PLANO CURRICULAR 3º CEB. Princípios orientadores
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- Fernando Fernandes Barreiro
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1 Princípios orientadores Este ciclo de escolaridade caracteriza-se pela transição gradual, mas definitiva, para a adolescência. As profundas alterações que se registam a nível físico, emocional e intelectual requerem por parte dos educadores e das famílias uma escuta paciente e um olhar atento. É nesta fase do crescimento que ganham forma e visibilidade as opções pessoais, nas várias dimensões do ser humano: da escolha dos amigos à escolha do modo de vida, do modo de estar na escola ao modo de estar nos tempos livres, da definição de prioridades à definição de valores, do entendimento do eu ao entendimento do outro, da noção de humano à noção de transcendente. Por isso o nosso modelo educativo prevê oportunidades de descoberta, de encontro, de serviço e de abertura livre e pessoal ao transcendente que constituem a matéria das áreas da Pastoral e da Formação Humana. No Colégio Pedro Arrupe, estamos conscientes da importância de um crescimento equilibrado, e isso reflete-se na forma como se estrutura e organiza todo o processo de ensino-aprendizagem: uma dinâmica educativa centrada na pessoa do aluno e focada no seu desenvolvimento integral. Manifesta-se ainda na organização de uma carga horária ponderada, na ocupação funcional dos espaços educativos, na articulação equilibrada entre disciplinas e áreas disciplinares afins, e nas decisões que são tomadas quanto ao agrupamento de alunos e atribuição de serviço ao pessoal docente e não docente. É no 3º CEB que a dimensão académica se reforça, por força da crescente autonomia do aluno e de uma progressiva consciência do papel que é chamado a assumir na definição do seu futuro. Nesta perspetiva, ganha primordial importância uma preparação robusta para o Ensino Secundário, assente na definição, por parte do aluno, das suas opções académicas, a partir do conhecimento experiencial das áreas de estudo. O diagnóstico das competências e capacidades na entrada do ciclo, a recuperação de atrasos no plano académico, o discernimento vocacional e a potenciação de capacidades assumem-se como propósitos do 3º CEB.
2 Neste pressuposto, a diferenciação pedagógica constitui o argumento primordial para a estruturação das práticas pedagógicas dentro e fora da sala de aula. Só a abordagem diferenciadora (a Cura Personalis) permite fazer desabrochar de forma criativa os talentos e os desejos do aluno, estabelecer relações sociais que se querem generosas e cooperativas e estimular permanentemente para o Magis o Mais inaciano. Características da estrutura curricular do 3º CEB A matriz curricular definida respeita as orientações do currículo nacional em vigor, com as adaptações que decorrem da aplicação do nosso modelo pedagógico, nomeadamente: a. O reforço horário necessário à construção de um currículo equilibrado dentro de cada área disciplinar; b. A aposta na experimentação como matriz de uma apreensão concreta do saber científico (aulas em laboratório com grupos reduzidos de alunos); c. A ênfase no desenvolvimento do saber e da prática da formação humana e religiosa, através do alargamento da Formação Humana e a obrigatoriedade da disciplina de Religião. d. A complementaridade da formação nas zonas do currículo onde a proposta se revela insuficiente, a saber o ensino artístico e a educação física, através da oferta de um leque alargado e consistente de modalidades desportivas, gímnicas, artísticas e culturais, enquadrado nas Atividades de Complemento Curricular. Plano Curricular PLANO CURRICULAR DO 3º CICLO 7ºano 8ºano 9ºano Total ciclo Português Inglês Francês /Espanhol História Geografia
3 Matemática Ciências Naturais Ciências Fís. Químicas Educação Visual TIC Educação Física Religião Formação Humana minutos tempos semanais Princípios básicos da organização curricular A organização curricular prevê a possibilidade de desdobramento de turmas em determinadas disciplinas, sempre que tal seja considerado necessário e tornado possível por uma equilibrada gestão dos espaços. Abre-se também a possibilidade de se organizarem grupos de nível entre os alunos das várias turmas de cada ano. Prevê-se ainda a associação de turmas para visitas de estudo, projectos transversais ou trabalhos conjuntos. Dentro da mesma área curricular, o trabalho interdisciplinar prevê a articulação dos programas e o tratamento conjunto de tópicos similares por forma a evitar repetições estéreis e a potenciar a aprendizagem. Nas disciplinas de carácter experimental Ciências Naturais e Ciências Físico-Químicas o grupo turma será desdobrado em 2 sub-grupos que funcionarão alternadamente, de forma a permitir um acompanhamento mais próximo e eficaz por parte do professor. A organização dos sub-grupos será definida de acordo com critérios pedagógicos, sob a responsabilidade dos professores das disciplinas e do Conselho de Turma. 1 CN e CFQ desdobram 75 em laboratório 2 FH a cargo do PRT (Professor Responsável de Turma)
4 Em todas as disciplinas será dada especial importância aos conteúdos que se relacionem com a temática do MAR, referência central das opções curriculares no Colégio Pedro Arrupe. Em função da caracterização das dificuldades dos alunos, o Conselho de Turma e os departamentos curriculares prevêem uma resposta educativa personalizada, através de apoios individualizados, em aula, ou fora da aula, ou o reforço das aprendizagens em hora de apoio com o professor da disciplina ou da equipa pedagógica. As Tecnologias de Informação e Comunicação serão trabalhadas no 7º e no 8º ano, de acordo com o plano plurianual de conteúdos, em função das necessidades de resposta instrumental (nomeadamente a utilização de recursos informáticos) aos projetos disciplinares. Assume-se como preocupação central tornar todos os espaços da escola espaços de aprendizagem, onde seja possível a todos e a cada um o desenvolvimento de capacidades, de acordo com as prioridades educativas definidas. A construção do saber, do saber-estar e do saber-ser não estará confinada ao espaço da sala de aula, mas estender-se a todos os espaços onde o aluno possa usufruir de experiências educativas, como sejam a Biblioteca, os Campos de Jogos, os Laboratórios, ou os espaços verdes. Avaliação A avaliação sumativa é necessária para avaliar o progresso dos alunos no percurso académico, para aferir o grau de domínio de conhecimentos e as competências adquiridas. Mas a Pedagogia Inaciana tende a ir mais além, por isso o CPA privilegia uma avaliação contínua e formativa, ao encarar a avaliação como um meio e não como um fim, que permite melhorar e regular progressivamente os processos e os produtos do ensino e da aprendizagem, através da sua regulação individualizada. Os critérios de avaliação são desde o início bem explicitados, de modo a permitirem a reorientação da aprendizagem. Os professores reúnem todas as informações qualitativas e quantitativas relativas às competências adquiridas pelos alunos, servindo-se de instrumentos de avaliação diversificados, nomeadamente: cadernos diários ou portefolio, trabalhos individuais dentro e fora da aula, trabalhos de grupo, relatórios de projeto, fichas de auto-avaliação, para além dos testes orais e escritos de avaliação sumativa, de modo a avaliar de forma consistente as aprendizagens dos alunos.
5 A avaliação constitui assim um momento privilegiado para o professor encorajar os alunos, para estimular reflexões à luz de lacunas detetadas, propondo perspetivas adicionais e proporcionando os necessários meios de informação. Deste modo, a avaliação torna-se um estímulo para o aluno permanecer aberto ao crescimento e à aprendizagem. O CPA pretende, para além disso, reconhecer e validar as aprendizagens, o empenho, o mérito e as atitudes dos seus alunos, sublinhando a importância que é dada à sua formação integral.
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