ser agrupados segundo duas abordagens (Cont.) 2. SIMPLISTA É inseparável da pessoa que a produz, uma vez que recorre a métodos subjectivos A previsão é o resultado da extrapolação das regularidades observadas no passado, através de métodos simples A categorização dos métodos de previsão com base na dimensão qualitativo/quantitativo e na dimensão analítico/simples, sugere 4 abordagens 1. JULGAMENTO/OPINIÃO DE PERITOS 2. MÉTODOS TRIVIAIS 3. MÉTODOS DE ALISAMENTO E DE EXTRAPOLAÇÃO 4. MODELOS EXPLICATIVOS/CAUSAIS 11 12

AGENDA Relativamente ao Julgamento/Opinião de Peritos Deve ser incluído nos chamados métodos qualitativos, embora possa ser incluído numa sub-categoria designada por métodos opinativos Os peritos são sempre pessoas de reconhecida competência no domínio em que se pretende prever o futuro, e podem pertencer ou não à empresa Estes usam uma estrutura analítica, de experiência feita, em que a formulação da previsão obedece a um encadeado lógico, com premissas sólidas, recorrendo, sempre que for necessário, à analogia com outras realidades que dominam Não sendo uma previsão científica não pode ser confundida com os métodos triviais ou intuitivos Quando um grupo de peritos pertencente à mesma empresa se agrupa para fazer uma previsão, estamos perante um júri de opinião executiva 13 14 A previsão é, no caso anterior, geralmente dada pela média aproximada das opiniões do júri VANTAGENS Rapidez, facilidade e baixo custo (i.e. tempo) O júri de opinião executiva permite consensualização, com base na média, da previsão obtida Este último factor deve ser tido em conta, particularmente em contextos de rápida mutação DESVANTAGENS Embora com raciocínio estruturado e lógico, tem alguma subjectividade que deriva de opiniões pessoais O tempo dos executivos de topo é caro Dada a especialização de cada um dos executivos, não é raro um assinalável erro de previsão Apesar das desvantagens o júri de opinião executiva é um dos mais frequentes métodos de previsão, particularmente em PME s Quando a previsão é feita por peritos maioritariamente não pertencentes à empresa, estamos perante o Método Delphi Trata-se de uma versão simplificada do júri de opinião executiva, tendo como principal vantagem o facto de não ser influenciado pela preocupação de não discordar do boss 1. O coordenador da previsão por este método questiona todos os membros do painel, que fazem chegar as suas visões, sem que nenhum deles saiba quem as efectuou 2. Faz-se uma aproximação média que é devolvida aos intervenientes, solicita-se que estes se voltem a expressar, tendo a possibilidade de fazer nova previsão 3. O processo de renovação da previsão repete-se até que os valores sejam muito idênticos Em situações de divergência, o focus group tardio gera o consenso 15 16 Quando a previsão é feita por peritos maioritariamente não pertencentes à empresa, estamos perante o Método Delphi A ideia é a de que o consenso gerado sem pressão garante um reduzido erro de previsão Esta previsão também depende da visão subjectiva de cada um dos especialistas intervenientes A principal desvantagem é o largo espaço de tempo que medeia entre a previsão inicial e final, que raramente é inferior a 2/3 meses Podemos incluir a previsão por somatório das opiniões individuais dos elementos da força de vendas A previsão feita pela força de vendas é, por vezes, ajustada a partir de outras fontes de previsão, particularmente supervisores directos, com conhecimento do território e do perfil do vendedor Outra forma de ajustamento da previsão elaborada pela força de vendas é a atribuição de um prémio pecuniário ou outro em função da aproximação ao valor real, o que corrige possíveis habilidades, optimismos/pessimismos exagerados ou outro tipo de desvios 17 18

