RESOLUÇÕES DO V ENCONTRO NACIONAL DO RAMO DA CONSTRUÇÃO E DO MOBILIÁRIO DA CTB
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- Arthur Espírito Santo Ventura
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1 RESOLUÇÕES DO V ENCONTRO NACIONAL DO RAMO DA CONSTRUÇÃO E DO MOBILIÁRIO DA CTB O Encontro Nacional do Ramo da Construção e do Mobiliário da CTB, este ano em sua 5ª edição, realizado nos dias 28 e 29 de setembro de 2015, na sede do Sindicato dos Marceneiros de São Paulo, tem o objetivo de discutir o momento político e nortear os dirigentes classistas em suas ações nas mais diversas áreas de atuação (CTB, UITBB, FLEMACON, CONTRICOM, Federações e Sindicatos), bem como, apresentar propostas de resolução para o setor da indústria da construção e do mobiliário; A onda conservadora ganha força pela ação de setores do Poder Judiciário, da mídia e da oposição neoliberal. O espetáculo armado em torno da operação lava-jato e as iniciativas autoritárias do presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha e seus seguidores, visando o impeachment da presidenta Dilma, evidenciando golpe político está sendo armado; O cenário político é agravado pela crise política e econômica, que sacrifica principalmente a classe trabalhadora com desemprego e inflação em alta e salários em baixa. O ajuste fiscal, que reduziu direitos, com elevação das taxas de juros (as maiores do mundo) joga lenha na fogueira da recessão; A Petrobras, estatal estratégica para o desenvolvimento nacional, é alvo de uma forte campanha da oposição neoliberal, que tem o objetivo de abrir caminho para a destruição da engenharia nacional, privatização das empresas e a entrega do pré-sal ao capital estrangeiro. Tal propósito transparece no projeto do PSDB que põe fim ao modelo de partilha do pré-sal; Em que pese o setor da indústria da construção ter vivido momentos de glórias nos anos de 2012 e 2013, no qual gerou muitos postos de trabalho, hoje passamos por um momento brutal de desemprego. Obras de importantes empresas estão paralisadas, menor sinal de dificuldades os patrões preferem retrair os investimentos privados, piorando ainda mais a crise.
2 Os dirigentes classistas não podem perder de vista a defesa da democracia em nosso país. Contribuir para fortalecer as instituições democráticas e impedir qualquer forma de retrocesso e tentativa de golpe. Para tanto acordamos: Defendemos o combate sem tréguas à corrupção, exigimos a apuração dos fatos e punição dos culpados, inclusive dos governos do PSDB e ao mesmo tempo denunciamos o falso moralismo da direita. O Estado Democrático de Direito e da soberania nacional, por uma nova política econômica, com redução dos juros, fim do superávit primário, controle do câmbio, um novo Projeto Nacional de Desenvolvimento com Valorização do Trabalho; Revitalizar o Programa de Investimento em Logística, criar mecanismos, tais como: acordo de leniência, que permitam o desbloqueio e/ou reorganização acionária das empresas onde os seus dirigentes estão envolvidos em corrupção. Recomposição da capacidade de investimentos do Estado e de financiamento do BNDES; Defesa do emprego, fim da demissão sem justa causa, redução da jornada de trabalho sem redução de salários; Propomos que o governo federal volte a investir nas obras de infraestrutura, mobilidade urbana e no projeto Minha Casa Minha Vida, para gerar empregos e impulsionar a economia; Organizar encontros entre trabalhadores e trabalhadoras dos segmentos que compõem a cadeia produtiva do setor da Construção (indústria de madeira, cerâmica, mármores, granitos, artefatos de cimento, montagem e manutenção industrial, infra-estrutura e predial); Defender o fortalecimento do Sistema de Fiscalização do Trabalho no Brasil, com aumento do número de auditores fiscais do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), assim como, maior apoio institucional e financeiro à FUNDACENTRO; Pleitear a garantia do acompanhamento do Sindicato Laboral nas fiscalizações das empresas, com foco nas normas de segurança e medicina do trabalho; Lutar pela garantia do livre acesso dos dirigentes sindicais aos locais de trabalho;