AGENDA As diversas técnicas estatísticas estão a ser cada vez mais utilizadas em previsões A REGRESSÃO LINEAR, método dos mínimos quadrados, é um exemplo de uma técnica estatística de extrapolação 1. Quando se pretende fazer previsões sobre uma variável x a partir de outra variável é crítico que entre ambas exista uma relação causa-efeito 2. Verificada a relação causa-efeito entre as duas variáveis é necessário analisar o tipo de relação existente entre as mesmas. Para tal, começa por desenhar-se um diagrama de dispersão dos dados observados 3. No diagrama de dispersão, cada ponto representa um par de valores observados (Xi; Yi) 19 20 A equação que representa uma relação do tipo linear entre 2 variáveis é a seguinte: Y = a + bx + e Y representa a variável explicada, dependente ou endógena X é a variável explicativa, independente ou exógena e simboliza a parte residual que abraça todos os factores explicativos de Y não incluídos em X e ainda eventuais erros de medição a e b são constantes, sendo a primeira representativa da intercepção da recta com o eixo vertical, e a segunda espelha o declive da recta Y = a + bx + e Descreve uma recta que, quando ajustada aos dados do diagrama de dispersão, é designada por recta de regressão ou recta ajustada É de todo o interesse utilizar o método que minimize as somas das distâncias à recta em valor absoluto O MMQ permite o ajustamento de uma linha recta aos dados observados de tal modo que MINIMIZA O SOMATÓRIO DO QUADRADO DAS DISTÂNCIAS ENTRE OS VALORES OBSERVADOS E A RECTA AJUSTADA, distâncias essas medidas na vertical e correspondendo exactamente às diferenças entre os valores observados de Y e os valores ajustados Ya 21 22 O MMQ elimina o efeito residual (e), sendo a recta de regressão representada por Y = a + bx Os coeficientes são dados por: a = Y bx (intercepção da recta) b= (nxiyi -XiYi) / (n Xi2 (Xi)2) (declive da recta regressão) O coeficiente negativo ou positivo a é o valor de Y quando o efeito da variável independente X é nulo, razão pela qual é designada por constante O coeficiente b da recta de regressão dá-nos o declive e a configuração da recta e representa a variação esperada de Y por cada unidade de variação de X Análise do Grau de Associação entre Variáveis Para que se possa medir com rigor a qualidade do ajustamento obtido pelo MMQ torna-se necessário definir medidas que nos esclareçam o grau de associação ou correlação entre as duas variáveis consideradas Essas medidas são designadas por Coeficiente de Correlação Coeficiente de Determinação 23 24

Coeficiente de Correlação 1. R é uma medida do grau de associação linear entre variáveis, assumindo valores entre -1 e +1. O primeiro significa uma relação linear perfeita mas negativa, enquanto que no segundo ela é positiva. Valores próximos do zero indicam uma associação linear pobre entre as variáveis 2. O coeficiente de correlação linear de Pearson é uma medida de bondade do ajustamento de um modelo de regressão linear simples a um conjunto de dados quantitativos observados Coeficiente de Determinação R2 deve ser utilizado como uma medida da qualidade da recta de regressão e do ajustamento feito, particularmente quando o seu objectivo central é fazer previsões. Neste caso, este não deve ter valores inferiores a 0,75, uma vez que funcionará como medida de confiança depositada na recta de regressão como instrumento de previsão EXERCÍCIO: A Regressão Linear Método dos Mínimos Quadrados (Cont.) EXEMPLO O DIRECTOR DE MARKETING TEM VINDO A ESTUDAR O GRAU DE ASSOCIAÇÃO ENTRE AS DESPESAS DE PUBLICIDADE E AS VENDAS REALIZADAS NO MÊS SEGUINTE, RELATIVAMENTE A DETERMINADA MARCA DA EMPRESA PARA O EFEITO DISPÕE DOS SEGUINTES DADOS: Despesas em Publicidade 10 14 13 15 18 15 20 21 23 25 Vendas mês seguinte 50 80 60 70 100 60 100 120 80 130 25 26 Coeficientes: Correlação e Determinação Ajustamentos Sazonais Coef. Correlação 0,8407 (84,07%) Coef. Determinação 0,7068 (70,68%) Existe uma correlação linear positiva entre as despesas em publicidade efectuadas num mês e as vendas realizadas no mês seguinte Elevando ao quadrado o coeficiente de correlação linear simples obtémse o valor do coeficiente de determinação A Sazonalidade pode influenciar previsões As previsões de vendas são muitas vezes feitas mensal ou trimestralmente e os factores de sazonalidade são responsáveis por muitas alterações no curto prazo Se não se tiver em conta este factor, a previsão pode falhar Quando o histórico de vendas é utilizado para obter previsões, a validade das mesmas pode melhorar se se introduzirem ajustamentos de forma a eliminar os efeitos sazonais 27 28 Exercício Calcular um índice sazonal a partir de uma série numérica Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Trim. 1 49 57 53 73 Trim. 2 77 98 85 100 Trim. 3 90 89 93 98 Trim. 4 79 62 88 78 Série Numérica Dessazonalizada Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Trim. 1 67 78 73 100 Trim. 2 68 87 75 89 Trim. 3 78 77 79 84 Trim. 4 81 64 91 80 29 Média Trim. 58,0 90,0 92,3 76,8 Média = 79,25 Previsões Naïf Esta é a técnica mais simples de previsão e é muitas vezes utilizada como forma de comparação com outras técnicas. Dentro deste método, as empresas utilizam muitas vezes a tendência de curto prazo para fazer as suas previsões Assume que nada irá mudar e que a melhor estimativa para o futuro é o nível actual de vendas Deve ser feita uma distinção entre uma previsão naïf dita normal e aquela que ajusta factores sazonais Trim. 1 Trim. 2 Trim. 3 Trim. 4 Vendas 49 77 90 79 Previsão 49 77 90 Com ajustamentos sazonais Trim. 1 Trim. 2 Trim. 3 Trim. 4 Vendas 67 68 78 81 Previsão 76 79 76 67* 68* 78* O erro para o trim. 2 é a diferença entre 49 e 77. A fórmula é: Erro de Previsão (%) = (Previsão Actual)/Actual Logo, o erro para o trim. 2 é de -36% 30 Porque as vendas efectivas no trim. 2 foram 77, o erro de previsão é (76-77)/77 = -1,3% Com o ajustamento, o erro de previsão diminuiu significativamente

Erro de Previsão Quando quer comparar a validade da previsão com vários períodos deve ser utilizada a fórmula do erro médio de previsão absoluto MAPE (Mean Absolute Percentage Error) MAPE = ((previsão-actual)/actual)/n, em módulo!!! n é o número de previsões a ser feitas No exemplo anterior, quando o MAPE é utilizado para calcular o erro sem ajustamento de sazonalidade, o resultado é de 22,7% Se calcularmos o MAPE, utilizando o ajustamento sazonal, o erro médio é de apenas 8,6% 31 Método das Médias Móveis Uma das formas mais fáceis de seguir tendências nas vendas é através do método das médias móveis Ft+1 = (St+St-1+ +St-n+1)/n Ft+1 é a previsão para o próximo período St vendas no período corrente n número de períodos na média móvel Este método assume que o futuro será uma média dos valores passados Bom método de previsão de muito curto prazo Devem tentar-se várias ordens de forma a seleccionar aquela que apresentar um menor erro médio de previsão Idealmente, devemos conseguir trabalhar com, pelo menos, 10 períodos Todos os períodos têm um peso igual. Isto significa que a informação que advém dos períodos mais antigos e mais recentes é tratada da mesma forma na previsão 32 EXERCÍCIO: Método das Médias Móveis (Cont.) Períodos 1 2 3 4 5 6 Vendas Actuais 49 77 90 79 57 98 Vendas Ajustadas 67 68 78 81 78 87 MM2 ajustada 78,3 70,8 58 89,8 MM3 ajustada 68,9 55,2 89,3 Previsão com base MM2: F3 = ((S1 + S2)/2) * I3) F3 = ((67 + 68)/2) * F3 = 78,3 Previsão com base MM3 F4 = ((S1 + S2 + S3)/3) * I4) F4 = ((67 + 68 + 78)/3) * ) F4 = 68,9 Método do Alisamento Exponencial Uma das maiores vantagens deste método é o facto de enfatizar informação mais recente e ir descontando informação antiga S*t = S t + (1- ) S*t-1 S*t vendas alisadas para o período t e previsão para período t+1 é a constante de alisamento St vendas do período t S*t-1 vendas alisadas para o período t-1 ou previsão do período t-1 A grande questão é determinar o. O factor de alisamento pode variar entre 0 e 1. Assim, valores baixos de são convenientes quando as vendas sofrem poucas alterações, enquanto que valores próximos de 1 aplicam-se quando existe uma forte flutuação das vendas. Se dermos o valor de 1 a obtemos os mesmos resultados que com o método naïf A melhor forma de seleccionar o é através da determinação dos diferentes MAPE 33 34 EXERCÍCIO: Método de Alisamento Exponencial (Cont.) igual a 0,2 Períodos 1 2 3 4 5 6 Vendas Actuais 49 77 90 79 57 98 Vendas Ajustadas 67 68 78 81 78 87 Vendas alisadas* 67,2 69,4 71,7 73 75,8 Previsão de Vendas 77,9 67,3 52,3 82,5 S*t = St + (1-) S*t-1 Ft+1 = S*t * It+1 S*2 = 0,2 * (68) + 0,8 (67) = 67,2 F3 = 67,2 * = 77,9 S*3 = 0,2 * (78) + 0,8 (67,2) = 69,4 F4 = 69,4 * = 67,3 S*4 = 0,2 * (81) + 0,8 (69,4) = 71,7 F5 = 71,7 * = 52,3 S*5 = 0,2 * (78) + 0,8 (71,7) = 73 F6 = 73 * = 82,5 MAPE = ((77,9-90)/90 + (67,3-79)/79 + (52,3-57)/57 + (82,5-98)/98)/4 = 13,1% 35 Exercício A seguinte série numérica corresponde às vendas de uma empresa comercial, por trimestre e nos últimos 4 anos Utilizando diferentes métodos de previsão de vendas, pretendese o cálculo das vendas dos seguintes períodos: a) 1ºTrimestre de 2005 b) 4ºTrimestre de 2005 c) 3ºTrimestre de 2006 d) Ano de 2006 2001 2002 2003 2004 1 35 30 33 32 2 65 70 72 71 3 75 78 73 83 4 185 172 188 199 36