3 Estender nas pautas de reivindicações a ampliação do horário de almoço e descanso dos trabalhadores e trabalhadoras; Continuar defendendo a redução de Jornada de trabalho para 40 horas semanais, sem redução salarial; O governo deve intensificar a fiscalização e a apreensão de madeiras ilegais, fazendo com que as mesmas sejam utilizadas na geração de empregos; Lutar pelo pagamento das horas despendidas no trajeto de ida e volta do local de trabalho ao alojamento/residência (horas ín tinere); Exigir a contratação de trabalhadores e trabalhadoras do setor por intermédio do Sistema Nacional de Emprego (SINE) e seus respectivos entes conveniados. As contratações realizadas por outros meios devem ser consideradas como aliciamento ilegal; Apoio ao projeto que reduz o tempo de contribuição dos trabalhadores (as) da construção para aposentadoria; Pela regulamentação do art. 239 da Constituição Federal - 4º - O financiamento do seguro-desemprego receberá uma contribuição adicional da empresa cujo índice de rotatividade da força de trabalho superar o índice médio da rotatividade do setor, na forma estabelecida por lei ; Não permitir a aplicação do contrato de experiência para os trabalhadores e trabalhadoras que já possuem experiência comprovada na carteira de trabalho; Alterar o modelo de licitação, incluindo cláusulas de proteção aos trabalhadores e trabalhadoras nos contratos; Reivindicar em todas as esferas de governo reserva de casas do programa Minha Casa, Minha Vida, para os trabalhadores e trabalhadoras da construção casa para quem constrói. Exigimos mudanças no programa para criar comitê gestor sob a coordenação dos sindicatos dos trabalhadores e trabalhadoras; Defesa e fortalecimento institucional, administrativo e financeiro do Sistema Único de Saúde (SUS), de forma que seja assegurado à população brasileira, sem
4 distinção, o acesso a serviços públicos de saúde de qualidade, destinando 10% (dez por cento) do PIB; Revogação imediata do Precedente Normativo 119 do TST, manutenção da contribuição compulsória e fortalecimento da contribuição negocial; Apoiar e defender às denúncias feitas pelas Centrais Sindicais na OIT, que trata da contribuição negocial, estabilidade do dirigente sindical, fim do interdito proibitório, e atividades essenciais; Pela manutenção da unicidade sindical e o fortalecimento das entidades sindicais laborais; Revogação da súmula 369 do TST, que trata da estabilidade do dirigente sindical; Não à terceirização na atividade fim da empresa; Pela manutenção e ampliação dos direitos sociais garantidos na legislação, nas convenções e acordos coletivos; Sugerir a criação de um comitê gestor com a participação dos trabalhadores e trabalhadoras para acompanhar o projeto Minha Casa, Minha Vida; Fazer gestão junto ao governo federal para ratificar a convenção 127 da OIT que trata da redução do peso do saco de cimento para 23 kg; Manifestamos nosso descontentamento em relação à fusão da secretaria de política de promoção da igualdade racial, secretaria de política para as mulheres, secretaria de direitos humanos e secretaria da juventude em um único ministério, por entender que significa grandes perdas no avanço das conquistas sociais; Orientamos a participação dos trabalhadores e trabalhadoras em todas as atividades em defesa da democracia, participando da Frente Brasil Popular; Garantir que nas contratações, sejam destinados no mínimo 80% (oitenta por cento) da mão obra local e destes, um mínimo de 30% (trinta por cento) para mão de obra feminina;
5 Priorizar a participação de no mínimo 30% das mulheres em todas as atividades do ramo da construção; Colocar o texto aprovado pelas centrais sindicais com relação à posição contraria a fusão do MTE com o MPS. São Paulo, 29 de setembro de 2015.
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